A vida de uma mulher, de Stéphane Brizé (***)

20170714-slide_avida2-800x555

O título deste filme baseado num romance de Guy de Maupassant poderia ser “Uma vida jogada fora”. Jeanne retorna à casa dos pais após completar os estudos. Passa a ajudá-los nas tarefas do campo. É uma moça talentosa e cheia de vida. Então, um certo Visconde aparece nas redondezas para, de forma apática, quase esquemática, conquistar o coração disponível da jovem. Eles casam. Conforme o tempo avança, Julien mostra-se infiel e avarento. Fato a fato, ano a ano, tudo vai destruindo a alegria de viver de Jeanne. A Vida de Uma Mulher possui narrativa lenta e cheia de lacunas, que vamos preenchendo com nossa experiência de forma mais ou menos terrível, o que torna tudo muito interessante. Os sofrimentos da protagonista não são escarrados, mas observados pela câmera com melancolia. A derrota de Jeanne é completa e vale mais do que a esmagadora maioria e berros das publicações feministas que leio por aí. Um filme inteligente, feminista, desconfortável e triste, triste, triste.

Deixe uma resposta