Bamboletras recomenda a rua, disfarces e Diderot

Bamboletras recomenda a rua, disfarces e Diderot

A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Novamente, três notáveis livros com pouco a ver entre si. O primeiro é um lançamento, uma estreia de autor gaúcho. O segundo é um clássico esquecido — foi publicado há sete décadas e caiu no limbo. E o terceiro é a revisão da vida de um gênio absoluto.

Uma excelente semana com boas leituras!

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A Vida Disfarçada de Contos, de Sandro Farias (Ed. do autor, 150 páginas, R$ 38,00)

Mosaico é uma arte feita com pequenos pedaços de materiais que são minuciosamente encaixados para formar um todo. Como num mosaico, A Vida Disfarçada de Contos tem oito contos (ou episódios) com ligações entre si e que conduzem o leitor a caminhar sobre a fronteira entre veracidade e fantasia. Paixões mal resolvidas, rodas de samba, apostas feita na mesa do bar, amizades, a magia da cidade grande ou as lendas do Partenon em Porto Alegre — estes são alguns dos elementos que o autor explora. Com prosa coloquial, Farias apresenta histórias que puxam o leitor para dentro do livro, criando um ambiente onde ele, repentinamente, vê-se torcendo por uma aposta, escrevendo cartas de amor ou desejando o improvável.

A Rua, de Ann Petry (Carambaia, 352 páginas, R$ 139,90)

Publicado em 1946, A rua, de Ann Petry (1908-1997), tornou-se rapidamente o primeiro romance de uma autora negra a bater a marca de 1 milhão de exemplares vendidos nos Estados Unidos – e bateu com folga: vendeu 1,5 milhão de cópias. A autora nem sempre foi devidamente lembrada, apesar de ter alcançado um equilíbrio raro: uniu observação social implacável a características do melhor thriller, sendo comparada a clássicos do romance policial como Raymond Chandler e Patricia Highsmith. Mais de sete décadas depois de sua primeira edição no Brasil, o romance de Ann Petry recebeu nova tradução. A maior parte do enredo se desenvolve em uma rua, a 116th Street, que tem papel-chave na vida da protagonista, Lutie Johnson, que tenta sobreviver com um filho de 8 anos no tumultuado bairro nova-iorquino do Harlem. Nas palavras de Tayari Jones, “a 116th Street é a resoluta antagonista e representa a intersecção entre racismo, sexismo, pobreza e fragilidade humana”. 

Diderot e a Arte de Pensar Livremente, de Andrew S. Curran (Todavia, 392 páginas, R$ 84,90)

Denis Diderot foi um dos intelectuais mais vibrantes que existiram. E é cada vez mais nosso contemporâneo. O pensador e escritor francês foi petulante ao desafiar muitas verdades de seu tempo. Nesta biografia, Andrew S. Curran descreve a relação atormentada de Diderot com Jean-Jacques Rousseau, sua curiosa correspondência com Voltaire, seus casos apaixonados e suas posições frequentemente iconoclastas. Este livro revela de maneira brilhante como a turbulência pessoal do escritor foi uma parte essencial de seu gênio e de sua capacidade de ignorar e superar tabus, dogmas e convenções. Numa prosa viva e muito bem embasada em pesquisas, Curran traça o itinerário intelectual de Diderot.