Daniel Barenboim escreve para Simon Rattle no dia de seus 60 anos

Simon Rattle e Daniel Barenboim | Foto: Flickr
Simon Rattle e Daniel Barenboim | Foto: Flickr

Trecho do texto escrito e publicado hoje por Daniel Barenboim para Simon Rattle. Como no caso de toda a grande amizade, eles não precisam de frequência.

Ele é um amigo. Às vezes, não nos vemos por meses. Então nos encontramos e parece que nos vimos ontem. É uma amizade que prescinde de frequência. Hoje, segunda-feira, Simon Rattle completa 60 anos. Quando ele fez 50, eu lhe liguei para dar os parabéns. Sou 12 anos mais velho do que ele e brinquei na época: Simon, aproveita os 50, eu posso te dizer uma coisa, 50 é melhor do que 60. Desta vez, eu vou dizer a ele: aprecie os 60, mas 70 é ainda melhor.

Eu vi Simon Rattle pela primeira vez quando ele tinha 19 anos, tocando tímpano na Orquestra Nacional Orquestra Juvenil da Inglaterra. Era um Stravinsky, “Sagração da Primavera”, sob a direção de Pierre Boulez. Mas não falamos. Fomos conversar em 1978 em Orange. Eu estava dirigindo uma ópera de Saint-Saens, “Samson et Dalila”, com Placido Domingo. Aquele foi o começo. Quando nos encontramos agora, temos muito o que falar. Falamos de Berlim, sobre a Inglaterra, sobre o Oriente Médio. Simon sempre foi muito interessado na Orquestra Diwan Oeste-Leste. É claro que falamos de música, mas às vezes falamos apenas de comida.

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