Preparando-me para mais um ano com Giovanni Luigi Calvário

Foto retirada do Blog Vermelho,onde ele é chamado de  Luigi Joker.
Montagem retirada do Blog Vermelho, onde ele é chamado de Luigi Joker.

Os colorados devem iniciar logo sua preparação para 2014. Será um ano duríssimo. Por um lado, teremos a grande alegria de rever o Beira-Rio lotado; por outro, teremos o ocaso de uma das administrações de futebol mais pífias e caras de todos os tempos. Pois nosso presidente Giovanni Luigi Calvário (sim, seu nome completo é muito mais transparente) é apenas bom nos negócios extra-campo. Fechou lentamente e de forma competente o contrato de reforma do Beira-Rio com a Andrade Gutierrez e costuma — apesar da morosidade — aplicar bastante dinheiro no departamento de futebol. Também é educado e honesto. É um bom homem para administrar uma empresa convencional, sem dúvida. É cuidadoso, não se atira. Não serve para o futebol.

Seus principais problemas são os fatos de que gasta muito e mal, de que fala muito e mal, de que centraliza muito e mal, de que rumina muito. Dentro do vestiário é igualmente calmo e tragicamente centralizador. O problema de colocar um sujeito lento no futebol do clube é que ele tratará de fazer-se cercado por pessoas do mesmo estilo. Pessoas que jamais criticarão seu ritmo adágio, sua indireção e falta de critério. Afinal, o sistema é presidencialista. Ele está protegido pelo cargo. No vestiário, Luigi é tipo do cara que espera que as coisas se resolvam por si mesmas, gosta de sentar sobre os problemas para refletir e, eventualmente, dormir. Isso talvez funcione na Rodoviária de Porto Alegre — também administrada por ele e onde a pressão é ínfima, comparada a de um clube de futebol. Quando resolve agir, costuma jogar dinheiro fora. O nosso dinheiro, aquele que é pago por sócios como eu.

Uma pena que Roberto Siegmann tenha agitado a coisa de tal forma que se tornou o Inimigo Nº 1 do mais tranquilo dos mandatários. O melhor caminho para um bom 2014 — caminho no qual não acredito — seria a renúncia de Luigi. Em três anos e mais os que foi diretor de futebol, só conseguiu demonstrar sua falta de critério. Não conhece futebol, simples assim. O que determinou que Roth recebesse de presente uma renovação de contrato dias depois do episódio Mazembe? O que norteou a contratação em sequência de Falcão, Dorival, Fernandão, Dunga e Clemer? E o que dizer de sua mania de trazer velhos ídolos de volta a fim de serem massacrados? Mesmo que a negociação com a AG tenha sido um sucesso, seu atraso deixou o Inter sem jogar todo o ano de 2013 no Beira-Rio. Como escreveu o Blog Vermelho “O mais básico em futebol é entender um pouco do assunto. Quem é bom, quem é ruim, quem está velho, quem ainda joga, onde estão as carências. Claro que tudo isso é subjetivo pois o “entender de futebol” depende do ponto de vista de cada um. Mas quando os resultados não acontecem em um, dois, três anos se percebe claramente onde está a origem do problema. Não posso dizer que esse ou aquele dirigente não entende do assunto, mas os resultados sim”.

Os méritos de Luigi são sua educação e honestidade — não é um cara louco por vender jogadores, não é louco por comissões e beiras… Mas seus deméritos são muito maiores: não sabe contratar jogadores nem comissão técnica, é totalmente destituído de senso de urgência e de ideias para o futebol. Não serve para o cargo. Seria uma bênção de renunciasse. Espero um 2014 morno. Se for quente, talvez seja a Segundona. E voltemos logo para o Beira-Rio, por favor.

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  1. “Seus principais problemas são os fatos de que gasta muito e mal, de que fala muito e mal, de que centraliza muito e mal, de que rumina muito.” Como ele pode ser ideal pra dirigir uma empresa, mesmo convencional? Gasta muito, mas não arrisca? Sei lá, entende?

  2. Em qualquer empresa, órgão público ou clube o responsável sempre é o presidente e seus diretores. A culpa pode até ser dos funcionários ou gerentes, mas quando se trocam os funcionários e/ou gerentes ao longo dos anos e os resultados continuam sendo pífios (pra não dizer assustadores) só existe um responsável e este responsável é o presidente, o nosso Calvário. É muita ingenuidade achar que os problemas do futebol do clube sejam dos jogadores e do(s) técnico(s). Podem até ser durante uma temporada, mas quando eles se repetem (e pioram) ao longo de 3 anos com uma gestão desastrosa no futebol, o que deve mudar é o gestor que conduziu de forma errada a administração do futebol.

  3. Retirado do blog da Convergência Colorada
    (http://convcolorada.blogspot.com.br/)

    Nota – Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo em 02/12/2013

    Prezado sócio e torcedor colorado,

    Abaixo apresentamos as razões da nossa iniciativa de solicitar a Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo do Sport Club Internacional, a ser realizada nesta data de 02/12/2013 e que dão a base à discordância que temos da atual diretoria no que diz respeito a questão financeira do Inter:
    a) O clube não tem cumprido o orçamento aprovado no Conselho Deliberativo, sendo que lamentavelmente a diretoria optou por apresentar o eventual pedido de suplementação faltando apenas 9 dias úteis para encerrar o exercício. Estamos diante de um retrocesso grande, pois há 5 anos esta mesma suplementação foi levada a apreciação do Conselho no mês de setembro;
    b) A peça orçamentária 2013, assim como já havia ocorrido em 2012, apresentou grande descompasso com a realidade, evidenciando assim que pouco ou nenhuma adequação teve no que diz respeito ao seu uso como ferramenta gerencial;
    c) Por escolha do clube, a sessão de 02/12/2013 foi realizada sem a prévia entrega de informações contábeis financeiras atualizadas, tendo sido necessário que conselheiros se dirigissem ao clube em busca de informações;
    d) A publicidade de informações contábeis, a propósito, tem sido alvo de sucessivos pedidos de conselheiros do Convergência Colorada nas sessões do Conselho. Por opção da diretoria, que na nossa avaliação é equivocada, tais dados deixaram de ser publicados no site do Inter, o que configura novo retrocesso quando se busca transparência nas relações do clube com associados e todo o meio em que estamos inseridos;
    e) Segundo levantamentos detalhados com base na contabilidade do clube, a ausência de jogos no Beira-Rio não justifica por si só o déficit importante que vem sendo apresentado. É inegável que há consequências financeiras de atuarmos fora de Porto Alegre mas estas nem de perto de são a razão principal das dificuldades do nosso clube. Há custos importantes de logística e alojamento também nos jogos na Capital. Por outro lado, o Beira-Rio de 2014, que nos permitira o desafio de ampliar o perfil de receitas do clube, não pode servir de comparativo com o quadro atual;
    f) Os balanços contábeis de 2011 e 2012 continham receitas significativas oriundas de bônus por ampliação de contratos de televisionamento com a TV Globo. Independente de não ter sido acatada pelo Conselho nosso voto de ressalva nas contas 2012 pela ausência de prévia aprovação do órgão, em nossa avaliação o ingresso destes recursos de natureza nitidamente extraordinária não teve seus efeitos corretamente compreendidos pela gestão;
    g) Conforme relatamos em reuniões com a diretoria do clube e temos reiteradas vezes manifestado no Conselho, há um preocupante crescimento do endividamento de curto prazo frente a ativos com vencimentos no mesmo período, que se mantém estáveis. Em nossa avaliação, há realização de gastos no futebol sem que haja razoável segurança quanto à origem dos recursos para atendimento dos compromissos dele decorrentes. Sem entrar no mérito de que tal volume de despesas não assegurou a formação de uma equipe minimamente competitiva neste ano, defendemos que devam ser adotadas imediatamente medidas concretas para ser estacado tal desequilíbrio estrutural, sob pena de perigoso comprometimento futuro da capacidade do clube em promover investimentos no futebol profissional;

    Todo o conjunto da manifestação aqui exposta é coerente com a visão que reiteradamente temos defendido para o clube, é leal com a instituição e não é novidade nenhuma para gestão do Inter e conselheiros. Confiamos que o devido enfrentamento de tais encaminhamentos de forma clara é o caminho correto para que nosso Internacional retome o caminho das grandes conquistas.

    Salientamos que ao propor a reunião extraordinária, já em 5 de novembro de 2013, o Clube possuía plenas condições de terminar o campeonato com tranquilidade dependendo apenas de si mesmo, não sendo possível associar este necessário debate com resultados de campo. Por fim encerramos conclamando a nação colorada a mais uma vez estar ao lado do Inter no próximo final de semana em busca de um encerramento condizente à nossa história no Campeonato Brasileiro.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2013.

    Convergência Colorada

  4. Caro Milton, eu sei que time de futebol não se muda, mas propnho que o companheiro, interinamente, escolha um time vencedor, até passar totalmente o calvário. Se o companheiro assim desejar posso enviar uma camisa do rubro-negro mais querido do País.

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