Com grandes dificuldades, o Inter acabou vencendo a boa retranca do Ceará no Beira-Rio. Estes garantem, após a 14ª rodada, um total de 26 pontos e o terceiro lugar isolado na tabela de classificação.
Foi complicado. No primeiro tempo, o Inter teve plena posse de bola, mas também foi plenamente improdutivo. Jogando no esquema 4-1-4-1, o colorado tem, na linha mais ofensiva de 4, dois volantes de origem atuando pelo meio — Edenílson e Patrick — e dois atacantes pelos lados — Nico López e Rossi. Os volantes deixam lenta a armação. Edenílson é um condutor de bola bastante comum e errático. Patrick é bem melhor, mas é homem de pisar na bola e pensar. Ou seja, escalado assim, somos um time muito lento, ineficiente para enfrentar retrancas.
Tivemos apenas uma chance de gol. Mas que chance! Num dos poucos contra-ataques que conseguimos, Rossi passou por dois dentro da área do Ceará e mandou a bola no travessão. Porém, no restante do tempo, só ficamos rondando.
Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
Estava na cara que algo precisaria se alterado. Com D`Alessandro e Damião no banco, era claro como a coisa ia acontecer. Odair retiraria um dos volantes e substituiria outro da linha de quatro. Dale entrou no lugar de Rossi e Damião no de Edenílson. A coisa melhorou, mas o Ceará não estava para brincadeiras e começava a gostar no jogo, tanto que chutava em nosso gol, mesmo sem perigo.
O gol do Inter surgiu em bela jogada. Depois de boa trama pelo meio, D`Alessandro lançou Patrick na área. Este encostou de cabeça para Damião que, atuando como pivô, fazendo a parede, deu um passe sensacional, ajeitando para o chute de Nico López. No rebote, William Pottker mandou para o fundo das redes.
E foi só. Mas foi tudo o que precisávamos.
Continuamos sem entender o que faz Danilo Silva no time, enquanto Klaus permanece sentadinho no banco. Até Fabiano poderia jogar em seu lugar, penso. Também Iago fez péssima partida. Parece estar mais atento à Copa do Mundo que já acabou. Enquanto isso, Nico e Dourado — que não estará no jogo seguinte pelo terceiro cartão — seguem bem, assim como Pottker, que ressurgiu das cinzas em que se encontrava no período pré-Copa.
A próxima partida será na quinta-feira, às 20h, contra o América-MG, em Minas Gerais.
Renato, eu vou ser curto e grosso: é de desistir de acreditar que o Grêmio pode ser campeão do Brasileirão. Ano após ano, é uma história que se repete. Com todo o respeito ao Vasco da Gama, que já viveu tempos bem melhores, mas não dá para perder para aquele time medíocre, tendo um jogador a mais durante dois terços da partida.
Foto: gremio.net
Acho que os deuses do futebol estão sendo bem claros em seu recado: deixemos o Campeonato Brasileiro de lado e foquemos na Copa do Brasil e na Libertadores da América, que é onde nos saímos melhor. Pelo menos enquanto essa fórmula de pontos corridos e a possibilidade de fazer 10 jogos por mês perdurarem (razão pela qual eu entendo tu teres poupado o Maicon).
Enfim, era só isso que eu tinha para dizer: foco na busca pelo hexa da Copa do Brasil e pelo tetra da América. A partida de ontem não me permite dizer mais. Pelo menos nada que seja publicável aqui. Que m…
O Inter abriu mão de dois pontos ontem à noite em sua partida contra o atualmente fraquíssimo Atlético-PR. Acabou 2 x 2, mas o que poderia ter sido um passeio quase acabou em derrota.
Antes do jogo, eu pensei que, num grupo de mais de 30 jogadores, jamais um lateral como Zeca deveria ser improvisado como meio-campista. É claro que os caras do setor de meio-de-campo devem ficar putos, ainda mais vendo que o beneficiado que entra no time, na lateral, é o péssimo Fabiano. Pensei que tu, Odair, dás merecida importância à ausência de Patrick, um jogador que se tornou fundamental, mas que errarias ao colocar Zeca no meio.
Não deu outra. E logo no início do jogo se viu que Zeca, desadaptado, seria um peso morto. Mas tu só tiraste Fabiano, recolocando Zeca em sua posição, depois que o Atlético-PR virou o jogo para 2 x 1. Lamentável.
Zeca no meio revelou-se uma grande mancada | Foto: Ricardo Duarte
Mas ainda pior foi a colocação de Danilo Silva no lugar de Moledo. Seu substituto natural era Klaus, que é bem melhor. Danilo esteve presente nos dois gols do Atlético-PR, sempre fazendo merda. Ou seja, sua colocação foi determinante para o empate de ontem. Mas o Inter gosta disso. Danilo é um veterano que já tinha demonstrado sua ruindade com o Inter na segundona. Só que não gostamos de colocar jovens no time para deixar um (pseudo) medalhão no banco. Então, Klaus devia estar dando risada no banco, vendo as cagadas de Danilo.
Para piorar as coisas, Danilo joga ao lado de Fabiano…
Ah, e Lucca? Bah, esse não jogou nada e acabou sendo bem substituído por Wellington Silva. Lucca ainda recebeu o terceiro cartão, o que pode ser positivo para teu time.
Pelo lado positivo, tivemos uma atuação aceitável de Pottker e uma bela participação de Nico López, que finalmente está tendo merecidíssima sequência.
Como foi ontem? O jogo estava parelho até que Nico López fez boa jogada, chutou a gol e a bola rebotou num zagueiro, sobrando para Pottker marcar. Foi com a mão? Sim, mas o braço de Pottker estava junto ao corpo. Ou seja, se não estivesse ali, provavelmente o gol seria de barriga.
Depois começou a tragédia. Fabiano errou um passe, dando um contra-ataque para os paranaenses. Danilo foi recuando, recuando, recuando até que o cara chutou para marcar. Ah, essa duplinha…
No inicio do segundo tempo, num escanteio, Paulo André pulou sozinho no setor de Danilo. 2 x 1.
Então tu corrigiste o time, fazendo a obviedade que citei acima. Entrou Rossi no lugar de Fabiano e o Inter não apenas empatou com Wellington Silva como poderia ter virado o jogo. Mas não houve tempo. Então, Odair, te responsabilizo pelos dois pontos que deixamos de ganhar ontem.
Estamos em quinto lugar com o mesmo número de pontos de Atlético-MG e Grêmio, todos com o baixo aproveitamento de 59%. Nossa próxima partida é contra um time bem parecido com o Atlético-PR. O adversário será o fraco Ceará, último colocado na tabela de classificação. O jogo será na segunda-feira, 23, às 20h.
Espero que tu não inventes de deixar Danilo Silva no time.
Renato, eu amo a Copa do Mundo, mas preciso confessar: que saudades que eu tinha da Arena e do Grêmio! Sinceramente, eu sinto uma dor profunda, um pesar por todas aquelas pessoas que não gostam de futebol.
É gol! | Foto: gremio.net
Ontem nosso Imortal voltou a campo e mostrou que ainda mantém o ímpeto dominador que nos encheu de orgulho e de esperança de vermos a conquista de pelo menos mais um título neste ano. A amiga e querida torcida do Galo mineiro que nos perdoe, mas ontem foi para mostrar que ainda estamos com ganas.
Olha, Renato, foi bom ver que o Grêmio tomou algumas lições desta última Copa. Porque, no primeiro tempo, pareceu um resumo do final do primeiro semestre: muita posse de bola e domínio do Grêmio, mas que não se reverteu em vantagem no placar. Contudo, na segunda etapa, a coisa foi diferente.
Se tem algo que este último Mundial nos mostrou, foi que, nestes tempos em que todos os times têm aprendido a montar um bom e compactado sistema defensivo, a bola parada e a bola aérea estão retomando um papel central no jogo. Não por nada que nossos dois gols saíram de cabeça: o primeiro num escanteio (grande Bressan, baita partida!), e o segundo depois de uma falta rapidamente cobrada.
Fiquei feliz de ver o André voltar a marcar. Mesmo que não tenha feito uma partida de encher os olhos, vale o ditado: centroavante vive de gol. E por pouco ele não guardou o seu segundo, pouco antes de ser substituído. Mas foi fantástico foi ver a volta do Maestro Pifador. Mesmo que só para matar um pouco a saudade que tínhamos do nosso camisa 10, depois de ano e meio longe dos gramados.
Por sua vez, Luan continua sendo nossa peça fundamental na armação das jogadas de ataque. Um jogador muito importante para o esquema tático como um todo. Precisa, contudo, melhorar nos pênaltis. Ontem perdeu mais um (tudo bem que já estava 2 a 0). O aproveitamento do guri nas penalidades é baixo, Renato. Porém, sei que tu podes arrumar isso.
Ainda, vale registrar a saída de nosso querido Rei Arthur, que nos deixou um pouco mais cedo do que o esperado. Torço para que ele brilhe lá no Barcelona. Certamente será um dos melhores do mundo na sua posição. Torço para que o Capita Maicon continue jogando tudo que sabe, para suprir essa função no meio. Que ele e Cícero, que também fez boa partida, se entendam bem naquela linha do meio de campo.
E que coisa boa ver o Geromel de volta. Um zagueiro que parece que ocupa o espaço de três jogadores em campo. Merece os parabéns nosso capitão do Tri, que teve o mérito de fardar a Amarelinha numa Copa do Mundo – ainda que infelizmente o hexa não tenha voltado junto com ele e com os demais que foram para a Rússia.
Enfim, Renato, assim como sei que tu deves lembrar com tristeza em 1986, quando o Telê te cortou daquela Copa, imagino que volta e meia passa pela tua cabeça treinar a Seleção. Sei que um dia vais ter tua oportunidade, mas te peço que fique o máximo possível no Grêmio antes disso.
Ver o Tricolor de hoje jogar é um prazer enorme. É como reviver uma paixão eterna. É como se acomodar no colo de uma mulher sensual (algo tão belo como uma ruiva de olhos verdes, como sempre diz um amigo meu). É um delírio prazeroso, como esses que se sente quando se atravessa as ruas de Porto Alegre sozinho pela madrugada e sem medo, sentindo-se dono delas.
No fundo, sentimos que pudéssemos ser donos da América novamente, Renato! E vemos um Grêmio que mostra que sabe jogar, que pode trazer mais uma taça neste 2018. O time aproveitou bem a parada da Copa para aprimorar sua efetividade. Tomara que seja um feliz presságio de que mais boas coisas vêm por aí.
O impressionante depoimento do centroavante belga Romelu Lukaku ao “The Players Tribune”, tradução de Bruno Bonsanti, do sítio “Trivela”:
“Eu me lembro do momento exato em que soube que estávamos quebrados. Ainda consigo visualizar minha mãe na geladeira e o olhar no rosto dela.
Eu tinha seis anos de idade e cheguei de casa para almoçar durante o intervalo da escola. Minha mãe me dava a mesma coisa todos os dias: pão e leite. Quando você é uma criança, nem pensa sobre isso. Mas acho que era tudo que podíamos comprar.
Lukaku
Naquele dia, eu cheguei em casa e entrei na cozinha e vi minha mãe na geladeira com uma caixa de leite, como sempre. Mas, naquela vez, ela estava misturando algo. Ela estava balançando, sabe? Eu não entendi o que estava acontecendo. Ela me trouxe o almoço e estava sorrindo, como se tudo estivesse bem. Mas eu percebi na hora o que estava acontecendo.
Ela estava misturando água no leite. Não tínhamos dinheiro suficiente para o resto da semana. Estávamos quebrados. Não apenas pobres, mas quebrados.
Meu pai havia sido um jogador profissional de futebol, mas estava no fim da sua carreira e não havia mais dinheiro. A primeira coisa que perdemos foi a TV a cabo. Acabou o futebol. Acabou o Match of the Day (famoso programa esportivo britânico). Acabou o sinal.
Chegava em casa à noite e as luzes estavam apagadas. Sem eletricidade por duas, três semanas de uma vez.
Eu queria tomar banho, e não havia mais água quente. Minha mãe esquentava a chaleira no fogão, e eu ficava em pé no chuveiro jogando água quente na minha cabeça com um copo.
Houve ocasiões em que minha mãe precisava pedir pão “emprestado” da padaria no fim da rua. Os padeiros nos conheciam, eu e meu irmãozinho, então deixavam que ela pegasse uma fatia de pão na segunda-feira e pagar apenas na sexta.
Eu sabia que tínhamos problemas. Mas, quando ela estava misturando água no leite, eu percebi que já era, sabe? Essa era nossa vida.
Eu não disse uma palavra. Não queria estressá-la. Eu apenas comi meu almoço. Mas eu juro por Deus, eu fiz uma promessa a mim mesmo naquele dia. Era como se alguém tivesse estalado os dedos e me acordado. Eu sabia exatamente o que precisava fazer e o que iria fazer.
Eu não podia ver minha mãe vivendo daquele jeito. Não, não, não. Eu não aceitaria aquilo.
As pessoas no futebol amam falar sobre força mental. Bom, eu sou o cara mais forte que você vai conhecer. Porque eu me lembro de me sentar no escuro com meu irmão e minha mãe, rezando, e pensando, acreditando, sabendo… que um dia aconteceria.
Não contei minha promessa para ninguém por um tempo. Mas, alguns dias, eu chegava em casa da escola e encontrava minha mãe chorando. Então, eu finalmente a disse um dia: “Mãe, tudo vai mudar. Você vai ver. Eu vou jogar futebol pelo Anderlecht e vai acontecer rápido. Vamos ficar bem. Você não precisará mais se preocupar”.
Eu tinha seis anos.
Eu perguntei para o meu pai: “Quando eu posso começar a jogar futebol profissional?”
Ele disse: “Dezesseis anos”
Eu disse: “Ok, dezesseis anos, então”.
Aconteceria. Ponto final.
Deixa eu dizer uma coisa – todo jogo que eu já disputei foi uma final. Quando eu jogava no parque, era uma final. Quando eu jogava no recreio do jardim de infância, era uma final. Eu estou falando sério para caralho. Eu tentava rasgar a bola todas as vezes que eu chutava. Força total. Não estava chutando com o R1, brother. Não era chute colocado. Eu não tinha o novo Fifa. Eu não tinha um Playstation. Eu não estava brincando. Eu estava tentando te matar.
Quando eu comecei a ficar mais alto, alguns dos professores e pais começaram a me estressar. Eu nunca vou esquecer a primeira vez que ouvi um dos adultos dizer: “Ei, quantos anos você tem? Que ano você nasceu?”
E eu fiquei, tipo, o quê? Tá falando sério?
Quando eu tinha 11 anos, eu jogava pela base do Lièrse, e um dos pais do outro time literalmente tentou me impedir de entrar no gramado. Ele disse: “Quantos anos tem essa criança? Onde está o documento dela? Da onde ela veio?”
Eu pensei: “Da onde eu vim? O quê? Eu nasci na Antuérpia. Eu vim da Bélgica”.
Meu pai não estava lá porque ele não tinha carro para me levar aos jogos for a de casa. Eu estava completamente sozinho e precisava me impor. Eu fui pegar meu documento, na minha mala, e mostrei para todos os pais, e eles o passaram de mão em mão, inspecionando, e eu lembro do sangue me subindo à cabeça… e pensei: “Oh, eu vou matar o seu filho mais ainda agora. Eu já ia matá-lo, mas, agora, eu vou destruí-lo. Você vai levar seu filho para casa chorando agora”.
Eu queria ser o melhor jogador de futebol da história da Bélgica. Era esse meu objetivo. Não apenas bom. Não apenas ótimo. O melhor. Eu jogava com muita raiva por causa de muitas coisas… por causa dos ratos que viviam no nosso apartamento…. porque eu não podia assistir à Champions League… pela maneira como os outros pais olhavam para mim.
Eu estava em uma missão.
Quando eu tinha 12 anos, eu marquei 76 gols em 34 partidas.
Eu marquei todos eles usando as chuteiras do meu pai. Quando nossos pés ficaram do mesmo tamanho, nós as compartilhávamos.
Um dia, eu liguei para o meu avô – o pai da minha mãe. Ele era uma das pessoas mais importantes da minha vida. Ele era minha conexão com a República Democrática do Congo, da onde minha mãe e meu pai vieram. Então, eu estava no telefone com ele um dia, e eu disse: “Estou indo bem. Eu fiz 76 gols e ganhamos a liga. Os grandes times estão começando a me notar”.
E geralmente ele queria ouvir sobre os meus jogos. Mas, naquela vez, estava estranho. Ele disse: “Yeah, Rom, yeah, isso é ótimo. Mas você pode me fazer um favor?”
Eu disse: “Sim, qual?”
Ele disse: “Você pode cuidar da minha filha, por favor?”
Eu me lembro de ter ficado confuso. Sobre o que o vovô estava falando?
Eu disse: “A mamãe? Sim, estamos bem. Estamos ok”.
Ele disse: “Não. Você tem que me prometer. Você pode me prometer? Cuide da minha filha. Apenas cuide dela para mim. Ok?”
Eu disse: “Sim, vovô. Entendi. Eu prometo”.
Cinco dias depois, ele morreu. E, então, eu entendi o que ele queria dizer.
Eu fico muito triste pensando nisso porque eu gostaria que ele tivesse ficado vivo mais quatro anos para me ver jogar pelo Anderlecht. Para ver que eu cumpri minha promessa, sabe? Para ver que tudo ficaria bem.
Eu disse para minha mãe que eu conseguiria chegar lá quando tivesse 16 anos.
Eu errei por 11 dias.
24 de maio de 2009.
A final do playoff. Anderlecht versus Standard Liège.
Aquele foi o dia mais doido da minha vida. Mas precisamos retroceder um pouco. Porque no começo da temporada, eu mal estava jogando pelo sub-19 do Anderlecht. O treinador me colocou na reserva. E eu pensava: “Como vou conseguir um contrato profissional no meu 16º aniversário se ainda estou no banco pelo sub-19?”.
Então, fiz uma aposta com o treinador.
Eu disse para ele: “Eu garanto algo a você. Se você me colocar para jogar, eu vou fazer 25 gols até dezembro”.
Ele riu. Ele literalmente riu da minha cara.
Eu disse: “Vamos fazer uma aposta”.
Ele disse: “Ok, mas se você não fizer 25 gols até dezembro, você vai para o banco de reservas”.
Eu disse: “Certo, mas, se eu vencer, você vai limpar todas as minivans que levam os jogadores para casa depois do treino”.
Ele disse: “Ok, fechado”.
Eu disse: “E mais uma coisa. Você tem que fazer panqueca para nós todos os dias”.
Ele disse: “Ok, certo”.
Foi a aposta mais estúpida que o homem já fez.
Eu tinha 25 gols em novembro. Estávamos comendo panqueca antes do Natal, bro.
Que sirva de lição. Você não mexe com um garoto que está com fome.
Eu assinei contrato professional com o Anderlecht no meu aniversário, 13 de maio. Fui direto comprar o novo Fifa e um pacote de TV a cabo. Já era o fim da temporada, então estava em casa relaxando. Mas a liga belga estava doida naquele ano, porque Anderlecht e Standard Liège terminaram empatados em pontos. Então, haveria um playoff de duas partidas para decidir o título.
Durante o jogo de ida, eu estava em casa assistindo à TV como um torcedor.
Então, no dia anterior ao jogo de volta, eu recebi uma ligação do técnico dos reservas.
“Alô?”
“Alô, Rom. O que você está fazendo?”
“Saindo para jogar bola no parque”.
“Não, não, não, não, não. Faça suas malas. Agora mesmo”.
“Por quê? O que eu fiz?”
“Não, não, não. Você precisa sair para o estádio agora. O time principal pediu por você”.
“Yo….o quê? Eu?!”
“Sim. Você. Venha. Agora”.
Eu literalmente corri para o quarto do meu pai. “YO! Levanta, porra. Precisamos correr, cara!”.
“Huh? O quê? Pra onde?”
“ANDERLECHT, CARA”.
Eu nunca vou esquecer. Eu cheguei ao estádio e praticamente corri para o vestiário. O roupeiro disse: “Ok, garoto, que número você quer?”.
E eu disse: “Me dá a 10”.
Hahahahahaha sei lá, eu era muito jovem para ter medo, acho.
E ele: “Jogadores da base usam números acima do 30”.
Eu disse: “Ok, bem, três mais seis é igual a nove, e esse é um número legal, então me dá a 36”.
Naquela noite, no hotel, os jogadores adultos me fizeram cantar uma música para eles no jantar. Eu nem me lembro qual escolhi. Minha cabeça estava girando.
Na manhã seguinte, meu amigo literalmente bateu na porta da minha casa para ver se eu queria jogar futebol e minha mãe disse: “Ele saiu para jogar”.
Meu amigo: “Jogar onde?”
Ela disse: “Na final”.
Saímos do ônibus no estádio, e cada jogador estava usando um terno legal. Menos eu. Eu saí do ônibus usando um terrível agasalho e todas as câmeras de TV estavam na minha cara. A caminhada para o vestiário foi de talvez 300 metros. Talvez uma caminhada de três minutos. Assim que coloquei meu pé no vestiário, meu telefone começou a explodir. Todo mundo havia me visto na televisão. Eu recebi 25 mensagens em três minutos. Meus amigos estavam ficando loucos.
“Bro?! Por que você está no jogo?!”
“Rom, o que está acontecendo? POR QUE VOCÊ ESTÁ NA TV?”
A única pessoa que respondi foi meu melhor amigo. Eu disse: “Brother, eu não sei se vou jogar. Eu não sei o que está acontecendo. Mas continua vendo TV”.
Aos 18 minutos do segundo tempo, o treinador me colocou em campo.
Eu corri no gramado pelo Anderlecht aos 16 anos e 11 dias.
Perdemos a final naquele dia, mas eu já estava no céu. Eu cumpri a promessa para a minha mãe e para meu avô. Aquele foi o momento em que eu soube que ficaríamos bem.
Na temporada seguinte, eu ainda terminava o meu último ano do colégio e jogava na Liga Europa ao mesmo tempo. Eu precisava levar uma grande mochila para o colégio para poder pegar um voo no fim da tarde. Vencemos a liga com folga. Foi…uma loucura!
Eu realmente esperava que tudo isso acontecesse, mas talvez não tão rápido. De repente, a imprensa estava crescendo em torno de mim, e colocando todas essas expectativas nas minhas costas. Especialmente com a seleção nacional. Por algum motivo, eu não estava jogando bem pela Bélgica. Não estava funcionando.
Mas, yo – pera lá. Eu tinha 17 anos! 18! 19!
Quando as coisas corriam bem, eu lia os artigos de jornal e eles me chamavam de Romelu Lukaku, o atacante belga.
Quando as coisas não corriam bem, eles me chamavam de Romelu Lukaku, o atacante belga descendente de congoleses.
Se você não gosta do jeito como jogo, tudo bem. Mas eu nasci aqui. Eu cresci na Antuérpia, em Liège e em Bruxelas. Eu sonhava em jogar pelo Anderlecht. Eu sonhava em ser Vincent Kompany. Eu começava uma frase em francês e terminava em holandês, e colocava um pouco de espanhol e português ou lingala, dependendo do bairro em que eu estivesse.
Eu sou belga.
Somos todos belgas. É isso que faz este país legal, certo?
Eu não sei por que algumas pessoas do meu próprio país querem que eu fracasse. Eu realmente não entendo. Quando fui para o Chelsea e não estava jogando, eu os ouvi dando risada de mim. Quando fui emprestado para o West Brom, eu os ouvi dando risada de mim.
Mas tudo bem. Essas pessoas não estavam comigo quando colocávamos água no nosso cereal. Se vocês não estavam comigo quando eu não tinha nada, vocês realmente não podem me entender.
Sabe o que é engraçado? Eu perdi dez anos de Champions League quando era criança. A gente não podia pagar. Eu chegava à escola e todas as crianças estavam falando sobre a final e eu não sabia o que havia acontecido. Eu me lembro de 2002, quando o Real Madrid jogou contra o Bayer Leverkusen, e todo mundo falava “aquele voleio! Meu Deus, aquele voleio!”.
E eu tinha que fingir que sabia do que estavam falando.
Duas semanas depois, estávamos sentados na aula de computação, e um dos meus amigos baixou o vídeo da internet, e eu finalmente vi Zidane mandar aquela bola no ângulo com a perna esquerda.
Naquele verão, eu fui para minha casa para assistir ao Ronaldo Fenômeno na final da Copa do Mundo. A história de todo o resto daquele torneio eu ouvi das crianças da escola.
Eu lembro que eu tinha buracos nos meus sapatos em 2002. Grandes buracos.
Doze anos depois, eu estava jogando a Copa do Mundo.
Agora, estou prestes a jogar outra Copa do Mundo e meu irmão está comigo desta vez (o texto foi provavelmente escrito antes da convocação final porque Jordan Lukaku, irmão de Romelu, estava na pré-convocação, mas não chegou à lista final). Duas crianças da mesma casa, da mesma situação, que deram certo. Sabe de uma coisa? Eu vou me lembrar de me divertir dessa vez. A vida é curta demais para estresse e drama. As pessoas podem dizer o que quiserem sobre nosso time, sobre mim.
Cara, escuta – quando éramos crianças, não podíamos pagar para ver Thierry Henry no Match of the Day! Agora, estamos aprendendo com ele todos os dias no time nacional (Henry é auxiliar de Roberto Martínez, técnico da Bélgica). Estou junto com a lenda, em carne e osso, e ele está me dizendo tudo sobre como atacar os espaços como ele costumava fazer. Thierry deve ser o único cara no mundo que vê mais jogos do que eu. Nós debatemos tudo. Estamos sentados e tendo debates sobre a segunda divisão da Alemanha.
“Thierry, você viu o esquema do Fortuna Düsseldorf?”
Ele: “Não seja tonto. Claro que vi”.
Isso é a coisa mais legal do mundo para mim.
Eu apenas realmente, realmente gostaria que meu avô estivesse vivo para ver isso.
Não estou falando da Premier League.
Nem do Manchester United.
Nem da Champions League.
Nem da Copa do Mundo.
Não é disso que estou falando. Eu apenas queria que ele estivesse vivo para ver a vida que temos agora. Eu gostaria de ter mais uma conversa com ele por telefone, para poder dizer para ele…
“Viu? Eu disse para você. Sua filha está bem. Não há mais ratos no nosso apartamento. Ninguém mais dorme no chão. Não há mais estresse. Estamos bem agora. Estamos bem…
…Eles não precisam mais checar nossos documentos. Eles conhecem nosso nome”.
O Bola em Transe #45 já está no ar. No podcast dessa semana debatemos a primeira rodada da Copa do Mundo da Rússia. Confere aí! Com Débora Nunes, Francisco Éboli, Moysés Pinto Neto e Milton Ribeiro.
Numa noite fria, sob o olhar de 22,5 mil torcedores, o Inter realizou uma bela exibição antes da parada da Copa do Mundo. Venceu o Vasco por 3 x 1. Odair surpreendeu ao escalar Nico López no lugar do suspenso Edenílson. E Nico fez o que sabe: abriu o marcador logo de cara, acertando um violento chute cruzado de dentro da área.
Enfim, iniciamos uma partida com Nico López. Deu no que deu | Foto: Ricardo Duarte
Mas o que importa é que, apoiado em boa solidez defensiva e com atuação fundamental de Dourado, o Inter está crescendo, mesmo sem os bons Zeca e Dale.
Claro que o Vasco não é nenhuma Brastemp, mas quando se está mal até peido descadeira.
Com a entrada de Nico no time ontem, abrem-se novas possibilidades para ti, Odair. Edenílson pode entrar na lateral direita quando Zeca não jogar, com Nico Lopes no enganche. Com todos os titulares, querendo um futebol ofensivo, pode-se jogar com Zeca de lateral, com Nico como jogou hoje e com D’Alessandro no lugar do Pottker. Ah, e teremos Rithely. Interessante, né?
Pottker voltou a jogar coisa nenhuma. Mas coisa nenhuma mesmo!
Achei ridículo o cartão amarelo recebido por Patrick. O futebol tem que ter humor e símbolos. Além disso, todo mundo sabe que o Pantera Negra tem a ver com o orgulho negro. Não é mera frescura nem coisa de guri.
Agora temos 22 pontos em 36 disputados (12 jogos). São 61% de aproveitamento. É bom notar que quase 1/3 do Brasileirão já passou. Destes 12 jogos disputados, já jogamos contra 7 do G-10, faltando apenas Atlético-MG e Botafogo (o décimo do G-10 somos nós). Faltam 23 pontos para ficarmos livres da Serie B e uns 37 para estarmos no grupo que vai para a Libertadores 2019.
Ou seja, a situação é boa por todas as perspectivas que possamos analisar. Ainda há o fato de muita gente boa, estar envolvida com Copa do Brasil e Libertadores. Bem, vamos ver a Copa e treinar em Atibaia para os outros 2/3 do Brasileiro.
Destes, apenas Claudiomiro, Valdomiro, Jair, Alfeu e Damião estão vivos. O último que entrou na lista? Faz mais de 40 anos.
De pênalti, Damião marca seu 100º gol jogando pelo Inter | Foto: Ricardo Duarte
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O fato acima é uma coisa… Muito outra é que Damião vem jogando mal, tendo feito apenas dois gols neste Brasileirão. Alcançou a marca por seu passado, não por seu complicado presente.
Atualmente, o Santos é muito fraco. Controlamos a partida e poderíamos ter uma vitória mais simples, não fossem os inúmeros contra-ataques desperdiçados por erros de passes, lentidão e pela ruindade de Pottker e Damião.
No primeiro tempo, por exemplo, perdemos gols feitos por Damião, Patrick e novamente Damião.
Pottker voltou a ser o pior em campo. Está assim a 13 jogos — nenhum gol, nenhuma assistência para gol –, mas parece ser intocável. Tu retiraste Damião e Lucca, mas mantiveste o 99. Acho que ele tem um grande empresário, mas gostaria de crer que Pottker só fique em campo em função da sua capacidade física. Tem sido só isso.
O que foi aquele gol que ele perdeu no final da partida, o gol que nos tiraria do sufoco?
O excelente Cuesta desempatou a partida a nosso favor | Foto: Ricardo Duarte
Do lado positivo, temos nossa zaga — novamente muito firme — que mandou nas duas áreas. O gol de Cuesta, logo após o empate do Santos, foi fundamental, ainda mais se pensarmos na baixa efetividade de nosso ataque. Notem que o pênalti que originou nosso primeiro gol foi sofrido por Iago, outro jogador de defesa. Ou seja, nosso ataque pouco fez, nossa defesa resolveu a partida.
Rodrigo Dourado também voltou a jogar muito. Tem feito excelentes atuações.
Iago também está subindo de produção. Deu um cruzamento para o Damião abrir o placar, só que…
O curioso é que estamos a 7 jogos sem perder e… Sempre sem D`Alessandro. É claro que o gringo dá uma qualidade superior ao time, mas é algo para refletir melhor. Será que é mais vantagem ter mais marcadores na frente?
Zeca fez muita falta na lateral direita. Fabiano, apesar de ter melhorado no segundo tempo, é um horror. Mas o ex-santista só retorna depois da Copa. Uma pena.
Quinto colocado — com 19 pontos em 11 jogos, 57,6% de aproveitamento, a um de distância do vice-líder –, o Inter recebe o Vasco da Gama na quarta-feira (13/6), às 21h45, na última partida antes do recesso do campeonato por 30 dias por conta da disputa da Copa do Mundo da Rússia.
Faltam 26 pontos para ficarmos livres da Serie B e uns 40 para estarmos no grupo que vai para a Libertadores 2019.
Pottker saiu jogando nos 11 últimos jogos. Não fez nenhum gol e nem deu passe para algum companheiro marcar. É titular absoluto.
Não permita que teu amor te olhe com a cara com que Pottker olha para a bola | Foto: Ricardo Duarte
Damião marcou 2 gols em 2018. É titular absoluto.
Nico López, o goleador de 2017 e 2018, é reserva. Mas não apenas é reserva como está depois de Pottker, Damião, Lucca, Rossi, talvez até de Camilo. Sempre joga uns minutinhos na tentativa de salvar o time. É compreensível que sempre entre, já a situação geral é incompreensível.
A defesa funciona bem, a armação e o ataque não.
Acho que tu, Odair, não deve ser tão burro, deve estar obedecendo ordens superiores. Algum dirigente-empresário quer aquecer Pottker e Damião. Digo que estão sendo congelados.
E sugiro dar uma olhada no ótimo Richard, que faz tabelinha com Nico no banco.
Nem vou comentar muito o jogo de ontem porque os comentários de hoje seriam muito semelhantes aos de ontem e anteontem. Entramos com medo do SP e fomos dominados no primeiro tempo. No segundo, vimos que o bicho não era tão feio assim e até fizemos uma pressão pela vitória. Mas, com nossas armação e ataque, é complicado vencer.
Até temos um bom time, só que não utilizamos nosso potencial.
Edenílson tem contribuído pouco. Charles substituiu bem ao suspenso Dourado.
Pelo lado positivo, não perdemos há seis jogos e devemos acabar esta 10ª rodada lá pelo 8º lugar. Temos 16 pontos em 10 jogos, o que dá 53,3% de aproveitamento. É médio. Temos grupo para mais, mas tu e a diretoria querem ficar por aí mesmo.
No domingo (10/6), às 19h, jogamos outra fora de casa, desta vez contra o Santos, na Vila Belmiro.
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Meu amigo Julio Linden fez uma PREVISÃO CORRETÍSSIMA de como será Santos x Inter:
1 – Pottker sai jogando. 2 – Por volta de 25 minutos do segundo tempo entra o Rossi no lugar do Lucca. 3 – Por volta de 35 minutos do 2º tempo entra o Nico no lugar do Pottker. 4 – Se o Juan Alano estiver no banco, Odair dará mais uma oportunidade para o guri o colocando em campo aos 42 do segundo tempo. Como o jogo terá 4 minutos de acréscimo, o rapaz terá intermináveis 7 minutos para provar que poderá ser um bom jogador quando ficar MADURO.
Odair, nada tenho contra o cidadão William Pottker. Também nada tenho contra o jogador William Pottker, que às vezes é muito bom, apesar daquela bunda de marido. Só que ele passa por péssima fase e foi o responsável pelo mau empate de ontem. Os três gols que recebeu de presente e se ATRAPALHOU foram patéticos. No primeiro, ele chutou contra o corpo do goleiro sem tentar esquivar-se. Pô, o cara estava a dois metros e seria simples dar um toque e depois chutar. O segundo foi mais vergonhoso. Estava quase na pequena área e tentou colocar no ângulo. Errou POR 5 METROS. Mas o pior foi o terceiro: ele não conseguiu matar uma bola que recebeu novamente cara a cara com o goleiro. Tem que se recuperar fora do time, ninguém se recupera passando vergonha em campo, Odair. O Valdomiro foi um caso único.
Victor Cuesta corre sonhando com um armador decente para o Inter | Foto: Ricardo Duarte
Antes do início da partida, todos os colorados que têm alguma consciência do time já sabiam: teríamos 60 minutos de sofrimento com WP e uns 30 para que Nico ou Rossi tentassem corrigir as cagadas do primeiro. Mas tu insistes com Pottker.
Sim, sei que Nico e Rossi são meio loucos, mas e daí? Nico quase marcou ontem quando entrou. Foi dele aquela bola no poste, no único ataque decente que tivemos no segundo tempo.
No mais, vimos nosso conhecido time fraco, quase sem ataque e com armação deficiente. A defesa nos salva. Um time de pouca dinâmica de jogo e que tem pouca possibilidade de beliscar uma boa colocação e que por isso não pode ser mal escalado por ti, Odair.
O resultado de 0 x 0 contra o Sport deve deixar o Inter lá entre o quinto e o sétimo lugar com 15 pontos. Na terça-feira (5/6), às 21h30, enfrentamos o São Paulo, no Morumbi, sem Rodrigo Dourado, suspenso pelo terceiro amarelo. Espero que jogue Charles. Nada de Gabriel Dias, Dadá. Depois, no dia 19, vamos à Vila Belmiro encarar o Santos. O próximo jogo em casa é diante do Vasco da Gama, no dia 13, antes da parada para a Copa do Mundo.
O Inter desejava fazer mais uma entrega à domicílio, mas Nico López e Cuesta impediram um empate bobo fora de casa. A propósito, Diogo Oishi, um dos moderadores da @ComuDoInter no Facebook fez um levantamento demonstrando que Nico López faz gols entrando tanto no início do jogo como em meio à partida, tanto faz. Copiei o texto dele aqui neste post, basta procurar o irmão gêmeo deste asterisco, lá antes do compacto do jogo (*).
O jogo com o Vitória foi assim:
Foi um sofrimento incrível. O primeiro tempo estava terminando com 0 x 2 e o Inter tinha um pênalti ao seu favor. Era a hora de terminar com o jogo. O Vitória é fraquíssimo, como sabemos. Só que… Rossi pediu para bater. Era a hora do treinador ou o capitão entrarem em ação e mandarem bater quem tivesse treinado para isso, ou seja, Lucca. Mas os comandantes ficaram olhando Rossi chutar a bola em direção à lua. Na sequência, o Vitória descontou e, na volta do segundo tempo, só os baianos jogaram, chegando logo ao empate. Nos descontos, graças a uma grande jogada de Cuesta, o melhor do Inter, Nico López desempatou.
Abaixo, a jogada de Cuesta e gol de Nico:
Que Jogadaça do Cuesta, que homem meu Deus! Que arrancada do Nico! Vencemos!!! pic.twitter.com/baaxdIkMun
A gente não precisava ter sofrido tanto. Nosso time se apavorou, perdeu inteiramente a compostura após o 1 x 2, deixou o Vitória empatar em nova falha de Danilo Fernandes e poderia ter levado a virada. Seria até natural. Parecia o filme 2016, o Mais Indesejável dos Retornos. Mas vencemos pela iniciativa dos platinos e, como diria Shakespeare, All’s well that ends well (Bem está o que bem acaba ou Tudo está bem quando termina bem). Que sufoco desgraçado!
Espero, Odair, que tenhas aprendido mais estas lições: (1) Nico pode ser titular, (2) Pottker e Damião estão mal, muito mal e (3) quem bate pênalti é quem treina para batê-los.
Estamos em 5º lugar com 14 pontos em 8 jogos. Vamos bem — com 58,3% de aproveitamento –, mas há que ter cuidado, a tabela está muito achatada. Antes da Copa, temos ainda 4 compromissos:
Sport (c)
São Paulo (f)
Santos (f)
Vasco (c)
O ideal quase impossível seria se fechássemos a 12ª rodada com 24 pontos (66%), mas será complicado, pois acho que vamos perder para o São Paulo no Morumbi.
Nico López preparando o chute decisivo | Foto: Ricardo Duarte
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“Ain, porque Nico López só rende quando vem da reserva” Será mesmo?
Gols de Nico López enquanto titular:
– (2) Bahia (Inter 2 x 0 Bahia) // 2018 PS: Considerei como titular pois ele entrou aos 11 do 1º tempo, ou seja, jogou boa parte do jogo. – (1) Grêmio (Inter 2 x 0 Grêmio) // 2018 – (1) Novo Hamburgo (Inter 3 x 0 Novo Hamburgo) // 2018 – (2) Guarani (Inter 2 x 0 Guarani) // 2017 – (1) Ceará (Inter 2 x 0 Ceará) // 2017 – (1) América-MG (Inter 1 x 1 América-MG) // 2017 PS: Considerei como titular pois ele entrou aos 8 do 1º tempo – (1) Juventude (Inter 1 x 1 Juvntude) // 2017 – (1) Palmeiras (Inter 2 x 1 Palmeiras) // 2017 – (2) Londrina (Inter 3 x 0 londrina) // 2017 – (1) Novo Hamburgo (Inter 2 x 2 Novo Hamburgo) // 2017 – (1) Cruzeiro-RS (Inter 2 x 0 Cruzeiro-RS) // 2017 – (1) Cruzeiro-RS (Inter 1 x 2 Cruzeiro-RS) // 2017 – (1) São Paulo-RS (Inter 1 x 0 São Paulo-RS) // 2017 – (1) Sampaio Corrêa (Inter 4 x 1 Sampaio Corrêa) // 2017 – (1) Novo Hamburgo (Inter 1 x 2 Novo Hamburgo) // 2017 – (1) Brasil de Pelotas (Inter 2 x 1 Brasil de Pelotas) // 2017 – (1) Fortaleza (Inter 3 x 0 Fortaleza) // 2016 Total: 20 Gols
Gols de Nico Lopez enquanto reserva: – (1) Vitória (Inter 3 x 2 Vitória) // 2018 – (1) Juventude (Inter 3 x 1 Juventude) // 2018 – (1) América-MG (Inter 2 x 1 América-MG) // 2017 – (1) Figueirense (Inter 3 x 0 Figueirense) // 2017 Total: 4 gols
— Nico López fez seu primeiro gol, saindo da reserva, apenas em 16/09/2017. Mais de um ano depois da sua contratação
Nico López goza desse suposto prestígio de ser um bom reserva porque entre a 19ª rodada e a 26ª rodada da série B, quando virou reserva de Eduardo Sasha, fez nada mais nada menos do que: 1 Assistência, 1 chute na trave e 2 gols (em coisa de 7 rodadas. Ou seja: Em pelo menos 4 ele entrou durante o jogo e fez algo de produtivo).
Apenas como parâmetro: Nico López entrou por 15 vezes como titular e 17 vezes como reserva na série B em 2017 (16×16 considerando o jogo do américa-mg como titular)
Não, gente, Nico Lopez NÃO É melhor vindo da reserva. Por uma condição óbvia: Nico Lopez tem um índice de efetividade baixo (ele não é um matador), mas tem um índice de produção alto (ele é um criador de oportunidades). Ou seja: Ele não é o cara que entrará no jogo, incendiará e precisará de uma bola para matar. Ele será o cara que talvez até incendeie, mas precisará de vários chutes até acertar. E, tendo 15 minutos, pode ser que ele não tenha chutes o suficiente.
Então assim: Se você realmente acreditava que “Nico jogava melhor/nico produzia mais” quando saia da reserva. Pare de acreditar, você está simplesmente errado. Os números mostram isso.
Então, eis que tivemos mais um capítulo desse recente drama que o Grêmio vive: a inglória missão de furar retrancas. Ontem à noite, lá na Arena, o Fluminense entrou em campo de forma semelhante aos times que enfrentamos nas últimas rodadas do Brasileirão – e ao Defensor, que também chegou todo fechado lá atrás, para nos encarar na Libertadores.
Éverton contra as retrancas | gremio.net
Muito provavelmente, Renato, tudo isso seja reflexo lá do início deste mês que hoje se encerra. Após uma sequência de grandes goleadas nossas, todos os times que nos encararam, principalmente aqui em casa, estabeleceram um padrão tático que faria inveja a Karl Rappan, o técnico inventor do “Ferrolho Suíço”.
Chegando no estádio com dois amigos que foram assistir à partida comigo, comentei com eles: “O jogo de hoje vai ser um saco! Tenham certeza que o Fluminense vai entrar numa formação defensiva com uma linha de 5 atrás e uma linha de 4 logo à frente, no meio, com um jogador do setor se deslocando para pressionar a bola e o resto fechando”. Dito e feito!
Ao longo dos 90 minutos de partida, nós tivemos 70% de posse de bola, 20 finalizações e oito escanteios (contra nenhum do Fluminense). Apesar do grande número de chutes, foram apenas seis a gol, sendo poucas chances claras para marcar. Novamente, Renato, tivemos o predomínio absoluto do jogo, mas não conseguimos transformar isso em vitória.
Num primeiro tempo em que praticamente apenas nós jogamos, nossa melhor oportunidade veio num cabeceio do Kannemann, que passou rente ao travessão, por cima do gol. André teria feito um dos grandes golaços de sua carreira, se não estivesse ligeiramente impedido antes de matar no peito e mandar uma bicicleta para as redes da meta do time carioca.
O segundo tempo mudou um pouco de figura. Se o adversário não tem um grande elenco, tem pelo menos um técnico que sabe “tirar leite de pedra”. Diferentemente dos confrontos contra Atlético-PR, Inter e Paraná, em que ficamos no 0 a 0, mas não corremos risco nenhum, os cariocas souberam propiciar alguns bons contra-ataques, que levaram perigo à nossa meta. Agradecemos mais uma vez ao Grohe, por sinal.
O meio campo com Maicon e Cícero na volância certamente ganha qualidade na armação, Renato, mas perde um pouco em marcação – e dali e do mau posicionamento do Madson é que nasceram as jogadas de perigo do adversário. Sinto que o Arthur faz falta não somente pela sua importância na equipe, mas porque o próprio futebol do nosso capitão não tem a mesma desenvoltura sem ele – ontem o Maicon cometeu alguns erros de passe e demarcação que não costuma cometer, mas foi bem mesmo assim.
Luan, apesar de criticado pelos analistas dos botecos dos arredores da Arena, é sempre uma peça fundamental no time. Mesmo não produzindo tudo que pode, as jogadas das melhores chances sempre passaram por seus pés, terminando em passes precisos que carregavam o time para o ataque com mais qualidade. Mas, como ele mesmo sabe, pode fazer mais, apesar da ferrenha marcação que sofre.
E as nossas melhores chances de vencer o Fluminense vieram na metade da segunda etapa, pelos pés do Everton. Contudo, ontem ele não conseguiu ser decisivo, como tem sido neste 2018. O destaque vai para dois lances: o primeiro no contra-ataque fulminante, em que deixou o marcador na saudade e encobriu o goleiro, que conseguiu dar um leve desvio na bola, fazendo-a sair caprichosamente, na rede pelo lado de fora; a segunda foi a grande chance do jogo, em que ele perdeu um gol que não é do seu feitio, com a bola sobrando dentro da área e o goleiro já vendido no lance (bateu novamente na lateral de fora da rede).
Eu entendi a tua opção por Lima no lugar do Ramiro, Renato, procurando dar mais ofensividade ao Grêmio, que sabia que enfrentaria um ferrolho. Mas não funcionou muito bem, porque o garoto teve boa movimentação, até desenvolveu bem algumas jogadas, mas nenhuma produção efetiva. Pepê entrou bem em seu lugar, mas também não fez muito. O destaque negativo da partida vai para Madson, que APANHOU da bola, e para os escanteios mal batidos pela equipe – hora de voltar aos treinamentos!
Enfim, mais um 0 a 0. Contudo, apesar de também estar insatisfeito com o resultado, gostaria de dizer que não faz o menor sentido esse clima de “queda” que alguns estão tentando criar. Se o Grêmio não reproduziu seu melhor futebol nas últimas rodadas, também não se pode dizer que não manteve uma vitoriosa sequência, atrapalhada por empates com times que entraram com o único objetivo de não perder o jogo para nós.
Neste mês de maio, o Grêmio fez nada menos do que nove partidas, tendo seis vitórias e três empates – sabendo que poderíamos ter saído vitoriosos de todos estes. Fez 17 gols e sofreu apenas três (um no time reserva, um contra e aquele azarado na goleada contra o Santos, em que a bola desviou no Kannemann e interrompeu o recorde de invencibilidade do Grohe). E isso tudo lembrando que não conseguimos colocar os 11 titulares em campo há dois meses.
Temos que ter em mente, Renato, que nossa missão até a parada da Copa do Mundo vai ser enfrentar, em meio a todo esse desgaste, times que entrarão em campo contra o Grêmio para fazer um ponto (talvez o Palmeiras fuja dessa lógica). Até que as outras equipes comecem a precisar construir o resultado, buscar a vitória, a nossa realidade será continuar encarando adversários que se contentam em empatar conosco no Brasileirão.
Quero dizer, com isso tudo, que obviamente gostaria de estar na liderança, agora um pouco distante por conta desses pontos perdidos. Mas que não há qualquer motivo para desesperança, visto o alto padrão de jogo que o time tem mantido e as circunstâncias atuais. Mudanças pontuais e alguns reforços no elenco podem muito bem nos colocar na ponta da tabela, visto que não há nenhuma equipe disparando neste início de campeonato. Que venham os próximos jogos! Até domingo e boa viagem a Salvador, Renato!
O primeiro clube não sul-americano a aparecer é o Barcelona, com 120 jogos a menos que o Inter. É que a CBF precisa agradar as federações regionais para ganhar votos e seguir com a catrefa de sempre…
Aquele gol do Rossi aos 92 minutos… Foi tão Champions League, né, Odair?
A comemoração do gol decisivo de Rossi | Foto: Ricardo Duarte
E foram 30 mil pessoas ao Beira-Rio durante a crise dos transportes! Nossa torcida é maravilhosa, mas o time tem que trazê-la para o seu lado. Jogando bola.
Pois bem, iniciamos o jogo pressionando o Corinthians até Klaus e Danilo Fernandes fazerem uma lambança antológica. Um esperou pelo outro, ninguém foi na bola, Mateus Vital foi: 0 x 1. O maior culpado foi o zagueiro, que surpreendeu o estádio inteiro ao se omitir.
Jogamos bem mais do que o Coringão. Nosso principal problema foi a péssima atuação de Pottker. Com Damião isolado, o Inter tinha dificuldades para atacar. Lucca era o melhor da frente, mas estava sozinho. O que está acontecendo com Pottker? O moço dá boas entrevistas e não parece burro. Mas quando entra em campo, tenta arrancadas individuais que não dão certo. Nem olha para os companheiros de time. Tornou-se totalmente improdutivo.
Nosso meio de campo permanecia sem armação. A coisa só avançava pelas laterais. Não temos um meio produtivo. Com todo mundo pelos lados, há um Saara entre Dourado e Damião. Não melhoramos muito neste quesito no segundo tempo, mas pressionamos bastante.
O segundo tempo trouxe o Corinthians ainda mais recuado e o Inter com absoluta segurança defensiva. Mas sem força no ataque. O gol saiu quando tu tiraste Iago para colocar Nico López. O time melhorou muito. Com companhia Damião começou jogar. Num lance muito bem realizado, Lucca cruzou e Damião marcou. Então os ingressos de Rossi e Juan fizeram aumentar a pressão sobre os paulistas. Passamos a criar e perder gols. Um foi justamente anulado.
O gol que nos deu a vitória nasceu de um constrangedor erro defensivo do lateral Mantuan. Mas demonstrou que Rossi é um cara ligado, prontinho para deixar Pottker na reserva.
Meu amigo Julio Linden faz uma observação importante: o perfil de jogadores como Moledo, Zeca, Lucca e Rossi tem feito uma diferença brutal em relação aos grupos de jogadores de anos anteriores. Eles não são acomodados e resignados com derrotas.
Odair, teu trabalho começa a aparecer, mas há que afastar esses medalhões e ter uma conversinha ao pé do ouvido do lateral esquerdo Iago. Zeca parece que vai resolver o problema do outro lado. Participou maravilhosamente nos momentos de pressão sobre o Corinthians.
O resultado deixa o Inter na oitava posição do Brasileirão, com 11 pontos em 7 jogos. Faltam 34 para nos livrarmos da Segundona… Na quarta-feira (30/5), o Inter vai a Salvador enfrentar o Vitória pela oitava rodada. No Beira-Rio, volta a atuar no dia 2 de junho contra o Sport.
Renato, tu sabes que não sou caminhoneiro, mas estive parado semana passada. Todavia, as últimas três partidas do Grêmio merecem um comentário comum: foram três ocasiões em que o Grêmio precisou furar uma retranca. Felizmente, tal quarta passada, na Libertadores, conseguiu ontem, lá em Fortaleza.
Thonny Anderson comemora seu gol ao final da partida em Fortaleza | Foto: gremio.net
É verdade que nossa vitória deste domingo saiu num contra-ataque já nos 15 minutos finais de jogo. Algo que eu tenho até dificuldades de me lembrar quando aconteceu pela última vez. Nosso Tricolor, em seus triunfos recentes, vence se impondo sobre o adversário ou na base do ABAFA.
Agora, Renato, eu me permito ser sincero contigo: o Grêmio dos últimos jogos tem ficado abaixo das exibições que nos fizeram criar tantas expectativas para esta temporada. Apesar de ainda manter o padrão tático e o controle do jogo, o time tem sido mais lento nos ataques e errado mais passes.
Claro, vamos dar um desconto: já faz dois meses que não conseguimos entrar com todos os titulares em campo. A ausência do Arthur é muito sentida no meio campo. Ontem, ao menos tivemos a volta do Everton. E que diferença com ele no ataque!
O Cebolinha foi simplesmente o homem do jogo. Infernizou a defesa adversária do início ao fim, metendo uma bola na trave na primeira oportunidade, com nem três minutos se partida. Ainda sofreu dois pênaltis, sonegados pelo senhor Wagner Reway (esse cidadão não ia tomar uma geladeira mais severa, depois da LAMBANÇA que fez em Vitória e Flamengo, na primeira rodada?).
De qualquer forma, a despeito da péssima arbitragem a que estamos acostumados, merece destaque o gol da partida. Não sei se foi precipitação do Jorginho ao mandar o time do Ceará para cima do Grêmio no fim do jogo, mas o Everton, que nada tem a ver com isso, fez uma jogada espetacular no contra-ataque.
Como um velocista, atravessou mais de meio campo, para servir a bola cabeça de Thonny Anderson, que tinha acabado de entrar (que estrela, hein, Renato?!), para marcar com o gol livre. O meu elogio maior, porém, vai pelo fato de que o defensor do Vozão tentou fazer falta no Everton no meio-campo, no início da jogada, que preferiu a jogada a tentar cavar um cartão. Garantiu nossa vitória assim.
Se o Cebolinha continuar com essa bola toda, vai acabar mais cobiçado do que frentista de posto com gasolina. Merece todo nosso reconhecimento, então. Por outro lado, o destaque negativo vai para André, que sabemos que tem muito mais potencial do que o futebol que tem mostrado. Te liga, guri!
Enfim, apesar de não ter sido uma grande atuação, o 1 a 0 protocolar garantiu os três pontos, que era o mais importante. Graças aos resultados paralelos, acabamos nos mantendo a apenas dois pontos da liderança – que, sabemos, poderia ser nossa. Mas não é hora de ficar chorando sobre leite derramado.
Depois de amanhã, quarta-feira, retornaremos ao gramado da Arena. Enfrentaremos o Fluminense, adversário direto pela ponta da tabela. Renato, sei que o calendário é complicado e que o time vem sofrendo com o desgaste (10 jogos e mais de 30 mil quilômetros a serem percorridos neste mês que antecede a parada da Copa do Mundo).
Renato, com foco total no Brasileirão agora, faremos cinco jogos em duas semanas, três deles em casa. É a oportunidade de buscarmos a liderança do campeonato – ou de ficarmos o mais próximo possível dela, pelo menos. Depois de podermos curtir a Copa do Mundo, torcendo por Geromel e companhia (não sei os outros, mas eu irei), esperamos retornar com o time completo e preparado para um segundo semestre, que, tomara, seja de muitas alegrias também.
Seis jogos, oito pontos. Uma campanha modesta, mas temos que considerar que, destas seis partidas, enfrentamos quatro dos cinco favoritos ao título: Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio. Da lista dos cinco melhores times do país, só não enfrentamos o Corinthians, cuja partida será no próximo domingo. Depois, a tabela fica mais fácil.
Bem, então a tabela faz com que joguemos cinco jogos complicadíssimos nas primeiras sete rodadas. De fáceis, há apenas Bahia e Chapecoense. E vencemos ambos. Não dá para reclamar muito de ti, né, Odair?
Se Renato fosse técnico do Inter (tesconjuro!) ficaria possesso durante o jogo de ontem. Imaginem que a Chape se fechou atrás, com todos os seus jogadores atrás da linha da bola, fazendo uma incrível retranca! Comportou-se como um time de segunda divisão! Não deveria ser permitido fazer isso…
Só que fizemos três gols.
Moledo comemora seu gol. Está jogando muito | Fotos: Ricardo Duarte
Apresentamos as falhas de sempre: com a bola, fomos lentos, tivemos criatividade nenhuma e erramos passes e mais passes fáceis. Também não é crível que entremos em campo com 3 volantes para enfrentar a Chapecoense, um dos favoritos ao rebaixamento. Jogando juntos, Dourado — que fez excelente partida –, Edenílson e Patrick são um exagero apenas justificado quando o adversário é alguém como o… Corinthians, por exemplo.
Quem está mal mesmo são Damião e Pottker. Espero que tais medalhões nao venham a incomodar a ascensão de Lucca e Rossi.
De positivo, alem da boa atuação de Dourado, tivemos os chutes de fora da área de Lucca e a confirmação da segurança de nossa defesa. (Cuesta levou o terceiro cartão e não enfrentará o Corinthians). Zeca também foi bem e deverá crescer. (A troca dele pelo Sasha foi o negócio do ano ou foi a troca de Roger por Lucca?). O passe melhora com ambos, Zeca e Lucca. Outro fato legal foi que, mesmo ganhando, o time continuou em ritmo acelerado e marcando muito.
Goleamos. 3 x 0. Achamos um gol no final do primeiro tempo com Lucca e depois a coisa andou naturalmente. Com isso, pulamos do 17º lugar para o 10º. Se conseguirmos certa regularidade, acabaremos loguinho no meio da primeira página da classificação. Há um perde e ganha muito grande. O próximo adversário é o Corinthians, domingo (27/5), às 16h, no Beira-Rio. Por mim, um empate está bom. Mas uma vitória poderia dar uma nova feição para nosso combalido Inter, Odair.
Olha, Renato, ganhar no sufoco é algo a que não estávamos mais acostumados! Obviamente, ninguém imaginou que o time misto do Grêmio, em meio a uma maratona de jogos e a uma viagem de mais de seis mil quilômetros, repetiria as atuações anteriores.
Foto: gremio.net
O que importa, claro, foi trazer da Venezuela os três pontos, a liderança do grupo e a vaga para a próxima fase da Copa Libertadores. Mas não pensamos que o jogo teria tantas reviravoltas e dificuldades como encontramos ontem em Maturín.
Com quase todo o time reserva do meio para a frente, à exceção de Ramiro, a criação e o volume de jogo naturalmente não se deram com a mesma intensidade da equipe titular. Para piorar um pouco, com nem dez minutos de jogo, Alisson, nosso décimo segundo jogador, sentiu a coxa e teve que ser substituído (esperamos que não seja nada grave).
No primeiro tempo, o Grêmio até criou chances, mas não encontrou o caminho do gol. O Monagas, a despeito de suas fragilidades, esforçou-se bastante, dando-nos dificuldade na articulação. Aliás, Renato, o Thonny Anderson é bom jogador, mas não vem conseguindo exercer a função de Falso 9 em que tu o escalas.
Quando voltamos do intervalo, o jogo seguiu naqueles ares protocolares, apesar de mantermos o total controle da partida. Se antes parecia que o Grêmio, como de costume, viria construir a vitória no cansaço da segunda etapa, ontem chegou a aparentar que um morno 0 a 0 seria o nosso destino.
Foi aí que Ramiro, nosso PEQUENO GIGANTE, apareceu mais uma vez. Não apenas sendo fundamental à equipe, como se mostra cada vez mais, mas desta vez aparecendo para (quase) resolver a partida. Chute cruzado da intermediária, que morreu no canto do goleiro Baroja. Está certo que o arqueiro pulou atrasado, mas mérito de que arrisca.
E assim parecia que o Tricolor já encaminhava mais uma vitória na Copa e que voltaríamos tranquilos com a liderança para casa. Principalmente depois de Grohe fazer uma excelente defesa, na única chance clara dos adversários até aqueles 80 minutos de partida. Mas deixamos de matar o jogo, de aproveitar as chances para ampliar o placar. E, num descuido, demos chance para o azar. Aí o crime (quase) aconteceu.
Não pode aos 47 do segundo tempo, Renato, o ponta venezuelano ficar no mano a mano com o marcador, na entrada da lateral da área. Ramiro poderia ter matado a jogada antes, mas aí precisou ter o cuidado de não cometer pênalti. Isso acabou permitindo o cruzamento na nossa área, e Kannemann, desequilibrado, tentou afastar quase debaixo das traves, mas empurrou para o fundo do gol do Marcelo.
Como o argentino tem muito crédito, isso passa batido. Mas sofríamos o empate que nos custaria muito caro. Com a vitória do Cerro sobre o Defensor, dificilmente teríamos chance de classificar em primeiro do grupo (os paraguaios só precisariam de uma vitória sobre os venezuelanos em casa para se garantir na liderança). Péssimo! Um balde de água fria!
No entanto, Renato, é nessas horas que a gente precisa invocar o espírito aguerrido de que tanto nos orgulhamos. Foi sensacional ver nosso time não se abater e ir para cima já no lance seguinte. Cícero, em mais uma boa atuação no meio campo, dominou na área para marcar após bom cruzamente, quando sofreu cristalina penalidade.
Após certo tumulto, ocorrido enquanto assistíamos no replay a infantilidade do zagueiro venezuelano no lance, Jailson chamou a responsabilidade. Confesso que fiquei surpreso, Renato, mas se tu o deixaste ou mandaste bater, é porque ele vem bem nos treinos, tive certeza. E daí o nosso Will Smith correu para bola e anotou, com muita categoria.
Fim de jogo, Renato, e voltamos ao Brasil com o que precisávamos. Com mais emoção do que o necessário, mas o susto também ensina. Agora é pensar no Brasileirão e no Defensor semana que vem, para garantirmos a vantagem na próxima fase, depois da parada da Copa do Mundo (quando espero também que nossos jogadores já estejam em plenas condições físicas).
Ao final, gostaria de agradecer a ti e a todos jogadores e membros da comissão técnica pela atitude de auxiliar e se solidarizar com o povo venezuelano. A situação no vizinho do Norte, todos sabemos, não está na da fácil.
Faço das tuas palavras as minhas e espero que o mundo olhe para a Venezuela com mais atenção. E torço para que o povo local consiga vencer os governos que os condenam à miséria e à opressão (algo infelizmente nada raro por estas bandas, independentemente de espectro ideológico).
De toda forma, parabéns por serem campeões dentro e fora de campo, Renato!
Renato, estou preocupado com o Grêmio! Mais uma vez perdemos pontos em casa, deixando de vencer um time que se mostrou nitidamente inferior no campo a nós! Hehehe!
Cornetas à parte, eu te confesso que imaginei que o jogo seria como foi: Odair lembraria da célebre frase de José Mourinho e estacionaria o ônibus do Inter na pequena área. Um esquema 8-1-1 de fazer inveja aos saudosos do Ferrolho Suíço e do CATENACCIO.
Foto: gremio.net
De nossa parte, não entramos com o mesmo ímpeto do domingo passado, na goleada contra o Santos. Talvez os que tomaram o avião logo depois do clássico já estivessem um pouco com a cabeça na Venezuela.
O fato, porém, é que sabemos que o Grêmio pode produzir mais do que isso. Mesmo que o adversário entre com o objetivo de não deixar ter jogo, que seja daquelas partidas em que o Marcelo Grohe não faz nada além de ser um espectador privilegiado.
Claro, Renato, tivemos o infortúnio de o André perder um gol relativamente fácil. O time inteiro que falhou na pontaria ontem, na verdade. E teve também, em homenagem à data comemorativa do fim de semana, o senhor Wilton Pereira Sampaio sendo uma mãe para o coirmão, deixando de marcar duas penalidades a nosso favor. Mas poderíamos ter vencido independentemente disso.
No final, também não faltaram os elementos tradicionais do clássico Grenal: bate-boca, reclamação, corneta, confusão. Aliás, muita confusão! O imbecil que atirou um sinalizador em campo, podendo prejudicar o clube, fica como meu destaque negativo.
E houve o estranho “desconforto” do argentino há poucas horas antes da partida – o que eu destaco apenas porque me chamou a atenção, domingo passado, que pareceu que ele fez de tudo para cavar sua expulsão contra o Flamengo. Mas isso não é problema nosso. Só comento porque, mesmo não estando em campo, lá estava ele para tumultuar depois do apito final. Normal.
Enfim, Renato, os resultados paralelos nos mantiveram a apenas dois pontos da liderança. Poderia ser nossa já, não deixo de pensar. Agora, contudo, é voltar novamente a cabeça para a Copa Libertadores, quando entraremos em campo lá em Maturín, Venezuela.
Temos uma maratona de jogos neste mês. Serão oito partidas até a parada da Copa, e as duas da Libertadores não podem ser menosprezadas, apesar da liderança no grupo e da fragilidade do próximo adversário.
Renato, queremos a vantagem de trazer as decisões para a Arena. Assim como tu, queremos levantar de novo a Copa este ano, de preferência em boa casa. Até terça-feira, nossa cabeça é apenas “Rumo ao Tetra!”. E vamos que vamos!
Saudações Tricolores!
E segue o baile…
P.S.: “Deixando a rivalidade de lado, foi muito bonita a merecida homenagem das duas equipes e da torcida a Fábio Koff. Momentos de grandeza da história da Dupla, em respeito a um grande homem.”