Final do jogo de ontem: A volta do parafuso 7 x 6 Mrs. Dalloway

Foi um jogo muito bom, com argumentações surpreendentes (e inteligentes) da plateia, que participou bastante. Ao final, James e sua prosa cheia de armadilhas acabou vencendo no detalhe. Com escritores muito bons jogando no ataque, saíram muitos gols. A conversa com a Nikelen fluiu natural e eu, de estomago vazio, tive que diminuir a frequência de minhas idas ao copo de Coruja. Era necessária 100% de atenção ao papo. Tendo lido os livros há pouco, acho que visitamos o que há de mais importante em ambos e, como tomei contato com um bom número de críticos, sei que tivemos tempo de ser originais, reverentes, desrespeitosos e, é claro, pessoais. E, bem, ter a Nikelen como partner foi uma dilícia, viu Farinatti? Sentimos tua falta, mas fazer o quê? Alguém tem que cuidar das crianças enquanto a gente se diverte.


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  1. É uma barbaridade essa tal liberação feminina! As mulheres caem na noite enquanto os homens cuidam das crianças! Tudo culpa do Getúlio, que deixou elas votarem. Depois, começaram a usar slack e ninguém segurou mais…

        1. Slack (ou eslaque, na forma falada) – diz-se daquelas calças bem apertadas, quase coladas no corpo, que as amigas da minha mãe usavam (porque mãe da gente não usa eslaque) no tempo das novelas “Te contei?” e “Locomotivas”. A evocação da palavra me lembra até hoje a minha mãe indo no Instituto de Beleza dar um banho de creme no cabelo e me levando junto porque não tinha com quem me deixar. Eu com pavor daquela mulherada falando mal umas das outras e colocando laquê no cabelo. Até hoje não posso com cheiro de acetona. Explicando a ilação feita no comentário acima: de saia, as mulheres tinham a mobilidade mais restrita. De calças, à moda homem (embora bem apertadinhas), elas podem tudo que homem pode. Aí terminou a civilização.

  2. Foi um excelente jogo! Woolf, James e suas obras bem saboreados, com inteligência, sensibilidade e humor. Uma beleza! Valeu, Nikelen Witter & Milton Ribeiro!

  3. Discordo do resultado…
    Ultimamente em qualquer disputa as mulheres, pra mim, devem ser as vencedoras, pois sempre foram, são e serão as mais delicadas à flor da história…

    E AGORA?
    by Ramiro Conceição

    Tudo aconteceu para romper um muro.
    Mas que ironia! Há outros, atrás, escuros…
    Teria sido mais fácil crer nos evangelhos.
    Mas não… Ela procurou ser lúcida!
    E agora que amara fulano, sicrano e beltrano
    que eram a delicadeza dum Mário Quintana?
    E agora que
    nos supermercados, só havia pedaços:
    a malícia – em mil fatias – à freguesia?

    E agora?!

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