Apresentamos (ou lançamos) o PUM — Partido Utópico Moderado

PUM - Partido Utopico ModeradoNo passado, eu e Igor Natusch criamos informalmente o PJS — Partido da Justiça Social. Quem poderia ser contra nós? Quem não estivesse conosco estaria contra o Brasil! Porém, PJS lembrava Juventude Socialista, coisa velha, putz.

Agora, sem Igor Natusch — que tornou-se um odiado dissidente –, lançamos formalmente o PUM — Partido Utópico Moderado.

Acho é até possível que ser contra o PUM, mas ninguém negará sua popularidade. É um partido visceral que se espalhará facilmente pelo país. O PUM abarca todas as nuances, da mais sutil à mais bombástica.

O Partido Utópico Moderado tem um sugestivo paradoxo em seu nome. Trata-se de abismo semântico capaz de abarcar inúmeros outros vieses ideológicos, tais como, por exemplo, a própria justiça social! Ou seja, o PJS e qualquer outra tendência não passará de uma facção do PUM.

Além do mais o PUM já está na b… boca do povo! Estão marcadas concorridas plenárias regadas a ovo cozido, brócolis, batata doce, feijão e repolho.

PUM, mesmo sendo sutil, sempre se espraiará. Por mais secreto que seja, o PUM normalmente é notado, como acontece nos elevadores. O poder do PUM está justamente na sua punjência intrínseca. O PUM estará sempre com você, pois nenhum dos nossos poderá abandonar discretamente o recinto, tal é nosso poder de disseminação.

Em nossa primeira plenária, houve a proposta de mudarmos nosso nome para Partido das Utopias Múltiplas. A proposta era boa, pois no PUM há a já explicada pluralidade de tendências e de sons. Mas foi rejeitada.

Então, criou-se uma tendência interna, a Partícula Antagonista, já denominada de PA-PUM.

O PUM é o partido do calor deste momento difícil que vivemos. Pode parecer efêmero como um gás que flutua no ar, sem consistência, mas, sabem?, o PUM sempre retorna a nós. Em média, uma pessoa produz cerca de um litro por dia, distribuído em cerca de 14 emissões diárias. O efeito pode ser rarefeito, mas nossa militância é fiel.

Nesta altura, já chegada a hora de convocarmos artistas e designers, convocamos Carlos Latuff para desenhar nossa bela bandeira e logomarca. O chargista teve sensibilidade de logo sentir a dimensão, a força, o tanto que o Brasil espera por nosso PUM.

Em breve, lançaremos o PUM-Jovem e o PUM-Maduro, ala da terceira idade de nossas fileiras.

E, num mundo em que apenas os homens se orgulham de seus PUMs, teremos também o PUM-Mulher, nossa ala feminista.

Mas o PJS insiste: quer juntar-se a nós, formando o PUS. Porém, a proposta foi rejeitada, pois…

O Brasil espera por esse PUM. Não por outro.

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O PUM alerta que tem grandes concorrentes. Imaginem se Dilma sofrer o impeachment, se Temer fraquejar, imaginem se Cunha vier a nos faltar? Vocês conhecem o restante da linha sucessória para a presidência? Ora, o PUM informa. A linha sucessória é formada pelos deputados da mesa diretora… Pois bem, oito dos onze integrantes da mesa respondem a processos ou têm condenações na Justiça. Quase todos eles são acusados na Lava Jato.

Por exemplo, o primeiro da linha pós-Cu é Waldir Maranhão (PP-MA). Esta figura é um dos 32 deputados do PP investigados na Lava Jato. Foi citado pelo doleiro e delator do esquema Alberto Youssef como sendo o receptor de pagamentos mensais que variavam de 30 a 50 mil reais. Além disso, ele também responde a dois outros processos no STF, por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Vote PUM!

O segundo na linha de sucessão de Dudu, caso ele seja afastado e Maranhão não possa assumir, é Fernando Giacobo (PR-PR). Atualmente, rola um inquérito contra ele por crimes contra a ordem tributária. No passado, ele já se livrou de outras ações que incluem crimes como sequestro e cárcere privado. Uma das acusações, pelo crime de falsidade ideológica e formação de quadrilha, prescreveu em 2011, o que motivou a absolvição. Vote PUM!

E assim por diante… Só o PUM salva! Só o PUM tem coragem de denunciar. Só o PUM é posicionado!

O Brasil espera por esse PUM. Não por outro.

10 comments / Add your comment below

  1. É inacreditável…, mas existe no Brasil: http://tijolaco.com.br/blog/a-trupe-de-cunha-fica-abaixo-da-dignidade/comment-page-1/#comment-231342

    Creio que, diante de alguém – tão modesto! – que se autodefine como “jornalista, radialista, escritor, tradutor, narrador, comentarista, cantor, compositor, provocador, estimulador, incitador de debates e do intercâmbio de idéias”, seja melhor escrever outras coisas.

    TERRA DOS CANTEIROS
    by Ramiro Conceição

    No amoroso canteiro,
    parte boa do plantado
    não vigou.
    Teria sido a estiagem
    junto à incompetência
    do semeador?
    Talvez os lotes de sementes estivessem batizados,
    pois no mercado sabe-se que alhos com bugalhos
    são misturados. Daí a violência às margens do rio
    que  dia a dia  beija a face da cidade corrompida.
    É… Só existe uma saída…
    Construir pontes entre as terras dos canteiros
    pra que os jardineiros não desistam de plantar

      1. DICIONÁRIO
        by Ramiro Conceição

        Para onde foi aquilo, aquele, aquela, eles, elas, estas, estes elos, o oeste, o leste, o norte, o sul que pareciam tão próximos? Por que tudo parece distante justamente quando o perto parecia certo? Por que tem de ser assim para quem cria crias? Por que o silêncio é necessário para conceber um barulho estranho?

        Disse o poeta – das Elegias – que quando tal acontece devemos estar em júbilo, mesmo diante da maior dor, pois tal acontecimento é a prova fundamental de que o vital não nos abandonou… Disse ainda que “todo anjo é terrível” porque nos ilumina, nos denuncia, nos anuncia e, principalmente, nos desnuda  no rio da vida  a pequenez. Portanto, os nossos demônios devem ser a prova da nossa potencial grandeza… Vai saber!… Quem efetivamente sabe dessas coisas?

        Dizem os livros antigos que somos políticos, que necessitamos do outro, de muitos outros, pois no fundo somos seres inacabados… E tal convivência só pode ocorrer sob algo denominado democracia – este mar confuso onde os barcos têm o direito de navegar sob a lua da liberdade de expressão e sob o sol de cada destino. Todavia, ultimamente, diante desta coisificação global, tudo está a virar um simplório entretenimento mórbido.

        Então… o que é a liberdade? O que é expressar-se? Qual é o destino? Há alma? Há espírito? Ou somente reações químicas ao acaso que geraram um produto físico-químico denominado ser………………………….humano?

        Se tudo é uma viagem sem que se saiba se há volta ou ida… Então por que não construirmos amorosamente aqui  enquanto há uma dádiva do tempo avesso à morte  a ponte ao belo transitório?

        Mais que isso: por que não sermos a própria ponte, um hífen ao complexo substantivo composto a ser descoberto – o SER-HUMANO? Por que não, a partir daí, escrevermos juntos, com o passado e com o presente, um dicionário desconhecido?

        MOLLY BLOOM & PROMETEU
        by Ramiro Conceição

        sim sou uma mistura de rancor e candura que levanta
        a cada dia diante do sol sim um agregado de vingança
        e perdão sim um rascunho capaz de gerar dos rabiscos
        riscos de desenhos amorosos sim sou um cisne cínico
        a debochar do cotidiano que não desabrocha sim sou
        um paradoxo um prometeu acorrentado
        a buscar o desconhecido “ser – humano”

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