Ontem, depois do meio-dia, fomos ao Rincão das Pombas na tentativa de tomarmos contato com o vazio perfeito. Era a promessa. Não, não se tratava de uma experiência filosófica ou religiosa, era tudo bem mais prosaico. Ou não. Vazio é a fraldinha, um corte de carne bovina que localiza-se entre a parte traseira e a costela do animal, representando aproximadamente 2,62% da carcaça. Um erro divino, pois deveria representar 5%, no mínimo. Fomos lá de carona com o Dario. Nosso encontro foi no Barra Shopping. Cheguei lá louco para fazer um xixizinho e corri ao banheiro antes que nossos amigos Claudia e Dario viessem.
O banheiro estava quase vazio, eu tinha pressa e parei ao lado de um rapaz num dos mictórios. Quando comecei a mijar, saíram-me duas barulhentas ventosidades (ou, de forma menos erudita, peidos).
O cara meio que se assustou e depois olhou enojado para o meu lado. Então eu, todo constrangido, disse a ele:
— Em condições normais, sou uma pessoa maravilhosa…
O cara teve um tal ataque de riso que interrompeu o que estava fazendo.
Mas tergiverso. O Rincão das Pombas, local do teste, é de propriedade da família Marshall. É antigo sítio à beira do Guaíba, em Itapuã, alguns metros antes da reserva. O próprio Chico Marshall pilotaria a churrasqueira. Estava maravilhoso. Como vocês, meus sete leitores, sabem que o blog é o local onde me coleciono, terão de aguentar 20 fotos de nosso sofrimento ao livre, na beira do Guaíba, finalmente aspirando ar, após semanas.
Enquanto a Elena Romanov pensa compassivamente em algo para dizer, eu roubo sua comida.
Eu e Elena olhamos admirados para o matambre. Eu já vou abrindo a boca.
Astrid Müller, eu e Elena observamos o vazio.
Ficamos na dúvida se é realmente o vazio perfeito, se é realmente o arqui-vazio.
E voltamos a observar.
O arqui-vazio.
Havia gente tão bêbada que não conseguia encontrar a máquina fotográfica. Chico Marshall indica o caminho à Leonardo Winter. Eu acabara de perguntar ao Chico a origem da expressão “ó do borogodó”. A explicação me pareceu furada, mas sugiro que vocês lhe refaçam a pergunta diretamente. Só sei que tudo começa na Bahia, em 1798.
Fim de jogo. Acho que deu num belo carreteiro hoje.
Clarisse Normann e Claudia Guglieri encontram a o fotógrafo com maior facilidade.
Eu e o Arthur Maurer. Ele me contou coisas inconfessáveis…
Arthur no meio do Guaíba, no stand-up do Dario.
Bonito, né?
Dario Bestetti chama o guri de volta.
Eu fumo cubanos.
Ele fuma cubanos.
Nós fumamos cubanos.
Um cão e um gato fotogênicos.
O pôr-do-sol.
5 homens e um destino (Eu, Pedro Maurer, Augusto Maurer, Chico e Dario).
Nossa, bem melhor. (Clarisse Normann, Claudia, Rovena Marshall, Elena e Astrid).
O grande autor das fotos, Augusto Maurer.
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