Bom dia, Abel Braga

Bom dia, Abel Braga
Porra, Abel!
Porra, Abel!

Abel, meu querido, é em razão de coisas como a de ontem à noite que faz 35 anos que o Inter não vence um Brasileiro. Escreva aí: o campeão brasileiro de 2014 — e qualquer um, de qualquer ano — vai vencer quase todos os timinhos, dentro e fora de casa. Os pontos de ontem são difíceis de recuperar e meu prognóstico é o de que, na próxima rodada, já não estaremos na liderança, pois o pensamento de que um “empate é um bom resultado em Curitiba” já faz parte da forma de pensar no Beira-Rio.

Viste o Diego Simeone sendo jogado pra cima pelos jogadores do Atlético de Madrid após vencer o Campeonato Espanhol? Apesar do teu peso, queria te ver naquela situação. Pense bem, nós não temos punch. Te explico o que é punch: é a força, a potência no golpe para derrubar um adversário numa luta de boxe. Nós damos soquinhos. Quando temos a oportunidade de derrubar, quando o time adversário parece pronto para perder, nós relaxamos, tranquilizados pelo fato de não sermos atacados. Acho que para fazer gol é preciso gostar de fazer gol. Cadê os chutes de fora da área? Procura aí abaixo, nos melhores lances de ontem, Abel. Ter Alex e D`Alessandro no time e não chutar de fora? Não entendo. Aliás, outra coisa que não entendo é o motivo de três meias num jogo como o de ontem.

Eu gosto muito de tênis, professor. Grande parte do trabalho do tenista é deixar o adversário desconfortável na quadra. O bom tenista tenta obrigar o cara do outro lado a fazer tudo o que ele não gosta de fazer. E nós, no futebol, gastamos largos períodos de nossos jogos trocando passes lentamente, num acordo tácito de confortabilidade mínima para os dois lados. Parece que lideramos o campeonato com larga margem. Olha a tabela, Abel!

E agora, vamos jogar fora de casa contra o Coritiba sem Juan, Willians (por terceiros cartões), Aránguiz e Gilberto. Vamos pra cima deles ou fazemos teremos mais enrolação? Lembre-se que o Coritiba de Celso Roth não venceu nenhuma partida no campeonato. Tem 3 empates e 2 derrotas.

Abel e a cabeça tola e nostálgica de Luigi

Abel e a cabeça tola e nostálgica de Luigi
Abel, vai ser feliz,  te desprega do Luigi.
Abel, vai ser feliz, te desprega do Luigi!

Abel Braga voltou ao Internacional. É um vencedor dos mais chatos e teimosos. Lembro que ele amava de paixão o jogador Michel, o que deixava a arquibancada doida. Após Abel, Michel foi do Inter para o limbo, claro. Mas é um treinador que normalmente dá padrões interessantes de jogo a seus times. E que costuma dar certo no Inter. Basta dizer que faltam 62 jogos para que se ele se torne o técnico com mais partidas disputadas em toda a história do clube. Mas devagar, né?

Certamente pilhado por Luigi Calvário — que adora a História do Futebol, apesar de entender tão pouco a respeito dele –, Abel saiu falando num monte de jogadores velhos. Não vamos palmilhar o mesmo caminho dos últimos anos, com o time se arrastando lamentavelmente em campo puxado por atletas de vasta biografia, sem mais nada a provar ou ambicionar. Na boa, a política de trazer os velhos ídolos nos deu pouco. Para que falar em Edinho? É bom jogador, mas começa a decair. Chega, Abel. Precisamos de volantes cumpridores, mas talvez o ideal não seja mais um jogador passado dos 30 anos. Outro fato a ser considerado é que agora podemos ter até 5 estrangeiros em campo. Ora, se olharmos os nossos, temos só D’Alessandro. Scocco é uma incógnita, Forlán só jogou bem no estadual — o que significa absolutamente nada — e Bolatti é um fracasso ainda maior. A preços e salários menores que os praticados no Brasil, há argentinos, uruguaios e colombianos a serem observados. E, cheios de vontade, deve haver joias nas divisões inferiores do clube. Dali saem e saíram nossas maiores vendas, inclusive. Então, por favor, chega de seguir a tola cabeça nostálgica de nosso presidente Luigi Calvário. Ou, quem sabe, a gente traz Figueroa para acertar a defesa e Valdomiro e Lula para dar velocidade ao ataque? Não Abel, vamos chegar ao futuro não pelo passadismo, mas pela perspectiva de uma nova geração vitoriosa. Pense no nosso time de 2005 e 2006. Era velho? Não, de modo algum. De velhos, bastamos eu e tu.

P.S. — Será que o Luigi sabe que o Keith Richards faz hoje 70 anos?

Keith-Richards

Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga
Que tal fazer como o Mano, Dunga?
Que tal fazer como o Mano, Dunga?

Na boa, meu amigo, acho que deu pra ti. Não que eu ache que és o único culpado — não és nem o principal deles –, mas o Luigi e sua equipe de abobados não irão apertar coletivamente o botão de EJECT. Que chamem Mano Menezes, Abel Braga ou até o Celso Roth para fechar o ano — só assim mesmo para contratá-lo, claro.

Porque, Dunga, a bagunça de ontem, contra a pobre Portuguesa, foi inexplicável. No intervalo, tiraste o Airton para que não fosse expulso. E, aos quatro minutos do segundo tempo, Índio é expulso de forma colegial… O time voltou nervosinho, não? Então, ficamos com Muriel; Gabriel, Juan e Fabrício; Josimar — que às vezes concedia tornar-se zagueiro –, Alex e D`Alessandro; Caio, Scocco e Damião. Alan só entrou aos 27 min… Céus, Dunga, andas alucinando, fumando alguma coisa antes dos jogos? Viraste o mais improvisador e ofensivista dos técnicos?

Tu dizes que não tens tempo para treinar, mas acho que todos os nossos jogadores têm experiência e noções táticas para não ficarem como baratas tontas em campo. Falta tranquilidade. E isto não é apenas visto nas expulsões e cartões, mas também nos incríveis erros de conclusão a gol. Agora, quinta-feira, temos o Atlético-PR pela Copa do Brasil e, depois, domingo, o líder do Brasileiro, Cruzeiro, ambos em casa. Tenho medo de fazer previsões, ainda mais que perdemos todos os jogos que fizemos sem D`Alessandro e ele estará fora contra o Cruzeiro. O que devo colocar no Bolão do qual sou líder, Dunga? Cruzeiro, né?

Dois jogos: o Corinthians finalmente roubado e o Inter com seus impasses

Rotina: Riquelme acertou mais um daqueles chutes malucos que os gremistas conhecem.
Rotina: Riquelme acertou mais um daqueles chutes malucos que os gremistas conhecem.

No dia em que Marina Silva cometeu mais um suicídio político — será ressuscitada novamente, esperem e verão — , o Inter fez um confronto equilibrado com o Santa Cruz e o Corinthians foi finalmente roubado. OK, não foi roubado; na verdade, o juiz errou de forma cabal e contrária aos interesses do todo-poderoso time paulista, algo inédito em terras brasileiras, com juízes brasileiros. E nem Tite reclamou. Beneficiário contumaz da péssima e clientelista arbitragem nacional, o Corinthians tem mais é que ficar quieto e acender velas para a nossa Comissão de Arbitragem. Aliás, nem precisaria disso, tem um timaço e merecia eliminar o Boca, só que o Boca com Bianchi tem outro aplomb, outra autoconfiança. E Amarilla em jornada inusual. Os dois Carlos resolveram o jogo e…

O meio-de-campo Eriviti disse que Bianchi insistiu a semana inteira para que o número 8 do Corinthians fosse bem marcado. Mesmo assim, Paulinho voltou a ser impressionante. É o melhor jogador em atividade no Brasil. Usa como ninguém as facilidades oferecidas por nossos armadores que não sabem marcar. Paulinho os engole lá atrás e os patrola quando vai ao ataque. Sim, quando digo que Paulinho é o melhor em atividade do Brasil, não esqueço de Neymar, nem de…

D`Alessandro, que novamente salvou o Inter.  O amor que tenho aos clubes menores quase me tornou torcedor do Santa Cruz, mas quando começou o segundo tempo e nós estávamos com um jogador a menos, voltei a meu coloradismo delirante e quase incondicional. Vou dizer uma coisa para vocês: o Inter tem laterais, tem um time de sete zagueiros bastante bons  — o louco Moledo, mais Juan, Índio, Jackson, Alan, Romário e Ronaldo Alves, para que tantos? — bons volantes e um grupo absolutamente insuficiente de armadores e atacantes. Do meio pra frente, temos D`Alessandro, Damião e um ex-craque que vive de LAMPEJOS, Forlán. Fred não confirma seu início de carreira e deveria ser repassado a outro clube junto com o loiro uruguaio enquanto têm valor de mercado. Caio é alguém a ser testado, assim como Rafael Moura. Ou seja, apesar de toda a boa comissão técnica do Inter, nosso time só pode fazer gols à fórceps e em times fracos

A chamada D`Ale dependência significa apenas que ele ´é nosso único armador e que nossos atacantes não têm rendido. Sim, desse jeito não vamos longe. E tenho dito.

Sem jóquei

Ontem, um amigo chamou minha atenção para um fato. Na página do Globoesporte relativa ao Internacional, havia notícias de várias transações que vão lentamente se confirmando. Todas elas são de repercussão internacional, coisas efetivamente grandiosas, coisas com as quais nem sonharíamos anos atrás. Há a venda de Oscar por 25 milhões de euros (79 milhões de reais); é uma venda, claro, mas já houve a chegada de Forlán, o provável retorno de Nilmar e as vindas de Ganso e do zagueiro Juan. Mas, querem saber de uma coisa?, não adianta nada se não for removido o fator Dorival.

O torcedor não aguenta mais. Nem o apoio da imprensa — sempre ao lado das direções — e nem o fato do Beira-Rio estar sendo pouco frequentado em razão das obras, impedem que a opinião pública se manifeste com clareza. O time não tem padrão de jogo, não tem jogadas e mantém-se simplesmente por seus bons jogadores. Ontem, o protesto deu-se de forma muito irônica no site do clube. O volante Bolatti, que permaneceu dois minutos em campo, recebeu 71,19% dos votos para melhor em campo na partida contra o Cruzeiro. Bolatti não é uma solução — é lento, marca mal, mas tem bom passe e, como segundo volante, é cem vezes melhor do que Élton ou Josimar. Dorival está visivelmente brincado com a torcida, talvez apostando numa demissão com multa rescisória. Após ser vaiado e chamado de burro ao inventar Jajá e Marcos Aurélio nos lugares de D`Alessandro e Dagoberto, chamou o xodó dos colorados para uma entradinha de dois minutos. Ele já tinha provocado a torcida ao fazer entrar o aposentado Bolívar no final de uma partida do Gauchão logo após a derrota para o Juan Aurich, cuja responsabilidade principal fora do zagueiro. O humor e a despreocupação de Dorival são claros. Parece estar com saudades de Florianópolis, onde tem uma mansão.

Ele é um bom treinador de imprensa e direção. É simpático e afável. Já escrevi neste blog sobre seus métodos de treinamento, mas o Inter vai ganhando e Dorival segue livre para ganhar um time invejável que não treinará. Como diz um amigo, estamos sem jóquei.

O quadragésimo Gauchão

Todo o mérito da vitória colorada está limitado ao fato do Campeonato Gaúcho ter acabado de forma diferente daquela dos últimos anos: acabou num um Gre-Nal com os dois clubes interessados em vencer ou, sendo mais claro, com a dupla disputando uma final sem outras prioridades como as Libertadores da América dos últimos anos e sem a presença de times do interior, que apenas chegam à final ou ao campeonato em caso de crise ou desinteresse da dupla. Foi, então, uma importante vitória direta sobre nosso maior adversário e ficamos por aí.

O Gauchão parece cada vez pior e mais longo. É um torneio anacrônico e inútil, uma excrescência como, aliás, todos os estaduais. Inúteis por não levarem a nada — não contam pontos nem para a IFFHS — e anacrônicos por terem sido mantidos por motivos políticos mesmo na época do nascimento do Campeonato Brasileiro, em plena ditadura. Sem o apoio das Federações estaduais, ficaria mais complicado para os Ricardos Teixeiras de ontem e de hoje permanecerem em seus cargos. E os estaduais, foram ficando, ficando e ficaram por motivos políticos. E o pior é que estão cada vez maiores como escreveu o Carta na Manga antes do Gre-Nal decisivo.

Se o Gauchão está sendo disputado num domingo frio e chuvoso é porque os estaduais estão cada vez mais longos. Desde 2003, quando foi adotado o novo calendário dos pontos corridos no país, nunca o Brasileirão começou tão tarde: será sábado que vem, 21 de maio. Em 2003, foi 29 de março; entre 2004 e 2006, da metade para o final de abril – talvez o ideal; entre 2007 e 2010, no segundo sábado de maio. Este ano, será no fim de maio. Em 2011, foram 23 datas para os regionais, 60% do total de datas de um Brasileirão. Copa do Brasil e Libertadores ficaram novamente apertadas. E o maior torneio nacional ficará espremido em seis meses e meio, quando deveria ter oito, no mínimo, de duração. Será que há necessidade, por exemplo, que o Grêmio jogue quatro vezes contra o Inter, três contra Cruzeiro e Ypiranga e duas contra o Caxias (12 jogos só contra estes quatro times) para ser declarado campeão gaúcho?

Acho que o Carta apenas erra ao dizer que o Brasileiro deveria ter 8 meses. Deveria ter 10, concedendo espaços para que TODOS OS CLUBES pudessem disputar a Copa do Brasil — TODOS os outros países mantêm uma Copa eliminatória da qual participam clubes de sua 3 primeiras divisões, apenas no Brasil os times que vão à Libertadores não podem participar da Copa de seu país… Mas a existência dos estaduais gera ainda outros problemas graves: o calendário fica tão apertado que impede que o país respeite as datas FIFA, ou seja, quando um jogador que atua no Brasil é convocado, seu time seguirá jogando o Brasileiro sem ele, como se sua convocação não fosse um prêmio e sim uma INJUSTA PUNIÇÃO. Tal fato faz com que o craque acabe vendido mais facilmente, porque, afinal, ausenta-se sistematicamente para jogar na Seleção — coisa que é outra exclusividade brasileira.

Mas, meus caros gremistas, o que hoje interessa é que vencemos o imortal em pleno Olímpico Monumental. Tudo foi meio casual. Nosso técnico entrou em campo com uma escalação equivocada da qual fomos salvos pelo gol de Lúcio. Se o Grêmio soubesse, teria pedido para seu ex-lateral chutar para fora. Pois este gol prematuro fez com que Falcão fosse obrigado a mexer em seu time a fim de dar uma companhia ofensiva ao pobre Leandro Damião. O estranho é que nem me passou pela cabeça a colocação de Oscar naquele momento, como pensou o Farinatti. Eu estava lamentando a ausência de Cavenaghi no banco. Tinha como certo que as opções possíveis eram Ricardo Goulart e Zé Roberto — ambas inaceitáveis para mim.

E… Nossa, Zé Roberto entrou e teve uma atuação assombrosa! (1) Fez a jogada para Leandro Damião empatar o jogo; (2) criou a jogada e depois bateu o escanteio que resultou no 2 x 1 por Andrezinho; (3) invadiu a área e sofreu pênalti no 3 x 1 de D`Alessandro; (4) fez uma jogada individual espetacular que acabou num tiro de fora da área e que teve grande defesa de Victor (seria o 4 x 2) e, como se não bastasse, (5) ele ainda bateu o pênalti decisivo, DESLOCANDO Victor..

Uma coisa que parece que apenas pode ser escrita em blogs ou sites desmistificadores: dizem que Victor defende mais pênaltis do que os outros goleiros porque parte depois do chute. Engano, erro, mistificação. Ele vai certo na bola por ser um baita goleiro e em razão de que muitos batedores — o impecável D`Alessandro está entre eles — confiam num chute perfeito e não se preocupam em iludir o goleiro. Só que, quando Victor encarou Oscar e Zé Roberto, que correram cheios de malícias, malemolências e sinuosidades para a bola, foi comicamente enganado. Nos dois casos, o goleiro acabou do outro lado da goleira, fora da foto. Então, menos, gente, o cara é humano, a física é uma ciência e, quando o batedor chuta com exatidão, o goleiro não tem tempo para defender.

Mas que jogaço, hein? Que jogaço!

Uma coisinha para pensar: Zé Roberto estava treinando bem? Se estava, por que não entrou contra o Peñarol em vez de Ricardo Goulart?

Agora vamos para o Brasileiro. 38 jogos em 6,5 meses.

Zé Roberto corre comemorando o título enquanto Victor fica por ali mesmo (Foto: Jefferson Bernardes - VIPCOMM.jpg)

Falcão, volta pra Globo. Já.

Cavenaghi não entra porque é 9. Ontem foi segundo homem de ataque. Ricardo Goulart mudaria o jogo da vida. Ontem, nem entrou. Quarta, sobrou o D’Alessandro. Ontem, foi o primeiro a sair.

Sobre a coerência de Falcão, lido ontem no tuíter

Quando Falcão “ameaçou ter vontade” de retornar ao Inter, fiquei quieto. Dentre as escolhas mais divulgadas, ele era a minha última, pois fracassara, anos atrás, no Inter, na Seleção Brasileira, no América do México e na Seleção do Japão. Não é pouco. Mas é um sujeito simpático, bem falante, ídolo da torcida e não treinava um time de futebol há vinte anos. Ele, de certa forma, me seduziu, apesar da desconfiança que congelava meus comentários. Infelizmente, vejo agora que devia ter combatido a ideia com minha pistola d`água. Nem no grupo de discussões dos novos conselheiros do Inter eu disse alguma coisa contrária. Deixei-me engambelar pelo pensamento mágico do grande jogador que retorna ao clube.

Em poucos, pouquíssimos dias, Falcão fez o Inter perder o pouco que tinha de solidez defensiva e seu ataque é o mesmo de Roth, só que com Andrezinho no lugar de Zé Roberto e Oscar no de Sóbis, que jogava recuado com Roth. O posicionamento dos jogadores, apesar da inversão de funções, é a de Roth. Sua primeira mancada foi a de centralizar D`Alessandro — típico jogador para atuar nos lados do campo — e a segunda foi a de seguir respeitando as estrelas do grupo, dentre elas o recém operado e capitão do time Bolívar, que voltou à titularidade totalmente fora de forma física e técnica. O que sempre quisemos — a saída de Nei, a colocação de uma dupla de zaga cuja idade somasse menos de 60 anos, um time mais rápido — parece ter ficado ainda mais longe com Falcão.

Sigo dizendo que o Inter tem um dos melhores grupos de jogadores do Brasil, talvez o melhor. Falta-lhe um técnico. Se eu fosse um deles, se tivesse competência para dar dinâmica a um grupo de jogadores tão qualificados, estaria ligando diariamente para o Beira-Rio, pedindo o cargo e a glória. Este cara só deveria pedir uma coisa: apoio para livrar-se de Nei, Índio, Bolívar, Rodrigo, Wilson Matias, Zé Roberto e outros menos votados.

Ah, e por favor, não me digam que Renan foi culpado pelos dois gols de Viçosa. Alguém tinha que ir na jogada. Se o goleiro não saísse, Viçosa poderia ter matado a bola e ido até dentro do gol do Inter. Neste caso, Renan seria culpado por não sair. Responsabilizem a dupla de zaga, peço-lhes. No primeiro gol Viçosa estava entre os zagueiros, que guardavam temerosos 5 metros de distância do atacante; no segundo, Rodrigo tentou deixá-lo impedido depois do lançamento ter partido… Céus!

Fossati deve ser racista!

É a única explicação que encontro para a não-titularidade de Andrezinho. D`Alessandro, Giuliano, Edu… todos branquinhos. O time ganha vida cada vez que Andrezinho entra em campo. Ou será que Fossati não viu Inter 2 x 0 Ipiranga? Andrezinho é o única cara contundente naquele time delicado.

Preconceito (Orlando Silva)

Eu nasci num clima quente
Você diz a toda gente
Que eu sou moreno demais
Não maltrate
O seu pretinho
Que lhe faz tanto carinho
Que no fundo é um bom rapaz

:¬)))

Mengo, campeão de 2009

Conforme, já tínhamos anunciado, o Flamengo é o campeão de 2009 e o Inter chegou a seu máximo: a classificação para a Libertadores. Imitaremos a imprensa, ignorando o que erramos em nossas previsões. Não encham o saco, acertamos o que interessa!

Se as malas brancas realmente existem, o Goiás foi o maior beneficiário. Recebeu do São Paulo para empatar com o Flamengo e deste para vencer aquele. Tal vitória decidiu o campeonato, pois colocou o time do Rio de Janeiro na liderança e o Flamengo, na última rodada, enfrentará o Grêmio, o qual já anunciou que dará férias a seus principais jogadores. Não sei se eles terão a coragem de fazê-lo, mas eu espero que façam. Gostaria que o Flamengo fizesse 8 x 1, que é como os Campeonatos Gaúchos terminam.

Motivos? Ora, em primeiro lugar, porque seu mais qualificado adversário, o Inter, não mereceu ganhar. Ontem, Mário Sérgio jogou todo o primeiro tempo com Guiñazú na lateral e Kléber no meio de campo; no intervalo, recolocou-os em seus lugares. Que mexida! D`Alessandro foi o de sempre, ou seja, nunca se sabe se estará num bom dia ou não. Não serve. O Inter tem um problema. Foi substituído por aquele que seria seu salvador, o eterno reserva Andrezinho. Na semana passada, falei com um alemão: ele disse que nos seus 2 anos de Wolfsburg, D`Alessandro alternava uma partida espetacular com outra mais ou menos e três ruins. Que coincidência! E o árbitro, que não viu o pênalti mais claro do ano, como nosso goleiro empurrando o terrível Vandinho após este ter-lhe dado um chapéu. Foi lance dos mais engraçados: o cracaço do Sport estava entrando com bola e tudo e Lauro empurrou-o em direção à linha de fundo, num dos lances mais patéticos e bem realizados do Enganão 2009.

Em segundo lugar, porque tais confusões tornam o Flamengo é o melhor time do Chinelão 2009 e, em terceiro lugar, porque a atitude do Grêmio atrairá o ódio de dois times times bastante influentes — São Paulo e Palmeiras serão igualmente prejudicados — e de todo o país menos os corintianos e os flamenguistas, que os desprezarão. E tudo isso… de graça.

Por quê? Ora, o Grêmio ganhou apenas uma partida fora de casa campeonato. E foi do Náutico, seu velho freguês, agora em versão rebaixada para a Série B. Por que ganharia do Flamengo, que é muito mais time? Por que empataria no Maracanã, sem Tcheco e se seus jogadores não podem ver a torcida adversária? Suas chances seriam mínimas, porém, em vez de fazer isso com o habitual pudor, o Grêmio resolveu anunciar a futura derrota, antecipando o nome do campeão. A torcida adorou, a diretoria achou engraçado. O presidente disse que “Ninguém vai escalar o time do Grêmio”. Como se fizesse diferença…

Sim, sou colorado, mas sei que o Entregão 2009 já tem vencedor. Eu espero que o Grêmio entre na história como o time que deu férias a seus jogadores na rodada final de um Brasileiro, mesmo jogando contra um player. Sempre aparecerá alguém para lembrar disso. É óbvio que sei que o campeonato foi decidido em 38 rodadas e que a rodada final vale os mesmos pontos de qualquer uma das rodadas anteriores. Só que este anúncio inédito fala tão mal de uma instituição que, como colorado, acho que fica bem ao Grêmio. Além disso, sou daqueles que se divertem quando vejo algo grande agindo de forma tola. O Grêmio insiste quer ser protagonista de alguma coisa, nem que seja de um absurdo. Penso que suas participações opacas já estejam irritando seus dirigentes e torcida.

Já o Juventude voltou para onde a Parmalat nunca deveria tê-lo tirado. Que lá fique em definitivo. Espero que o nome do próximo participante gaúcho da Série B atenda pelo nome de Brasil de Pelotas. É o time da maior torcida e o mais importante do interior. Mas há muito a fazer, ainda mais depois de 2009, o pior ano de sua história.

A curta primavera da tartaruga

Na semana passada, circulou em Porto Alegre uma engraçada metáfora. Talvez ela tenha surgido em hostes coloradas, mas contou com o apoio gremista. Dizia-se que o Grêmio era uma tartaruga em cima de um poste: ninguém sabia como tinha subido até lá, mas sabia-se que cairia… Ouvi a piada ser contada por muita gente, colorados e gremistas. Parecia haver um consenso sobre a queda da tartaruga. E ontem ela caiu feio.

Foi 4 x 1 ao natural, com direito a gol antes dos cinco minutos de jogo e placar construído no primeiro tempo. Tite entrou em campo com aquela escalação cautelosa de três volantes. Estranhamente, este tipo de escalação parece favorecer a liberdade dos meias de ligação adversários. Vejam o golaço de Tcheco! Ele atravessou o campo, fazendo o mais belo gol do jogo, tendo enfrentado em sua arrancada apenas um jogador: Guiñazu. Aliás, Tcheco parecia ser o único com algum élan e categoria no time do Olímpico. O resto era um amontoado de equívocos: Pereira e Perea entraram em campo lesionados, o primeiro foi substituído a dez minutos e o outro no intervalo; Marcel e Perea formavam um ataque de asma; a saída de bola pelo lado direito com os péssimos Paulo Sérgio e Léo não funcionou, claro; e Celso Roth, após a expulsão de Tcheco e perdendo o jogo de 4 x 1, optou por preservar seu emprego abdicando de atacar. Uma tragédia. Uma tragédia maravilhosa para nós.

Enquanto isso, víamos D`Alessandro, Guiñazu e Alex triturarem o meio de campo defensivo do Grêmio. Foram inúmeras as oportunidades em que esses três e mais Nilmar chegaram tabelando aos três zagueiros de Roth. A atuação de D`Alessandro foi tudo e mais do que desejaríamos. Seu chute no primeiro gol foi espetacular e… Bem, foi um chocolate lindo de se ver.

Com efeito, a tartaruga caiu e o vento que a empurrou nem precisou ser muito forte.

Há oito rodadas, estávamos 18 pontos atrás do Grêmio; hoje, a diferença é de oito. OK, o Grêmio encarou a realidade, mas é indiscutível que estamos jogando mais.