Bom dia, Argel Fucks (com os gols e melhores lances de Inter 2 x 1 Sport)

Bom dia, Argel Fucks (com os gols e melhores lances de Inter 2 x 1 Sport)
O primeiro gol foi de Lisandro López após cruzamento perfeito de Anderson Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional
O primeiro gol foi de Lisandro López após cruzamento perfeito de Anderson | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

Em um bom jogo ontem à noite, o Inter cumpriu o chamado dever de casa ao vencer o Sport por 2 x 1. Perdemos um número incrível de gols e tivemos nossa vitória ameaçada com o gol de empate dos pernambucanos depois dos trinta minutos do segundo tempo. Seguimos errando passes a toda hora, mas, paradoxalmente, o time cresceu. O importante foram os três pontos que mantêm a pequena e fraca esperança de uma vaguinha no G-4 durante os próximo dez dias de “retreinamento”.

Anderson começou a jogar um pouco mais e, apesar de não ser um exemplo de velocidade, as chances de gol começaram a brotar loucamente. Mas a qualidade das conclusões tem que melhorar. O Sport teve somente duas chances de gol, a que converteu e outra bem no início do jogo, com Diego Souza fazendo uma jogada ao estilo de Pelé, levando a bola desde o grande círculo até o gol de Alisson. Nossos chutes — foram 14 só no primeiro tempo — ou paravam no poste ou no excelente goleiro Danilo Fernandes. (Atenção, diretoria: Danilo Fernandes, se o Alisson for embora).

O caso de Anderson é curioso. Ele sempre entrava melhor do que o jogador que substituía. Estava se tornando o maior caso de preconceito do futebol gaúcho. Apenas a bela atuação contra o Palmeiras adocicou a imprensa. Já procurei nas redes sociais e encontrei gente dizendo, é óbvio, que a imprensa agora inventa boas atuações dele. Não é fácil ter sido o herói da Segunda Divisão. Nilton e Lisandro também jogaram muito.

Temos um grave problema na lateral esquerda. Ernando é bom, mas joga muito mais no meio. Géferson, o titular, é uma tristeza e só retorna em 2016, Artur só se machuca e Zé Mário está voltando, o que é uma possibilidade. Com Alex ali — é sua posição de origem, é bom lembrar –, o time ganha ofensividade, só que perde marcação.

E tu, Argel, hein? Retirando Anderson e colocando o volante Silva em seu lugar, chamaste o Sport para o nosso campo. O gol do Rodrigo Dourado salvou tua pele.

Agora temos dez dias para descansar, melhorar o preparo físico e treinar. Precisamos errar menos passes, aquilo é uma vergonha. Um empate no dia 14 contra o Atlético-MG seria um resultado maravilhoso, mas acho muito complicado. São nove jogos, mas o caminho a percorrer é bem mais longo do que isso. Há que jogar mais.

Boa sorte, Argel.

https://youtu.be/0pnBGKV-JD0

Bom dia, Diego Aguirre (com os gols da epopeia de ontem)

Bom dia, Diego Aguirre (com os gols da epopeia de ontem)

Que jogo, Aguirre! Cada vez que o Atlético-MG vinha, calafrios contrafeitos percorriam minhas costas do cóccix aos primeiros pelos do pescoço. E tu reagiste valentemente aos rasantes que os mineiros nos davam repetidamente e que abalavam as estruturas do bergamotão. Imagino que, em condições normais, ninguém é sufocado sem se debater desesperadamente. E tu te retorceste, jogando pernas e braços para todos os lados a fim de fazer o Atlético parar. Primeiro, colocaste Jorge Henrique para marcar Patric, que penetrava como uma faca quente na manteiga do lado esquerdo de nossa defesa. Não deu certo. Então tiraste o baixinho, colocando o volante Nico Freitas. Melhorou pouca coisa. Depois, inverteste os laterais. Passamos a respirar. E acabamos com a sangria trocando, imaginem, D`Alessandro por Réver.

Mais tinha os outros todos. Então, gostaria de elogiar um cara do qual ninguém fala. Ele é velho, discreto e faz tudo com tamanha naturalidade que até os pênaltis que comete não são marcados. Os juízes observam, duvidam do que veem e deixam pra lá. Ontem, ele fez um desses. Aos 36 anos, Juan deixa Alan Costa e Ernando não apenas mais bonitos, mas cheios de garbo e compostura. Ele engana também os atacantes. Lento, faz-se de rápido ao usar atalhos desconhecidos para chegar nas bolas. Contra o Atlético-MG cumpriu uma partida sem falhas, sendo uma ilha de segurança em meio à balbúrdia.

Valdívia faz Victor voltar correndo para o gol.
Valdívia faz Victor voltar correndo para o gol | SC Internacional / Alexandre Lops

Fui no jogo com o Diego Dutra, zelador do prédio onde moro. Somos uma dupla invicta. Quando saímos do T5, perguntei-lhe quanto seria o jogo. No Sul21, tinham dito que seria 2 x 1, 1 x 1 ou 2 x 0, sempre com o Inter classificado, mas o Diego disse que seria 3 x 1. Acertou. Só que, certamente, não previu do tamanho do sofrimento para um placar tão dilatado. É que nosso aproveitamento foi — tem sido sempre– muito alto. E não adianta dizer que o Atlético teve mais posse de bola e muitas chances. Tu, Aguirre, gostas de dar campo ao adversário. O que Levir e os jornalistas mineiros tiveram que entender é que faz parte do “jogar bem” converter as chances em gols. E isso nós fizemos de forma e beleza alucinantes. Até no gol de Lisandro López, o mais acanhado de todos, tivemos uma conclusão sensacional, com o argentino mandando Victor para um lado, chutando no outro. Ou seja, somos um time complicado como era aquele teu Peñarol, Aguirre, que nos matou no Beira-Rio em dois contra-ataques. Até hoje fico puto quando penso naquele jogo.

victorE D`Alessandro, que fez o seu sétimo gol em Victor? E não foi qualquer gol. Ele girou sobre Thiago Ribeiro e Douglas Costa mandando um chute em curva, no ângulo, uma coisa de grandiosidade e exatidão como só os grandes algozes conseguem. Foi um golpe só, definitivo, indolor, sem piedade. Ocorreu ao final do primeiro tempo, antes que o Galo voltasse a dar as cartas no início do segundo, período de maior terror para a arquibancada colorada, quando levamos um banho de bola sem acertar contra-ataque nenhum.

No T5 da volta, a sensação geral era a de que podemos ser campeões novamente. Talvez o cruzamento com o Santa Fe não nos obrigue a parir outro bebê de 25 Kg. O Marco Weissheimer, atento e caseiro torcedor colorado, me escreveu dizendo que o ataque do Santa Fe é bom, mas a defesa é fraquinha. E terminou citando o inesperado complemento de nossa felicidade de noite de ontem. “A cereja no pudim ontem foi mesmo a eliminação do Corinthians pelo Grêmio Bagé”. Verdade.

https://youtu.be/EprGf3loudA

Bom dia, Diego Aguirre (com os gols do jogo de ontem)

Bom dia, Diego Aguirre (com os gols do jogo de ontem)

Aguirre, caríssimo!

Claro que é frustrante ver o adversário empatar a partida aos 49 min do segundo tempo, mas o resultado da partida, o 2 x 2, foi excelente e nós dá boas chances de seguir no Galeanão 2015. Tu disseste antes do jogo que o empate serviria e eu respondo que um empate com gols serve mais ainda. Engraçado, o jogo iniciou e terminou com falhas defensivas. O primeiro gol do jogo — do colorado Lisandro López — nasceu de uma tremenda mancada do bom Marcos Rocha. O último, marcado pelo zagueiro Leonardo Silva, surgiu de um bate-rebate em que o também excelente Rodrigo Dourado ficou girando à procura de uma bola que estava a seus pés. Acontece.

Atlético-MG x Internacional

Não hora, não vi o gol de Lisandro, Aguirre. Foi a Elena quem disse baixinho com seu sotaque russo: “gol do Inter”. Eu estava no computador conversando com um bando de atleticanos e gremistas inteligentes que desejavam nos vencer antes do jogo, imagina… Eu gostei muito do Inter, apesar do susto de ver Valdívia e D`Alessandro no banco de reservas. A opção por Alex e Jorge Henrique acabou demonstrando ser boa, principalmente porque JH fez aquilo que sabe e que era necessário: segurou Marcos Rocha, excelente no apoio pelo lado direito atleticano. Temos grupo, isso é fundamental num calendário tão ilógico e cansativo quanto o do futebol brasileiro. No mais, bobeamos ao recuar muito no final do jogo. A bola voltava muito rapidamente, pois os nossos jogadores tentavam passes difíceis em vez de trocar bolas sem maior objetivo. Uma dose de Iarley sempre faz falta nesses momentos.

Mas não é lógico lamentar. De cada 5 times que vão ao Horto, 4 saem de lá derrotados. Importante lembrar também que, 3 dias antes, houve uma final muito intensa contra os pijamistas do Humaitá.

O Atlético-MG é um bom time, mas pior quer outras versões recentes. O trio de meias, Dátolo, Luan e Tiago Ribeiro e  mais o atacante Pratto não são tudo isso, mas não podemos dar espaços para quem que precisa marcar gols em Porto Alegre. O Inter está mais próximo da classificação e, se mantiver o bom futebol e a compostura defensiva dos últimos jogos, deve levar a vaga para as quartas-de-final.

No sonho, lá bem longe, vimos nosso rival de 2006 ganhar de 3 x 0 do Bayern. E a fantasia começa a rolar solta, Diego. Eu posso, sou torcedor.

Os gols e mais alguma coisa sobre a classificação do Inter após o empate com o Cruzeiro

Os gols e mais alguma coisa sobre a classificação do Inter após o empate com o Cruzeiro
Juan tenta uma bicicleta na área do Cruzeiro | Foto: Alexandre Lops
Durante a temporada de desperdício de gols, Juan tenta uma bicicleta na área do Cruzeiro | Foto: Alexandre Lops

O incrível é que não jogamos mal. Perdemos várias chances antes do primeiro gol do Cruzeiro. E houve um segundo. A classificação aconteceu com dois pênaltis reais — a Fifa manda dá-los quando qualquer bola toca na mão de um defensor dentro da área — , mas apenas um foi convertido. D`Alessandro errou e Lisandro López fez o seu. Só não posso concordar com os cartões amarelos imputados. Foram claras bolas na mão, totalmente casuais. Um dos cartões expulsou um atleta do Cruzeiro.

É um lugar-comum e uma verdade: o 2 a 2 é um alerta. É preocupante a dificuldade do Inter para fazer gols, principalmente se pensarmos nos adversários da Libertadores da América. Lisandro entrou e fez dois, demonstrando porque é quem é. Não é jogador de encolher a perna na hora de decidir. Claro que não é só isso, o cara sabe jogar, porém comparem sua gana de fazer gols com a de Valdívia, por exemplo. O cabeludinho chuta com medo de errar. Ainda bem que Dale, Lisandro e Juan garantiram a classificação nos pênaltis. Dos quatro que bateram, só Rafael Moura errou.

Outra coisa, não creio de Jorge Henrique possa ser titular ao lado de Rodrigo Dourado. O baixinho pode jogar eventualmente como volante, mas Nico Freitas e Nilton são do lugar, apesar de terem realizado más partidas.

E vamos em frente, acertando o time e matando alguns — nem que seja de enfarto — pelo caminho. Ah, o Cruzeirinho jogou demais. Futebol moderno, rápido e participativo. Este Luiz Antônio Zaluar é um baita técnico.