Uma ligação do Milton Saad

Uma ligação do Milton Saad

Me liga o Milton Saad para dizer que o Arerê é pura alegria, é Carnaval, é festa, é gente dançando feliz.

E completa dizendo que naquele “Um minuto de silêncio”, além de ser uma cópia dos argentinos, não se dança, não se comemora, nada. É fúnebre, denso, pesado, maldoso, fatal.

Nós não queremos ser fatais ou imortais. Somos colorados.

O Arerê é aquela alegria de ver alguém voltando para casa. Já o Minuto de Silêncio é para quando o Bolsonaro cair. O Arerê é para abraçar, o Minuto é para se despedir.

Isso diz muito, né, Saad?

Três tópicos antes do Natal

Três tópicos antes do Natal

Durante os aplausos, uma senhora tirava fotos de Daniel Barenboim usando o flash. Ele interrompeu a plateia e disse: “Não use o flash, senhora. Por três razões: primeiro, porque é proibido; segundo, porque me incomoda; terceiro e mais importante, porque, enquanto faz a foto, não pode me aplaudir”.

Uma coisa que sempre quis ter e não tenho é classe.

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Alex Castro tem razão: “Se você declara publicamente seu ódio a alguém, está declarando que aquela pessoa tem poder sobre você”. Faz três anos que tenho me mantido fiel à Lei de Steinbeck, que diz mais ou menos assim: “Vou me vingar de ti da forma mais cruel, vou deixar pra lá”. O Chico Marshall completa dizendo que “Aristóteles (De Anima) afirma que “nada produz maior cólera do que a expectativa de honra frustrada. Desdém, a mais letal das armas”.

Não é o Alex, nem o Steinbeck, é Aristóteles
Não é o Alex, nem o Steinbeck, é Aristóteles

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Conforme nós prevíamos, a coisa ia ficar séria. Ficou. O Vitória e a CBF fizeram sacanagem sim. Agora só falta dizerem que o Inter forjou o documento do Monterrey… Não creio que o Inter mereça ser resgatado do rebaixamento — afinal, quem perde duas vezes para o Vitória e e obtém um ponto do Santa Cruz tem que morrer mesmo — mas acho que o Vitória deveria ser o quinto rebaixado. Acho que os advogados do clube não devem se entregar. O Vitória fez algo duplamente proibido: contratou sem fazer o atleta voltar ao clube de origem e fora da janela. Curioso é o silêncio da Federação Gaúcha.

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Em livro, Koff confirma auxílio para o Grêmio sair da Série B em 1992

Em livro, Koff confirma auxílio para o Grêmio sair da Série B em 1992

fabio-koffNo livro Fábio André Koff, Memórias e Confidências — o que faltou esclarecer, depoimento do ex-presidente do Grêmio nos períodos de 1982-1983, 1993-1997 e 2013-2014, concedido a Paulo Flávio Ledur e Paulo Silvestre Ledur (Ed. Age, 2a. edição), há um trecho que põe por terra um dos mitos gremistas, o da volta “honesta” para a primeira divisão em 1992. O livro conta os bastidores das principais conquistas de Koff no clube e outros detalhes deliciosos. Sabiam, por exemplo, que Koff foi técnico de futebol?

O livro completo encontra-se neste link. Mas o que nos interessa é esclarecer um ponto que os gremistas adoram negar: que houve uma enorme colher de chá para que o clube voltasse à primeira divisão em 1992. Houve. E com a participação do ínclito Eurico Miranda. Vejam abaixo a palavra do ex-presidente do Grêmio:

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Reações de um torcedor do River

Este vídeo foi visto no YouTube por 5.400.000 vezes até agora. Eu assisti este jogo ao vivo. É Belgrano 2 x 0 River, primeira partida das duas que levou o River à Série B argentina. Talvez alguns brasileiros — principalmente os colorados, santistas, são-paulinos, flamenguistas e cruzeirenses — não saibam o que significa isso. Aliás, nem os outros sabem, pois o que ocorreu foi muito maior do que uma simples queda. Estamos na Argentina e uma ida à segundona do River ou do Boca é mais ou menos como Grêmio ou Inter, Cruzeiro ou Atlético-MG caírem para a segunda divisão DE SEUS ESTADOS, tal é o tamanho de suas torcidas. Esta é a analogia mais perfeita.

O jogo foi assim, para quem quiser entender o desespero do torcedor: na metade do primeiro tempo. Um pênalti que ninguém viu. Depois, no replay todos enxergam com estapafúrdia clareza um jogador do River desviando a bola com a mão num escanteio. Um gesto totalmente sem sentido. O Belgrano bate o pênalti, 1 a 0. No segundo tempo, logo de cara, mas um gol do Belgrano. Passam 10 minutos e torcedores do River invadem o gramado — o homem na cadeira congela, paralisado, vejam. Mas os hinchas não agridem seus jogadores. Apenas pedem mais garra, talvez num dos momentos mais patéticos que vi num jogo de futebol.

No segundo jogo, 4 dias depois, os mesmo times empatam em 1 a 1 e o River cai para a segundona. As imediações do Monumental de Nuñez, estádio do River, são destruídas. Sob um frio de 0º, os bombeiros jogam jatos d`água nos torcedores a fim de acalmá-los. Imaginem que eles já tinham feito isso dentro do estádio, logo após a queda. Hoje, los hinchas de River fazem uma campanha para que o time não use a camisa oficial do clube na segunda divisão e sim outra, com uma faixa preta no lugar da habitual vermelha.

Divirtam-se.