Bom dia, Guto (com vídeo mostrando teu péssimo time em Inter 0 x 0 CRB)

Bom dia, Guto (com vídeo mostrando teu péssimo time em Inter 0 x 0 CRB)

É sempre a mesma coisa. Deve ter sócio por um fio. Eu estou nesta situação. Vi o jogo num bar. Nego-me a me deslocar até o Beira-Rio. Prefiro assistir num bar com minha cerveja. Estou por um fio.

Sasha: um atacante que está há 12 rodadas sem marcar e sem nenhuma assistência é mantido como titular absoluto por Guto Ferreira | Foto: Ricardo Duarte
Sasha: um atacante que está há 12 rodadas sem marcar e sem dar nenhuma assistência é mantido como titular absoluto por Guto Ferreira | Foto: Ricardo Duarte

Guto, tu sempre escalas o mesmo time, ele apresenta os mesmos problemas e tu fazes as mesmas substituições. É cansativo de ver. Tiveste mais uma semana de treinamento. Não sei como trabalhas, sei que não se vê resultados. É sempre a mesma coisa. Espero que tu sejas o último desta série de péssimos treinadores. Nada sobrevive a uma sequência com Argel, Falcão (o técnico), Roth, Lisca, Antônio Carlos e tu. Nada pode ser pior do que este Sexteto Fantástico.

Até que Pottker jogou um pouco mais ontem, mas Sasha teve atuação nula e saiu como sempre. Ou seja, tu escalas um cara que é sistematicamente substituído por deficiência técnica. Tu escalas também Danilo Silva e Winck. E, quando Danilo saiu, tu colocaste Ortiz! E nunca vimos Thales ou Fábio Alemão. Serão testados algum dia? Então jogamos com oito, porque Sasha, Ortiz (ou Danilo) e Winck não contam.

É inútil eu ficar escrevendo sempre as mesmas coisas. Quem me lê deve estar puto. O jogo foi novamente um horror, igual aos anteriores. É cansativo. O CRB é um time que hoje tem a mesma pontuação do Luverdense, primeiro time que vai cair para a Série C. Está em 16º.

Tu me pareces perdido. Por exemplo, como tu me explicas isso? No primeiro tempo, Sasha se machucou e tu colocaste o Carlos pra aquecer. No intervalo, tu fizeste a substituição de Sasha por Nico. Tu queres nos enlouquecer, né?

E o pior é que chamas este de teu “time ideal”.

Por incrível que pareça, ainda somos líderes dessa bagaça que é a Série B. Restando cinco partidas para o final da competição, temos 62 pontos, quatro à frente do vice-líder Ceará, e na próxima segunda-feira (6/11) Restando cinco partidas para o final da competição, o time colorado segue na liderança isolada, com 62 pontos, quatro à frente do vice-líder Ceará — mas o América-MG ainda não jogou na rodada e poe chegar aos 60. Na próxima segunda-feira (6/11), às 20h, enfrentamos o Luverdense fora de casa. No Beira-Rio, o próximo jogo é contra o Vila Nova-GO, no dia 11 de novembro (sábado). Não irei ao Beira-Rio novamente. Ao vivo irrita mais. A cerveja acalma.

#ForaGuto

Ospa: a qualidade de Dimitri Cervo e o Rachmaninov de meu descontentamento

Dimitri Cervo em pose de herói: o justo vencedor do concerto de ontem.

O concerto de ontem da Ospa teve uma primeira parte bastante interessante. A primeira obra apresentada foi o famoso Adágio para Cordas de Samuel Barber. Se já era uma música conhecidinha, depois que se tornou trilha sonora de Platoon, filme de Oliver Stone, tornou-se parte do repertório de concerto. As cordas da Ospa estiveram impecáveis, mostrando-se translúcidas e leves na tristíssima melodia muito utilizada em velórios.

Depois veio Museu – Uma Canção de Vigília sobre um poema de Armindo Trevisan, do compositor e ex-diretor da Rádio da Ufrgs, Flávio Oliveira. O concerto era dedicado aos 55 anos da emissora, então os dois fatos devem ter alguma ligação. Ou não. Ao menos por mim, o belo poema de Trevisan (Museu, do livro A Serpente na Grama) não podia ser inteiramente compreendido na dicção dos cantores, porém, com o auxílio do programa, obtínhamos as legendas para o entendimento. Quando juntamos letra e composição, tudo cresce muito.

A primeira parte foi finalizada por Série Brasil 2000 nº 4 –Toronubá, excelente composição de Dimitri Cervo. É uma absoluta raridade a forma inteligente com que Cervo utiliza o minimalismo. Ele não torna suas composições meras proezas repetitivas. Há mudanças radicais de tons e ambientes, tanto que depois de um primeiro movimento, absolutamente furioso, há uma espécie de Réquiem onde todo o material temático é readequado e revisitado. Não, o que ouvimos não foi nada comum nem esquecível. Há intenções, conteúdo e significado na obra. Foi o ponto mais alto do concerto e merece um bis especial pela Orquestra Sinfônica de Sergipe:

O programa vinha coerente e certinho, mas então chegamos ao Rachmaninov de meu descontentamento, compositor homenageado “de fato” pela Ospa em 2012. Aqui, nada de conteúdo ou significado, é só beleza… Em Porto Alegre ouve-se mais Rach do que em qualquer outra cidade do mundo, incluindo as russas e americanas. O longuíssimo, vulgar e ornamental Concerto nº 3 para piano e orquestra — composto por Rachmaninov para ele mesmo aparecer — é um enfrentamento parecido com o clássico alagoano ASA de Arapiraca e CRB. Sim, os dois times não se marcam, pois o piano prefere tocar tão sozinho quanto os maiores craques do ASA em seus devaneios de cadenzas sem fim nem finalidade. Foram 42 minutos maçantes, mas que deixaram o público feliz. A pianista era muito boa e rápida, pena a música. Para tirar o gosto e melhorar o humor após a exibição de tantas vaidosas brilhaturas pessoais, passei a manhã ouvindo um CD do Dimitri Cervo e os três Concertos para Piano de Béla Bartók. Mas ainda estou em fase de recuperação.

P.S. — O CRB caiu para Série C do Brasileirão. O ASA ficou na B.

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Abaixo, Marilyn Monroe atenta a um daqueles prosaicômicos solos de Rachmaninov: