E repetimos 1989. Falando sério, não me surpreendeu muito. O que me surpreendeu foi a crueldade das semelhanças. A derrota veio novamente nos pênaltis e, durante a partida, Edenílson perdeu um pênalti, igualzinho a Nílson há 32 anos. Nílson e EdeNílson, até os nomes são coincidentes.
Taison jogou bem e chutou uma bola, que normalmente acertaria, no poste | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
Tivemos várias oportunidades para marcar, muitas. Só no primeiro tempo, perdemos SEIS chances claras, sem sermos ameaçados uma única vez pelo Olímpia. No segundo, foram mais duas, além do pênalti. O time correu muito, todo o tempo. Passou a jogar mal após a cobrança errada do pênalti, mas jamais desistiu. Taison jogou bem, foi o maestro, mas não adiantou.
Só que nossa incapacidade de transformar superioridade em placar é severa. Tu, Aguirre, tenta corrigir isso, sem conseguir. O fato parece ter raízes na psicologia. Yuri claramente não quis fazer aquele gol no primeiro tempo (veja o primeiro lance de ataque do Inter nos melhores lances, abaixo). Talvez por desejar muito fazê-lo e resolver o problema, ficou amedrontado, congelado e chutou no goleiro, sem olhar. Quando Aguilar estava longe, Yuri poderia ter chutado no canto, mas não fez nada, não conseguiu ver onde ele e o goleiro estavam.
O medo de errar transformou uma bola fácil em gol perdido | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
Agora, Aguirre, é ridículo escalar Yuri e Galhardo juntos. Simplesmente não dá certo e isto sabíamos antes do jogo. Também não entendo porque Paulo Victor, que é bom apoiador, não foi escalado no lugar de Moisés num jogo onde estava escrito nas estrelas que só iríamos atacar. E para que insistir com Patrick, que passa por péssima fase?
Bem, adeus Libertadores! Agora só nos resta um 2021 melancólico e de pindaíba no Campeonato Brasileiro. Foram-se os anéis, espero que não deixemos também os dedos num rebaixamento.
E vamos em frente, sem repetir experiências testadas que não deram certo. Minha mulher é russa, então ela vem com uns ditados meio diferentes. Um deles é “Quem olha muito para o passado, está de bunda para o futuro”.
Hoje à noite, às 21h30, no Beira-Rio vazio pela pandemia, o Inter enfrentará o Olimpia do Paraguai por uma vaga nas quartas-de-final da Libertadores da América. Há 32 anos, um Beira-Rio lotado viu a mesma decisão, só que ela valia uma vaga na final. Daquela vez, tínhamos vencido o primeiro jogo em Assunção por 1 x 0. Desta vez, o primeiro jogo foi 0 x 0. Pois bem, aquele dia decisivo de 1989, mais exatamente o 17 de maio de 1989, foi o dia mais triste de minha vida do ponto de vista futebolístico.
Eu assisti ao jogo pela TV. Estava trabalhando no interior do estado e vi a partida sozinho, num quarto do Rigo Hotel, em Santa Rosa. Só não chorei porque não sou disso, mas, nossa, que tristeza!
Podíamos empatar e estivemos duas vezes com o empate na mão, em 1 x 1 e em 2 x 2. Para piorar, quando do 2 x 2, houve um pênalti a nosso favor. Nilson, que era perfeito batendo pênaltis, mudou seu estilo de cobrança e errou. Logo o Olimpia fez 2 x 3 e a decisão foi para os pênaltis. Não lembro de jogo mais cruel. E sensacional, também. Tivemos várias vezes a classificação à disposição e a vimos escapar.
Nunca vi colorados tão tristes, arrasados mesmo. Em Santa Rosa, no dia seguinte, parecíamos uns atropelados. E eu tendo que me concentrar no trabalho. 0 x 0, classificado; 0 x 1, pênaltis, 1 x 1, classificado; 1 x 2, pênaltis; 2 x 2, classificado; pênalti a nosso favor, erramos; 2 x 3, pênaltis. O jogo foi um carrossel de emoções e, nos pênaltis…
E, nos pênaltis, tínhamos infinitamente o melhor goleiro — Tafffarel, um especialista em pegá-los. Almeida, o goleiro do time paraguaio, era uma piada. Mas eles bateram 5 cobranças perfeitas — uma delas executada pelo próprio Almeida — e Leomir, até hoje bruxo e auxiliar de Abel, naquela época um volante reserva, errou a sua.
Não houve roubo. Eles nos venceram com lisura. Só que foi um rigoroso, violento e inesquecível massacre psicológico. Algo para não esquecer nunca mais. Abaixo, coloco o compacto do jogo. Depois, um texto do jornalista Carlos Corrêa sobre aquele dia. Sofram vocês agora!
E hoje, nada de pênaltis, tá? Vamos ganhar nos 90, pelamor.
Jogadores do Inter ficaram inconsoláveis após eliminação na Libertadores de 1989 | Foto: Roberto Santos / CP Memória
Já era madrugada. Em uma churrascaria no bairro Menino Deus, Abel Braga e Luiz Fernando Záchia haviam chegado há pouco para um dos piores jantares de suas vidas. Ambos mal comeram. Ninguém deu um pio na mesa. Horas antes, ambos haviam participado da pior derrota da história do Beira-Rio. Em questão de 90 minutos, uma noite que tinha tudo para ser festiva transformou-se em uma das memórias mais dolorosas dos 50 anos do estádio, uma procissão silenciosa de mais de 70 mil colorados nos arredores da avenida Padre Cacique. Não foi apenas uma derrota, foram duas em uma. Pelas semifinais da Copa Libertadores de 1989, o Inter recebia o Olimpia com a vantagem de ter vencido o jogo de ida por 1 a 0, com um gol de bicicleta de Luís Fernando. Bastava empatar em casa para ir à final. Mas a noite de 17 de maio de 1989 era uma daquelas em que nada daria certo para os colorados. Derrota por 3 a 2 no tempo normal. Derrota por 5 a 3 nos pênaltis. Eliminação. Frustração. Dor.
Há, inegavelmente, mérito dos paraguaios na classificação. Para quem vivenciou aquela partida, no entanto, a derrota começou muito antes do árbitro chileno Hernan Silva apitar o início. Mais precisamente, assim que terminou a partida no Paraguai. “Talvez fosse melhor se tivéssemos perdido a partida lá. Porque entre os jogadores, os dirigentes, a imprensa, a confiança era altíssima. O jogo lá poderia ter sido mais, era para ter sido 2 a 0 ou 3 a 0. Já estávamos pensando no Mundial. Não era nem na final da Libertadores, com o Nacional de Medellín, a gente já estava pensando no Milan”, admite o ex-centroavante Nilson.
Os relatos neste sentido não são isolados e comprovam que o clima de festa era incontrolável. Por mais que o discurso oficial fosse de respeito ao adversário, o jogo da volta era tratado no Beira-Rio como uma mera burocracia antes de encarar os colombianos na decisão. “Teve um dia, antes da partida, em que eu estava subindo a escadaria, indo para a concentração e passa por mim outro dirigente, me dizendo: ‘Estou fretando o avião para a Colômbia’. Ali eu senti medo, porque esse tipo de coisa chega aos jogadores”, relata Záchia, à época vice de futebol. De fato, chegou, por mais tentativas que o técnico Abel Braga tenha feito para que o clima de soberba não tomasse conta do vestiário. “Não tem como, a gente acabava pensando. Com todo aquele papo de Tóquio, chegou um momento em que eu me vi pensando: ‘Caramba, se a gente chegar lá, o Baresi vai me marcar’”, conta Nilson.
Nem o atacante e nem o Inter chegaram a Tóquio naquele ano. E não demorou muito a partir do início da partida para que jogadores e torcida percebessem que aquela noite ficaria para a história e por motivos nada felizes. Logo aos oito minutos, o Olimpia escapou em um contra-ataque e Mendoza fez 1 a 0. Tudo parecia não passar de um susto, afinal a reação veio rápida e aos 11 os anfitriões empatavam, com Dacroce. Só que o jogo colorado não encaixava. E os paraguaios, sem nada a perder, ameaçavam mais e mais. Até que aos 37, o zagueiro Aguirregaray errou na saída de jogo e Amarilla colocou os adversários novamente na frente. “São coisas do jogo. Parece que não era para ser”, resigna-se o ex-goleiro Taffarel. Mas ainda havia espaço para reação. E ela veio no começo do segundo tempo, quando aos sete minutos Luís Fernando, o mesmo que fez o gol no Paraguai, cabeceou para deixar tudo igual novamente.
O empate classificava o Inter e tudo ia bem. Na verdade, tudo ficaria ainda melhor quando Nilson foi derrubado aos 22 minutos e a arbitragem assinalou pênalti. Naqueles poucos instantes, a espera por Tóquio era só uma questão de tempo, um protocolo a ser cumprido. Cobrador oficial, o centroavante botou a bola embaixo do braço e se encaminhou para a marca da cal. “Eu estava bem. É curioso, porque nunca ninguém vinha falar comigo nessa hora. E aquele dia o Heider veio e falou: ‘Bate do jeito de sempre que não tem erro’. Eu sempre batia do lado esquerdo. Mas aquele dia era como se tivesse uma voz no meu ombro dizendo para eu mudar de canto. Bati cruzado e o goleiro pegou. Eu nunca batia cruzado. Se eu batesse como batia sempre, ele nem tinha aparecido na foto”, lembra o ex-jogador. Da frustração ao silêncio foram exatos 90 segundos, tempo para o Olimpia puxar outro contra-ataque, Neffa chutar, a bola desviar em Leomir, enganar Taffarel e ir para as redes: Olimpia 3 a 2. “Foi um troço sui generis. A gente perde o pênalti, tem um escanteio, eles lançam da defesa e fazem o gol. Aquilo ali derruba qualquer um”, observa Záchia.
Nilson x Almeida | Foto: Roberto Santos / CP Memória
Nem Taffarel salvou
Apesar da derrota no tempo normal, ainda restava a esperança dos pênaltis. E ela não era pouca por uma razão com nome e sobrenome: Cláudio Taffarel. Aquela semifinal da Libertadores de 1989 foi uma das raríssimas ocasiões em que o notório pegador de pênaltis não defendeu nenhuma cobrança. Não era para ser. “Sempre achei que a gente fosse passar. Eu só pensava que o Taffarel ia se consagrar”, conta Nilson. Por ter perdido a penalidade no tempo normal, o técnico Abel Braga preferiu preservar o centroavante e não escalou ele entre os cinco cobradores. “Eu me sentia bem, pedi para bater, mas o Abel disse que se eu errasse de novo, a torcida ia me matar. Ainda argumentei que se a gente não passasse, iam me matar igual. E aí ele disse: ‘Não vou fazer isso contigo, vai bater o Leomir’”. O Olimpia acertou suas cinco cobranças. O Inter não chegou à quinta, porque Leomir errou a sua. O Inter estava eliminado da Copa Libertadores.
Não por acaso, Záchia define aquela noite até hoje como um velório. Houve protestos no Portão 8, mas a decepção dos torcedores era muito mais evidente nos silêncios de quem da arquibancada olhava o gramado sem entender o que havia acontecido. “Quando terminou o jogo, caiu a ficha. Ficamos até muito tarde, muito tarde mesmo. E nem era para evitar a torcida ou alguma coisa assim, era tristeza mesmo. Você olhava o vestiário e era todo mundo jogado nas banheiras com uma cara horrível”, revela Taffarel. O trauma de ficar no quase na Copa Libertadores só viria a ser superado 17 anos depois, com o título de 2006. Ainda assim, aquele jogo com o Olimpia permanece como uma cicatriz. E como a pior derrota do Inter dentro do Beira-Rio.
Aguirre, só te resta agradecer ao São Paulo o fato de não ter nos goleado por 5 ou 6 x 0. Obrigado.
Bem, meu amigo, basta ler as redes sociais. Quando vimos que tu tinhas escalado a zaga com Lucas Ribeiro e Pedro Henrique, selaste nossa sorte. Inventaste algo que só funciona no teu imaginativo cérebro. O Inter traz um zagueiro e tu o colocas na lateral direita, mantendo a dupla comprovadamente ruim, a que era para ser substituída. Parabéns. Aos dois minutos, o estreante uruguaio tentou um drible desnecessário e deu início ao Show da Zaga.
Diego Aguirre, o Professor Pardal | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
Mal posicionados, Lucas, Pedro e Daniel cometeram um absurdo, com destaque para o goleiro que, mesmo vendo seu gol aberto, colocou-se para interceptar um cruzamento. Que não aconteceu. O cara do SP chutou para o gol vazio. Um disparate completo cometido por 4 Patetas: Méndez, Lucas, Pedro e Daniel.
É incrível a falta que fizeram Cuesta e Edenílson. A zaga fracassou espetacularmente e quem falava mal de Cuesta sentiu saudades dele. No meio sem Edenilson, a qualidade dos passes, que já era péssima com ele, foi a zero.
Patrick sumiu. Caio Vidal é uma mosca tonta que perdeu dois gols feitos antes de nossas oportunidades de ataque desaparecerem. Bruno Méndez não tem habilidade para jogar na lateral. Johnny está perdido — melhor seria se ficasse na frente da zaga, ao lado de Dourado. Yuri também vai mal, mas está desacompanhado.
Erramos um número absurdo de passes. O futebol moderno pertence a quem é mais rápido e erra menos. Somos rápidos, mas não acertamos passes. É uma vergonha.
Digo sem medo de errar que o time de hoje é inferior ao de 2016. Sinto no ar um cheiro de Segunda Divisão e já vi que o 17º colocado — o primeiro que cai — está a três pontinhos de distância.
Não temos dinâmica nenhuma de jogo, nada de entrosamento, mas creio que, para minorar nossa inevitável derrota no GreNal do próximo sábado, deveríamos entrar com Daniel (o burro); Saravia, Méndez, Cuesta e Paulo Victor; Dourado e Johnny (protegendo a zaga), Edenílson e Boschilia (Taison, se puder); Yuri e Caio Vidal (ou Palácios, ou Cuestinha, tanto faz).
E vou escrever uma coisa chocante: o Inter é pior do que o Grêmio. Bem pior. Uma pena.
20/6 – #Inter x Ceará
24/6 – Chapecoense x #Inter
27/6 – América-MG x #Inter
30/6 – #Inter x Palmeiras
3/7 – Corinthians x #Inter
7/7 – #Inter x São Paulo
11/7 – Grêmio x #Inter
15/7 – Olímpia x #Inter
18/7 – #Inter x Juventude
22/7 – #Inter x Olímpia
É sempre bom lembrar que o Inter nunca ganhou absolutamente nada com o futebol reativo.
Nem Gauchão. Desde 2016 estamos jogando aquele futebol cagado de se defender, rezar por uma bola e recuar. Desculpem, mas gosto de futebol. Acho que a mudança de filosofia de jogo urge. Tem que ser propositivo e tem que ser projeto de clube. Agora não adianta, depois de começar, aceitar a intervenção do Carvalho e voltar a “fechar a casinha e sair na boa”. Agora não adianta, depois de começar, lotear a base com os amigos empresários com o Cianorte e Cia, e depois reclamar que o time é uma merda há anos.
E fazer isto, mudar a proposta, como disse o Medina em 2000, demora uns 4, 5 anos. Só que alguém terá de fazer.
O treinador ideal para a transição era Coudet. Todo mundo viu o que aconteceu e a fritura que lhe fizeram os burros e a imprensa. Então, se o Ramirez sentiu a pressão — e sentiu — tem que ir para o Plano B, mas sem mudar a filosofia. Acho que o Ramirez é um mau técnico. Com aquele time, o resultado de ontem não chegou a surpreender chegou? O problema é como substituir o MAR. E mais, o problema é que temos que nos livrar de alguns caras. Afinal, o Inter está refém de jogadores que jamais ganharam um título. Dá para conceber que Lomba, Danilo, Dourado e até Uendel estão — ou estavam, no caso do Uendel — inscritos entre os líderes do grupo? E há ainda a pressão dos empresários que foram escanteados e dos jornalistas que, sabemos, tiveram sua mesada cortada e que farão tudo pra derrubar o modelo que está sendo implantado e resgatar seus pilas.
Eu acho fofo quando o pessoal cita os 9 jogos invictos para justificar que um “trabalho foi destruído”. Dos 9 jogos, dois foram bons (Palmeiras e São Paulo), os outros tiveram aquele abençoado gol cagado, sofrimento até o fim e oração pra manter o resultado. Parece até que aquilo era o Nirvana, mas bastou o Sport botar 3 zagueiros, a bola alta não entrar e o Inter sumir. Lembram? Bastou o Corinthians — sim, esse mesmo time lastimável que vemos hoje — se fechar para dar o título ao Flamengo. Mas parece que vivíamos muito bem no melhor dos mundos. Nossa, que falta de memória.
Se o MAR realmente seguir, tenho um conselho para ele TENTAR a voltar a jogar futebol: Daniel; Saravia, Lucas, Cuesta e Moisés; Johnny, Edenílson, Taison e Patrick; Galhardo e Yuri. No 4-1-3-2. Ah, e com Lindoso e Zé Delivery fora do banco para não corrermos o risco de eles entrarem. E um conselho para o João Patrício: tira o MAR se fizermos 0 ou 1 ponto contra Bahia e Atl-MG. Te arranja com o nome do escolhido, ganhas para isso. Não queremos um novo 2016.
Pô, considero que não vamos perder para o Vitória, né? Sou um otimista…
É, Taison, pensa que é mole? | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
Não sei é ele o cara certo para isso, mas a mudança que Miguel Ángel Ramírez está tentando implantar é necessária. Esta é apenas a MINHA opinião. Sim, sei, não é muita coisa.
Eu preferia ser mais jovem, só que realmente vim de outra época e não suporto ver meu time medroso, reativo, jogando por uma bola, como fazíamos desde Argel até Abel. Marcávamos um gol e corríamos para “fechar a casinha”, ganhando por diferença mínima ou deixando o adversário empatar ou virar ao chamá-lo para o nosso campo. E gosto de futebol, não somente de resultados.
MAR não me parece ser o cara para isso, mas está tentando. Não ganhamos o Brasileiro por vários pontos perdidos ao longo do campeonato, mas os mais claros foram aqueles não ganhos contra o Corinthians, quando vimos um time acostumado a se fechar sendo obrigado a atacar pela proposta de jogo do adversário. Lembram? Quase perdemos o jogo no primeiro tempo. E o que estávamos decidindo era uma taça que não vemos há 41 anos. Agora são 42.
O Corinthians não é muito melhor do que o Always Ready. Nem o Sport é.
O problema maior não é a intenção de Alessandro Barcellos de bancar a ruptura — acho que isto é correto –, mas sim a falta de dinheiro. Lomba e outras ruindades deveriam estar longe do Beira-Rio, só que não conseguimos contratar chegando aos outros clubes com o pires na mão. Também os jovens estão vindo MUITO mal formados. Peglow, Caio, Johnny, Roberto, Zé Gabriel e outros não respondem, deixando jogadores de postura duvidosa, como Edenílson, Dourado e Galhardo, surfando em suas titularidades.
O caminho será um longo e difícil e espero que Barcellos não recue. É claro que eu chamaria Bielsa ou Guardiola e contrataria um monte de caras bons, mas nego-me a pedir cabeças quando é impossível contratar e mesmo dispensar — pois dispensar também é caro.
Acho que o período que vem pela frente não nos levará à segunda divisão, só que, concordo, finalizar 20 vezes e perder 5 gols cara a cara num joguinho contra o Ready é para irritar mesmo. E quem toma na cabeça, no Brasil, é o técnico, não o Galhardo e outros.
Agora o Inter vai jogar só contra nordestinos: Sport (C), Vitória (F), Fortaleza (F), Vitória (C) e Bahia (F).
O Inter voltou a jogar mal, mas venceu novamente o péssimo Olímpia, agora em Assunção. Foi 1 x 0 — golaço de Yuri — e agora pega o igualmente fraco Always Ready, em Porto Alegre, para terminar a fase de grupos em primeiro lugar. Será uma classificação sem brilho e com pouco futebol, uma classificação triste, apertada e entremeada por atuações ruins no Campeonato Gaúcho. O jogo contra os bolivianos será na próxima quarta-feira (26/05), às 19h. Antes disso, devemos perder o título gaúcho para o Grêmio, na Arena, às 16h deste domingo (23/05), contra um time que atua com 4 jogadores que farão 36 anos no segundo semestre, dois destes de quase 100 Kg, sendo que ambos não aguentam uma partida inteira e um deles brinca de fazer gols na gente. Ou seja, tudo indica um domingo medonho para nós, colorados.
Após perder um gol que não costuma errar, Yuri marcou um golaço em um chute difícil | Foto: Ricardo Duarte – SC Intarnacional
Como disse um amigo, o Inter é aquele pirralho de bairro que eventualmente bate num amiguinho aqui, noutro ali, mas que invariavelmente apanha do valentão do pedaço.
Iniciamos bem os dois tempos, mas, após 10 minutos, voltamos à lenga-lenga da lentidão. Taison ainda está desambientado e não faz a esperada diferença. Lucas Ribeiro dá mais segurança à defesa do que Zé Delivery e nem vou dizer que o gol nasceu em jogada de Moisés, complementada por ótimo passe de cabeça de… Marcos Guilherme. OK, hoje daremos uma folga a MG, porém não a Lindoso. Este entrou e logo cometeu uma falta que por milagre não deu o empate ao Olímpia. E, pô, Yuri, temos que parar com esse negócio de receber cartões bobos. Pra que tirar a camisa? Não sabe que dá amarelo?
Tarefa árdua | Foto: Ricardo Duarte – SC Internacional
A tarefa de Miguel Ángel Ramírez (MAR) é complicada: ele precisa mudar um modelo de jogo que existe no Inter há um bom tempo com o agravante de que o clube não tem condições financeiras de suprir as carências do grupo. Sim, prefiro meu time propondo o jogo ao esquema reativo de Odair-Abel. Mas gostava muito da rapidez do ataque do segundo filho de Adão e Eva, coisa que MAR não está obtendo. O time do MAR espera e espera que os espaços apareçam. Ainda bem que espera com a bola no pé, só que a lentidão do time irrita. Há duas formas de se abrir espaços, (1) com deslocamentos e bons passes para a frente e (2) à dribles, também para a frente. Parece que a segunda é proibida no Beira-Rio. As vitórias pessoais só ocorrem em jogadas de Yuri e, pasmem, de Moisés. É claro que o esquema geral é o de tocar a bola, mas e aquele drible oportuno?
E vamos ao Gre-Nal de domingo. Eu estou certo da derrota. Acho que a ESPN exagerou abaixo. Gigantesca foi a consequência.
O Inter pegou disparado a chave mais fácil da Libertadores. Táchira, Always Ready e o atual Olimpia são times realmente muito fracos. Só que não estamos conseguindo nos destacar. Isto acontece em boa parte por culpa de Miguel Ángel Ramírez (MAR) que, não obstante as boas ideais táticas, insiste em escolher jogadores inferiores a seus reservas imediatos. E justo ontem Zé Gabriel abriu caminho para a virada dos venezuelanos no Táchira.
Zé Gabriel é uma escolha incompreensível desde Coudet. Dizem que ele sabe sair jogando, que tem bom passe, que é hábil. O que eu não entendo é porque ele dá tantas roscas, botes errados e erra tantos passes. O que ele fez ontem foi disparate técnico. O que ele fez foi algo para não vestir mais a camiseta do clube. Vejam abaixo como ele lança o jogador do Táchira para empatar um jogo que ganhávamos.
Para completar, seu reserva é Lucas Ribeiro, um zagueiro comprovadamente muito mais seguro do que Zé. Como entender?
Outra coisa incrível é a escalação de Marcos Guilherme, jogador cujo tratamento para depressão parece que tem que ser feito dentro de campo, sob os olhos da torcida. Que sorte que ele tem de estarmos com o estádio vazio! Já imaginaram a vaia que MG levaria cada vez que seu nome fosse anunciado? Bem, ele se mataria! Acho melhor mandar ele logo para um psiquiatra.
E há mais. O Inter perdeu o Brasileiro do ano passado por várias razões, mas o motivo mais claro foi aquele jogo contra o Sport. Muita gente lembra de Uendel falhando, mas esquece do segundo gol do Sport, quando Lomba abdicou de ir na bola porque achou que ela tinha saído pela linha de fundo. Se saiu ou não é coisa que um goleiro deve ignorar até que o juiz apite. Lomba ficou olhando e o Sport fez o segundo gol. Bem, ontem ele achou que a jogada estava resolvida mesmo com Edenílson erguendo os braços, demonstrando que a bola era dele. Lomba saiu trotando e, quando viu, o cara do Táchira já tinha passado e ele cometeu o pênalti. Edenílson também errou, mas o goleiro tem que vir rasgando.
Não, é muita cagada junta, seu MAR. Falta orientação e tesão.
Perdemos muitos gols mesmo jogando mal, estávamos levando a vitória contra um time ruim, mas as tuas escolhas nos mataram. Outra ruindade absurda é Moisés. Mal preparado fisicamente, morreu no segundo tempo, mas não tem reserva. Só se salvaram Cuesta, Galhardo e Taison. O resto…
Se tivesse torcida no estádio, é provável que tu, MAR, estivesse na marca do pênalti.
Abaixo, a virada surreal de ontem, conforme expressão da ESPN:
Um mês, quatro competições e nove jogos para o Inter:
11/05 – Táchira x Inter – Libertadores
16/05 – Inter x Grêmio – Ida da final do Gauchão
20/05 – Olimpia x Inter – Libertadores
23/05 – Grêmio x Inter – Volta da final do Gauchão
26/05 – Inter x Always Ready – Libertadores
30/05 – Inter x Sport Recife – Brasileirão
03/06 – Vitória x Inter – Ida da terceira fase da Copa do Brasil
06/06 – Fortaleza x Inter – Brasileirão
10/06 – Inter x Vitória – Volta da terceira fase da Copa do Brasil
Tive que explicar para um carioca, o Guto Leite, o que é ser colorado. É incompreensível mesmo.
“Nós somos assim: quando estamos no auge, pensamos no futuro negro que nos aguarda. Quando afundamos, jamais vamos subir. Já os gremistas são uns bobos alegres, imortais e perfeitos. Quando estão mal, a culpa é dos juízes ou da federação. Quando são criticados, a imprensa é injusta e exagerada. Até hoje, nunca perderam uma partida. Estão invictos desde 1903, algo increíble. Nós perdemos todos os dias ao acordarmos. Aliás, vamos perder hoje para o Juventude e seremos eliminados do Gaúcho. Já estou deprimido.”
Depois de espernear e dizer em Nota que estava sendo desrespeitado, Guerrero decidiu ficar no Inter. Tudo porque a diretoria do clube resolver cobrar a clausula de rescisão de contrato, cujo valor estaria entre 12 e 24 milhões — não foi informado o valor exato.
Ele tem contrato por 8 meses, até o final do ano, e jamais receberia este dinheiro em outro clube no mesmo período. Porém, o mais importante é o recado aos empresários do meio futebolístico: acabou a história de jogador e empresário fazendo o que querem. Jogador sai por acordo das duas partes.
Se o treinador quer Guerrero, ele precisa pagar para sair, coisa que não sei se ocorreria nos tempos de Carvalho-Luigi-Píffero-MIG. Eram tempos bem mais fáceis para tirar dinheiro do clube. Seja para empresários, seja para influencers.
Gosto do fato do presidente Alessandro Barcellos estar efetivamente preocupado com as finanças e que endureça nestes casos de acusações infundadas. O contrato foi assinado, o clube quer que o cara fique, então ele fica. Ponto.
Se Guerrero fizer corpo mole, vai prejudicar sua carreira. Se começar a jogar mal aos 37 anos, quem o contratará em 2022?
Ele que dispute espaço com Yuri e Galhardo e siga bem na vida.
Cuesta mostra o caminho | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
O Inter goleou o Deportivo Táchira por 4 x 0 com gols de Victor Cuesta, Patrick, Thiago Galhardo e Yuri, em noite de bom futebol e palhaçadas.
Comecemos pelas palhaçadas. Galhardo comemorou o terceiro gol tirando a camisa para mostrar uma santa qualquer e recebeu merecido cartão amarelo. O mesmo ocorreu com Patrick no segundo gol. O moço colocou a máscara de um super-herói e recebeu outro cartão. Olho neles, seu Migué, pois o capitão Dourado não fede nem cheira — como capitão. Um dia, esses caras recebem um segundo cartão e acabam expulsos por este tipo de bobagens com personagens imaginários.
Quanto ao bom futebol, dá para dizer que o trabalho de Ramírez começa a aparecer. O time acelerou os passes, Patrick começou a entender como deve jogar, Maurício apareceu bem e parece ser uma convicção do treinador.
O primeiro tempo foi muito bom. Dominamos e criamos situações que foram aproveitadas. Fizemos 3 x 0 e o pudemos jogar um segundo tempo mais relaxado. Se seguirmos assim contra o Juventude e o Olímpia ficará claro que o esquema está sendo absorvido. As triangulações pelas pontas funcionaram. Os lançamentos também, além de terem diminuído os passes inúteis para os lados.
A saída de bola com o goleiro é meio enervante, mas ontem vi vantagem em sair de trás com o campo mais aberto devido à marcação alta do adversário.
Como é mais gostoso falar mal do que bem em futebol, Marcos Guilherme voltou a jogar mal e torcemos por uma negociação em definitivo que o mande para a Coreia ou para a China. Já Carlos Palacios precisa de ajuda.
Houve vários impedimentos mal marcados, mas é maravilhoso um jogo sem VAR!
Voltamos a jogar pela Libertadores na quarta-feira da próxima semana (05/05). O adversário, no Beira-Rio, será o Olímpia, em partida marcada para as 21h. Antes disso, vamos a Caxias para nos enjoarmos com o Juventude às 16h de domingo (02/05), na abertura das semifinais do Picanhão.
Miguel Álgel Ramírez iniciou muito mal no Inter. Não é caso para demitir, claro, mas as estranhezas de ontem dão o que pensar. Ele vem com um time e, de repente, muda. Nos jogos dos titulares, Praxedes e Patrick estavam sempre presentes. Não eram nada espetaculares, mas jogavam sempre. No dia da estreia da Libertadores, eles somem. Como obter entrosamento? Não entendo. E o entregador Zé Gabriel em vez de Lucas Ribeiro? Thiago Galhardo no lugar de Yuri? Rodinei na lateral esquerda? Não são muitas bizarrices e aberrações para um só jogo, Miguel Ángel?
A não ser que ele pense que a Libertadores seja uma competição onde caibam testes.
E não me venham com Abel. Este perdeu o Brasileiro em casa para Sport e Corinthians. E foi desclassificado por Boca e America-MG também em casa.
Como se vê, a rejeição a Miguel Ángel é quase geral. Eu acho que nós somos uns burros. Nós e Miguel Ángel Ramírez. Nós — torcedores, comentaristas e jogadores — porque não entendemos o futebol moderno, flagrantemente superior. Ele porque não considera nosso atraso e não faz um gesto para adaptar -se. Tem que ir mais devagar. Se MAR tentar enfiar o jogo de posição de um dia pro outro, vai dançar.
Pois o principal erro é de orientação: implantar o tal “modelo posicional” fazendo tábula rasa do que havia. O time do Inter que foi vice tinha virtudes que deveriam ser observadas. Por exemplo, sabia fazer contra-ataque uma vez recuperada a bola, seja no campo de defesa ou por pressão. Agora, ficam ali na frente da área, trocando bola até perder ou dar um balão. E essa de botar jogadores piores no campo e melhores no banco deixa qualquer grupo de boleiros sem rumo. Tomara que melhore.
A coisa vai ser rápida. Todas as quartas haverá Libertadores.
20/04 — Always Ready x Inter
27/04 — Inter x Deportivo Táchira
04/05 — Inter x Olimpia
11/05 — Deportivo Táchira x Inter
18/05 — Olimpia x Inter
25/05 — Inter x Always Ready
É muito ruim esse negócio de a gente só saber a escalação minutos antes da partida. Desse jeito, só podemos escrever a respeito após o resultado. Quando li no twitter que íamos com Maurício e Patrick nas pontas, logo pensei em lentidão e pouca criatividade. Nada contra os dois, são bons jogadores, mas tudo contra eles entrarem fora de suas posições. Miguel, eu vejo estes problemas no Inter:
1. Patrick na ponta. Quem viu grandes pontas jogarem, sabe que eles são ou rápidos ou habilidosos. Patrick não é nenhuma das duas coisas. Patrick é um excelente armador — fez um esplêndido 2020 — que deveria estar disputando posição com Edenílson e Praxedes. Ademais, fica ao lado da linha lateral e ali pela esquerda não tem nem bandeirinha para uma conversa. Ele fica sozinho, deprimido. Se eu tivesse acesso a ti, Miguel Ángel, te explicaria o significado de peladeiro. Patrick é um deles. E dos bons.
Patrick: em um relacionamento difícil com a linha lateral | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
2. Maurício na ponta. O mesmo acima, sem o esplêndido 2020 e sendo menos peladeiro.
3. Saída de bola. Dou risada quando vejo Lomba sair no toque e, quando a bola chega no Cuesta, este dá um bago pra frente, entregando a bola pro adversário. Qual é o sentido disso? Se Cuesta sabe lançar, que acerte. Ah, tenho que te explicar também o que é bago pra frente!
4. Quem são os nossos pontas. Eles são Palacios, Caio Vidal e, com o perdão da palavra, Marcos Guilherme. Peglow?
5. O centroavante abandonado. Com os pontas jogando lá nas linhas laterais, com os meias não chegando e os laterais muito menos — Yuri ou Guerrero ficam sós. Coitados. O peruano tem 37 anos e não vai aguentar o tranco.
6. Lomba. Por favor, acho que chega de Lomba. Ele é mesmo o preferido do Pavan?
7. Rodinei. Não sou um crítico do cara, mas se ele ele vai embora, deixem o Heitor jogar para sabermos até onde ele pode ir. Já sabemos tudo sobre Rodinei. Ademais, o lugar é do Saravia.
8. Dourado. Suas declarações após o jogo não são as de um capitão. Ou ele faz uma autocrítica ou mudamos de capitão. Detalhe: acho que é excelente jogador. Penso que ele estava muito puto com a derrota. Sendo assim, não deveria ter falado.
9. Detalhes. O guri Praxedes não ter passado aquela bola para o Yuri… O gol que perdeu o Lucas Ribeiro… Perder gols assim em clássicos…
Na final do Campeonato Brasileiro de 1976, o Inter foi proibido de prestar homenagem a João Goulart, seu ex-jogador. Jango morreu em 6 de dezembro de 1976 e a final foi em 12 de dezembro.
João Goulart foi ponta esquerda do time juvenil, mas foi obrigado a parar em 1935 devido a uma lesão na perna esquerda.
Edenílson: ontem teve gol de craque | Foto Ricardo Duarte / SC Internacional
Miguel Ángel Ramírez está fazendo testes bem interessantes. Ontem, ficou claro que ele não está muito preocupado com o placar, que quer mais a assimilação dos novos conceitos. Por exemplo, ontem tirou Guerrero e colocou Galhardo e Maurício, nada de Yuri. (Maurício entrou muito bem). Miguel Ángel está seguindo um planejamento que não é claro para nós, mas que já pode ser auscultado.
O time mudou muito em pouco tempo. Agora jogamos com dois pontas bem abertos, os laterais avançam preferencialmente pelo meio, o time chega tocando bola com os jogadores muito próximos um do outro e com um ou dois afastados, todos pedem a bola e a recuperação da mesma é tentada onde ela foi perdida. Mais: a saída de bola é feita pelos dois zagueiros e mais o volante, mas quem sai para o ataque não é necessariamente o volante. Muitas vezes quem saiu foi Lucas ou Zé Gabriel. As viradas de jogo — fundamentais do esquema — também foram raras.
É o tal jogo de posição em que a posse de bola é fundamental.
Eu estou gostando, apesar de que criamos e chutamos muito pouco e nada, por exemplo, de fora da área. A falta dos chutes de longe pode ser justificada pela incrível retranca do Caxias. Nossos zagueiros iam até a intermediária adversária, demonstrando o absoluto encolhimento do pessoal da Serra. Não havia espaços, mas sou torcedor e sempre quero mais. E, insisto, criamos pouco.
É um início promissor que apresenta ainda muitos erros. Acho que se houver calma da torcida e pouca RBS vai dar certo.