A dança pataxó dos alemães

A dança pataxó dos alemães

Poucos notaram a dança pataxó que os alemães fizeram em campo.

É que a casa da Alemanha nesta Copa do Mundo foi Santa Cruz Cabrália e lá, no sul da Bahia, os alemães conheceram um pouco dos índios.

“Reunimos os grupos indígenas em um círculo. Acendemos os cachimbos e tocamos os maracás. Aí, em nossa língua, fazemos os nossos pedidos e orações. E os pedidos dessa vez foram para que os alemães vençam”, revelou o cacique. Durante a coletiva, o próprio cacique fez esse pedido a Thomas Müller e a Philipp Lahm. “Primeiro falei que eles exageraram demais contra o Brasil e que 2 x 0 tava bom. Depois, pedi que eles não deixassem a Argentina ganhar”.

Klose celebrou seus 36 anos de vida dançando com os índios, no primeiro contato alemão com a tribo local. De lá para cá, o contato ficou cada vez mais próximo, até a despedida, na última sexta-feira.

Estranho. Eles respeitam os índios.

O aniversário de 36 anos de Klose.
O aniversário de 36 anos de Klose.
Schweinsteiger na festa.
Schweinsteiger e Müller na festa.
A lembrança dos pataxós no Maracanã, em meio à comemoração.
A lembrança dos pataxós no Maracanã, em meio à comemoração.

A Seleção Brasileira me representa?

A Seleção Brasileira me representa?
Você está feliz de ter como presidente da CBF um tipo como José Maria Marín?

Olha, eu assisti aos jogos e não me vinha nenhuma empatia pelo time. Nenhuma. E isso antes dos fiascos. Eu, que acompanho futebol, não reconheço a biografia recente de vários de nossos jogadores — aliás, alguém sabe por qual clube David Luiz atuou no Brasil? (*) — e, quando jogavam os “brasileiros”, o resultado era péssimo. Mas há mais problemas. O futebol sempre foi corrupto, só que nunca tivemos como presidente da CBF alguém tão identificado com a repressão como José Maria Marin. Trata-se de um arqui-anacronismo ungido ao posto do líder que deveria nos levar à Copa de 2014. É preciso estômago. Mais incomodações? Sim. Existe a lembrança de Ricardo Teixeira e a necessidade empresarial que a Rede Globo tem de nos incutir entusiasmo à fórceps.

Independentemente de algumas boas seleções formadas, a CBF (antes, CBD) sempre foi uma entidade nebulosa, comandada por aproveitadores que se alçaram a um duvidoso profissionalismo a partir do impulso dado por seus clubes. E isso não tem jeito, pois no mundo inteiro é assim, as exceções de praxe à parte. (A Alemanha parece ser uma dessas exceções).

O que é irritante é que — mafiosos ou não — os dirigentes da CBF deveriam ser minimamente competentes para formar um time de qualidade, propiciando a todos eles garantias de embolsos fabulosos ou simples fama. Mas a velha classe dominante brasileira é useira e vezeira em matar, uma após uma, as galinhas de ovos de ouro postas pelo povo brasileiro em seu quintal.

Vejo uma tremenda bagunça no meu Inter, também acho que lá a incompetência grassa, mas permaneço fiel. Tenho dificuldades em fazer o mesmo com a Seleção. Será em função da proximidade? 

Bem, por mais que pense não sei explicar este fenômeno de rejeição à Seleção Brasileira que noto em mim e em muitos amigos. Será por que a geração atual não apenas joga muito menos como é por demais inodora, sem dramas, opiniões ou posturas distintas? Não fiquei feliz com os 7 x 1 da Alemanha, mas também não quis me esconder de vergonha. Acabo por não encontrar motivos para torcer pelo combinado montado pela entidade privada chamada CBF, vulgarmente conhecida como Seleção Brasileira.

(*) No Vitória da Bahia, dos 18 aos 20 anos de idade. Jogou apenas 26 vezes e foi vendido ao Benfica.

Porque hoje é sábado, porque amanhã vou torcer para a Argentina

Porque hoje é sábado, porque amanhã vou torcer para a Argentina

Creio que o beijo de Pamela David na camiseta da Argentina

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fará com que meus sete leitores

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se agreguem à grande corrente latino-americana

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que varrerá a ameaça germânica de nosso continente.

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A elegância alemã, a gentileza e educação com que nos trataram em campo,

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chegando ao nível da clemência,

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não me enganam.

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Por outro lado, há 5 coisas a considerar ou invejar na decisão de domingo:

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1. o comportamento apaixonado da torcida argentina,

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2. Messi,

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3. a necessária vingança contra nosso algoz,

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Sobre o goleiro da Holanda ser uma arma secreta, palpites para as semifinais e outros itens

Sobre o goleiro da Holanda ser uma arma secreta, palpites para as semifinais e outros itens

Sobre o goleiro especialista em pênaltis da Holanda, Tim Krul. Anteontem à noite, meu amigo Ricardo Branco aventara (gostaram?) a hipótese de que aquilo fosse apenas uma inteligente medida de ordem psicológica e intimidatória. Do tipo, “temos uma arma secreta”. Para piorar, o tal especialista era um armário. Hoje, sabe-se que o Branco tinha razão. Tratava-se de uma medida brilhante de Louis van Gaal a fim de deixar os jogadores da Costa Rica de cabelos em pé. “Quem é esse cara que entra só para os pênaltis? Deve ser o próprio monstro que pega todos”. A estratégia está na regra e a Holanda ganhou.

O "especialista" Krul...
O “especialista” Krul…

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Já que, nestes dias antes das semifinais, a Argentina tem mais cara de campeã do que o Brasil, meu amigo Jorge Lima sugere um bombardeio preventivo a Buenos Aires. Acho que nossa Marinha — temos mesmo isso?, como eles passam o tempo? — poderia atacar do Prata, destruindo os restaurantes de Puerto Madero. Pura profilaxia.

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Palpites para as semifinais:

Brasil x Alemanha (Belo Horizonte, 8 de julho, às 17h)
–> Passa a ALEMANHA, infelizmente

Argentina x Holanda (São Paulo, 9 de julho, às 17h)
–> Passa a ARGENTINA.

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Pena que não consegui ver o final do jogo no qual Novak Djokovic venceu Wimbledon e ainda retornou ao primeiro lugar no ranking. Vi só os 4 primeiros sets… Também, né, foram mais de 3h30 e eu tinha que ir ao cinema. Já tinha comprado os ingressos e tudo…

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Esse pessoal que fala em Copa comprada ou é ingênuo ou está fora da disputa. Argentina, Alemanha, Brasil e Holanda pagaram suas vagas? Conta outra. E, se quem comprou foi o Brasil, por que não providenciou adversários mais fáceis? Como disse o Sergio Bomfim, imagina a grana pra subornar 31 seleções. Deve ser o dobro do PIB.

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No ano passado, eu e Igor Natusch criamos informalmente o PJS — Partido da Justiça Social. Quem poderia ser contra nós?

Anteontem, Elena Romanov manifestou desejo de criar o PUM — Partido Utópico Moderado. Agora debato-me entre as duas siglas.

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Olha, o nível dessas eleições é de chorar. Nossa Assembleia Legislativa, hoje já não muito brilhante….

Conferindo meus palpites para as oitavas e projetando as quartas-de-final da Copa

Conferindo meus palpites para as oitavas e projetando as quartas-de-final da Copa
Arjen Robben: acho que seu time é o único que se classificará facilmente, entrando descansado nas semis.
Arjen Robben: acho que seu time é o único que se classificará facilmente, entrando descansado nas semis.

Dos oito jogos das oitavas, acertei sete vencedores. Errei apenas o Brasil, como vocês podem conferir ao final deste post. Vamos dar nossos chutes para as quartas? Diferentemente das oitavas, onde simplesmente escolhi o melhor time, agora entra um pouco do torcedor em campo. Os confrontos são muito equilibrados. Creio que só a Holanda terá vida fácil contra a Costa Rica. O Brasil? Está ainda vivo e, após passar criminosamente pelo Chile, acho que irá até as semi-finais.

França x Alemanha, no Rio de Janeiro (RJ), sexta (4), às 13 horas.
—> Duríssimo, não tenho a menor ideia: passa a França.

Brasil x Colômbia, em Fortaleza (CE), sexta (4), às 17 horas.
—> Passa o Brasil: acho que, apesar do time superior, falta tradição à Colômbia.

Holanda x Costa Rica, em Salvador (BA), sábado (5), às 17 horas.
—> Passa a Holanda fácil.

Argentina x Bélgica, em Brasília (DF),sábado (5), às 13 horas.
—> Passa a Bélgica.

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Os palpites para as oitavas com o “gabarito”.

Brasil x Chile (Belo Horizonte, 28 de junho, às 13h)
—> Passa o Chile. ERRADO.

Colômbia x Uruguai (Rio de Janeiro, 28 de junho, às 17h)
—> Passa a Colômbia. CERTO.

Holanda x México (Fortaleza, 29 de junho, às 13h)
—> Equilibrado, mas passa a Holanda. CERTO.

Costa Rica x Grécia (Recife, 29 de junho, às 17h)
—> Costa Rica, fácil. NADA FÁCIL, MAS CERTO.

França x Nigéria (Brasília, 30 de junho, às 13h)
—> França, infelizmente. CERTO.

Alemanha x Argélia (Porto Alegre, 30 de junho, às 17h)
—> Passa a Alemanha. CERTO.

Argentina x Suíça (São Paulo, 1º de julho, às 13h)
—> Passa a Argentina. CERTO.

Bélgica x EUA (Salvador, 1º de julho, às 17h)
—> Complicado… Passa a Bélgica. CERTO.

Conferindo as previsões na metade das oitavas

Conferindo as previsões na metade das oitavas
Thiago Silva: infalível, é o melhor jogador do Brasil
Thiago Silva: infalível, é o melhor jogador do Brasil

Acredito que, se o Brasil não jogasse em casa, já teria dito adeus ao Mundial. Torci para o Chile, mas acho difícil que faça o mesmo para a Colômbia. Claro, não faz nenhuma diferença. Meu motivo é simples: não vi a Colômbia jogar, não me liguei a ela. Acho que um time como o do Brasil, que tem como destaques seus excelentes zagueiros, é um time perigoso, mas não o suficiente para chegar a uma final. Se passarmos pelo colombianos, morreremos nas quartas-de-final, contra Alemanha ou França, nosso habitual algoz.

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Conferindo minhas previsões…

Brasil x Chile (Belo Horizonte, 28 de junho, às 13h)
—> Passa o Chile. ERRADO.

Colômbia x Uruguai (Rio de Janeiro, 28 de junho, às 17h)
—> Passa a Colômbia. CERTO.

Holanda x México (Fortaleza, 29 de junho, às 13h)
—> Equilibrado, mas passa a Holanda. CERTO.

Costa Rica x Grécia (Recife, 29 de junho, às 17h)
—> Costa Rica, fácil. NADA FÁCIL, MAS CERTO.

França x Nigéria (Brasília, 30 de junho, às 13h)
—> França, infelizmente. CERTO.

Alemanha x Argélia (Porto Alegre, 30 de junho, às 17h)
—> Passa a Alemanha.

Argentina x Suíça (São Paulo, 1º de julho, às 13h)
—> Passa a Argentina

Bélgica x EUA (Salvador, 1º de julho, às 17h)
—> Complicado… Passa a Bélgica.

Os oito jogos das oitavas-de-final da Copa de 2014 com os classificados

Os oito jogos das oitavas-de-final da Copa de 2014 com os classificados

Vamos ver o tamanho do fiasco que vou passar com minhas previsões…

Brasil x Chile (Belo Horizonte, 28 de junho, às 13h)
—> Passa o Chile. ERRADO.

Colômbia x Uruguai (Rio de Janeiro, 28 de junho, às 17h)
—> Passa a Colômbia. CERTO.

Holanda x México (Fortaleza, 29 de junho, às 13h)
—> Equilibrado, mas passa a Holanda. CERTO.

Costa Rica x Grécia (Recife, 29 de junho, às 17h)
—> Costa Rica, fácil. NADA FÁCIL, MAS CERTO

França x Nigéria (Brasília, 30 de junho, às 13h)
—> França, infelizmente.

Alemanha x Argélia (Porto Alegre, 30 de junho, às 17h)
—> Passa a Alemanha.

Argentina x Suíça (São Paulo, 1º de julho, às 13h)
—> Passa a Argentina

Bélgica x EUA (Salvador, 1º de julho, às 17h)
—> Complicado… Passa a Bélgica.

Lionel Messi

 

O Mário Marcos tem razão: a Seleção perdeu até a capacidade de decepcionar

É normal o Mário Marcos de Souza ter razão. No último sábado, ele novamente produziu uma manchete cuja clareza e verdade são absolutas. O tema era a Seleção Brasileira: “A Seleção que perdeu até a capacidade de decepcionar”. Ele cita vários problemas pontuais da seleção brasileira. Eu gostaria de me afastar um pouco deles e observar o fenômeno de uma forma mais geral. E há vários pontos a considerar.

Creio que grande parte do desencanto das pessoas com a seleção nasce no absoluto anacronismo de uma instituição que é administrada da mesma forma com que era durante a ditadura. Pior: hoje, a CBF presidida por um dos mais destacados membros da ex-Arena, o moralmente discutível José Maria Marin. Imaginem que, no dia 1.º de abril, a CBF receberá uma petição que cobra a saída de José Maria Marin da presidência da entidade em razão causa de seu envolvimento com a ditadura militar.

Ontem, a petição online ultrapassou a marca de 50 mil assinaturas de apoio. O organizador da petição, Ivo Herzog, é presidente do Instituto Vladimir Herzog e filho do jornalista assassinado em 1975, quando se encontrava detido nas dependências do Departamento de Operações e Informações (DOI), controlado pelo Exército, em São Paulo. Marin discursou várias vezes contra Herzog e sua atuação na TV Cultura de São Paulo.

Mas você me dirá que os clubes também são administrados como eram na ditadura e que sua sedução não diminuiu. Então, eu contraponho o fato de que há outros desencantos: o povo brasileiro nunca foi muito ufanista e, agora, com os jogadores atuando em sua maioria fora do país, quebrou-se o elo entre eles e a seleção.

Nos últimos anos, a população brasileira apenas se preocupa com os rumos do time brasileiro durante as Copas do Mundo. Fora delas, o que ela vê é um time formado por jogadores cujas biografias não são acompanhadas por aqui. Não são mais ídolos nacionais. Ninguém está morrendo de preocupação com as lesões de Kaká no Real Madrid ou se Hernanes é ou não o dono da Lazio. Pior: estes jogadores têm visivelmente uma preocupação periférica pela Seleção e isto fica claro em cada entrevista. E, não havendo tesão do lado deles, a gente brocha por aqui.

De minha parte, posso acrescentar que o fato da Rede Globo ser a principal divulgadora da Seleção faz com que meu interesse nela passe a ser quase negativo, ainda mais  quando há amistosos como o de hoje. Hoje, possivelmente, a Seleção, no jogo contra a Rússia, em Londres, nos chegará companhada da voz de Galvão Bueno. A voz de Galvão é-me nauseante. Deve ser o mesmo para muita gente. Pior: a Seleção joga normalmente fora do país, durante a semana e à tarde, quando estamos trabalhando. Poucos a veem e só prestamos atenção vagamente aos gols e ao resultado e olhe lá. Ou seja, ela não decepciona e nem entusiasmaria a ninguém, pois é pouco vista

É claro que, em 2014, seremos engolfados pela Copa e estaremos na maior expectativa. Estabeleceremos com a Seleção aquela relação paradoxal que temos com nossos atletas olímpicos. Ou seja, após passar quatro anos nos lixando para eles, faremos a cobrança por vitória como se o time de Felipão carregasse uma procuração nossa. Aí, talvez outro jogador faça o mesmo que fez o lateral Rafael na decisão das Olimpíadas de 2012: vaiado e perdendo o jogo por 2 x 0 para o México — após ter sido o responsável direto pelo primeiro gol mexicano –, o lateral do Manchester United, deu um toque de letra no melhor estilo tô-nem-aí.

O dia em que Porto Alegre será destruída

Foto tirada ontem por Ramiro Furquim / Sul21

2014. 18 de junho. Dia do quarto jogo a ser realizado no Beira-Rio, cujas obras foram entregues à Fifa e ao mundo faz um mês. Era um dia estranhamente quente para aquele finalzinho de outono. A partida reúne — reúne… — Argentina e Inglaterra. A cidade está tomada pelos hermanos, mas também, em menor número, pelos polidos e simpáticos invasores das Malvinas. Após duas greves, a Brigada Militar está de prontidão e as rádios “de sucesso” anunciam que o Rio Grande do Sul será palco do confronto do século e que um gaúcho-úcho-úcho, Leandro Vuaden, será o quarto árbitro. Todas as preocupações se voltam para a situação nas ruas, ignorando o que ocorre nos céus. Só a Defesa Civil do governador olham para lá. É que lá formam-se nuvens e mais nuvens e, no final da manhã do grande jogo, começa um toró de varrer Malvinas, Margarets e Cristinas do mapa.

Logo falta luz na Zona Sul, claro. Todos os ingleses que tomavam banho nas águas do Guaíba são direcionados para o BarraShoppingSul, onde há energia elétrica e argentinos que, à princípio, apenas os observam silenciosamente. Nas ruas, instala-se o caos com 35 pontos de alagamentos. Para piorar, ocorre um acidente entre dois ônibus dentro da Túnel da Conceição, formando um engarrafamento verdadeiramente inesquecível, pois os argentinos saem dos seus carros para beberem cerveja e quebrarem qualquer coisa coisa que encontram, no que são imediatamente imitados por ingleses e gaúchos. Uma árvore cai sobre um inglês e a Embaixada do país cobra explicações do governo brasileiro.

Tudo se torna muito mais divertido quando os torcedores notam que será impossível chegar ao estádio no horário, digamos, aprazado. Na Zona Sul, a muito custo, a Brigada consegue criar dois corredores que levam separadamente ingleses e argentinos a pé, sob forte chuva, para o estádio, aproveitando a proximidade. Os que estão no resto da cidade… Bem, estes não vão chegar a lugar algum. Então, brigam. Como um jogo de futebol que se torna mais violento conforme a chuva, a coisa fica cada vez mais descontrolada. Três ingleses são afogados hasta la muerte por grupos argentinos na Av. Osvaldo Aranha, enquanto comandos ingleses perseguem hemanitos com paus e pedras. Gremistas trajados com seus típicos pijamas são confundidos pelos ingleses — as camisetas são quase iguais, lembram? — e entram no bolo para apanhar. Os colorados aproveitam para tirar uma casquinha.

(Putz, 7h, dia cheio, tenho que cobrir a abertura da Semana de Porto Alegre. Desculpem, vou para o trabalho agora. Nem revisei, só achei a ideia divertida, tá? Talvez dê continuidade mais tarde a este verdadeiro drama gaúcho).

Filme de 2009 no Arroio Dilúvio:

Esse diz que é de ontem, mas é o mesmo surfista de 2009. Acho que é outra filmagem do mesmo fato, pois encontrei esta filme ainda ontem, durante o toró:

http://youtu.be/mU-MskcwjDY

E ontem…

Tartarugas queriam sair do Arroio Dilúvio ontem. Lá fora estava igual. | Foto: Léo Cardoso

O Brasil é longe daqui

Eu acredito que os brasileiros tenham cada vez maior dificuldade de identificar-se com sua Seleção. Os representantes da tal Pátria de Chuteiras usam Nike e seus pés pouco pisam o solo nacional. Não pensem que vou defender a indústria esportiva nacional ou tenha me tornado um bobo nostálgico que vá defender a manutenção de nossos craques no Brasil. O que escreverei tem apenas força de constatação. Era assim, hoje é assado.

Acostumado a ver times como a Internazionale de Milão – time que ganhou a Copa dos Campeões após ter entrado em campo sem NENHUM jogador italiano – ; acostumado a ver Lúcio e Maicon, por exemplo, naquela seleção mundial; acostumado a ver a CBF dando-lhes preferência nas convocações – pois seriam mais experientes em âmbito internacional – não há como alguém considerar a Seleção Brasileira sua óbvia representante. Sim, eles irão à Copa jogar por nós – isto é certo – e tornar-se-ão ídolos nacionais se ganharem; porém, se jogarem menos do que em seus clubes serão chamados o mais brandamente de mercenários. Neste caso, há possibilidades de nossa torcida achar mais divertida a Espanha ou a Holanda, por exemplo. O que quero dizer é que perdemos grande parte da emoção e a parceria entre time e torcida é hoje mais discreta, rarefeita. Vemos tanto o Campeonato Brasileiro quanto o Italiano, Espanhol ou Inglês. Nossos ídolos são quaisquer.

Tenho filhos adolescentes e, semana passada, eles discutiam para quem torcer. E, sim, havia os que gostariam de ver Brasil campeão e outros que queriam os argentinos ou holandeses no topo. Discutiam animadamente, com naturalidade. Uns gostavam de Messi e Milito, outros de Snejder e do futebol bonito da ex-Laranja Mecânica. Nada surpreendente. Somos um país estranho, nem nossa direita é nacionalista, muito pelo contrário… Não somos nem um pouco parecidos com nossos vizinhos neste quesito.

Para piorar, a seleção é convocada e administrada pela CBF, vista com antipatia por todos os torcedores que não sejam corintianos ou flamenguistas. Nos últimos anos, foram descobertos escândalos na arbitragem, assim como a entidade realizou mudanças nos jogos do Corinthians de 2005, com a clara finalidade de beneficiá-lo. O Flamengo… Bem, o Flamengo devia erguer uma estátua aos árbitros. Melhor dizendo, várias estátuas.

Mas derivo. A CBF, doida por dinheiro, também não se esforça muito para a identificação do time com a torcida e marca amistosos em qualquer lugar do mundo que lhe pague uma boa cota. Não lembro de um jogo amistoso da seleção em território nacional nos últimos tempos. Tais jogos são sempre vendidos para o exterior. Então, além dos jogadores viverem fora do Brasil, também não movimentam nossas cidades, torcida, hotéis, estádios. É tudo muito frio, distante. Como se não bastasse, há as convocações para estes jogos… Nada vai me convencer de que certas convocações vieram apenas para facilitar a venda de jogadores para a Europa. Sandro, do Internacional de Porto Alegre, foi vendido para o Tottenham logo após uma despropositada (e solitária) convocação e o que dizer dos chamamentos – muito piores – feitos ao loirinho Mozart, ao piadista Eduardo Costa, ao “artilheiro” Afonso, a Vagner Love ou a Hulk? Parece sério?

Para terminar, há a imprensa brasileira. Com esta, convivemos diariamente. E ela é muito chata. Ela não quer apenas resultados. Quer festa e show. Sem show é uma merda. Para ela, o futebol dos times de Mourinho,por exemplo, não servem. O Mundial de 1994 parece hoje ser uma vitória da qual devemos nos envergonhar. O time do Parreira jogava feio – todos jogavam parecido naquela Copa – , então, aquele Mundial tornou-se a vitória de Romário e seus brucutus.

Espero uma boa Copa. Claro, sou louco por futebol. Vou torcer pelo nosso “escrete” e desejo jogos sensacionais, mas sinto em mim aquele germe, aquela vontade que tudo dê bem errado e que um país menor e inédito leve a melhor.

Um grande capítulo dos blogs políticos gaúchos

Ontem, numa ação de efeito meramente midiático, segundo Luiz Fernando Zachia, o Ministério Público Federal protocolou uma ação civil de improbidade administrativa contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) e mais oito membros de sua quadrilha: Carlos Crusius (ex-marido), o deputado federal José Otávio Germano (PP…, que se tornou conhecido ao usar o Grêmio como trampolim), os deputados estaduais Luiz Fernando Zachia (PMDB, que se tornou conhecido ao usar o Inter como trampolim) e Frederico Antunes (PP…), o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas, Walna Villarins Meneses (assessora do Yedão), Delson Martini (ex-secretário geral do governo estadual), Rubens Bordini (vice-presidente do Banrisul e ex-tesoureiro da campanha de Yeda). As acusações são as mesmas que a RBS e seus congêneres tentam ignorar: enriquecimento ilícito, dano ao erário e infração de princípios administrativos, crimes relacionados à fraude que desviou cerca de R$ 44 milhões do Detran gaúcho.

A ação pede o afastamento dos denunciados que ocupam cargos públicos enquanto perdurar o processo, o bloqueio de bens dos mesmos, e a quebra de sigilo envolvendo as provas pertinentes ao processo.

Os parágrafos acima forma copiados e levemente alterados deste post do RS Urgente. Lá também, Katarina Peixoto publicou um texto que vem sendo republicado e repassado por e-mails de forma absolutamente irresistível, Dez anos esta tarde. Eu, para variar, estava por fora ontem à tarde. Meu filho me ligou para dizer que não poderia vir aqui em casa pois tinha uma festa e se atrasara acompanhando a repercussão dos fatos nos blogs, twitter e nos órgãos da, digamos, PIG. Nós já estamos treinados em reinterpretar as rádios e os jornais da RBS, Band, Record, etc. É incrível a exatidão que conseguimos agindo assim. Sabemos exatamente em que podemos acreditar. Dá certo trabalho, é necessária experiência, mas a gente acaba entendendo tudinho. Depois, vamos ao RS Urgente e ao Diário Gauche pegar mais detalhes.

Há muitos, mas muitos blogs políticos no RS, porém acredito que os dois citados ocupem a linha de frente. O RS Urgente do Marco Weissheimer é mais informativo e dinâmico, também é mais cuidadoso em suas opiniões; já o Diário Gauche do Cristóvão Feil é opinativo, irônico e muitas vezes nos surpreende com pesquisas, poemas e até música, isso sem falar em suas fotos de abertura, sempre belas e significativas. Marco é mais jornalístico, Cristóvão é o intelectual de esquerda. Hoje, não vivo sem os dois. Não pensem que algum deles é imparcial, nada disso. São pessoas comprometidas como o outro lado é e não diz.

Por que considero que ontem foi um grande dia dos blogs? Ora, porque foram eles quem mantiveram a pressão sobre o governo mesmo quando a Assembléia negou-se a abrir a CPI — agora sabemos que vai sair, claro –, mesmo quando a desgovernadora e a RBS pareciam reagir. Prova disso é que ontem o OPS quase foi ao chão, tamanha era a visitação ao RS Urgente. Cheguei em casa à 17h30 e descobri que meu blog estava praticamente fora do ar; olhei meu e-mails e o pessoal do OPS queria saber o que tinha acontecido. Ricardo Cabral (RJ) reclamava:

É só comigo ou os demais blogs também estão lentos?
Não sei se é por conta dos tais spams em maior quantidade, mas hoje o as páginas principal e dashboard meu blog estão demorando mais para carregar. Acontece o mesmo com vcs?

O Serbão respondeu:

tá esquisito sim. a pagina do defensio, por exemplo, entra toda embolada.

E o Marco, já meio no desespero, ás 19h:

O mesmo aconteceu comigo no final da tarde. Agora, está voltando ao normal.

O Rafael, administrador do condomínio, estava pasmo:

A carga do servidor está um bocadinho alta… Não consegui ver na hora que vocês falaram, mas está baixando. Será que algum dos blogs da rede foi pra capa de algum grande portal?

Mais do que isso, Rafael, mais do que isso. É que estamos quase derrubando a desgovernadora. Simples assim.

Quando a coisa voltou ao normal, comentei no Marco:

Katarina, belíssimo texto.

Marco, num estado em que a imprensa está comprada, onde mesmo a Assembléia Legislativa nega-se a realizar seu trabalho, foram os blogs os meios de comunicação que mantiveram a pressão sobre Yeda. E creio que tu foste o mais informativo, insistente e correto deles. No pé na bunda que esta mulher está levando em suas largas cadeiras, há alguma coisa do RS Urgente.

Abraço e parabéns a todos nós.

E vai roubar na puta que te pariu, Yeda.

O César Kiraly também escrevu a respeito:

parabéns ao trabalho admirável do RS Urgente e envaidecido fico de pertencer ao mesmo grupo. não descanse jamais. e que um dia o RJ tenha a sorte de ter a mesma urgência.

um abraço,

Cesar Kiraly

Houve outras manifestações semelhantes do Serbão e do Ricardo, até que o certamente extenuado Marco voltou:

Muito obrigado, Milton e Cesar. O diabo é que esse governo dá uma trabalheira louca…
Yeda é imparável…mas está encontrando sua tampa.

Bem, mas tenho que ir ao centro comprar umas memórias. Calma, pessoal, são Micro SDs de 2GB dessas que se usam em telefones! Ou vou mais perto do meio-dia e almoço com a Bárbara naquele restaurante japonês bom e barato do 2º andar do Mercado Público?

Não sei ainda. O que sei é que uma empresa estatal que detém certo monopólio em sua área começou a fazer propaganda nas jornadas esportivas da Rádio Gaúcha, da RBS. Quer fazer obras e mais obras para a Copa do Mundo e busca simpatia. Já ganhou capa de Zero Hora dominical E o PP está lá. E eles pensam que são espertos. OK, $ão.