Lumière! A aventura começa, de Thierry Frémaux (****)

Este é um documentário fundamental para qualquer cinéfilo. Lumière! A aventura começa traz uma montagem comentada de 108 dos 1422 filmes que constituem o legado de Louis e Auguste Lumière. Alguns são realmente deslumbrantes, agora restaurados em 4k.

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O primeiro filme dos Irmãos Lumière mostra a multidão de operários saindo da fábrica da família em 1895. Todos fingem — ou tentam fingir — que não veem a câmera. Este primeiro filme chegou dizendo de cara que o cinema servia para mostrar quem somos. E desde então os filmes vêm conversando com a gente. Eles falam conosco em salas escuras e contam nossa história.

É curioso que os Lumière tenham inventado tudo: a técnica de como registrar movimentos em filme, a arte cinematográfica e a sala de cinema. Foram os inventores do cinema e os primeiros cineastas. E dos bons. Foram também os primeiros a apresentarem um filme numa sala escura e os primeiros a cobrarem ingresso (1 franco).

Com tom professoral, o documentário de Frémaux esmiúça tudo sem se tornar chato, pelo contrário. As composições das cenas, os travellings, o cinema de ficção, o documentário, a comédia, o remake. Muita coisa já está ali. Cada filme tem 50 segundos — era o que cabia nas películas da época — e a câmera ficava parada no chão ou dentro de um carro ou trem em movimento.

E eles fizeram experiências, experiências, experiências e descobertas. Eram técnicos e artistas. Há filmes realmente lindos, outros são antecipatórios. Os irmãos Lumière e sua equipe vão concebendo e entendendo algumas funções narrativas presentes até hoje.

A coisa é fascinante para quem gosta de cinema.

Cena de "A Aldeia de Namo" (Vietname), dos Irmãos Lumière
Cena de “A Aldeia de Namo” (Vietname), dos Irmãos Lumière

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