Noite de Edu Lobo

É, tive que fazer um investimento num espetáculo caro. Agora à tarde, saí correndo para o Teatro São Pedro a fim de comprar ingressos. Quase não consegui. Só cadeiras extras disponíveis a 80 pilas cada. Foda-se. Se isto significa sentar numa das laterais da plateia, também pode significar sentar no fosso. Queremos o fosso, claro. A banda será formada por Edu, Cristóvão Bastos, Carlos Malta, Jorge Helder e Jurim Moreira.

Como disse o Jornal do Comércio, do Recife, o preço do ingresso pode até ser considerado “popular” diante do valor cobrado pelo seu parceiro de grandes obras Chico Buarque, o qual valeria R$ 350. Por falar na dupla Chico-Edu, estão no repertório Beatriz, Choro bandido e A ciranda da bailarina.

Como Edu Lobo tem o frevo no sangue, espero que saiam também Angu de caroço e Frevo diabo. Minha irmã, que tinha Edu como símbolo sexual numa época em que todas as moças suspiravam pelo olhos e o restante de Chico Buarque, não vai poder ir. Lastimável. Mas fico feliz que Porto Alegre reconheça e lote o teatro para ver um dos grandes gênios da MPB.

Outra conversa

Como qualquer humano, Guinga rende mais quando em companhia estimulante (aqui, item 4). O show de ontem, no belo Teatro do CIEE, que não conhecia, não foi algo de emocionar, mas teve arrebatadora perfeição técnica — sim, isso existe e é outro gênero de emoção. Não fosse o pedal do pé esquerdo do baterista emitir um miado de quem está precisando de um Jimo Penetril ou outro desengripante, teria sido perfeito. O quarteto de Zé Nogueira e o próprio foram impecáveis, o que é sua melhor qualidade e seu maior defeito. É óbvio que qualquer qualidade torna-se defeito quando utilizada ao paroxismo — inclusive quando esta é a discrição e a elegância — , ainda mais se considerarmos que o low profile não combina com absolutamente todas as músicas de Guinga apresentadas. Houve uma ou duas para as quais faltou um pouquinho de sujeira. Nada grave ou que não possa ser corrigido facilmente.

Graças ao pré-sal, o show custou R$ 10,00 e faz parte da série Circular BR 2009. Amanhã, esta turma estará no Teatro Paiol, em Curitiba. (O baixista Jorge Helder é o máximo e, por favor, cuidem o pé esquerdo do baterista. Se fizer um rangido, desengripem-no!).