Todo o Salinger com desconto na Bamboletras e mais Mariana Enriquez e Sapatas

Todo o Salinger com desconto na Bamboletras e mais Mariana Enriquez e Sapatas

A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá!

Nesta semana temos 3 sugestões matadoras, por assim dizer — pois matador é o nosso presidente, né? Imaginem: toda obra de Salinger com desconto, um romance premiado da fantástica (em todos os sentidos) Mariana Enriquez e mais o essencial de Alison Bechdel. Sim, exageramos, mas este é nosso papel. Fazer o quê?

Boa semana com boas leituras!

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O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger (Todavia, 255 páginas, de R$ 59,90 por R$ 50,90)

Neste mês, este clássico do século XX completou 70 anos. E, bem, a Bamboletras está dando 15% de desconto em toda a obra de Salinger. O recluso autor escreveu apenas 4 pequenos livros, mas que livros! São eles O Apanhador, Nove Histórias (maravilhoso), Franny e Zooey e Erguei bem alto a viga, carpinteiros & Seymour — Uma introdução (igualmente imperdível!). Sobre O Apanhador: é Natal e Holden Caulfield conseguiu ser expulso de mais uma escola. Com uns trocados e seu indefectível boné vermelho de caçador, o jovem traça um plano incerto: vagar três dias por Nova York, adiando a volta à casa dos pais. Seus dias e noites serão marcados por encontros confusos, e ocasionalmente comoventes, brigas e dúvidas que irão consumi-lo. Acima de tudo, paira a inimitável voz de Holden, o adolescente raivoso e idealista que quer desbancar o mundo dos “fajutos”, num turbilhão de ressentimentos, humor, frases lapidares, insegurança, bravatas e rebelião juvenil. Esta edição brasileira tem tradução de Caetano W. Galindo e, pela primeira vez, traz a capa original de seu lançamento.

Nossa Parte de Noite, de Mariana Enriquez (Intrínseca, 544 páginas, R$ 79,90)

Quem leu o esplêndido As coisas que perdemos no fogo sabe da alta qualidade da prosa da argentina Mariana Enriquez. Nossa parte de noite ganhou na Espanha o Premio Herralde de Novela e o Premio de la Crítica 2019. Um pai e um filho cruzam a Argentina de carro, de Buenos Aires até as Cataratas do Iguaçu, na fronteira com o Brasil. São os anos da ditadura militar argentina, soldados armados estão no controle e o ambiente é de tensão. A mãe do garoto Gaspar morreu em circunstâncias obscuras, em um suposto acidente. O terror sobrenatural se mistura com terrores bem reais neste romance deslumbrante — em casas cujos interiores sofrem mutações, passagens que escondem monstros inimagináveis, rituais com sacrifícios humanos que envolvem êxtase e dor, andanças na Londres psicodélica dos anos 1960, fetiche por pálpebras humanas, liturgias sexuais enigmáticas e a repressão da ditadura, os desaparecidos, a chegada incerta da democracia e os primeiros casos de aids em Buenos Aires. Um romance que amedronta e envolve na mesma medida. Mariana Enriquez nasceu em 1973 em Buenos Aires. É jornalista, subeditora do jornal Página/12 e professora.

O Essencial de Perigosas Sapatas, de Alison Bechdel (Todavia, 395 páginas, R$ 109,90)

Ao longo de mais de duas décadas, Alison Bechdel, autora da premiada graphic novel Fun Home, levou a vida de Mo, Lois, Ginger, Sparrow e de suas amigas a dezenas de jornais. Narrada como uma novela ilustrada, a história se passa em tempo real: as personagens se conhecem, se apaixonam, atam e desatam relacionamentos, trocam de empregos, envelhecem, e suas vidas ao longo de vinte anos refletem as mudanças sociais, culturais e políticas contemporâneas. Selecionadas pela autora, as tiras de O Essencial de Perigosas Sapatas dão a medida do impressionante escopo do trabalho de Bechdel.

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Os livros mais vendidos em junho na Bamboletras

Os livros mais vendidos em junho na Bamboletras

E vamos aos mais vendidos de junho! Itamar Vieira Júnior, que já ocupava o topo de nossa lista há um bom tempo, agora ocupa a primeira e a segunda colocações. E, como de costume, só temos ótimos livros em nossa lista! Os leitores da Bambô só levam coisa boa. Apareça, aqui há qualidade e curadoria!

1. Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (Todavia)
2. Doramar ou a Odisseia: Histórias, de Itamar Vieira Júnior (Todavia)
3. Os Supridores, de José Falero (Todavia)
4. Notas sobre o Luto, de Chimamanda Ngozi Adichie (Companhia das Letras)
5. Pequena Coreografia do Adeus, de Aline Bei (Companhia das Letras)
6. E se as cidades fossem pensadas por mulheres, de Laura Sito e Mariana Félix (Zouk)
7. João aos pedaços, de Flávio Ilha (Diadorim)
8. Porto Alegre, Cidade Baixa: Um bairro que contém seu passado, de Renato Menegotto (Marcavisual)
9. O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
10. Diários: 1909-1923, de Franz Kafka (Todavia)

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A Bamboletras sugere três livros muito diferentes entre si

A Bamboletras sugere três livros muito diferentes entre si

A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá!

Desta vez será complicado encontrar pontos em  comum sobre os livros sugeridos. Eles só têm em comum a alta qualidade.

O primeiro é um livro de crônicas saborosas de Humberto Werneck. Livro profundamente brasileiro e dentro de nossa gloriosa tradição cronística.

O segundo é o terceiro e último volume de uma obra-prima. Os diários de Emilio Renzi, de Ricardo Piglia, deveria ser livro de cabeceira de qualquer candidato a escritor ou artista.

O último é um mosaico enganador de fatos que envolvem uma visita à Alemanha Oriental e uma foto sobre a faixa de segurança de Abbey Road, como a célebre foto da capa do disco homônimo dos Beatles.

Mais detalhes abaixo. Boa semana com boas leituras!

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O Espalhador de Passarinhos, de Humberto Werneck (Arquipélago, 176 páginas, R$ 45,00)

Espalhador de boas histórias, Humberto Werneck senta conosco na calçada para uma conversa saborosa. Na memória do menino, a educação sexual na Idade Média dos anos 50 e o pequeno defunto que leva os óculos consigo para ver o nada no fundo da terra. Na pele do jornalista, os espinhos de uma entrevista petrificante com Clarice Lispector e o ensinamento de um jovem Gilberto Gil (“Minha ambição é a boa morte”). Na coleção do catador de palavras, a festimana e o balandrau. Nas retinas infatigáveis do observador da vida, as separações que não dão certo e os santos de um lugar esquecido por Deus. Um livro que preserva o canto inimitável da crônica brasileira.

Um dia na vida: Os diários de Emilio Renzi, de Ricardo Piglia (Todavia, 334 páginas, R$ 89,90)

Como nos dois volumes anteriores dos diários de Emilio Renzi, alter ego do autor, é possível montar uma cartografia pessoal de Piglia por meio das aventuras da vida íntima (casos amorosos, família, amigos), cafés, pequenos quartos alugados, quartos de hotel e jornadas pelas freeways dos Estados Unidos. Um dia na vida é o terceiro e último volume dos diários — ponto alto da produção literária de um dos escritores fundamentais da literatura latino-americana. O pânico de viver sob uma ditadura. As dúvidas sobre ser ou não um intelectual público. As amizades literárias e os amores. O triunfo com a publicação de Respiração artificial. O envelhecimento e a doença. Aqui, como nos dois volumes anteriores dos diários, é possível montar uma cartografia pessoal de Piglia por meio das aventuras da vida íntima, cafés, quartos de hotel. E, sempre, o chamado da escrita.

O homem que viu tudo, de Deborah Levy (Todavia, 232 páginas, R$ 64,90)

No mosaico montado por Deborah Levy, as peças do mistério se sucedem e se combinam, num caleidoscópio de pistas, indícios e sugestões. Em 1988, o jovem historiador Saul Adler é convidado a viajar à Alemanha Oriental para realizar uma pesquisa. Em troca, Saul deve escrever um ensaio elogiando a vida na RDA e o regime comunista. Ele ficará hospedado na casa de seu tradutor, e pretende dar à irmã dele — fã incondicional dos Beatles — uma foto atravessando a famosa Abbey Road. Enquanto aguarda sua namorada, que irá retratar a cena, Saul é atropelado. Embora sofra apenas ferimentos leves, o acidente mudará o rumo de sua vida.

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Atrás do balcão da Bamboletras (XXXVIII)

Entra um senhor de sandálias com um carregado sotaque alemão e pergunta se temos O Continente, de Erico Verissimo. Disse que tinha vindo à Bamboletras por recomendação de um amigo. Ele nos conta que encontrou o livro há muitos anos em seu país e que agora quer ler o original, de tanto que gostou. Abre a mochila, pega um paralelepípedo bem protegido por papel pardo, e nos mostra a edição alemã de 1955. Diz que jamais foi reeditado por lá. É impressionante, até porque a terceira parte de O Tempo e o Vento saiu só em 1962 — O Continente é de 49. O problema foi explicar a ele que as editoras transformaram o livro em dois volumes no Brasil. Examinei seu exemplar: uma coisa linda e, sim, tinha O Continente completo. Os dois volumes em português já estão na sua mochila, ao lado da relíquia.

O sorriso dele ao folhear os livros compensa tudo o que a livraria está passando nesta pandemia.

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Os livros mais vendidos em março na Livraria Bamboletras

Os livros mais vendidos em março na Livraria Bamboletras

Como de costume, segue a lista dos mais vendidos do mês de março na Livraria Bamboletras. Alguns títulos seguem na lista, mas o mês passado trouxe novidades!

1. Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (Todavia)
2. Os Supridores, de José Falero (Todavia)
3. O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
4. As Inseparáveis, de Simone de Beauvoir (Record)
5. Marrom e Amarelo, de Paulo Scott (Alfaguara)
6. O ar que me falta, de Luiz Schwarcz (Companhia das Letras)
7. E fomos ser gauche na vida, de Lelei Teixeira (Pubblicato)
8. D’ale: Meus sonhos, meu futebol, minha vida, meu legado, de Diego Borinsky (Sulina)
9. A Estrangeira, de Claudia Durastanti (Todavia)
10. A Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante (Intrínseca)

É claro que temos todos! É só entrar em contato ou vir até nossa porta!

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Atrás do Balcão da Bamboletras (XXXVI)

Atrás do Balcão da Bamboletras (XXXVI)

Acaba de acontecer algo muito inusitado. Ontem à tarde, fomos levar um “De cu pra Lua”, ótimo livro do Nelson Motta, ali no Menino Deus.

A compra tinha sido feita por um homem. O ciclista chegou ao local, abriram-lhe a porta e ele disse para Beltrana que queria fazer uma entrega para Fulano do ap. 103. Beltrana perguntou o que era.

— Um livro que ele comprou.

— Ah, sim. Deixa eu ver. Está pago?

— Não, está escrito aqui que ele vai pagar em dinheiro.

Ela examinou com atenção o volume e perguntou o preço. Pagou e nosso ciclista retornou com o dinheiro.

Agora de manhã, Fulano nos liga indignado. Cadê o livro, pô? Me dá a maior mijada e eu tranquilo, pois o livro tinha sido entregue.

— Entregue pra quem?

Consulto o ciclista e respondo.

— Para uma moça. Não sabemos o nome.

— Mas eu não conheço ninguém no prédio! E todos os porteiros são homens!

— Bem, ela até pagou…

Fulano cai na risada.

— Acho que consegui uma venda pra vocês, mas, por favor, podem me trazer outro “De cu pra Lua”? Venham até a minha porta. Sou um cara alto, 1,90m, grisalho, uso óculos…

Já mandei. Espero que chegue.

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Lista dos livros mais vendidos na Livraria Bamboletras em janeiro de 2021

Lista dos livros mais vendidos na Livraria Bamboletras em janeiro de 2021

1. Os Supridores, de José Falero.
2. Torto Arado, de Itamar Vieira Junior.
3. E fomos ser gauche na vida, de Lelei Teixeira.
4. O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório.
5. Máscaras da Tricolina — sim, máscaras para a pandemia.
6. Mulheres de Minha Alma, de Isabel Allende.
7. A Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante.
8. Contra mim, de Valter Hugo Mãe.
9. Porto Alegre, Cidade Baixa: um bairro que contém seu passado, de Renato Menegotto.
10. República das Milícias, de Bruno Paes Manso.
11. Marrom e Amarelo, de Paulo Scott.

Que orgulho! Só tem livro bom aí!

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Atrás do Balcão da Bamboletras (XXX)

Atrás do Balcão da Bamboletras (XXX)

Ganhamos do Correio do Povo o Prêmio Jacarandá como melhor Instituição Cultural de 2020. Resistimos entregando livros. Pensa que é mole?

Na foto, Caroline Joanello, Sofia Salinos, Gustavo Ventura Gomes, Osvaldo Filho, Bruno Aneres, Eliane Putrique Vicente e eu, com o troféu.

A Lili entrou de gaiata na foto. Está trabalhando remotamente.

Quando houve a bonita cerimônia de entrega do Prêmio Jacarandá na sede do Correio do Povo, a Bamboletras acabou não levando o troféu porque nele estava escrito algo como “Melhor Autor”… O equívoco foi corrigido e hoje eu e Elena fomos buscá-lo.

Fazia muito tempo que não caminhávamos juntos na rua, estávamos felizes e, após pegarmos o troféu, ela me propôs atuarmos como pessoas normais e fomos ao Café À Brasileira ali na Uruguai. A Elena tem saudáveis tendências hedonistas.

Como é bom o espresso deles! Que saudades da vida normal! Depois desta ousada iniciativa, levei a Elena pra casa e fui para a Livraria Bamboletras levar a honraria. Que bom ver reconhecido o enorme esforço de nossa livraria para resistir.

Obrigado, Correio do Povo! Obrigado, equipe da Bamboletras!

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O Milton Ribeiro que não é Ministro sugere

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101 dias

101 dias

São 13 dias de março, mais os 30 de abril, os 31 de maio, sem esquecer os 27 deste mês. Já são 101 dias em que a Livraria Bamboletras começou o súbito e necessário aprendizado de trabalhar sem balcão, quase só na telentrega. Não reduzimos a equipe — importante ponto –, mas as tarefas se alteraram radicalmente, com mais da metade do pessoal trabalhando de casa. Trabalhando muito e sob tensão. A loja permanece bonita, só que pouca gente a vê, o que a gente faz é desejar que o telefone toque, que o Whats apite, que o Messenger se apresente. E passa a buscar os livros, nosso glorioso produto.

As pessoas não esquecem da Bamboletras. Ou às vezes esquecem, mas voltam sempre. E vêm com pedidos às vezes muito complicados — quero um livro que li na infância e que esqueci o nome, era um infantil de capa rosa que e era a história de uma menina chamada Soraia… Na retaguarda, é um pedir livro sem fim para as distribuidoras. Tem os fornecedores legais e outros nem tanto assim. Há o que estão sempre disponíveis como nós e os que apenas abrem uma vez por semana (em um turno). Há o fornecedor que aceita esperar um pouco (obrigado!), o que pede que façamos uma proposta de parcelamento (obrigado, obrigado!) e o durão. Há que ver o saldo bancário para não deixá-lo crescer para baixo. Há os clientes legais que até adiantam uma graninha e recriam o velho esquema do caderninho, há os que ficam perplexos quando ouvem que um livro pode demorar ou é impossível e os que ficam encantados quando ele chega logo ou tem na loja. Há a indignação com a lentidão do Correio — o que podemos fazer? –, há os que não gostam de não poder entrar na livraria e os que amam ver seu livro chegar de bike e que depois nos escrevem (obrigado!).

(Teve gente que entrou durante o relaxamento e que gritou ‘Como é bom estar numa Livraria!’)

E há que, fundamental e criteriosamente, cuidar da saúde e se esconder da COISA.

Até aqui foi um filme de terror, mas estamos na luta. Ontem, vi o colega ao lado desmontar seu bar. Hoje, ao chegar na livraria, vi outro — um enorme caminhão de mudança esconde sua fachada na meio da Lima e Silva. É sábado — teoricamente um dia de relaxar — e já estou apavorado antes das 10h. Sim, há muita gente na pior.

Entrei na livraria repetindo para mim mesmo que nosso dia não vai chegar. E dale trabalhar.

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Carlos André Moreira nos 25 anos da Bamboletras

Carlos André Moreira nos 25 anos da Bamboletras

Carlos André Moreira é jornalista (e dos muito bons) com passagens por Jornal do Comércio e Zero Hora. Mestre em Literatura Portuguesa pela UFRGS, é também escritor e tradutor. Escreve no blog https://medium.com/@carlozandre.


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Franciel Cruz nos 25 anos da Livraria Bamboletras

Franciel Cruz nos 25 anos da Livraria Bamboletras

Franciel Cruz é escritor, jornalista, especialista em ingresia e fã da Bamboletras. E declarou antes de discursar:

A gloriosa Livraria Bamboletras, em Porto Alegre, tá completando 25 anos de labuta e o incauto do Milton Ribeiro , provavelmente entorpecido de cloroquina, me solicitou um depoimento sobre. Taí o que você não queria, mas compre livros lá. É fundamental nestes tempos temerários.

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Nelson Rego nos 25 anos da Livraria Bamboletras

Nelson Rego nos 25 anos da Livraria Bamboletras

🌾 É chamado de shopping, mas jeito melhor de dizer é rua interior. Existem pátios internos e quem os frequenta sabe a importância de seus silêncios, pausas e convívios. Mais do que um pátio interno, a rua interna Olaria potencializa solidões boas e seu oposto complementar, bons encontros.

📖 Ali existe uma livraria que oferece a pausas e encontros uma seleção ao mesmo tempo seleta e amplamente diversificada de livros, discos e objetos de arte. Como é possível reunir seleção e diversidade no mesmo espaço similar, em tamanho, a uma sala de estar aconchegante? Um dos segredos é fazer de livros, discos e artes também a decoração do ambiente? Com certeza, mas muito longe de ser apenas isso e não me arriscarei a falar de maestrias que desconheço. Dessas maestrias de outros, usufruo, isso é diferente do que saber explicar segredos. É preciso ter alma de livreiro com um jeito especial de ser – Lu Vilella, Milton Ribeiro – para reunir tanto numa só equação.

📢 Grandes livrarias em shoppings também reúnem mundos num só lugar e também se apresentam como redutos dentro do Mundo de pouco apreço a autonomias de solidões boas e bons encontros, mas o seu jeito especial tem densidade rarefeita na comparação com a Bamboletras. Por quê? Posso pensar em várias respostas interligadas, mas já escrevi minha melhor resposta: dessas maestrias de outros, usufruo, isso é diferente do que saber explicar segredos. É preciso ter alma de livreiro com um jeito especial de ser.

🌼 Com Lu Vilella e as pessoas que a acompanhavam, com Milton Ribeiro e as pessoas que o acompanham, na Bamboletras, quem antes estava e quem agora está “atrás” do balcão circula entre livros e artes bem além do sentido físico. Pessoas que SABEM o que estão fazendo, GOSTAM do que estão fazendo, a livraria é SUA, e não apenas no sentido banal da propriedade.

🍁 Aí está, numa rua interior, outros sentidos para propriedade e outras palavras terminadas com esse mesmo sufixo, como liberdade e outras tantas que viram chavão e farelo sem as pausas e encontros para pensar e viver de outro jeito.

Nelson Rego é escritor de ficção e professor do Departamento de Pós-Graduação em Geografia da UFRGS.

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Morganah Marcon nos 25 anos da Livraria Bamboletras

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Morganah Marcon é diretora da Biblioteca Pública do Estado do RS e cliente da Bamboletras.

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Robson de Freitas Pereira nos 25 anos da Livraria Bamboletras

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Robson de Freitas Pereira é psicanalista, membro da APPOA e cliente da Bamboletras. Publicou, entre outros: O divã e a tela – cinema e psicanálise (Porto Alegre: Artes & Ofícios, 2011) e Sargento Pimenta forever (Porto Alegre: Libretos, 2007).

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Lucia Serrano Pereira nos 25 anos da Livraria Bamboletras

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Lucia Serrano Pereira é psicanalista, cliente da Bamboletras, membro da APPOA e doutora em Literatura Brasileira pela UFRGS.

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Laura Backes nos 25 anos da Livraria Bamboletras

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Laura Backes é artista, educadora e cliente da Bamboletras. Transita por diferentes terrenos das artes, particularmente focada na experimentação vocal. Foi professora de corpo e voz na UFRGS e na Ufpel, e hoje dá aulas de voz e movimento para o Grupo Experimental de Dança da prefeitura, assim como na oficina Dança, Educação Somática e Criação, que acontece no Centro Cultural da UFRGS.

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Enéas de Souza nos 25 anos da Livraria Bamboletras

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Enéas de Souza é crítico de cinema, economista, filósofo, psicanalista e , como se não bastasse, cliente da Bamboletras.

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Cláudia Beylouni Santos nos 25 anos da Livraria Bamboletras

Cláudia Beylouni Santos nos 25 anos da Livraria Bamboletras

Cláudia Beylouni Santos tem formação em Ciências Jurídicas e Sociais, é especialista em Direito Ambiental Nacional e Internacional, e é estudante de Filosofia e Letras Clássicas.

Também é mãe da Sophia (nada mais justo, a Sophia foi a porta de entrada para a Bambô) e cliente da Bamboletras. É vorazmente curiosa pelo mundo, pela natureza, pelas gentes, cresceu devorando a vida através dos livros, da música e das artes em geral, até poder ir tocá-la de perto com os próprios olhos em jornadas tomando chá de manteiga de yak com nômades Khampa no Tibet; atravessando o mar de Drake como trainee de tripulação em um veleiro para chegar à península Antarctica; trocando abraços com ‘novos velhos amigos’ em tribos tradicionais etíopes; recebendo bênçãos em cerimônia privada na própria casa de uma Kumari – a deusa viva – durante as celebrações à Durga no vale de Kathmandu e muitas outras delícias mais…

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Éder Silveira nos 25 anos da Livraria Bamboletras

Éder Silveira nos 25 anos da Livraria Bamboletras

Éder Silveira é Doutor em História pela UFRGS, Professor da UFCSPA e cliente da Bamboletras. É autor de Oswald – Ponta de Lança e Outros Ensaios e Tupi or not Tupi: Nação e Nacionalidade em José de Alencar e Oswald de Andrade.

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