Enid Backes nos 25 anos da livraria Bamboletras

Enid Backes nos 25 anos da livraria Bamboletras

Enid Backes, 88 anos, é cliente da Bamboletras, socióloga e militante de movimentos sociais, tendo participado das lutas pela redemocratização do país, pela anistia, e de trabalhadoras e trabalhadores ligados a sindicatos.

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Francisco Marshall nos 25 anos da Livraria Bamboletras

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Judas, de Amós Oz

Judas, de Amós Oz

Judas é o último romance de Amós Oz (1939-2018), publicado em 2014, aos 75 anos de idade do escritor. Sem dúvida, é um belo ponto final para a grande obra de Oz. Trata-se de uma indiscutível obra prima. É um livro que nasceu clássico, mas não pense em algo acadêmico, pense em algo rebelde. Oz ousa muito em Judas. Ele reinventa a história do homem do qual se diz ter beijado e traído Jesus e questiona a criação do estado de Israel. Só isso. Sem artifícios exagerados ou grandes invenções, apenas empurrando as peças para ali adiante ou para o lado, Oz reconstrói a história do cristianismo e de seu povo. A leitura de Judas é um sereno convite para a livre reflexão. Mas sabem o que eu acho? Há duas histórias contadas paralelamente e a melhor é a outra.

A outra história, a de dentro de casa, é a do trio formado por Shmuel Asch, um jovem, reflexivo e quase desistente estudante universitário; por Guershom Wald, um velho professor inválido que é cuidado às noites por Shmuel; e por Atalia Abravanel, nora de Wald. Os três moram na mesma casa, que é de Atalia. Após desistir (temporariamente?) da universidade, Shmuel serve de interlocutor para Wald entre às 17 e às 22h, já que o velho gosta de tagarelar e tagarelar de forma inteligente e contumaz. Atalia é a nora viúva, pois seu marido, filho de Wald, morreu na guerra. É lá, em uma casa de pedra que cheira à mofo, que são discutidas algumas das grandes questões políticas e religiosas da região.

Não pensem em um livro onde as teses políticas competem com os personagens e a fabulação, pense num livro onde a situação dos personagens diz tanto sobre as teses que tudo se confunde. Alívio! Judas não tem um texto que descamba para a filosofia ou a política, tem um texto onde as situações falam tanto quanto as teses.

Shmuel, um estudante ateu de judaísmo, foi contratado por Atalia para conversar com o velho, dar-lhe alguns remédios e alimentá-lo no horário que citamos. No resto do tempo, ele pode fazer o que quiser. Então, ele dorme, passeia e pensa na tese de pós-graduação que talvez jamais escreva, pois está sem dinheiro e desanimado. Mas talvez o que mais faça é o que fizeram seus antecessores no cargo: apaixona-se pela misteriosa e bela Atalia, uma mulher amarga que não quer nada com homens — além de, eventualmente, seu instrumental.

Shmuel fala muito de Judas Iscariotes. Ele acredita que Judas, na verdade, não traiu Jesus, mas foi seu discípulo mais leal. O velho fala sobre seu sogro, um certo Shaltiel Abravanel, pai de Atalia, famoso traidor na época de sua expulsão do Executivo sionista em 1947, por se opor à criação do Estado de Israel. Abravanel acreditava que judeus e palestinos poderiam viver juntos sem fronteiras. Foi considerado também traidor. O velho e o menino conversam sobre as ideias desses dois mortos, mas acima de tudo sobre suas condições de supostos traidores. Quem decide quem é traidor e por quê? Esse é o verdadeiro tema do romance. Oz conhece bem o tema, já que também teve problemas com o nada tolerante fundamentalismo judaico.

Enquanto isso, desenvolve-se o amor sem chances do jovem Shmuel pela bela, atraente e desiludida Atalia, que tem 45 anos, o dobro da idade dele.

Judas é um romance que lida com a questão da traição. Por que Judas teria traído Jesus em troca de 30 moedas de prata? Não é verdade que Judas honrou seu mestre mais do que todos os outros discípulos e só queria provar que Jesus era todo-poderoso e poderia salvar a si mesmo da cruz? A resposta toca o cerne da relação entre judeus e cristãos e tem importância não apenas teológica, mas também política. A descrição da crucificação de Jesus da perspectiva de Judas é uma das passagens mais impressionantes do livro. Mas há mais, há o processo de introdução de Shmuel no cotidiano da casa, também lindamente descrito.

É magistral a forma como Oz consegue evocar a Jerusalém de 1959 e 1960. Na atmosfera densa e cinza, fica claro desde o início que também a história de amor que surge entre Atalia e o (ex-)estudante de Teologia está condenada ao fracasso. Nas conversas, nas perdas e nas esperanças dos três moradores da casa refletem-se todas as turbulências históricas não apenas das últimas décadas, mas dos últimos 2 mil anos.

Certo dia, um grande amigo me disse que as obras-primas literárias sempre giram sobre estes três temas — o amor, a morte e a existência (ou não) de Deus. Judas é um livro que fala de todos estes temas.

Recomendo fortemente.

Amós Oz não era antissemita, mas criticava Israel. Quem elogia sistematicamente? Os fanáticos, ora. Mas isso é outro papo.

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A Bamboletras no programa Rádio-leitura da Rádio da Ufrgs

A Bamboletras no programa Rádio-leitura da Rádio da Ufrgs

Texto do post original:

O Rádio-Leitura de hoje [apresentado pelo ótimo jornalista Pedro Palaoro] traz o livreiro Milton Ribeiro, da Bamboletras, uma das mais tradicionais livrarias de rua de Porto Alegre. Ele comenta sobre a reinvenção do comércio nesses tempos de pandemia e reflete sobre os ensinamentos que o período de isolamento social podem trazer.

O livreiro também dá dicas de leituras e compartilha conosco um trecho de uma das grandes escritoras portuguesas contemporâneas.

Ouça o podcast na íntegra:

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Fernanda Melchionna fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Fernanda Melchionna fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

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Lu Vilella escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Lu Vilella escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Então, 25 anos da Bamboletras. O que posso dizer, além de agradecer?

À vida, ao universo, às minhas mestras que me iniciaram, desde as primeiras letras às teorias da literatura. Agradecer aos clientes que, desde o início, lá na rua da República, acreditaram na minha crença. Partilharam comigo o mesmo amor pelos livros. Muitos, hoje são amigos do coração. E seguem parceiros da Bamboletras.

Agradecer ao Milton, que assumiu tão amorosamente a paternidade da minha cria, quando precisei me afastar, quando um chamado mais forte se fez na minha vida. E vocês não imaginam como foi difícil. Como sofri. Como chorei, e ainda choro, de saudades da minha Bambô.

Mas, vida que segue! Sejamos fortes diante das provações, como essa pandemia. Fortes e solidários.
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Então, além de agradecer, de longe, vou torcer. Pela Bamboletras, esse templo de amor ao livro, ao conhecimento, à arte, à amizade e à beleza. Esse templo de amor à Vida.
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Torcer para que nós, brasileiros, possamos atravessar em segurança essa tormenta. De longe, segue meu abraço apertado ao Milton, Eliane, Cacá e Gustavo. E a cada um de vocês, meus mais que clientes, amigos pra toda vida. Feliz aniversário, Bamboletras! Te amo de amor eterno e sinto demais a tua ausência no meu cotidiano.

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Marino Boeira fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

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Gustavo Melo Czekster escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Gustavo Melo Czekster escreve sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Gustavo Melo Czekster é escritor. Autor de O Homem Despedaçado e de Não há amanhã. Este último livro, foi vencedor do Açorianos de melhor livros de contos e semifinalista do Jabuti.

Ainda lembro quando entrei pela primeira vez no Centro Comercial Nova Olaria. Parecia uma ilha inesperada de civilização e bom gosto em meio a uma cidade cujas manifestações culturais se espalhavam por todos os lados, ávidas, distribuindo os públicos entre atrações simultâneas, múltiplas. Por muito tempo acreditei que o local fora especialmente construído para mim: afinal, tinha três salas de cinema, tinha cafeterias charmosas, tinha locais para degustar comidas diferentes, tinha uma loja de CDs e LPs antigos, tinha obras de arte, tinha um chafariz e, no meio de tudo, como um coração impregnado de vigor, estava A Livraria. Bamboletras era o nome dela, mas, para mim, sempre foi A Livraria; assim como existe a Biblioteca de Babel, um local onde todos os livros existem à espera de seus leitores e autores, deve existir uma Livraria que concentre as curvas e as estantes de todas as livrarias do mundo, e a Bamboletras é a minha. Não foram poucas as vezes em que estive lá, em que marquei encontros no seu interior, em que levei pessoas recém-chegadas na cidade para conhecê-la, em que estive em lançamentos de livros e em bate-papos. Sempre fui regiamente recebido, tratado como um familiar da Livraria, e talvez seja mesmo, eu e todos os clientes que devem fazer o mesmo (às vezes percebo rostos estranhamente conhecidos no local, não devo ser o único que utiliza a Bamboletras como pretexto para encontrar pessoas e conversar sobre livros, somos uma legião). É possível que algum de vocês já tenha ido comigo: se não foi, em breve estaremos lá. Não foram poucas as ocasiões em que meus passos distraídos me conduziram normalmente até a Livraria: em uma delas, faltou energia elétrica no bairro e fui visitar a Bamboletras, esquecendo que não teria como olhar os livros, pois estaria no escuro. Mais do que ver ou comprar livros, o importante é estar imerso na aura do lugar. Não são poucas as histórias que nos juntam, eu e a Bamboletras. Os anos passaram, muitas lojas desapareceram, outras surgiram, e agora recebo a notícia de que a Bamboletras completa 25 anos, um quarto de século. Custei a acreditar. Parece que eu a conheço desde ontem, ou talvez ela esteja tão imersa em mim que até o tempo apagou seus vestígios. O coração ainda pulsa forte. A Livraria continua entre nós. E, desde que comecei a escrever, agora tenho o prazer de ser parte da Livraria que tanto admiro. Estou lá, cercado por amigos e amigas, acompanhado por histórias, ouvindo as conversas alheias, enxergando todos vocês. Se isso não é o mais próximo que posso chegar do Paraíso, morar na Bamboletras, não sei o que pode ser.

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Mais uma de Julie Christie

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Atrás do balcão da Bamboletras (XXIII)

Atrás do balcão da Bamboletras (XXIII)

De manhã fui na farmácia — sim, na farmácia — a fim de comprar uns Eskibon para comemorar os 25 anos da Bamboletras — sim, comemoração de câmara, modestíssima, de pandemia.

Quando atravessei a Lima e Silva, um homem gritou:

— Parabéns pelo aniversário da livraria! É a melhor!

E agora, quando fui buscar uns livros, uma jovem do outro lado da rua pulava e me acenava:

— Mais 25 anos! Mais 25 anos!

É o que estamos tentando e vamos conseguir.

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Tania Carvalho fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

Tania Carvalho fala sobre os 25 anos da Livraria Bamboletras

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Mais um golpe e o bom atendimento de uma loja

Mais um golpe e o bom atendimento de uma loja

Ontem, nestes dias de pandemia e de absoluto nervosismo em razão da necessidade de incrementar as vendas da Livraria Bamboletras, que hoje trabalha em regime de telentregas, acordei, liguei o celular e vi que no meu WhatsApp chegavam inúmeras mensagens do Magazine Luiza parabenizando-me por ter feito várias compras durante a madrugada.

Comprei ar condicionado, TV, geladeira, fogão e peças para todo tipo de carros. Gastei uma fortuna! E estava dormindo!

Ligo para o Luiza e fico sabendo que um fraudador usou o meu nome, o meu Whats e o meu e-mail. Mas fez a compra num cartão de outro, que deve ter sido roubado ou enganado. A entrega seria em Minas Gerais.

Hoje, como o Magazine tem parceiros, os caras passaram a me mandar Whats garantindo que sou o mais feliz dos homens. Afinal, a transportadora já estava com meus itens e eu seria informado passo a passo até o recebimento.

Então, apesar de que o cartão não era meu e não receberia nenhum dos itens comprados, comecei a ficar ainda mais nervoso. Liguei de novo para a empresa, que revisou tudo e inclusive me deletou temporariamente do sistema deles, pois sou cliente. Só elogios para o Magazine Luiza.

O golpe então é este: os caras roubam um cartão, mas quem é informado da movimentação não é o dono do mesmo e sim um dono de livraria angustiado. Mas boa pessoa, modéstia à parte, pois salvou a vida financeira de quem não conhece.

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Os mais importantes músicos alemães exigem ajuda de seu governo para artistas menos conhecidos

Os mais importantes músicos alemães exigem ajuda de seu governo para artistas menos conhecidos

Vários dos músicos alemães mais importantes de hoje assinaram uma carta dirigida ao Ministro Federal da Cultura, na qual solicitam maior segurança para artistas menos conhecidos.

Abaixo, alguns trechos da carta:

“Nós, artistas conhecidos e não tão conhecidos, lembramos da frequência com que nos últimos anos fomos solicitados a aceitar cachês mais baixos (por exemplo, após a crise financeira) e a contribuir para a diversidade da paisagem cultural.

Na maioria dos casos, temos aceitado. Em troca, é imperativo fornecer, para todos os músicos fora da cultura subsidiada, as condições adequadas para que possam seguir dando suas valiosas contribuições à cultura”.

A carta é assinada, entre outros, pelas violinistas Anne-Sophie Mutter e Lisa Batiashvili, pelos cantores Matthias Goerne e René Pape e pelos maestros Christian Thielemann e Thomas Hengelbrock.

Anne-Sophie Mutter, inclusive, contraiu o covid-19 e está em recuperação

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O vírus está nas minhas roupas? Nos meus sapatos? No meu cabelo? Nas minhas mãos?

O vírus está nas minhas roupas? Nos meus sapatos? No meu cabelo? Nas minhas mãos?

Sim, você precisa ficar em casa o máximo de tempo possível. Sim, você precisa ficar bem longe de aglomerações. Sim, você precisa lavar as mãos ou usar álcool gel várias vezes ao dia.

Mas, como eu venho dizendo para pessoas próximas: enfrentar o novo coronavírus é questão de estar no controle. Da nossa saúde, dos nossos hábitos e da nossa cabeça. E esse artigo do New York Times pode ser uma boa leitura nesse sentido – tranquilizadora, inclusive. É em inglês, então uns breves tópicos (todos sustentados por cientistas e especialistas em saúde consultados pelo jornal norte-americano, um dos mais respeitados do mundo)

—> Introdução e tradução do (excelente) escritor e  jornalista Igor Natusch

Pedimos aos especialistas que respondessem perguntas sobre todos os lugares onde o coronavírus se esconde (ou não). Você se sentirá melhor depois de ler isso.

1 – É pouco provável que você tenha coronavírus em suas roupas após sair para a rua, a menos que alguém tenha tossido ou espirrado em sua direção. Embora o vírus possa ficar suspenso no ar por algum período, ele é tão pequeno que dificilmente vai aderir em sua roupa (o mais provável é que qualquer movimento seu desloque ar o suficiente para espantá-lo para longe);

2 – Da mesma forma, dificilmente cabelo ou barba serão fontes de infecção. É preciso que alguém tenha espirrado no seu cabelo (ou que você encoste em algum lugar onde alguém acabou de espirrar), que você passe a mão exatamente onde as gotículas foram parar e depois passe em alguma de suas próprias mucosas, em um tempo hábil para que o vírus continue viável. Impossível não é, mas o risco é bastante baixo, em especial se você lava as mãos / toma banho com frequência;

3 – Sair para a rua, em si, não é perigoso. Não é como se nuvens gigantescas de coronavírus estivessem flutuando no ar. Se você mantiver o distanciamento adequado, é seguro ir até a rua levar o lixo ou dar uma volta rápida com o seu cachorro (mas, e esse é o único acréscimo meu ao que tem na matéria, lave as patas do bicho depois, e logo ficará claro por quê);

4 – A não ser que você esteja cuidando de um doente, não há necessidade de cuidados especiais para lavar roupas que estiveram na rua – basta colocar na máquina ou no tanque e está ótimo;

5- O risco de ficar doente manipulando pacotes está, atualmente, no terreno da teoria. Ou seja, inexistem casos concretos que apontem para esse risco. Se você recebeu uma encomenda, lave as mãos após abri-la e tudo estará bem. Se ainda achar arriscado, deixe-a num canto por 24h antes de abrir;

6 – Calçados usados na rua devem ser removidos já na porta de casa e, se possível, ainda do lado de fora. Mas essa é uma dica de higiene para a VIDA, que pouco depende do coronavírus. Afinal, sapatos pisam no chão (como as patas do seu cachorrinho, né), e o chão é sujo para caramba.

Ninguém sabe com 100% de certeza como o coronavírus se comporta, e ainda existe muita discordância sobre aspectos importantes envolvendo o vírus. Ou seja, é possível que algumas dessas colocações sejam parcialmente revistas no futuro, ou que outros especialistas tenham visões diferentes a respeito de um ou outro ponto. E VOCÊ PRECISA SEGUIR TOMANDO CUIDADO, PRECISA FICAR EM CASA TANTO QUANTO PUDER, EVITAR AGLOMERAÇÕES E LAVAR AS MÃOS. Mas eu acho que a gente precisa confiar na ciência, acima de tudo – e esses cientistas, ouvidos por um jornal extremamente respeitado, estão nos dizendo isso que citei acima. Se for o caso, fique revoltado com eles e elas, não comigo. Sou um jornalista, e estou apenas trazendo informação, de uma das melhores fontes que pode existir. E tentemos, todos e todas, estar no controle – dos nosso hábitos de higiene, dos nossos comportamentos, da nossa cabeça.

Cuidem-se e fiquem bem!

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Bolsonaro, seus evangélicos e a dança da morte

Bolsonaro, seus evangélicos e a dança da morte

Lembro de discutir dentro do jornal onde trabalhava que a ligação entre religião e política nos levaria para o abismo. Lembro de ter ficado boquiaberto com os políticos presentes na inauguração do templo de Salomão de Edir Macedo em 2014. Se eles precisavam daquela baixaria, queria dizer que o abismo estava logo ali.

Mas jamais imaginei que este fenômeno atenderia pelo nome de alguém cujo livro favorito tinha sido escrito por um torturador. Achei que teríamos um bispo ou um horror semelhante como presidente, não alguém que unisse igrejeiros e milicianos.

Não que acreditasse que um fundamentalista fosse menos autoritário, mas a junção de religião, violência, bravata e ignorância de Bolsonaro é assombrosa e única.

Na semana passada, vimos pessoas dançando com caixões na Paulista… O culto ao presidente também é um culto à morte. Algo que se viu no período nazista, por exemplo. O caixão era carregado com festa por gente que parecia pronta para morrer por seu capitão.

Como nas religiões evangélicas, não há contradições. O bolsonarista sabe da cloroquina, da economia, do formato do planeta, de deus, de quem este defende, de tudo. O bolsonarista tem satisfação pela própria ignorância, algo que não concebo, sinceramente. E eles são uns 30% da população que apoia incondicionalmente as loucuras do chefe.

Sua lógica é simplista, funcionando por impulsos, como os de uma criança ou como os de seu chefe. Ou como a massa lobotomizada dos cultos evangélicos. E o culto à morte é o culto à destruição. Vamos derrubar tudo o que outros construíram e fazer do nosso jeito. Para que cientistas, artistas, cultura? Nosso negócio são milicos, religiosos e os norte-americanos, não casualmente os recordistas de mortes por covid-19.

Só que… Eles decidiram que não querem que o covid-19 exista e vão sapatear de ódio na nossa frente enquanto o país é devastado.

-=-=-=-=-

Escrevo este texto e dou da cara com isso:

Pesquisadores da Fiocruz estão sendo atacados nas redes (inclusive por um parlamentar filho de Bolsonaro) porque os primeiros resultados de suas pesquisas com cloroquina apontaram resultados que não convinham ao trambiqueiro do Planalto e às suas hordas de Whatsapp.

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A famosa série de fotos de Marilyn Monroe em Nova York em 1955

A famosa série de fotos de Marilyn Monroe em Nova York em 1955

Fotos de Ed Feingersh (1955)

“1955 foi um ano de mudanças para Marilyn Monroe. Depois de trocar Hollywood por Nova York e abandonar seu contrato com a Twentieth Century Fox, Marilyn não era mais “apenas uma loira burra”, mas uma verdadeira renegada. Em janeiro, Marilyn formou uma empresa de produção com o fotógrafo Milton Greene e se mudou para uma suíte no Ambassador Hotel.

Apesar das frenéticas especulações, Marilyn evitou a publicidade. Vestida com roupas casuais e sem maquiagem, ela vagou pela cidade despercebida e aprendeu sobre o “Método”, uma abordagem mais profunda e desafiadora do drama. Ela estudava com Lee Strasberg no Actor’s Studio. E Marilyn também começou uma jornada de psicanálise.

Em março de 1955, no entanto, Greene e Marilyn concordaram que sua imagem precisava de um impulso. Seu desejo de se provar uma ‘atriz séria’ foi ridicularizado pela imprensa, muitos dos quais previram que a deusa estava destruindo a própria carreira.

Em sua introdução ao livro de 1990, Marilyn 55, Bob LaBrasca afirmou que foi Milton Greene quem organizou tudo. O nome da reportagem ficou sendo “The Marilyn Monroe You’ve Never Seen”.

No entanto, Greene não trabalhou diretamente no projeto. Durante uma semana agitada, o fotojornalista Ed Feingersh seguiu Marilyn, junto com o pequeno círculo de parceiros que criariam a nova e verdadeira imagem da atriz. Seja para fazer compras, jantar ou se arrumar, a vida cotidiana de Marilyn foi capturada no filme.

Em um artigo de 2005 da American Heritage chamado “Do You Want to See Her?”, foi lembrado que havia “duas Marilyns aparecendo, duas mulheres entrando e saindo de cena”. Ou, em outras palavras, dava para ver o carisma da estrela e a mulher sensível que estava atrás daquela máscara.

O fotógrafo Feingersh também era um personagem bastante imprevisível. Ele deve ter tido um apartamento ou quarto em algum lugar, mas ninguém nunca o visitou. Ele parecia estar sempre trabalhando. Sua energia era infindável.

Ao contrário dos fotógrafos de glamour para quem Marilyn havia posado em Hollywood, Feingersh não estava interessado em criar ilusões. Inspirado por Henri Cartier-Bresson, Feingersh se recusou a permitir que suas fotos fossem cortadas. Suas fotos granuladas e monocromáticas de Marilyn estavam entre as mais realistas já feitas.

Algumas das fotos eram mais posadas do que outras: por exemplo, a famosa série retratando Marilyn no metrô de Nova York. Ela nunca usou o transporte público por medo de ser assediada. No entanto, como observou Bob LaBrasca, Marilyn tinha “um ar desaristocrático e parecia à vontade.

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Lendo Judas, de Amós Oz

Lendo Judas, de Amós Oz

Estou num relacionamento sério com o livro Judas, de Amós Oz. Livraço. Leio Oz apenas pela segunda vez e repetidas vezes parece que estou numa atmosfera Charles Dickens. Esse cara deve amar Dickens, essa frase poderia ser de Dickens. Mas o tema do livro nada tem a ver. Oz não é sentimental. Judas não é nada semelhante a qualquer livro de Dickens. Oz conjetura, Dickens conta. Estou doido.

Resolvo guglar “Dickens Amós Oz” e descubro um monte de referências de Oz ao inglês. Um monte, principalmente a um dos livros que mais amo, Grandes Esperanças, e ao Um Conto de Duas Cidades. E alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruzam e dialogam dois queridos gênios numa esquina qualquer.

Amós Oz em Nova York em 2016

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Quando minha opinião pessoal é diferente de minha opinião, pessoal.

Eu mesmo, às vezes

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Uma obra de arte neste 17 de abril…

Uma obra de arte neste 17 de abril…

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Atrás do balcão da Bamboletras (XXII)

Atrás do balcão da Bamboletras (XXII)

O balcão da Bamboletras permanece agradável, culto e educado. Mas atualmente é um chat.

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