Bamboletras recomenda três livros que passam pelo Sul

A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Sim, todos os três livros recomendados passam pelo Sul. Um ensaio sobre o homem da campanha, um romance de uma argentina falando sobre o interior daquele país e um livro cuja ação ocorre na Europa, mas que foi escrito por um gaúcho, são as três excelentes sugestões da Bamboletras nesta semana. Confiram abaixo.,

Boa semana com boas leituras!

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Os Gaúchos, de Ondina Fachel Leal (Tomo Editorial, 368 páginas, R$ 65,00)

Esta obra, traduzida para o português a partir de uma tese de doutorado defendida em inglês, tardou trinta anos para vir à tona. A autora fez uma pesquisa de campo por dois anos cujo resultado é uma verdadeira caverna de Ali Babá aberta à visitação e reflexão, tantos são os tesouros que ali reluzem.  A riqueza do trabalho etnográfico conduzido na campanha gaúcha sobre os homens da região é notável, sobretudo se pensarmos o quanto envolveu de coragem a aventura de enfrentar e adentrar um mundo masculino de fronteiras rígidas, ciosamente defendidas por seus membros. O livro de Ondina Fachel Leal se deixa ler de modo agradável, envolvente e fluente, descrevendo a vida que ela encontrou na fronteira sul do Brasil, entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai pampeanos.

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Não é um rio, de Selva Amada (Todavia, 96 páginas, R$ 49,90)

Com sua prosa precisa e econômica, a argentina Selva Almada é uma das vozes mais originais da literatura de língua espanhola contemporânea. Seu universo também é peculiar: a autora não fala da cosmopolita Buenos Aires. Seu ambiente é o mundo interiorano, onde vilarejos quase esquecidos no mapa abundam em histórias em que a violência, os laços familiares e velhos costumes ainda são importantes. É o caso deste novo romance, um livro que trata da amizade e de seus segredos. Enero Rey e Negro levam Tilo, o filho adolescente de Eusébio — o amigo morto dos dois –, para pescar. Enquanto bebem vinho, cozinham, falam e dançam, eles lutam com os fantasmas do passado e do presente. Esse momento íntimo e peculiar que conecta a trajetória desses três homens também os liga à vida dos habitantes locais nesse ambiente cercado de água e regido por suas próprias leis. Há perdas e mortes prematuras. Mas há também a teimosa vitalidade da natureza. Este romance flui como uma conversa entre seres que se amam.

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Uma tristeza infinita, de Antônio Xerxenesky (Cia. das Letras, 256 páginas, R$ 64,90)

Em uma narrativa tanto introspectiva quanto brutal, Antônio Xerxenesky nos faz encarar os traumas do passado, mas, principalmente, o medo do futuro. Nicolas, um jovem psiquiatra francês, é convidado para trabalhar na Suíça logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Junto da esposa Anna, ele se muda para um pequeno vilarejo, próximo ao hospital psiquiátrico onde vai trabalhar. O lugar, conhecido por seus métodos humanizados de tratamento, recebe internos de toda a Europa. Resistindo a prescrever tratamentos como o eletrochoque, Nicolas conversa com seus pacientes até que algo seja descoberto — tanto no inconsciente do doente quanto no do próprio médico. Assim, diversas feridas de guerra vêm à tona, em um jogo delicado que mistura confiança e loucura. Tendo como pano de fundo o contexto de desenvolvimento das primeiras drogas contra a depressão e outras doenças psíquicas, Antônio Xerxenesky constrói um romance tocante sobre os traumas, o passado e a possibilidade de ser feliz apesar do sofrimento.

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