A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.
Olá!
Três importantes livros de não-ficção fazem nossa newsletter de hoje. Os temas são variados. bell hooks visita a masculinidade negra, o livro da Boitempo explora as cartas (25 mil!) que Lula recebeu na prisão e Emocional abre uma discussão a respeito da importância do afeto em nossas decisões.
Uma excelente semana com boas leituras!
Corre para garantir seu exemplar aqui na Bamboletras!
📝 Faz teu pedido na Bambô
📍 De segunda à sábado, das 10h às 21h. Domingos, das 15h às 21h.
🚴🏾 Pede tua tele: (51) 99255 6885 (WhatsApp) ou 3221 8764.
🖥 Confere o nosso site: bamboletras.com.br
📱 Ou nos contate pelas nossas redes sociais, no Insta ou no Facebook!
.oOo.
A gente é da hora — homens negros e masculinidade, de bell hooks (Elefante, 272 páginas, R$ 63,00)
“As mulheres negras não podem falar pelos homens negros. Nós podemos falar com eles.” Essa é uma das muitas razões que motivaram bell hooks a escrever A gente é da hora, em que tece duras críticas à adesão da maioria dos homens negros à masculinidade falocêntrica e patriarcal propagada pela sociedade capitalista imperialista supremacista branca. Segundo a autora, ao adotarem uma pose “legal” pautada pelo machismo e pela violência — em grande medida, veiculados pela cultura gangsta —, e não pela construção de formas de masculinidade nas quais o sentimentalismo e a vulnerabilidade são permitidos, os homens negros estão atentando contra si mesmos. Em dez ensaios e um prefácio, acompanhados por textos de Lázaro Ramos e Túlio Custódio, hooks pretende somar-se ao pequeno coro que fala em nome da libertação masculina negra. E o faz declarando todo o seu amor aos homens negros, partindo de experiências pessoais — com o pai, o irmão, o avô, amigos e amantes — para construir análises estruturais das forças que oprimem os homens negros e das maneiras pelas quais eles podem abandonar o vitimismo em busca de autenticidade e autodeterminação.ocorre em uma cultura de dominação é a confusão entre temor e amor.
Querido Lula: Cartas a um presidente na prisão, de Maud Chirio (org.) (Boitempo, 240 páginas, R$ 53,00)
De 7 de abril de 2018 a 8 de novembro de 2019, o ex-presidente Lula ficou encarcerado na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Foram 580 dias de cárcere, que marcaram definitivamente o rumo da história pessoal de Lula e também do Brasil: enquanto o país elegia um representante da extrema direita, um acampamento em frente à prisão se formou, organizações nacionais e internacionais lutavam na arena jurídica para reverter as injustas condenações, e milhares de brasileiros e brasileiras se solidarizaram com a situação do ex-presidente, seja por manifestações via internet ou pelo meio de comunicação mais antigo entre nós, as cartas. Durante esse período, aproximadamente 25 mil cartas foram endereçadas a Lula. Um impressionante acervo, ao qual se soma o envio também de objetos variados como livros, revistas sobre futebol, poemas e cordéis, Bíblias, fotografias, desenhos, roupas e cobertores para evitar o frio (alguns tecidos pelas próprias remetentes), bordados e gravuras, estatuetas de divindades de todas as religiões, flores secas e outros materiais decorativos. Em Querido Lula: cartas a um presidente na prisão, é possível ter acesso a 46 missivas selecionadas pelos organizadores, bem como a um cuidadoso caderno de imagens com fotografias das cartas e dos objetos enviados.
Emocional — A Nova Neurociência dos Afetos, de Leonard Mlodinow (Zahar, 328 páginas, R$ 74,90)
Durante muito tempo acreditamos que o pensamento racional era a influência dominante em nossos comportamentos. As emoções, por sua vez, seriam prejudiciais nas tomadas de decisão. Agora, graças ao enorme progresso das pesquisas em neurociência e psicologia, sabemos que a emoção é tão importante quanto a razão para orientar nossas escolhas e atitudes. Mas o que é a emoção? Como nossas ideias sobre os sentimentos evoluíram? Como regular as emoções para utilizá-las a nosso favor? Estas são as grandes questões abordadas em Emocional, do brilhante físico Leonard Mlodinow, que nos orienta aqui por uma novíssima área de pesquisa: a neurociência afetiva. De laboratórios de cientistas pioneiros a cenários do mundo real em que o domínio sobre as emoções foi decisivo para evitar uma tragédia, Mlodinow mostra o quanto essa revolução científica tem implicações significativas também na vida cotidiana, no tratamento de doenças, na compreensão das relações pessoais e em nossa percepção a respeito de nós mesmos.