Andante con moto do Trio, Op. 100, de Schubert

Andante con moto do Trio, Op. 100, de Schubert
Franz Schubert
Franz Schubert

O Trio Wanderer é formado por três músicos franceses que se conheceram em Paris, no Conservatoire National Supérieur de Musique. Depois, o pianista Coq estudou com Menahem Pressler do Beaux Arts Trio, enquanto Phillips-Varjabédian e Pidoux com membros do Quarteto Amadeus. E como deu certo!

Ouçam e vejam abaixo sua interpretação para o famoso 2º movimento (Andante con moto) do Trio, Op. 100, de Schubert.

Jean-Marc Phillips-Varjabédian, violino
Vincent Coq, piano
Raphaël Pidoux, violoncelo

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Bom dia, Argel Fucks (com os gols e melhores lances de Inter 2 x 1 Sport)

Bom dia, Argel Fucks (com os gols e melhores lances de Inter 2 x 1 Sport)
O primeiro gol foi de Lisandro López após cruzamento perfeito de Anderson Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
O primeiro gol foi de Lisandro López após cruzamento perfeito de Anderson | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

Em um bom jogo ontem à noite, o Inter cumpriu o chamado dever de casa ao vencer o Sport por 2 x 1. Perdemos um número incrível de gols e tivemos nossa vitória ameaçada com o gol de empate dos pernambucanos depois dos trinta minutos do segundo tempo. Seguimos errando passes a toda hora, mas, paradoxalmente, o time cresceu. O importante foram os três pontos que mantêm a pequena e fraca esperança de uma vaguinha no G-4 durante os próximo dez dias de “retreinamento”.

Anderson começou a jogar um pouco mais e, apesar de não ser um exemplo de velocidade, as chances de gol começaram a brotar loucamente. Mas a qualidade das conclusões tem que melhorar. O Sport teve somente duas chances de gol, a que converteu e outra bem no início do jogo, com Diego Souza fazendo uma jogada ao estilo de Pelé, levando a bola desde o grande círculo até o gol de Alisson. Nossos chutes — foram 14 só no primeiro tempo — ou paravam no poste ou no excelente goleiro Danilo Fernandes. (Atenção, diretoria: Danilo Fernandes, se o Alisson for embora).

O caso de Anderson é curioso. Ele sempre entrava melhor do que o jogador que substituía. Estava se tornando o maior caso de preconceito do futebol gaúcho. Apenas a bela atuação contra o Palmeiras adocicou a imprensa. Já procurei nas redes sociais e encontrei gente dizendo, é óbvio, que a imprensa agora inventa boas atuações dele. Não é fácil ter sido o herói da Segunda Divisão. Nilton e Lisandro também jogaram muito.

Temos um grave problema na lateral esquerda. Ernando é bom, mas joga muito mais no meio. Géferson, o titular, é uma tristeza e só retorna em 2016, Artur só se machuca e Zé Mário está voltando, o que é uma possibilidade. Com Alex ali — é sua posição de origem, é bom lembrar –, o time ganha ofensividade, só que perde marcação.

E tu, Argel, hein? Retirando Anderson e colocando o volante Silva em seu lugar, chamaste o Sport para o nosso campo. O gol do Rodrigo Dourado salvou tua pele.

Agora temos dez dias para descansar, melhorar o preparo físico e treinar. Precisamos errar menos passes, aquilo é uma vergonha. Um empate no dia 14 contra o Atlético-MG seria um resultado maravilhoso, mas acho muito complicado. São nove jogos, mas o caminho a percorrer é bem mais longo do que isso. Há que jogar mais.

Boa sorte, Argel.

https://youtu.be/0pnBGKV-JD0

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Porque Hoje é Sábado, Vanessa Redgrave, Helen Mirren, Brigitte Bardot, Elizabeth Taylor, Jane Birkin, Julie Christie e Jeanne Moreau

Porque Hoje é Sábado, Vanessa Redgrave, Helen Mirren, Brigitte Bardot, Elizabeth Taylor, Jane Birkin, Julie Christie e Jeanne Moreau

ESTAGIÁRIO (ou Estagiárias, no contexto do Pq Hj é Sáb)


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Tempo inimigo


Zombeteiro


Não facilitador, ingrato


Quando se acha que realmente aprendeu alguma coisa


Acabou o contrato


julie christie 1(Por Eduardo Morais – poema colado no vidro de um ônibus)


Originalmente postado em 26 de abril de 2008.

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Porque hoje é sábado, as mulheres de Woody Allen

Porque hoje é sábado, as mulheres de Woody Allen

Vamos a uma “pinacoteca” com as mulheres dos filmes de Allen.

Diane Keaton (Annie Hall, O Dorminhoco, A Última Noite de Boris Grushenko, Manhattan, Um Misterioso Assassinato em Manhattan e outros)

Mia Farrow (Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão, Hannah e suas Irmãs, Maridos e Esposas e outros)

Barbara Hershey (Hannah e suas Irmãs)

Madonna (Neblina e Sombras)

Juliette Lewis (Maridos e Esposas)

Mira Sorvino (Poderosa Afrodite)

Elisabeth Shue (Desconstruindo Harry)

Winona Ryder (Celebridades)

Charlize Theron (Celebridades)

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Radha Mitchell (Melinda e Melinda)

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Carla Bruni (Para Roma com Amor)

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330 anos do gênio de Johann Sebastian Bach

330 anos do gênio de Johann Sebastian Bach
A assinatura de Bach

Publicado no Sul21 em 28 de março de 2015

Talvez, para nosso tempo, seja difícil entender o homem que foi Johann Sebastian Bach. Ele nasceu há 330 anos, em 21 de março de 1685 (*), no que hoje é a Alemanha, numa família de músicos. Era um tempo em que era comum os filhos adotarem a profissão dos pais. Na região da Saxônia, o nome Bach era de tal forma relacionado à música que alguém com tal sobrenome só poderia ser músico e provavelmente trabalhava em alguma igreja. Seguindo a árvore genealógica da família Bach, dos 33 Bach homens, 27 foram músicos. Só que o talento explodiu espetacularmente no menino Johann Sebastian. É claro que ele, além de exercer outras funções, também trabalhou como Kapellmeister — termo que designa o diretor musical de uma igreja.

Durante um longo período de sua vida, escreveu uma Cantata por semana. Em média, cada uma tem 20 minutos de música. Tal cota, estabelecida por contrato, tornava impossível qualquer “bloqueio criativo”. Pensem que ele tinha que escrever a música e ainda ensaiar. Isso fez com que ele nos deixasse uma imensa obra vocal. Também escreveu muito para um instrumento fora de moda, o órgão. E, se em Weimar as obrigações de Bach estavam prioritariamente vinculadas ao serviço religioso e como organista na corte cristã, na corte calvinista de Köthen, Bach pode dedicar-se à música secular, criando um dos mais imponentes e impressionantes conjuntos de obras solo para teclado, violoncelo, flauta e violino da história da música ocidental. Deixou-nos mais de 1000 obras de todos os gêneros, à exceção da ópera.

Obs. sobre o vídeo acima: na época, era proibido que as mulheres cantassem em igrejas.

Como dissemos, ele era um homem de outra época. Bach, por exemplo, não se preocupava em construir uma obra. Aliás, em seu tempo não existia a noção de “obra” de compositores. A música era consumida e esquecida. Como seus contemporâneos, Bach compunha sem a preocupação de colecionar-se, tanto assim que uma parte de sua produção foi perdida. O que se sabe de forma consistente a respeito de Bach é uma série de curiosidades: suas brigas com os empregadores, sua prisão, seus muitos alunos, os dois casamentos, os 20 filhos, a produção própria de cerveja e algumas poucas anotações pessoais.

Uma única anotação é muito célebre e pessoal. Johann Sebastian havia feito uma longa viagem de trabalho e ficara dois meses fora. Ao retornar, soube que sua mulher Maria Barbara e dois de seus filhos haviam falecido. Dias depois, profundamente triste, Bach, em seu luto, escreveu no alto de uma partitura um pedido: Deus meu, faz com que eu não perca a alegria que há em mim. Se a criatividade fazia parte da “alegria” que tinha receio de perder, isso nunca aconteceu.

Emil Cioran escreveu que A música de Bach é o único argumento que prova que a criação do universo não pode ser vista como um grande erro e que Sem Bach, Deus seria apenas um mero coadjuvante. Os ateus gostam de contestar a religiosidade de Bach tendo por base as muitíssimo pragmáticas trocas de documentos entre Bach e os religiosos, mas nada sustenta tal tese. Talvez o que os perturbe sejam as constantes afirmações de melômanos ateus de que, durante a execução de algumas obras sacras de Bach, principalmente a Missa em Si menor, dizem acreditar em Deus por duas horas.

Pois Bach tem disso: pode-se passar horas analisando uma passagem simples, a duas vozes, procurando entender a razão pela qual o compositor obteve aquela sonoridade fantástica. É incompreensível e passamos a pensar que Cioran não exagerou. Simplesmente não se entende porque algo tão simples é tão profundo. Parecem notas normais, que qualquer um poderia ter escrito, mas elas não soam assim. Porém, muitas vezes é algo complicadíssimo, mas também funciona da mesmo forma. Com Mahler, sabe-se que algo vai soar grande, enxerga-se tudo, mesmo na passagem mais complexa. Enquanto que em Bach… O primeiro compasso da Paixão Segundo São Mateus já é capaz de arrebatar. Ali já se encontra toda a profundidade que esta obra vai carregar durante três horas. Ouve-se o baixo, e pronto, lá está uma inversão da melodia principal. Ouve-se a linha do coral, e também é uma consequência desta. Toda a obra é erguida sobre pilares limpos, claros, simples. E, no entanto, ninguém conseguiu ombrear-se a tal domínio artístico.

Em vez de adjetivar exageradamente uma série de obras bachianas, vamos tomar por base o texto 10 (petites) choses que vous ne savez (peut-être) pas sur Jean-Sébastien Bach para caracterizar fatos da vida do compositor. Ampliamos em muito a matéria original, retiramos e acrescentamos outros itens.

 16 (pequenas) coisas que (talvez) você não saiba sobre Bach

1. A prisão

Johann Sebastian Bach esteve quase um mês na prisão — entre 6 de novembro a 2 de dezembro de 1717 — durante seu período em Weimar. O crime era o de traição a seu patrão. Fora-lhe recusado o cargo de Kapellmeister na cidade, e ele solicitou permissão para partir e tentar a sorte em outro lugar. Queria o posto de maestro em Köthen. Bach insistiu e insistiu para ser demitido. Acabou preso. De acordo com o relatório do tribunal, o motivo da prisão foi o de “forçar a sua demissão”. Era, decididamente, outra época.

2. A infeliz operação de catarata

O grande doutor John Taylor (1703-1772) operou duas vezes a catarata de Bach em 1750. Fez o mesmo com Handel em 1753. Fracassou com ambos. Pior, matou Bach, enfraquecido após as cirurgias, e deixou Handel inteiramente cego.

3. O medo na concorrência

Durante uma viagem a Dresden em 1717, houve uma brincadeira entre aristocratas. Foi organizada uma competição para decidir quem tinha mais habilidades para a improvisação: se Johann Sebastian Bach ou Louis Marchand, famoso cravista e organista francês. Na véspera da grande “luta”, ao entrar num salão, Marchand deu de cara com Bach ensaiando. Foi o suficiente. Marchand deixou um recado onde alegava uma doença súbita e fugiu de madrugada.

4. O trabalho não era fácil

Ser Kappellmeister não era simples. Regente do coro da igreja, da orquestra, compositor, ensaios e mais ensaios, além de professor de música e catecismo. Em relatório de 1706, quando tinha 21 anos, Bach dizia mais: que as crianças “já não temem seus professores, elas até mesmo lutam em suas presenças, carregam espadas e pedras não somente pela rua, mas também na sala de aula.”

5. Bach teve 20 filhos

Aos 22 anos de idade, casou-se com uma prima, Maria Barbara Bach. Deste casamento, ele teve 7 filhos, dos quais sobreviveram quatro:  Catharina Dorotheia, Johann Gottfried Bernhard e os compositores Wilhelm Friedmann e Carl Philipp Emanuel. Maria Barbara morreu em maio de 1720. Depois de algum tempo, ele conheceu a soprano Ana Magdalena Wilcken e casou-se pela segunda vez em 1721. Teve 13 filhos com ela, dos quais 7 faleceram ainda bebês. Sua casa, ainda acrescida de diversos alunos residentes, era lotada. Como ele arranjava tempo para compor?

6. O desamor de Leipzig

Se Bach é apelidado hoje de O Kantor de Leipzig, não podemos dizer que a cidade lhe desse uma contrapartida afetuosa. Seus chefes eram rápidos para lembrá-lo de sua “incompetência”. Em 1727, um assessor escreveu que Bach não compusera nada durante todo o ano. Hoje, sabemos que ele, como sempre, trabalhou louca e produtivamente naquele ano. Em 1730, ele foi repreendido e advertido pelo mesmo motivo. Quando de sua morte, um jornal da cidade publicou uma notinha onde dizia que “um homem de 67 anos (ele tinha 65), o Sr. Johann Sebastian Bach, maestro e Kantor na Escola St. Thomas”, morrera. Nada mais.

Um dos poucos retratos de Johann Sebastian bach
Um dos poucos retratos de Johann Sebastian Bach

7. Ausente das aulas

O maestro John Eliot Gardiner enfatiza a violência do ambiente em que o compositor passou a infância. Eram comuns as rivalidades entre gangues, as brigas entre estudantes e as maldades sádicas. O menino Johann Sebastian esteve ausente por 258 dias em seus três primeiros anos de escola. O motivo mais comum para tais ausências era a violência. Isso em um sistema escolar que ensinava preceitos religiosos por 70% do tempo.

8. O amor pelo café

O gosto de Johann Sebastian Bach pelo café vem de sua participação na instituição de Gottlieb Zimmermann, o Café Zimmermann, onde o compositor apresentava-se regularmente durante a década de 1730. O café era uma novidade recente e sucesso absoluto naquele início de século XVIII. Na época, era encarado como uma moda passageira e um luxo. O compositor dedicou uma Cantata profana ao produto (o BWV 211, a Cantata do Café) que conta a história de uma moça casadoura que diz preferir a bebida a mais de mil beijos e afirma que só aceitará casar com um marido que lhe dê café. No inventário de Bach, há menção a coisas raras como dois potes de café (um grande e um pequeno) e um açucareiro.

https://youtu.be/YC5KpmK6oOs

9. Ele bebia. E como

Se o conselho da cidade de Leipzig tratava-o com dureza, deve-se notar que Bach gozou de relativa liberdade na cidade luterana. Ele produzia sua própria cerveja e pagava mais imposto sobre a produção desta do que gastava com habitação. As notas examinadas por seus biógrafos indicam que a família Bach consumia toneladas de cerveja. Um relatório de gastos com impostos do compositor em 1725 (tinha 40 anos) dá conta de um consumo espetacular, mesmo considerando a enorme família e alunos.

10. Escreveu música para curar a insônia

Uma de suas obras mais importantes, as Variações Goldberg, foi composta para um ex-embaixador russo na corte eleitoral da Saxônia, o conde Hermann Karl von Keyserling. O conde passava noites e noites sem dormir. Quando o desespero batia mais forte, ele chamava um de seus empregados, o jovem cravista Johann Gottlieb Goldberg, para lhe dar um recital particular. Certa vez, o conde mencionou, na presença de Bach, que gostaria de ter algumas obras de caráter suave para Goldberg executar. Elas deveriam ou consolá-lo em suas noites sem dormir ou encaminhá-lo para a cama. Bach imaginou que a melhor maneira de atender a esse desejo seria por meio de variações. Assim nasceram as Goldberg.

11. Tudo sobrava, sobretudo talento

A perfeição daquilo que criava — e que era rápida e desatentamente fruída pelos habitantes das cidades onde viveu — era pura necessidade individual de fazer as coisas bem feitas. Como era pouco compreendido, brincava sozinho criando dificuldades adicionais em seus trabalhos. Muitas vezes o número de compassos de uma Cantata corresponde ao capítulo e versículo da Bíblia daquilo que está sendo cantado. Em seus temas aparecem palavras — pois a notação alemã é feita através de letras — e suas fugas envolvem complexidades que só podiam ser apreendidas por especialistas. O próprio nome B-A-C-H (Si Bemol, Lá, Dó, Si) é utilizado muitas vezes, sempre com significado. Então Bach era não apenas um fantástico melodista capaz amolecer as pernas do ouvinte, como um sólido teórico capaz de brincar com seu conhecimento. Em poucas palavras, pode-se dizer que ele sobrava… Sua obra, mesmo com a perda de mais de 100 Cantatas e de outras obras por seu filho mais velho, o preferido de Bach, Wilhelm Friedemann, corresponde a 153 CDs da mais perfeita música. Grosso modo, 153 CDs são 153 horas ou mais de 6 dias ininterruptos de música.

12. O entendido em acústica

Bach era constantemente chamado a outras cidades para analisar a qualidade de órgãos e dar conselhos sobre a acústica de igrejas e salas. Arranjou alguns inimigos em suas viagens ao considerar alguns locais verdadeiras tragédias sem solução. Mas também tinha a fama de fazer acertos milagrosos.

13. A gênese de A Oferenda Musical

Frederico II da Prússia (Frederico, o Grande) quis conhecer Bach e convidou-o para um sarau em seu palácio. Durante a reunião, Bach foi desafiado a improvisar sobre um tema escrito por Frederico — mas que provavelmente era de autoria de um dos muitos compositores da corte. O tema era dificílimo, um evidente desafio, porém Bach improvisou uma fuga a três vozes sobre o mesmo. Diante da admiração dos ouvintes, Frederico, um notório sádico, propôs uma fuga a seis vozes. Agastado, Bach respondeu-lhe que era impossível fazê-lo assim de improviso. Ficou furioso com a derrota, porém, duas semanas depois, enviou a Frederico uma partitura com a fuga a três vozes, outra a seis, acompanhadas de diversos cânones e de uma sonata-trio, totalizando treze movimentos cuja ordem correta, se há, é até hoje um desafio para os musicólogos. Ou seja, enviou-lhe a chamada A Oferenda Musical (Das Musikalische Opfer), uma das mais importantes composições de todos os tempos. Frederico não deu a menor importância, o jogo já tinha sido jogado. E não mandou nenhuma nota de agradecimento ao “Velho Bach”.

https://youtu.be/Uyu-btfnOhc

14. Os Concertos de Brandemburgo quase viraram papel de embrulho

Na verdade não precisariam das outras quase 1100 composições para colocar Bach como um dos maiores compositores de todos os tempos. Bastariam os Concertos de Brandenburgo. São seis esplêndidos concertos para diversos instrumentos que… Bem, conta a lenda que suas partituras estavam sendo guardadas para serem utilizadas em uma casa comercial como papel de embrulho. Esta história é tão inacreditável que nos damos o direito de duvidar dela…

15. O cinema gosta muito

Bach flutua em ondas na modas cinematográficas. Já houve o tempo em que se ouvia a Tocata e Fuga em Ré Menor, ou a Chaconne para violino solo ou a ária Erbarme dich em vários filmes. No ano passado, Lars von Trier fez uma enorme homenagem ao BVW 639 Ich ruf zu dir, Herr Jesu Christ em Ninfomaníaca — a música é explicada em detalhes pelo personegam Seligman. Pawlikowski fez o mesmo em Ida, vencedor do Oscar de 2015 de melhor filme estrangeiro. Andreï Tarkovski já tinha feito o mesmo no clássico Solaris.

16. Bach está no seu celular… E nos aviões

Ele estava tão a frente do seu tempo que grande parte dos toques dos celulares foram compostos por ele…

Bem, e quando dois músicos resolvem brincar em um voo, qual é o ponto em comum que eles encontram?

Tinha um celista no meu voo. Francisco Vila, um violoncelista, e Maximilian, um comissário de bordo beatboxer, brincam com a Bourrée do Prelúdio Nº 3 para Violoncelo Solo de Bach.

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(*) Afinal, Bach nasceu em 21 ou 31 de março de 1685? Vamos falar de 1582? Naquele ano, o calendário gregoriano foi introduzido em alguns lugares da Europa, não em todos. A Itália, a Espanha, Portugal e a Polônia, os mais católicos, aceitaram a mudança ditada pela igreja, o resto não. Só depois é que todos os outros países aderiram. O 21 de março de 1685 da Alemanha não era o mesmo 21 de março de 1685 na Itália, Espanha etc. Havia 10 dias de diferença. O dia em que Bach nasceu foi “chamado” de 21 de março na Alemanha, onde eles ainda estavam usando o calendário juliano. É o que vale! Mas Bach nasceu num 31 de março, considerando o calendário que todos usam hoje, o gregoriano. Da mesma forma, é muitas vezes dito que Shakespeare e Cervantes morreram exatamente no mesmo dia, 23 de abril de 1616. Não é verdade. As mortes foram separadas por 10 dias. A de Shakespeare ocorreu em 23 de abril de 1616 (juliano) e equivalente a 3 de maio de 1616 (gregoriano). O que é certo é que podemos comemorar dois aniversários de nosso maior ídolo. E sempre com a cerveja que Bach tanto gostava e produzia em quantidades industriais em sua própria casa.

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Bom dia, Argel Fucks (com os melhores lances do jogaço Palmeiras 3 x 2 Inter)

Bom dia, Argel Fucks (com os melhores lances do jogaço Palmeiras 3 x 2 Inter)
Lisandro López deixou o Inter classificado por um minuto...
Lisandro López deixou o Inter classificado. Durou um minuto…

Era esperado que o Grêmio fosse eliminado. Afinal, ele só foi campeão no início deste século, em 2001. Vai debutar no ano que vem. Mas achei que desta vez ia mais longe. Não sei quantas vidas tem este imortal. Gostaria que tivesse muitas para a gente seguir se divertindo.

A surpresa foi a boa atuação do Inter. Resultou que o placar de Porto Alegre nos condenou. Aquela atuação é que foi de matar, não a de hoje. A derrota em 180 minutos para o Palmeiras foi justa. E a péssima atuação do Beira-Rio teve a tua mão, Argel. Jamais esquecerei daqueles três volantes em casa.

Curiosamente, estivemos classificados por mais ou menos um minuto. O 2 x 2 era nosso, mas… Já o Grêmio passou a noite ou nos pênaltis ou fora.

Mais uma vez tomamos três gols, Argel. Está na hora de repensar aquela zaga. Réver desistiu de marcar Victor Hugo no primeiro gol. Deu uma de Bolívar. A TV mostra claramente. E Dourado desiste de acompanhar Andrei Girotto no terceiro. Réver já marcava outro jogador. Dourado liberou o cara que fez o gol. São falhas graves, comprometedoras, que causaram dois gols. O Inter perdeu a marcação pelo alto e isso é muito básico no futebol.

Para o Inter, o ano acabou. Não creio que os 7% de chances de chegar à Libertadores — segundo o site de estatísticas Infobola — venham a crescer muito. O Grêmio deverá confirmar sua vaga — hoje tem 91% de chances de confirmá-la. Mas não ganhamos nada de importante nos quatro anos Luigi, nem neste início com Píffero. Estamos nos preparando para ficar iguais ao Imortal, o que é realmente uma tristeza.

Acho que a diretoria, que fez um planejamento tão deficiente em 2015, tem bastante tempo para preparar o novo ano.

Talvez seja o momento de avaliar um elenco que possui coisas inaceitáveis como improvisações na lateral esquerda e jogadores ou decadentes ou ruins, como Taiberson, Juan, Rafael Moura, Wellington, Dida, Léo, Paulão, Géferson, Nico Freitas e Muriel, entre outros.

O mundo gira. O Inter tem um sub-20 forte para quê? Também deve ser encaminhado um meio-de-campo mais forte. D`Alessandro e Alex não são eternos. Investimentos em Vitinho e, sonho meu, Evérton Ribeiro ou outro, poderiam ser pensados.

2016 está aí.

https://youtu.be/tmb_6BwHS3c

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Prelúdio Nº 1 do Cravo Bem Temperado de Bach com tubos de PVC

Prelúdio Nº 1 do Cravo Bem Temperado de Bach com tubos de PVC

Não esqueça de colocá-los em sua obra.

Bach Street Boys

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14 belas mulheres que tiveram influência na música dos Rolling Stones

14 belas mulheres que tiveram influência na música dos Rolling Stones

Os Rolling Stones são famosos por seus casos amorosos. Embora muitas de suas mulheres tenham convivido pouco tempo com a banda ou com integrantes dela, várias tiveram influência a produção de canções. Seja como inspiração, seja como co-autoras. Retirada daqui, a matéria foi alterada e ampliada.

1. Chrissie Shrimpton: Com Mick Jagger entre 1963 e 1966. Para ela, foram compostas Under My Thumb e Yesterday’s Papers.

01. Chrissie Shrimpton

2. Christa Paffgen: Também conhecida como Nico, do Velvet Underground. Foi namorada de Brian Jones em 1967.

02. Christa Paffgen

3. Anita Pallenberg: De férias em Marrocos, Anita Pallenberg troucou Brian Jones por Keith Richards. Permaneceu com Richards entre 1967 e 1979, mas Keith afirma que ela também passou algumas noites com Jagger. Pallenberg tinha enorme influência sobre os Stones — faixas foram remixadas a seu pedido e ela foi a inspiração para as canções You Got The Silver e Happy. Ela também fez backing vocal em Sympathy for the Devil.

03. Anita Pallenberg

4. Marianne Faithfull: O lindíssimo vendaval Faithfull permaneceu quatro anos com Jagger. Ela o apresentou às drogas. Durante uma batida policial na fazenda de Richard, Faithfull foi encontrada pelos homens da lei vestindo apenas um tapete. Eles ficaram perturbados. Confessadamente, várias faixas, incluindo Sympathy for the Devil e You Can’t Always Get What You Want foram compostas a respeito dela, que também co-escreveu Sister Morphine.

04. Marianne Faithfull

5. Anna Wohlin: Anna Wohlin era namorada de Brian Jones, no momento de sua morte. Foi ela quem arrastou seu corpo da piscina naquele trágico dia em 1969. Recentemente, Anna contestou o veredicto de que Jones morreu afogado devido a uma overdose. Ela agora afirma que ele foi morto em uma briga com Frank Thorogood, um empregado que Jones despediu alguns dias antes.

05. Anna Wohlin

6. Marsha Hunt: A cantora norte-americana Marsha Hunt deu à luz a filha de Mick Jagger em 1970, mas Jagger se recusou a admitir que era o pai da criança até uma década mais tarde. Boatos dão conta que, quando Mick conheceu Marsha, ficou obcecado com ela, usando-a como inspiração para Brown Sugar.

06. Marsha Hunt

7. Bianca Jagger: Junto com Faithfull, a mais bela. Bianca Pérez-Mora Macias casou com Jagger em 1971, quando estava grávida de quatro meses. Abaixo, ela cavalga no Studio 54 durante seu aniversário em 1977. Um ano mais tarde, Bianca pediu o divórcio devido ao adultério de Jagger com Jerry Hall. Mais tarde, ela disse: “Meu casamento acabou no dia do meu casamento”. Foi inspiração para Luxury e Respectable.

07. Bianca Jagger

8. Jerry Hall: Jerry Hall começou a sair com Mick Jagger em 1977 e casou-se com ele em uma cerimônia hindu em 1990. Eles tiveram quatro filhos antes de ela descobrir que Luciana Gimenez estava grávida de Jagger. O casamento foi anulado em 1999. Miss You foi escrita para Hall.

08. Jerry Hall

9. Patti Hansen: Modelo e atriz norte-americana, Patti Hansen casou-se com Keith Richards no quadragésimo aniversário deste. Eles se conheceram em Studio 54 e Keith escreveu logo depois, “Ela é o mais belo espécime humano no mundo. Mas não é só isso! Ela tem enorme alegria e acha que esse viciado aqui é o cara que ela ama”.

09. Patti Hansen

10. Bebe Buell: Buell foi playmate do mês em novembro de 1974. Foi uma famosa groupie, namorada de Mick Jagger e Steven Tyler.

10. Bebe Buell

11. Uschi Obermaier: Obermaier foi uma modelo alemã que tinha conhecida ligação com o grupo Baader-Meinhof. Em 1975, ela viajou para os Stones numa turnê, tendo casos com Jagger e Richards .

11. Uschi Obermaier

12. Mandy Smith: Em 1989, aos 18 anos, Mandy Smith casou-se com o baixista Bill Wyman. Ele tinha 47. Eles estavam namorando desde que Mandy tinha apenas 13 anos Deste modo, sem surpresa nenhuma, a relação entre ambos atraía considerável atenção da mídia. Em 1993, o filho Stephen Wyman se envolveu com a mãe de Mandy.

12. Mandy Smith

13. Angela Bowie: Reza a lenda que Mick Jagger escreveu Angie a fim de acalmá-la depois que ela o pegou com David Bowie na cama.

14. Angela Bowie

14. Luciana Gimenez: Ela conheceu Mick Jagger em uma festa organizada por um empresário brasileiro. Durante uma noite eles ficaram hospedados no Hotel Copacabana Palace. O curto caso resultou em Lucas, filho brasileiro de Jagger. Na época, Jagger era casado com a modelo Jerry Hall (desde 1990), que em 1999 anulou o casamento após contestar a validade da cerimônia hindu.

13. Luciana Gimenez

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A Casa das Belas Adormecidas, de Yasunari Kawabata

A Casa das Belas Adormecidas, de Yasunari Kawabata

A Casa das Belas Adormecidas Yasunari KawabataSurpreendente livro de 1961. Uma extraordinária novela sobre erotismo e morte, velhice e sensualidade. Mas acho melhor colocar logo um verbo nesta resenha… Esta clássica e notável obra do Prêmio Nobel de Literatura de 1968, Yasunari Kawabata (1899-1972) adentra, com grande sensibilidade e delicadeza, o complicado e praticamente ignorado tema do erotismo na idade da impotência ou, para sermos elegantes, da busca pela felicidade após a juventude. Esta obra serviu de inspiração a Gabriel García Márquez para o seu Memória de Minhas Putas Tristes (2004), bem como para a peça de 1983 The House of Sleeping Beauties, de David Henry Hwang. Kawabata criou um estranho estabelecimento. Uma espécie de puteiro onde homens de idade avançada podem passar as noites com jovens mulheres despidas, adormecidas. Sob forte medicação, elas jamais acordam e eles podem examinar cada detalhe de seus corpos, passar-lhes a mão, apalpar seus seios, beijar seus corpos, observar seus dentes, seus ressonares, hálitos e sonhar, relembrando seus passados com mulheres. São mulheres anônimas, escolhidas pela dona da casa e os velhos nunca concretizam o ato sexual, até devido à falta de vigor físico. Eram tempos pré-Viagra e a relação quase contemplativa permite ao autor elaborar densas e poéticas metáforas a respeito da finitude e do caminhar pra a morte. Afinal, a beleza e a juventude não obtêm serem roubadas pelo velho Eguchi, protagonista da novela, mas o contato com elas é consolador e sugestivo, apesar das vontades do velho. Eguchi vai à casa em cinco noites não consecutivas e o que lhe passa pela cabeça é esplêndida e poeticamente descrito por Kawabata, assim como cada gesto e movimento das moças durante seus sonos. Um livro curioso e pervertido, de doce e indecente poesia. Tudo na medida certa, com perfeito bom gosto. Recomendo muito.

Livro comprado na Ladeira Livros.

Yasunari Kawabata
Yasunari Kawabata

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Bom dia, Argel (com os gols e as leis de Santos 3 x 1 Inter)

Bom dia, Argel (com os gols e as leis de Santos 3 x 1 Inter)
Vitinho e Valdívia: abandonados por deus, pelo meio-de-campo e por Argel
Vitinho e Valdívia: abandonados por deus, pelo meio-de-campo e por Argel

Argel tentou passar por cima de duas Leis Pétreas do Futebol. Sem sucesso, é claro. A de Bielsa e a de Andrade. Foi como lutar contra a gravidade. Vejamos. Reza a Lei de Bielsa:

O time que abdica de jogar com a bola, multiplica o número de bolas que o adversário terá.

Claro, se você não está nunca com a bola e se você defende-se dando chutões para qualquer lado, você está dando a bola e argumentos para que o adversário volte e volte e volte a atacá-lo. Avise Paulão a respeito, Argel. Ensine a todos sobre esta importante Lei do Futebol.

Porém, como se não bastasse, nosso time fora de forma física ignorou outra Lei Pétrea, a Lei de Andrade. O ex-grande jogador e treinador do Flamengo dizia:

O time que está sem a bola corre o dobro.

Há também uma Lei de Cruyff, que diz:

Tem apenas uma bola em campo, então você precisa tê-la.

Então, por mais desfalcado que esteja o teu time, ele não pode errar os passes que erra, nem dar os chutões que dá, nem dar o campo que dá ao adversário. Argel, tu treinas o Internacional de Porto Alegre, não o Figueira. Temos que jogar mais.

Há algo de muito errado no Beira-Rio. Ah, Argel, criei uma Lei pra ti, a Lei de Advertência a Argel :

Todo treinador será cobrado de acordo com a grandeza do seu clube.

E aí tu te ferras, porque a diretoria do clube desmanchou o grupo e tu não tens quase nada nas mãos. Sobre o jogo de ontem, para que falar mais? Ver Wellington onde antes estava Aránguiz… Parabéns, Píffero.

Agora, sirvam três façanhas de nossa direção anterior de modelo a toda terra. Lembra o Euclides Bitelo que Ricardo Goulart foi um dos melhores jogadores do Brasileiro de 2014 e que Lucas Lima é um dos melhores de 2015. O que eles têm em comum? Os dois foram doados pelo Inter como inaproveitáveis. E lembro eu que o autor do primeiro gol do Santos, Marquinhos Gabriel, também.

Parabéns, Luigi.

Após sobrevivermos (mal) à gestão Luigi, veio o Píffero e…

https://youtu.be/gFTfPN4vYUM

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Beethoven: Sonatas Primavera e Kreutzer com Anne Sophie Mutter e Lambert Orkis

Beethoven: Sonatas Primavera e Kreutzer com Anne Sophie Mutter e Lambert Orkis

Sonata para Violino e Piano Nº 5, Op. 24, “Primavera”:

Sonata para Violino e Piano Nº 9, Op. 47, “Kreutzer”:

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Porque hoje é sábado, Kate Winslet

Porque hoje é sábado, Kate Winslet

Kate Winslet tem todos os motivos para rir à toa.

Kate_Winslet_01

Bonita e talentosa, é presença obrigatória em qualquer conversa onde se fale em grandes atrizes.

O pessoal do Oscar — prêmio que me interessa apenas medianamente — …

… já lhe deu 5 indicações antes dos 30 anos, e agora vai fazê-la concorrer…

… com outra grande atriz, Meryl Streep. A vencedora? Tanto faz. Mas o lobby de Kate é fraco. Nunca ganhou.

Kate Winslet mantém a longa e imperturbável tradição inglesa de invadir Hollywood com seus bons atores.

Vocês não precisam acreditar, tá?, mas quando a vi fazendo Ofelia, em Hamlet de Kenneth Brannagh, …

… aos 21 anos, sua atuação me chamou tanto a atenção quanto a diminuta participação da maravilhosa Julie Christie.

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Depois, vocês sabem. Vieram Razão e Sentimento, Titanic, Fogo sagrado e o excelente ..

Brilho eterno de uma mente sem lembranças, de Michel Gondry.

Após o bom Pecados íntimos, ela reaparece agora nos cinemas com dois filmes: …

O Leitor, que verei hoje à noite (escrevo este post na sexta-feira à tarde), e …

Foi Apenas Um Sonho, do maridão Sam Mendes. Acho que o segundo tem mais chances.

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Melhor um filme triste sobre a falta de perspectivas de um casal suburbano norte-americano,

… do que mais uma obra sobre o holocausto.

Vi e, com efeito, Foi Apenas Um Sonho é um tremendo filme.

Bom, vou tratar de melhorar o humor revendo as fotos de Kate. Pg Up, por favor.

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Postado em 7 de fevereiro de 2009

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Porque hoje é sábado, Lindsey Pelas

Porque hoje é sábado, Lindsey Pelas

Às vezes, há boas surpresas no meu e-mail do Sul21. Entre dezenas de releases, centenas de propostas de publicação de textos e milhares de sugestões de pauta, além dos milhões de lixos, teve um muito especial hoje à tarde (sexta-feira, 25). O título era:

PARA O PHES, URGENTE!!!!

E o texto do e-mail não era nada longo:

Sou o Nro. 1 dos teus sete leitores. Leio o MR desde 2003, no blogspot, quando nem existia o Sul21. Não leio só o PHES, mas tudo o que tu publica. É simples como Jânio Quadros: leio quando são letras; quando são imagens, olho. Gosto muito. Te mando a colaboração em anexo. 23 fotos de uma mulher incrível, Lindsey Pelas. Acho que faz falta à coluna. Os seios são naturais, nada de enchimentos. O texto é contigo. Não tenho talento. Atenciosa e respeitosamente, Maurício Diniz.

.oOo.

OK, Maurício, muito obrigado. Vou tentar ser digno da confiança do amigo.

Lindsey Pelas 01

Assim como fizemos com Laetitia Casta, não faremos trocadilhos

Lindsey Pelas 02

com o nome de Lindsey Pelas. Nem mesmo usando a segunda do singular.

Lindsey Pelas 03

Seria muito fácil e, pior, de mau gosto.

Lindsey Pelas 04

Apesar de que meu filho acaba de me dizer que jogou uma pelada em Berlim,

Lindsey Pelas 05

onde se encontra estudando, e que marcou três gols.

Lindsey Pelas 06

O primeiro chute foi na trave (o que ele considerou de mau agouro).

Lindsey Pelas 07

Mas depois virou um Lewandowski.

Lindsey Pelas 08

Maurício, meu amigo, estou sem tempo nesta sexta-feira, porém,

Lindsey Pelas 09

admirando os olhos de Lindsey,

Lindsey Pelas 10

lembrei do poema Mulheres, de Sophia de Mello Breyner Andresen:

Lindsey Pelas 11

Há mulheres que trazem o mar nos olhos

Lindsey Pelas 12

Não pela cor

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Mas pela vastidão da alma

Lindsey Pelas 14

E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos

Lindsey Pelas 15

Ficam para além do tempo

Lindsey Pelas 16

Como se a maré nunca as levasse

Lindsey Pelas 17

Da praia onde foram felizes

Lindsey Pelas 18

Há mulheres que trazem o mar nos olhos

Lindsey Pelas 19

pela grandeza da imensidão da alma

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pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens…

Lindsey Pelas 21

Há mulheres que são maré em noites de tardes

Lindsey Pelas 22

e calma

lindsey pelas

Obs. final: Apesar de que não imagino muita calma com Lindsey por perto.

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Um texto bem bobo como o amor

Um texto bem bobo como o amor

2

O dia 25 de setembro — assim como o 4 de janeiro, Bernardo — é uma superdata. É a data de nascimento de minha filha Bárbara. Sou um sujeito como quase todo mundo, então tenho um amor incondicional e oceânico por meus filhos. Mas meus contatos com eles foram drasticamente reduzidos nos últimos meses. O Bernardo está em Berlim e meus encontros pessoais com ele em 2015 ficaram reduzido quase a zero. O Skype não vale. A Bárbara hoje não mora mais comigo e entrou naquela idade maluca em que se trabalha mais do que os pais. Há a faculdade, o estágio, o namorado, as festas, o mundo e o tempo que sobra é pequeno. É a prova de que, mesmo que a biologia pense diferentemente, não fazemos os filhos para nós. Mas creio que o vínculo amoroso permaneça intacto.

Que eu lembre, nunca comentamos a respeito, mas, quando morávamos juntos, éramos uma dupla bastante original. Temos tendência a permanecermos silenciosos e assim ficávamos por horas. Lembro de passarmos finais de semana na mesma casa, apenas conversando na hora das refeições. E era tudo muito leve e agradável. Lembro de nossa viagem para a Europa. Passamos 20 dias juntos sem nenhuma altercação, desentendimento, nada. É claro que não foi por ficarmos quietos. Conversamos muito e recordo do momento em que chegamos a Camden Town, Londres, e eu caí inteiramente no ritmo dela, entrando onde ela queria entrar e fazendo o que ela desejava. Ela subitamente virou-se para mim e disse que estava curtindo muito, mas que a viagem não era só dela, era minha também. Eu assenti em silêncio, feliz, mas segui pensando que a viagem era dela. E era.

2013 foi um grande ano para mim. Além de ter sido o ano em que a Elena entrou na minha vida, foi o ano desta coisa que eu sugiro a todo pai fazer: uma longa viagem com um filho(a). Pode ser para qualquer lugar, não precisa ser necessariamente para paraísos caros. Bem, se a relação for tensa, talvez seja melhor esquecer. Eu e Bárbara aproveitamos aquela que talvez tenha sido nossa última chance. Com os 18 anos que ela tinha em fevereiro de 2013, ainda era possível. Agora, em dezembro, ela voltará à Europa numa viagem que envolve o irmão, mas também o namorado, um calendário mais apertado, etc. Enfim, acho que aquela foi a última oportunidade de pai e filha viajarem sozinhos.

Monumento à Franz Kafka, próximo à rua Dušní em Praga, em frente à Sinagoga Espanhola
Monumento à Franz Kafka, próximo à rua Dušní em Praga, em frente à Sinagoga Espanhola | Foto: Milton Ribeiro

Tenho uma lembrança bobíssima, que certamente só eu acho emocionante. Num dia de nossa viagem, a gente estava mais ou menos próximo do monumento acima, na entrada do Josefov, o bairro judaico de Praga. O Monumento à Franz Kafka foi inspirado em um dos contos de Kafka, Descrição de uma Luta. É Kafka nos ombros de um gigante destituído de cabeça e mãos, representação de uma das cenas da história. No bairro há um monte de sinagogas. Tem a Sinagoga Pinkas, a Velha Nova Sinagoga, a Alta Sinagoga, a Prefeitura judaica, o Antigo Cemitério judaico, etc. E precisávamos comprar ingressos para ver tudo isso. Fui comprá-los e notei que a atendente estava olhando para alguma coisa às minhas costas. Pedi nossos ingressos e a senhora nem me ouviu, continuou olhando. Fui ver o que estava acontecendo e observei que Bárbara girava lentamente sobre si mesma, olhando para o alto e sorrindo. Na hora achei estranho, ela não costuma deslumbrar-se facilmente, que ataque era aquele? O que não sabia é que aquela imagem ficaria gravada tão fortemente em meu cérebro.

A senhora voltou a me dar atenção e me disse em inglês, sorrindo:

— Ela nunca viu a neve… De onde vocês são?

Só então me dei conta de que (1) tinha começado a nevar e (2) que a Bárbara nunca tinha visto aquilo e estava encantada.

Foto: Milton Ribeiro
Foto: Milton Ribeiro

Por alguma razão, toda vez que lembro de minha filha e certamente quando lembro daquela viagem, me vem a imagem da Babi girando. Não tirei fotos daquele momento. Se o fizesse, talvez não lembrasse tão bem. Depois veio mais neve.

Foto: Milton Ribeiro
Foto: Milton Ribeiro

e muito mais neve.

Foto: Milton Ribeiro
Foto: Milton Ribeiro

E veio a zombeteira.

Coisa amada | Foto: Milton Ribeiro
Coisa amada | Foto: Milton Ribeiro

Antes que me torne sentimental e aborrecido, é melhor parar. Feliz aniversário, Babi! Dizem que a gente é parecido, mas eu te acho parecida é com minha irmã. Quando tu te irritas ou logo que acordas, bá, ficas igual. É aquela coisinha intratável. Até bem pouco tempo, eu te acordava com um Nescau no quarto, mas tu ficavas louca da vida quando eu entrava cantando romanticamente Moon river. Então eu mudei para o estribilho de Geni e o Zeppelin. Também sei que não podes ouvir outra canção do Chico Buarque, Cala a boca, Bárbara, música com a qual eu te ninava quando eras bebê. Sim, acho que fui um pai insuportável, mas o resultado comprova que não fui tão mal assim, ao menos te passei metade de uma carga genética bem legalzinha. Por dentro e por fora. (Vê-se e sente-se que a outra metade também é muito boa).

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E jamais esqueça que hoje é também o aniversário de meus ídolos Dmitri Dmitrievich Shostakovich e William Faulkner. Naquele domingo à tarde, tudo foi preparado para que nascesses em boa companhia, viu?

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Bom dia, Argel (com os gols e melhores lances de Inter 1 x 1 Palmeiras)

Bom dia, Argel (com os gols e melhores lances de Inter 1 x 1 Palmeiras)
Uma vida complicada para Argel | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
Uma vida complicada para Argel | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

Estamos fora da Copa do Brasil, é minha opinião. Aliás, ontem à noite, eu e o professor Luís Augusto Farinatti acertamos tudo o que dissemos no Beira-Rio. Vocês poderão conferir alguns itens de nossa desalentada conversa particular de torcedores abaixo. Iniciamos melhor do que o Palmeiras. Nossa primeira constatação foi a de que tínhamos que fazer logo os gols, pois não temos preparo físico para mais de 70 minutos, herança do preparador físico de Diego Aguirre.

Iniciamos pressionando muito: Nilton quase marcou de cabeça, Alex obrigou Fernando Prass a uma defesa impossível — a bola passou por baixo do corpo do goleiro, mas tocou em seu corpo de tal forma que subiu e passou sobre o gol — e Nilton novamente criou e perdeu um gol feito.

Depois teve o pênalti defendido por Alisson, um outro gol incrível perdido por Valdívia de dentro da pequena área após jogada genial de Vitinho e, finalmente, o golaço de Alex. Eram 8 minutos do segundo tempo. Sabíamos que a logo logo o Inter se desmancharia. E não deu outra. O bom Ernando — nosso melhor zagueiro, nosso melhor lateral — foi o primeiro a morrer, seguido por Dourado, que jogou muito mal toda a partida. Ambos foram substituídos. O gol do Palmeiras veio de um erro defensivo de… Valdívia, que não se deu conta de que um cruzamento da esquerda atravessaria toda a área chegando até Lucas, o lateral que ele deveria acompanhar. Ele não viu Lucas num primeiro momento. É normal, acontece. Só que o palmeirense pegou a bola livre, cruzou, e Rafael Marques empatou o jogo.

Réver está voltando a jogar bem. Já o Jackson... Deixa ele no Palmeiras para equilibrar
Réver está voltando a jogar bem. Já o Jackson… Deixa ele no Palmeiras para equilibrar | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

Outras constatações: em nossa conversa na arquibancada do Beira-Rio, lamentamos a falta de armadores no time. Alex era o único. Ele fez uma bela partida, mas não pode ficar sozinho na função ao lado da barata tonta e recuada do Wellington. William merece uma conversa ou uma temporada fora do time para pensar na vida, Vitinho é craque, Nilton confirma-se com bom jogador, Valdívia é ótimo, Réver está voltando a ser Réver — o que é ótimo — e Paulão foi Paulão por todo o tempo ontem — o que é péssimo. O problema é que nada se mantém. Precisamos de mais gás ou de virar os jogos ganhando por dois a zero. Ao final da partida, Valdívia estava sem velocidade e Vitinho, quando voltava para marcar, chegava tarde (e mancando, o que preocupa ainda mais) ao ataque.

2015 foi um ano jogado fora. O time está no bagaço, sem centroavantes e, para piorar, o tornozelo de Sasha foi operado e D`Alessandro para por tempo indeterminado em razão de uma hérnia de disco. Dá pena ver o Inter em campo, ainda mais contra o Palmeiras, que terminou o jogo correndo e voando como começou. Em fevereiro, Élio Carravetta alertou a diretoria sobre a estratégia equivocada do preparador físico uruguaio. Nada foi feito. Aí está. Provavelmente, perderemos mais jogadores por lesões musculares.

Nosso futuro na Copa do Brasil deverá ser a desclassificação. Poucos notaram, mas o Farinatti logo disse: este cartão do Vitinho é o terceiro. Ele levou cartão em todos os jogos da Copa do Brasil. Então, iremos a São Paulo sem D`Ale, Sasha e Vitinho, isto é, sem  ataque… E sem preparo físico.

Nossa única possibilidade é uma bola milagrosa lá na frente — a zaga deles é uma porcaria — e o Alisson operando milagres e mais milagres lá atrás, pois o ataque do Palmeiras é efetivo pacas. Ou seja, é muito improvável que voltemos de lá com a vaga nas semifinais.

https://youtu.be/a3NVudrxLMY

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Palestra de Gustavo Dudamel quando recebeu a Medalha Nacional de Artes 2015 e Medalha Nacional de Humanidades

Palestra de Gustavo Dudamel quando recebeu a Medalha Nacional de Artes 2015 e Medalha Nacional de Humanidades

Em Washington, no dia 22 de setembro de 2015.

“A música é minha língua. Neste língua posso conduzir uma ópera ou uma sinfonia de cor … ou pelo menos é o que eles dizem. Mas hoje eu não sou antes da minha orquestra, por isso espero que este distinto público vai me perdoar por leitura.

Eu acredito que a primeira palavra deve-se aprender em qualquer língua é a palavra “obrigado”. Então, eu gostaria de começar por agradecer por esta grande honra. Sinto-me muito humilde e grato por estar rodeado esta noite por um grupo tão especial de criadores, artistas, humanistas, e convidados de honra.

Mas eu sinto que eu não deveria dar graças apenas em meu nome. Eu gostaria de dizer obrigado pela oportunidade de dirigir-lhe esta noite em nome dos milhões de latinos que fizeram os Estados Unidos da América sua casa.

Eu gostaria de começar por compartilhar com vocês uma anedota – simples, embora imensamente simbólico para mim.

Mesmo antes de começar a conduzir a Orquestra Filarmônica de Los Angeles, eu promoveu a criação de uma orquestra de jovens chamado YOLA, Orquestra Juvenil de Los Angeles. Um dos primeiros grupos Yola foi formada em South Central Los Angeles, um dos bairros mais problemáticos da cidade.

Foi lá que eu conheci um rapaz de 12 anos chamado Adam. Adam morava com a mãe Tracey, em uma área altamente perigoso. Quando Adão soube que eles estavam fazendo audições para orquestra infantil, ele apareceu com sua mãe, que nos disse que o sonho de vida de Adão era para se tornar o percussionista da Los Angeles Philharmonic.

Adam e eu vim de lugares muito diferentes, mas tínhamos algo em comum: nós compartilhamos o mesmo sonho.

Adão – e YOLA de – primeiro concerto teve lugar alguns meses mais tarde, um concerto gratuito para a comunidade em um local alguns de vocês podem estar familiarizados com – é chamado de Hollywood Bowl. John Williams, Quincy Jones e 18.000 espectadores estavam presentes.

Esse foi, também, o meu primeiro concerto como Diretor Musical da Filarmônica de Los Angeles, então eu estava tão aterrorizada como Adão … Por favor, entenda, não é fácil estar no mesmo palco onde existiu Leonard Bernstein, Van Cliburn, Jimi Hendrix, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Louis Armstrong … mesmo que Adam tinha nenhum indício que essas lendas foram.

Para a maioria na platéia, atingindo a bacia tinha sido mais uma caminhada dentro da sua rotina diária. As 11 milhas Adam tinham viajado de casa deve ter sido o mais importante viagem da sua vida. Simplificando: o menino que deixou South Central naquela tarde não era a mesma pessoa em seu retorno.

Nossa Ulysses, o nosso herói pint-sized, tinha tomado suas baquetas e tinha partiu em uma viagem só de ida para a esperança.

Hoje à noite, nesta sala maravilhosa está cheio de almas compassivas empáticas, que sabem muito bem o que quero dizer quando digo que o menino tímido que eu conhecera meses antes não era o mesmo rapaz que estava diante de mim naquela noite, jogando com intensidade, moldando o seu vida própria a cada batida, tocando os corações de 18.000 seres humanos – incluindo a minha.

Meu mentor, Maestro José Antonio Abreu, disse uma vez que o pior crime cometido no mundo moderno tem sido a de tirar as crianças do acesso a beleza e inspiração.

Obviamente, vivemos em tempos difíceis. Depois de qualquer crise financeira que abala o mundo inteiro, as escolas têm orçamentos menores. Os primeiros programas para obter corte são arte e música, porque eles não são considerados “essenciais”.

Eu acredito que é errado.

Algumas pessoas pensam que a arte é um luxo e devem ser reduzidos em tempos de crise. Essas pessoas devem entender que precisamente durante tempos de crise o pecado imperdoável é cortar o acesso à arte.

Na minha casa amada da Venezuela tal crise está acontecendo agora. As pessoas estão gastando seus dias à procura de comida, remédios e as necessidades da vida.

Existem os mesmos argumentos – como podemos financiar música – as artes – quando as necessidades básicas não estão sendo atendidas? Um artigo recente colocou a questão: “Pode El Sistema salvar Venezuela?” Para mim, a pergunta mais apropriada é: “Pode Venezuela salvar El Sistema?” – Que é agora mais importante do que nunca para o povo da Venezuela e à sua esperança. Eu trabalho todos os dias para garantir que uma vez que a Venezuela se move para além desta crise atual, El Sistema vai continuar a subir e capacitar aqueles que de outra forma não teria sonhos.

Arte é o alimento da alma. Nossos filhos vão aprender arquitetura para projetar as pontes que nos ligam com o nosso futuro, eles vão se destacar em matemática para calcular as suas fundações. Muitos dos nossos filhos vão melhorar a humanidade por meio da ciência, e todos devem fortalecer-se, aprendendo os limites de seus corpos através do esporte. As artes são igualmente vital. Aqueles que cortar programas de arte deve entender que sem arte, o espírito humano embota.

Das cavernas de Altamira para Jackson Pollock, e da sumeriana Hino à letra orientado a batida, valentes e assombrando de Lin-Manuel Miranda em Hamilton (que por sinal eu ainda não ter sido capaz de encontrar bilhetes para), a arte tem sido o principal parceiro de viagem do espírito humano.

Eu acredito que a saúde espiritual deve ter o mesmo peso que a saúde física. Se todos nós reconhecemos que é tão importante manter uma psique saudável e alma, pois é para manter um corpo saudável, em seguida, até mesmo as companhias de seguros iria dar bilhetes gratuitos para concertos, museus e galerias. Talvez isso poderia até ser uma nova disposição de Obamacare!

A minha vocação é música, mas a minha missão é crianças, especialmente, como podemos ensiná-los. E para ter certeza que as maiores expressões da nossa humanidade são repassados para a nossa próxima geração.

Queremos preparar os nossos filhos para o futuro, mas aqui está o problema – neste mundo acelerado em que vivemos, não sabemos exatamente o que o futuro trará. Nós assumimos que irá envolver matemática – há sempre a matemática! E sim, devemos educar a mente. Mas uma criança não é apenas uma mente – ela é uma alma. E também devemos nutrir a alma também.

Nós, todos nesta sala, deve encontrar uma maneira de criar e apoiar a arte no nosso futuro, por isso convido-vos a investir nos sonhos e espíritos de crianças como Adam em Los Angeles, e os milhões de crianças que gostam dele estão procurando um vislumbre de esperança e beleza. Convido-vos a ouvir as palavras de Schiller, que disse que a beleza é a única forma de comunicação que pode unir a sociedade “, pois diz respeito ao que é comum a todos.”

Desde que se tornou humano e começou a pintar nas paredes das cavernas, nós somos hard-wired para a expressão. Eu não sei o que as tecnologias que ainda estará usando no futuro, que mudanças nos confrontam. Eu não sei o Facebook, Pokémon Go ou o Twitter vai ser assim. Eu não sei se os computadores vão desaparecer ou se eles vão se tornar algo completamente diferente. Qualquer coisa e tudo é possível.

Mas não importa o que o futuro traz – teremos de expressar o que sentimos: e que é arte.

A arte é futuro.

Vamos ter certeza de que criar um ambiente que cultiva, abraça e capacita as artes.

Cabe a nós para garantir que nossos filhos estão prontos.

Muchas gracias “.

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“Music is my language. In this language I can conduct an opera or symphony by heart…or at least that’s what they say. But tonight I am not before my orchestra, so I hope this distinguished audience will forgive me for reading.

I believe that the first word one must learn in any language is the word “thanks.” So I would like to start by thanking you for this great honor. I feel quite humbled and grateful to be surrounded this evening by such a special group of creators, artists, humanists, and honored guests.

But I feel that I shouldn’t give thanks only in my name. I would like to say thank you for the opportunity of addressing you tonight in the name of the millions of Latinos who have made the United States of America their home.

I wish to start by sharing with you an anecdote – simple, though immensely symbolic for me.

Even before I started conducting the Los Angeles Philharmonic Orchestra, I promoted the creation of a youth orchestra called YOLA, Youth Orchestra of Los Angeles. One of the first YOLA groups was formed in South Central Los Angeles, one of the most troubled neighborhoods in the city.

It was there that I met a 12-year-old boy called Adam. Adam lived with his mother Tracey, in a highly dangerous area. When Adam learned they were holding auditions for a children’s orchestra, he showed up with his mom, who told us that Adam’s life dream was to become the percussionist of the Los Angeles Philharmonic.

Adam and I came from very different places, but we had something in common: we shared the same dream.

Adam’s – and YOLA’s – first concert took place a few months later, a free concert for the community at a venue some of you might be familiar with – it’s called the Hollywood Bowl. John Williams, Quincy Jones and 18,000 spectators were in attendance.

That was, also, my first concert as the Los Angeles Philharmonic’s Music Director, so I was as terrified as Adam…Please, understand, it’s not easy to stand on the same stage where once stood Leonard Bernstein, Van Cliburn, Jimi Hendrix, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald and Louis Armstrong…even if Adam had no clue who those legends were.

For most in the audience, reaching the Bowl had been one more trek within their daily routine. The 11 miles Adam had traveled from home must have been the most important trip of his life. Simply put: the boy who left South Central that afternoon was not the same person upon his return.

Our Ulysses, our pint-sized hero, had taken his drumsticks and had set out on a one-way trip toward hope.

Tonight, this wonderful hall is full of empathetic, compassionate souls, who know full well what I mean when I say that the shy boy I had met months before was not the same boy that stood before me that evening, playing with intensity, shaping his own life with each beat, touching the hearts of 18,000 human beings – including MINE.

My mentor, Maestro José Antonio Abreu, said once that the worst crime committed in the modern world has been to take away from children the access to beauty and inspiration.

Obviously, we live in difficult times. After any financial crisis that shakes the whole world, schools have smaller budgets. The first programs to get cut are Art and Music, because they are not considered “essential.”

I believe that is wrong.

Some people think that art is a luxury and must be cut back in times of crisis. These people must understand that precisely during times of crisis the unforgivable sin is to cut access to art.

In my beloved home of Venezuela such a crisis is happening right now. People are spending their days looking for food, medicine and the necessities of life.

The same arguments exist — how can we fund music — the arts — when basic needs are not being met? A recent article posed the question: “Can El Sistema save Venezuela?” To me, the more appropriate question is, “Can Venezuela save El Sistema?” – which is now more important than ever to the people of Venezuela and to their hope. I work every day to ensure that once Venezuela moves beyond this current crisis, El Sistema will continue to rise and empower those who otherwise would have no dreams.

Art is the nourishment of the soul. Our children will learn architecture to design the bridges that will connect us with our future, they will excel in math to calculate their foundations. Many of our children will better humanity through science, and ALL must strengthen themselves, learning the limits of their bodies through sports. The ARTS are equally vital. Those who cut back art programs must understand that without art, the human spirit dulls.

From the Altamira caves to Jackson Pollock, and from the Sumerian Hymn to the rap-driven, brave and haunting lyrics of Lin-Manuel Miranda in Hamilton (which by the way I still haven’t been able to find tickets to), art has been the main travel partner of the human spirit.

I believe spiritual health should have the same weight as physical health. If we all recognized that it’s just as important to keep a healthy psyche and soul as it is to keep a healthy body, then even insurance companies would give out free tickets to concerts, museums and galleries. Maybe this could even be a new provision of Obamacare!

My vocation is music, but my mission is children, especially, how we teach them. And to make sure that the greatest expressions of our humanity are passed along to our next generation.

We want to prepare our children for the future, but here’s the problem – in this fast-paced world we live in, we don’t know exactly what the future will bring. We assume it will involve math – there is always math! And yes, we must educate the mind. But a child is not just a mind – she is a soul. And we must also nourish the soul as well.

We, everybody in this room, must find a way to create and support art in our future, so I invite you to invest in the dreams and spirits of kids like Adam in Los Angeles, and the millions of kids that like him are searching for a glimpse of hope and beauty. I invite you to listen to the words of Schiller, who said that beauty is the only form of communication that can unite society “since it relates to that which is common to all.”

Since we became human and started painting on cave walls, we are hard-wired for expression. I don’t know what technologies we still will be using in the future, what changes will confront us. I don’t know what Facebook, Pokémon Go or Twitter will be like. I don’t know if computers will disappear or if they will become something completely different. Anything and everything is possible.

But no matter what the future brings – we will have to express what we feel: and that is art.

Art is future.

Let’s make sure we create an environment that cultivates, embraces and empowers the arts.

It’s up to us to make sure our children are ready.

Muchas gracias.”

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Doações de empresas para campanhas eleitorais, será que acabaram mesmo?

Doações de empresas para campanhas eleitorais, será que acabaram mesmo?
Te ajuda, Dilma!
Te ajuda, Dilma!

O STF julgou inconstitucional a doação de empresas para as campanhas eleitorais, porém, se Dilma Rousseff sancionar sem vetos a contra-reforma eleitoral aprovada pelo Congresso, que cria um limite máximo de R$ 20 milhões (!) para doações empresariais, tudo volta ao normal. Ou ao anormal. Por quê? Ora, se Dilma sancionar o monstrengo, a lei será posterior à decisão da corte e passará a valer. A decisão do Supremo passaria a valer “para trás”. Como toda lei aprovada tem presunção de constitucionalidade, a lei do Cunha, se sancionada, valeria sim para 2016.

Otimista, o deputado Wadih Damous diz que, caso seja aprovada e sancionada a PEC 182/2007, ela será considerada inconstitucional pelo Supremo porque este entendeu que o financiamento de empresas fere cláusulas pétreas. “Se for aprovada, a PEC cairá”, prevê o deputado Damous. Bem, segundo Millôr Fernandes, o otimista é apenas um mal-informado. Se lei for sancionada, o STF precisará ser provocado para dizer se a nova lei é inconstitucional também. Isso precisa acontecer em 2015 para valer no pleito municipal de 2016. E se cair na mão de Gilmar Mendes? E se alguém pedir vistas? E se o esperto Eduardo Cunha, que disse que “o grande problema é que as eleições de 2016 vão ficar em uma zona de sombra, em um limbo de dúvida”? E, sabemos, suas manobras demoníacas são apenas e simplesmente política, feitas nas barbas de todos.

Nas últimas eleições, segundo o Instituto Ethos, 1% das empresas que fizeram doações (200 empresas) foram responsáveis por 60% do financiamento. Mas não tenho certeza se o impedimento de doações de empresas mudará muita coisa. O país campeão de sonegação deve conhecer caminhos para eleger seus queridinhos.

O fato é que, cada vez mais, somos obrigados a confiar mais nos ministros do STF do que nesse Congresso lamentável. É a judicialização do estado, filha de um Congresso absolutamente medíocre, infestado de religiosos conservadores, e neta do voto obrigatório, que elege uma massa de pessoas despreparadas.

(Ontem, por exemplo, na votação do aumento do ICMS proposto pelo governo Sartori, quem acabou decidindo? Ora, Jardel, um deputado com sérios problemas de entendimento e que jamais estaria onde está não fosse o voto de pessoas que passam quatro anos sem pensar em política, mas que votam como quem se preocupa. Votaram no ex-artilheiro do Grêmio… Que foi decisivo).

Mas tergiverso.

Anteontem à noite, dia 21, num jantar com líderes do PCdoB com presença do diabo Cunha, Dilma Rousseff teria avisado a ele que não irá enfrentar a decisão do Supremo Tribunal Federal, que considerou inconstitucionais as doações de empresas. Dilma, segundo notícia de duas horas atrás do site amigo Brasil 247: “Eu disse ao Eduardo Cunha que nem eu nem ele podemos fazer um enfrentamento com o Judiciário”. Aguardemos. Porque às vezes ela se atrapalha.

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Lições de vida de Keith Richards

Lições de vida de Keith Richards

1. “Durante dez anos, fui o primeiro da lista de quem seria o próximo a morrer. Fiquei decepcionado quando caí no ranking. (…) Um médico me disse que me restavam 6 meses de vida, mas fui ao enterro dele. Os obituários me interessam muito ultimamente. Mas não confio nos médicos. Não digo que não haja alguns bons, mas em geral não confio neles.”

2. “O trabalho mais difícil de todos é ser vagabundo. Mas não se pode fazer da preguiça uma profissão; é preciso trabalhar nisso de verdade.”

3. “Para ser sincero, eu nunca tive problema com as drogas; só com a polícia”.

4. “Se você vai dar uma porrada na cara da autoridade, melhor que seja com os dois pés”.

5. “Só há uma doença fatal: a hipocondria. Fora essa, eu tenho todas as outras”.

6. “Plantei um carvalho inglês enorme para espalhar as cinzas do meu pai em volta. Quando estava abrindo a tampa da caixa, uma nuvem de cinzas muito leve foi parar em cima da mesa. Não podia afastá-la sem mais, então recolhi com o dedo e cheirei o resto. Pó é de pai para filho”.

7. “A música é uma necessidade. Depois da comida, do ar, da água e do calor, a música é a próxima necessidade da vida”.

8. “Nunca tive uma overdose no banheiro de outra pessoa. Acho que é o cúmulo da falta de educação”.

9. “Os amigos de verdade são difíceis de encontrar; mas você não procura, eles te acham. Um cresce dentro do outro. (…) A maior parte dos caras que conheço são uns babacas. Tenho vários bons amigos que também são, mas esse não é o caso. A amizade não tem nada a ver com isso. Dá pra ficar e conversar sem a sensação de distância? A amizade diminui a distância entre as pessoas. Para mim, é uma das coisas mais importantes do mundo”.

10. “Sou sagitário: metade homem, metade cavalo. Tenho licença para cagar na rua.

Pragmatismo: "Enquanto ele olha para o aço reluzente, chute as bolas dele e acabou"
Pragmatismo: “Enquanto ele olha para o aço reluzente, chute as bolas dele e acabou”

11. “Uma das melhores coisas da minha infância foi ser escoteiro. (…) Queria saber como me localizar no meio do mato, como cozinhar no chão… Por alguma razão, precisava aprender habilidades de sobrevivência. Como depenar uma ave. Como estripar e limpar vários bichos. E sobretudo era uma oportunidade para sair por aí correndo com uma faca na cinta, mas só depois de ganhar várias insígnias. No fim de não mais do que 3 ou 4 meses me fizeram líder da patrulha. Tinha a camisa cheia de insígnias! (…) Um ano ganhamos a competição de construir pontes: nessa noite tomamos uísque até cair e acabamos brigando na barraca. Foi ali que quebrei meu primeiro osso”.

12. “As grandes regras das brigas de navalha são: a) não tente fazer em casa, b) o importante é jamais utilizar a lâmina. Ela está lá para distrair seu oponente. Enquanto ele olha para o aço reluzente, chute as bolas dele e acabou. Esse é o meu conselho”.

13. “Dei uma navegada na internet e li algumas entrevistas, mas prefiro deixar isso para os meus filhos. Simplesmente, não estou interessado no que pensam outros babacas do outro lado do mundo. Fora isso, não faz bem para o corpo nem para os olhos ficar sentado na frente do computador o dia inteiro.”

14. “Quando você está crescendo há dois locais institucionais que te afetam mais do que qualquer outro: a igreja, que pertence a Deus, e a biblioteca pública, que pode pertencer a você.”

15. “Se você quer ser guitarrista, comece por um violão e aprenda bem até chegar na guitarra. Primeiro é preciso conhecer essa vadia. Ir para a cama com ela. Se não tiver uma garota por perto, durma com ela. Tem a forma perfeita”.

16. “Ficar velho é um assunto fascinante. Quanto mais velho você fica, mais velho quer ficar.”

17. “Aprendi a vomitar do jeito certo. Primeiro, se for possível, encontre um recipiente. Essa é a regra número um. Daí você despeja em cascata, como um bocejo Technicolor. Ao mesmo tempo, pode ser que você esteja dando uma cagada. O que é bem difícil. Se for capaz de fazer os dois ao mesmo tempo, vou te colocar no Cirque du Soleil.”

18. “Quando eu me drogava, tomava a melhor coisa que conseguia. Se fosse ópio, seria um bom ópio tailandês. Se fosse cavalo, seria heroína pura de verdade, nada dessa merda da rua. Sempre escolhi, exceto quando estava desesperado.”

19. “John Lennon parecia estar concorrendo comigo no que se refere a drogas, e nunca entendi essa atitude.”

20. “As grandes músicas são escritas a sós. Elas te arrastam pelo nariz ou pelas orelhas. É importante não interferir demais nisso. Ignore a inteligência, ignore tudo; só siga-a onde ela te levar.”

“Você sabe por que o cachorro lambe o próprio saco?"
“Você sabe por que o cachorro lambe o próprio saco?”

21. “Eu diria ao gênio da lâmpada que fizesse alguma coisa pelos outros. Ajude os africanos, ajude quem se odeia entre si. Ajude-os a superar seu ódio. Eu não preciso de nada. Tenho o suficiente! Use o que você desejaria a mim com os outros.”

22. “As pessoas não mudam. Mick Jagger mudou pouco ao longo dos anos. Bem, talvez sua roupa de baixo. Três vezes.”

23. “Para mim, a heroína é a grande questão. É uma droguinha muito impertinente. Pode te pegar pelo rabo antes de você notar. É realmente democrática: sou um puta superstar, mas, quando quero encrenca, estou na roda com todos os demais. Sua vida inteira se transforma em esperar o pico e falar com os caras sobre a qualidade da merda: ‘Não é tão boa quanto a última, né? Então não vou pagar!’. Mas os caras te apontam armas: ‘Me dá tudo!’, e tal. Você vira uma ruína. E é bem desagradável, de certa forma, mas, ao mesmo tempo, não posso dizer que me arrependo.”

24. “Aconteceu na Suíça. Alguém colocou estricnina na minha droga. Eu estava em coma, mas totalmente acordado. Conseguia ouvir todo mundo e diziam: ‘Está morto! Está morto!’. Mas não estava.”

25. “Se as garotas ainda gritam para mim no meio da apresentação? Sim, é verdade. Mas não quando estou no palco, e sim no meio da apresentação.”

26. “Você sabe por que o cachorro lambe o próprio saco? Porque consegue.”

27. “Na noite em que Patti [Hansen, atual mulher de Keith] me apresentou a sua família, peguei a guitarra e toquei um pouco de Malagueña. Uma de suas irmãs me disse: ‘Acho que você bebeu demais para tocar isso’. Quebrou o clima, falei ‘chega!’ e quebrei a guitarra na mesa. Mas o surpreendente dessa família é que não se ofenderam. Pode ser que tenham ficado um pouco desconcertados, mas todo mundo estava um pouco alto.”

28. “Não acredito que os compositores de rock and roll tenham de se preocupar com a arte. Boa parte é só acaso, improvisação… No que me diz respeito, Art é só o diminutivo de Arthur.”

29. “No banco de trás daquele Bentley, em algum lugar entre Barcelona e Valência, Anita [Pallenberg, então noiva do guitarrista Brian Jones] e eu nos olhamos. A pressão foi tão bizarra que do nada ela começou a me chupar. A pressão acabou e de repente estávamos juntos.”

30. “As pessoas me perguntam, têm uma inquietação constante, como faço, por que faço. Mas eu digo, e você, que vai para o escritório todo dia? Comparado a isso, meu trabalho é simples.”

Aqui ele era quase jovem
Aqui ele era quase jovem

P. S. — O comentário de Keith sobre a versão de “Candle in the Wind” (E. John/B. Taupin), escrita originalmente para Marilyn Monroe e adaptada para o funeral da princesa Diana: “Ele continua fazendo música para loiras mortas”.

P. P. S. — “O medo é algo muito útil, é graças a ele que você não se atira da janela de um apartamento.”

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A CPMF é um imposto justo… O aumento do ICMS não prejudica os pobres… Conta outra!

A CPMF é um imposto justo… O aumento do ICMS não prejudica os pobres… Conta outra!
Sartori aumenta o ICMS, Levy e Dilma o CPMF. No meio, estou eu.
Sartori aumenta o ICMS, Levy e Dilma o CPMF. No meio, estou eu.

Como disse o Charlles Campos, Charles Dickens é uma das razões pelas quais a vida merece ser vivida. O escritor inglês tinha uma receita de felicidade, nascida certamente do fato de, na Inglaterra vitoriana, haver uma lei que podia levar à prisão quem tivesse dívidas. Tal lei fez o pai de Dickens sofrer muito. A citação-receita é a que segue.:

Annual income twenty pounds, annual expenditure nineteen [pounds] nineteen [shillings] and six [pence], result happiness. Annual income twenty pounds, annual expenditure twenty pounds ought and six, result misery.
Mr. Micawber em David Copperfield, de Charles Dickens

Esta citação está enorme numa das paredes do Charles Dickens Museum. Ela é o maior argumento de que a CPMF — imposto que de “contribuição” não tem nada –, é desigual e injusta. Na citação, o cara ganha 20 pounds por ano. Se gasta menos no período, é feliz; se gasta mais, é miserável. É verdade. Posso comprovar, afinal, sou jornalista. Se gasto mais do que ganho, posso passar meses recuperando a perda. Meus ganhos me obrigam a ser financeiramente contido. Deste modo, gasto o estritamente necessário. Tenho uma planilha do Excel onde anoto cada centavo que entra e sai. Sei que se deixasse a coisa se descontrolar, teria graves problemas. A CPMF virá para mexer um pouco neste equilíbrio, pois a inflação que gerará vai atingir a todos.

Ela pode ser maravilhosa na opinião de quem está singrando os mares num transatlântico ou num iate, porém para nós, que vamos num barco a remo, qualquer marolinha pode nos deixar de cabeça para baixo.

A inflação oficial dos últimos 12 meses é de menos de 10%. O IBGE fala em 9,88%. Mas a Inflação-Milton, por exemplo, é de mais de 20% no mesmo período. A faculdade da filha, o supermercado e os serviços de autônomos — ah, os vazamentos… — garantem o aumento. E a CPMF virá só para piorar a situação. Aposto que os comerciantes vão meter a mão em muito mais do que os 0,20% anunciados.

Seria até boa uma CPMF bem pequena, com muitos zeros após a vírgula. Não pela arrecadação, mas como mecanismo para monitorar as movimentações financeiras com a finalidade de combater a sonegação.

Hoje pela manhã, o “Sonegômetro”, do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, batia em R$ 374,5 bilhões desde janeiro de 2015. Como o “Impostômetro”, mantido pela da Associação Comercial de São Paulo está em 1,439 trilhão, temos que a sonegação corresponde a mais de 25% do que é arrecadado e é sete vezes mais do que a corrupção calculada no país. Mas só se fala em corrupção. A sonegação é coisa de quem ganha muito, coisa de empresas, coisa de quem paga publicidade, então é melhor ficar quieto.

Correr atrás da sonegação cansa nossos governantes. Então, eles preferem aumentar os impostos. É chato brigar com quem financiou a campanha… Nossos impostos aumentam para pagar o que devem os sonegadores, mas ninguém protesta contra eles.

Amanhã, será votado o aumento do ICMS aqui no RS. Vai passar, claro, e vai aumentar tudo, os impostos dos bens rurais e industriais. E tudo virá sobre a nossa cabeça. A sonegação de ICMS no estado é enorme, basta ver a quantidade de vendas sem nota — uma comprovação bobinha e visual –, só com o ticket do Cartão de Crédito, como tentaram fazer comigo na semana passada.

Nesta onda de aumentar impostos, Dilma e Sartori querem ver minhas planilhas pintadas de vermelho. E eu fodido. Ir atrás da sonegação, ah, isso ninguém quer.

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Bom dia, Argel (com os gols do ridículo empate contra o Figueirense)

Bom dia, Argel (com os gols do ridículo empate contra o Figueirense)
Alex quer nos dizer isso: "Gente, renovei o contrato, o que vocês querem mais?"
Alex quer nos dizer isso: “Gente, renovei o contrato, o que vocês querem mais?”

É complicado ter de ganhar uma partida de futebol com Rafael Moura e Wellington Martins, não, Argel? E, se acrescentarmos o Alex e o Lisandro López de sábado… Aí mesmo é que não acontece nada.

Foi uma partida deprimente. Durante o jogo, deu para filosofar bastante a respeito de como esses caras foram parar no Inter. (Ah, também deu para organizar a agenda da semana e pensar no livro que estou lendo). Alex tem uma história rica no clube, mas deixou de jogar bola logo após a renovação de contrato. Rafael Moura fez uma belíssima temporada no Goiás e vive dela até hoje. Depois de sair do clube goiano, ornamentou o banco do Fluminense. Por artes luigianas, passou a enfeitar o nosso como reserva de Damião. O problema é que o fato de ele estar no banco representa o perigo de uma eventual entrada e há as lesões dos titulares, que têm o condão de escalá-lo nos inícios dos jogos. Foi o que ocorreu sábado. Pesado e sem graça, não jogou nada. Aquele lance no segundo tempo em que a bola sobra para ele, que tenta o arremate de perna esquerda, demonstra que ele tem aspirações ao craquismo, que deseja meter a bola colocada de-curva-no-ângulo, ou seja, que é doido varrido.

Há jogadores que têm lampejos e fazem deles suas carreiras. Anderson e os Aflitos talvez seja um caso. Moura e o Goiás é certamente o caso. Espero que seu contrato acabe no final do ano. Mas não tenho certeza se receberemos esta bênção.

Wellington Martins passou o jogo tomando mijadas de Réver e Dourado. Estava sempre fora do lugar. Espero que seu lugar seja no São Paulo em 2016. O empréstimo dele terminará no fim do ano.

Lisandro López iniciou bem, mas foi caindo, caindo e agora propõe que se abra um alçapão no fundo do poço. Ele é o único que tem o benefício da dúvida. É centroavante, mas o escalam com armador. Deveria estar lá na frente, mas lá está Rafael Moura, né Argel?

Meu deus, quem joga no ataque do Inter B, Argel? Este ano, tivemos a entrada de uns meninos bem bons no time: William, Dourado, Valdívia, Arthur, etc. Acho que as saídas de Juan (pela idade), Moura, Wellington e talvez de Lisandro, serão muito boas para diminuir a folha de pagamento e para abrir espaço para os jovens. Ah, Vitinho tem que ficar!

Sobre o jogo… O que posso dizer para nossos sete leitores sobre aquela merda, Argel?

https://youtu.be/BC6e9xaqVQw

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