Antes do jogo, soubemos que o Sub-23 do Inter, sem seu técnico Ricardo Cobalchini, tinha vencido o Gre-Nal decisivo do Brasileiro de Aspirantes. Nada mal, já que os comentaristas diziam que a gente levaria um ARRODIÃO do Grêmio. Afinal alguém profissional é campeão no Beira-Rio! Foi outra grande atuação do goleiro Keiller e, pô, aquele pênalti que não foi marcado a nossa favor…
Mas o que interessa é Inter x Santos no Beira-Rio. O Inter foi escalado por Ricardo Cobalchini com Heitor na lateral direita (tínhamos um lateral direito na base e gastaram um monte com pernas de pau), Roberto na zaga e Zeca na lateral esquerda. D’Alessandro voltava a começar uma partida depois da lesão. Ao menos o interino não foi doido de escalar Klaus e Uendel. Mas escalou Parede, deixando Neílton e Sarrafiore na reserva. Ou seja, Cobalchini também não é tão normal assim.
No primeiro tempo, nada de armação de jogadas e nenhum chute a gol. Uma vergonha digna do ex-técnico, em realidade o culpado por isso.
No final do primeiro tempo, perdemos uma substituição, pois Lindoso sentiu algum problema físico e entrou Bruno Silva, que jogou bem.
Como Patrick estava horroroso, havia dois grandes problemas em campo e duas substituições possíveis: Parede, totalmente inoperante e até errando em bola e Patrick, naqueles dias de errar ABSOLUTAMENTE tudo.
(Eu gostaria de saber o que acontece no Departamento Médico do Inter, com o perdão da expressão: Dourado foi operado… E reoperado. Matheus Galdezani sofreu uma grave lesão em janeiro e nunca mais. Acho que será operado novamente qualquer dia desses. E Nonato está sendo “tratado”. Medo.)
Fazia muito tempo que o Inter não voltava melhor no segundo tempo, muito tempo. Pressionamos, chutamos, criamos, marcamos dois gols, ambos anulados pelo VAR. Só que a bola não entrou em jogada válida. Acabou sendo um 0 x 0 digno, num jogo que poderíamos ter vencido.
Na próxima rodada, a 26ª, o Inter visita o Avaí, em Florianópolis. O jogo será às 19h15 de quinta-feira (17/10).
Com o empate e sem vencer os últimos cinco jogos, saímos fora do G-6. O Grêmio nos passou. Com o que estamos jogando, vai ser difícil voltar à zona da Libertadores. Na sétima posição, temos 39 pontos contra 41 do Grêmio (6º) e 43 de São Paulo e Corinthians, quinto e quarto colocados. Para nós, G-4 já é uma quimera.
Como escreveu o amigo Jerônimo Santanna, quem perde para Goiás com um a mais, quem perde para o pândego CSA e ainda tem Parede como titular no ataque, não pode querer vaga em Libertadores. Futebol também tem lógica.
Sobre o novo técnico: depois de Aguirre — técnico bem mais ou menos, mas que conhecia seu ofício — tivemos Argel, Falcão, Celso Roth, Lisca, Zago, Guto e Odair. Uma lista apavorante. E digo-lhes: nenhum treinador inteligente vai pegar o Inter, com o histórico que tem, em final de temporada, sem um contrato longo. Meus nomes são Roger Machado, Thiago Nunes, Heinze, Coudet e Holan.
Num domingo inacreditável, onde houve cena de bolsonaristas retirando da porta de uma Universidade a faixa “Em defesa da educação”, fato que alude a tempos mais nazistas, o Inter fez um bom jogo contra o Santos na Vila Belmiro. Mas poderia ter sido melhor que o 0 x 0.
Tivemos grandes chances para vencer. O resultado foi bom, porém, com as substituições tolas no segundo tempo, Odair estragou o que preparara durante a semana. A entrada de Pottker no ataque instalou aquele elo mais fraco que faz a engrenagem quebrar.
Há ainda medo de ganhar fora de casa. O Inter mostra postura e emite discursos de time pequeno — parece que um empate na Vila é a melhor coisa do mundo. É bom, claro, mas time grande só comemora empate quando este serve para classificar ou ganhar um campeonato.
Para mim, ontem ficou provado que propondo o jogo fora de casa o Inter pode vencer mesmo os times grandes brasileiros.
Mas voltando ao culpado por fazer o Inter parar, Pottker não tem mais condições de jogar no Inter. Se o Corinthians quer, que seja feliz com ele. Não é um mau jogador, é que ficou marcado e não parece ter calma para dar a volta por cima. Está pisando na bola, perdendo gols e irritando. Além do mais, impede que outros jogadores apareçam. Para não falar em meninos, Sarrafiore e Dale estavam no banco.
O Inter fez um grande primeiro tempo, caiu no segundo, quando voltou a pedir para perder. Quase conseguiu.
Bruno e Emerson Santos foram bem e Nonato carimbou novamente sua titularidade. Nico tem jogado mal, né? Parede é fraco e gostaria de ver Sarrafiore e Neílton jogando tempo mais do que ele e Pottker. O VAR anulou um gol do Inter e um pênalti marcado para o Santos. Ambos corretamente.
Agora as atenções se voltam para o jogo decisivo das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Paysandu, quarta-feira, em Belém-PA. Na ida, vencemos no Beira-Rio por 3 x 1 e podemos perder por um gol de diferença. O jogo é quarta-feira (29), às 19h15.
Pelo Brasileiro, o Inter volta a campo no próximo domingo (2/6), às 19h, para enfrentar o Avaí no Beira-Rio. Estamos na 7ª colocação com 10 pontos em 6 jogos e um aproveitamento bem baixo (55% dos pontos).
P.S. — O Inter deveria liberar urgentemente Pottker, Wellington Silva, Tréllez, Camilo, Alvez e Danilo Fernandes. Eles têm altos salários e resultados insuficientes.
Destes, apenas Claudiomiro, Valdomiro, Jair, Alfeu e Damião estão vivos. O último que entrou na lista? Faz mais de 40 anos.
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O fato acima é uma coisa… Muito outra é que Damião vem jogando mal, tendo feito apenas dois gols neste Brasileirão. Alcançou a marca por seu passado, não por seu complicado presente.
Atualmente, o Santos é muito fraco. Controlamos a partida e poderíamos ter uma vitória mais simples, não fossem os inúmeros contra-ataques desperdiçados por erros de passes, lentidão e pela ruindade de Pottker e Damião.
No primeiro tempo, por exemplo, perdemos gols feitos por Damião, Patrick e novamente Damião.
Pottker voltou a ser o pior em campo. Está assim a 13 jogos — nenhum gol, nenhuma assistência para gol –, mas parece ser intocável. Tu retiraste Damião e Lucca, mas mantiveste o 99. Acho que ele tem um grande empresário, mas gostaria de crer que Pottker só fique em campo em função da sua capacidade física. Tem sido só isso.
O que foi aquele gol que ele perdeu no final da partida, o gol que nos tiraria do sufoco?
Do lado positivo, temos nossa zaga — novamente muito firme — que mandou nas duas áreas. O gol de Cuesta, logo após o empate do Santos, foi fundamental, ainda mais se pensarmos na baixa efetividade de nosso ataque. Notem que o pênalti que originou nosso primeiro gol foi sofrido por Iago, outro jogador de defesa. Ou seja, nosso ataque pouco fez, nossa defesa resolveu a partida.
Rodrigo Dourado também voltou a jogar muito. Tem feito excelentes atuações.
Iago também está subindo de produção. Deu um cruzamento para o Damião abrir o placar, só que…
O curioso é que estamos a 7 jogos sem perder e… Sempre sem D`Alessandro. É claro que o gringo dá uma qualidade superior ao time, mas é algo para refletir melhor. Será que é mais vantagem ter mais marcadores na frente?
Zeca fez muita falta na lateral direita. Fabiano, apesar de ter melhorado no segundo tempo, é um horror. Mas o ex-santista só retorna depois da Copa. Uma pena.
Quinto colocado — com 19 pontos em 11 jogos, 57,6% de aproveitamento, a um de distância do vice-líder –, o Inter recebe o Vasco da Gama na quarta-feira (13/6), às 21h45, na última partida antes do recesso do campeonato por 30 dias por conta da disputa da Copa do Mundo da Rússia.
Faltam 26 pontos para ficarmos livres da Serie B e uns 40 para estarmos no grupo que vai para a Libertadores 2019.
Eu sei, fazia tempo que eu não aparecia por aqui, né?! Ocorre, Renato, que atletas de fim de semana também se lesionam às vezes. No meu caso, uma pelada com uns amigos há umas duas semanas me causou um edema ósseo no cotovelo direito (aquela TRINCADA básica). Como sou destro e fiquei bom o braço engessado por duas semanas, nem conseguia escrever e digitar. Felizmente, nada mais grave e já estamos de volta.
E que forma de voltar a conversar contigo por aqui, né?! Com uma goleada em casa que seguiu outra. O torcedor que foi à Arena nos dois jogos desta última semana comemorou dez gols (no meu caso, metade deles na arquibancada, ontem, graças à minha lesão). Um número impressionante, tal qual o futebol que o Grêmio vem jogando. 2018, que já começou muito bem, vem prometendo ser mais um ano memorável na história Tricolor.
Se na terça-feira a superioridade sobre o Cerro Porteño, adversário da Libertadores, foi muito evidente, no jogo de ontem não foi diferente. O que surpreende até mais no caso do Santos é que é um forte e tradicional rival nas competições nacionais e internacionais. Neste ano, o time paulista buscou um excelente e promissor técnico para comandar um elenco de qualidade e faz boa campanha na Libertadores. E não tomamos conhecimento de nada disso neste domingo.
Renato, uma goleada de 5 a 1 do Grêmio sobre o Peixe seria histórica em quaisquer circunstâncias. Mas, além de tudo aquilo que eu já disse, a forma com que ocorreu nos empolga inevitavelmente. Foi um baile durante os 90 minutos. Um Tricolor que colocou o adversário na roda, mantendo a posse de bola por dois terços da partida, quase sem errar passes, sempre no campo de ataque, criando oportunidades naturalmente e praticamente sem dar chances de ataque ao time santista. O famoso ARRODIÃO, na definição do dicionário ludopédico gaudério.
Com um pouco de paciência e muito trabalho, o Grêmio furou o bloqueio da defesa do Santos e abriu o placar com um chutaço do Maicon. Golaço do nosso Capita, que vem jogando o FINO da bola. Enquanto ainda comemorávamos, a equipe santista se aproveitou daquele momento de euforia e descuido para empatar o jogo logo em seguida. Um acidente de percurso, que em nada nos abalou.
E foi possível sentir isso forte nas arquibancadas, Renato. Aquele gol contra poderia ser um balde de água fria na torcida, mas a gente seguiu cantando, alentando e comemorando, como se não tivesse sido nada. Porque é isso que esse time fantástico do Grêmio causa na gente! O momento atual nos faz sentir essa vibração intensa, essa coisa que nos faz confiar incondicionalmente no time, acreditar que a vitória logo mais se desenhará.
Foi o que aconteceu, quando Everton nos colocou novamente em vantagem, no apagar das luzes do primeiro tempo. Veio o intervalo, e todos tínhamos expectativas boas para a segunda etapa. Naquele momento, o otimismo pelo futebol jogado trazia nas arquibancadas a certeza da vitória – e de que ali não é a melhor hora nem o lugar para abordar assuntos mais delicados, mas divago, que isso é história para outro dia…
O fato é que o Grêmio voltou com a mesma intensidade e, logo aos 10 minutos do segundo tempo, o Capita mostrou mais um recurso e fez outro golaço, agora de falta. E o ritmo de baile seguiu, em homenagem ao menino dançarino de valsa, que ontem o assistiu em lugar privilegiado – sim, Renato, o Luan tem razão sobre ele. Aliás, nosso Rei da América, em mais uma boa atuação, daria assistência para o gol de André logo mais. E o outro Rei, o magistral Arthur, fecharia a conta, para encher a mão do torcedor. Fim de jogo, goleada convincente e torcida para lá de feliz. Rumo à minha casa, fui travando uma longa reflexão comigo mesmo.
Sabe, Renato, havia um tempo em que eu acreditava que tudo daria certo para o Grêmio, assim como na vida (que são praticamente a mesma coisa, eu sei). Aquele guri que tinha recém saído da casa dos pais e descido a Serra rumo à Capital quebraria muito a cara no decorrer dos anos e também cometeria muitos erros. Felizmente, aprenderia alguma coisa com eles, talvez. Mas algo do qual jamais se arrependeu foi de carregar com orgulho esse sentimento pelo Imortal Tricolor.
Lá em 2016, quando saímos da seca e ganhamos a Copa do Brasil pela quinta vez, muito se falava nos tais “15 anos”. Eu só conseguia pensar na década. Nos 10 anos em que tinha vindo morar em Porto Alegre, justamente num ano que simbolizaria a virada da gangorra Grenal para o lado deles (não que isso me incomode… muito). Ontem, doze anos depois, gangorra de volta para o nosso lado, muito lembrei daquele maio de 2006. Do alto dos meus 18 anos, tinha certeza de que, mesmo perdendo, sendo eliminado e até rebaixado, no final, as coisas dariam certo para o Grêmio (e errado para o coirmão, porque era parte da aura do gremista criado nos anos 90).
Acreditava nisso, Renato, da mesma forma em que acreditava que as escolha de um recém saído da adolescência seriam todas acertadas. Ingenuidade típica do furor da juventude, regada a festas, dramas brevemente intermináveis e pouca responsabilidade. O que se preservou intacto, dentre as coisas daquele tempo, foi aquela palpitação no peito em cada ida às arquibancadas, do Velho Olímpico à nossa nova e atual morada.
Eu já não acho que todas as minhas escolhas serão acertadas, Renato. O que é muito bom, claro, assim como saber reconhecer as próprias falhas. Também já não sou um poço de romantismo e otimismo com a vida e com o mundo que, noutra época, eu queria mudar do meu quarto. Mas, de alguma forma, Renato, hoje, em maio de 2018, boa parte de mim, que vem aqui escrever sempre contra o sentimento de euforia, contraditoriamente voltou a acreditar que, no final, tudo vai dar certo para o Tricolor. Muito obrigado por isso, de coração! É nessas horas que eu relembro o real significado do Grêmio ser chamado de Imortal.
Ontem a gurizada nos representou lá em Santos. O time B foi à Vila Belmiro apenas com o objetivo de cumprir tabela, mas, apesar da derrota, teve boa atuação no primeiro tempo, criando diversas chances (e até perdendo de forma inacreditável um jogo fácil). Infelizmente, volume de jogo, chutes a gol e bola na trave não alteram o placar – já dizia a música do meu xará.
Dito isso, a verdade é que ninguém da nação Tricolor se importava de verdade com o jogo de ontem. Tu até ficaste em Porto Alegre, para comandar os últimos treinos com os titulares. Toda a nossa atenção está voltada para o jogo de quarta-feira, contra o Lanús. O time tem que entrar focado, decisivo e mortal, tal qual fez na última final que disputamos. E nós torcedores temos que fazer da Arena uma panela de pressão para os argentinos.
Renato, estamos enlouquecidos aqui! Andamos num passo descompassado e angustiado na caminhada cotidiana, somente esperando o apito que permitirá a bola rolar. A Copa Libertadores é o nosso sonho! Almejamos o Tri da América há mais de duas décadas. Foram tantas batalhas árduas, intempéries da bola e sonhos que desvaneceram no meio do caminho durante todos esses anos que nossas ganas de voltar a ganhar a Copa estão maiores do que nunca.
O Grêmio tem longa história nessa competição. Levantou a taça por duas vezes com muito sangue, suor e lágrimas. Não poderá ser diferente desta vez! Entremos com humildade e raça, com força, coragem e inteligência. E sejamos mais aguerridos do que nunca! Sejamos Grêmio! Lembremos que é em cada jogo, em cada lance disputado que mostramos que somos gigantes, que nossas grandeza e imortalidade não são títulos divinos que ficamos ostentando.
“Para que percorres inutilmente o céu inteiro à procura da tua estrela? Põe-na lá.” (Vergílio Ferreira)
Foi uma noite gaúcha na Copa do Brasil. O Grêmio fez o que tinha que fazer contra os reservas do Palmeiras e o Inter, também com seus reservas, venceu o Santos sem muitos problemas. Claro que Danilo Fernandes fez grande defesa ao final do primeiro tempo, mas não houve aquela baita pressão de fim de jogo. Nós, colorados, esperávamos a pressão do Santos, pois sempre acabamos as partidas com o cu na mão. Mas nosso time, estranhamente, desta vez não ficou só se defendendo após a vantagem inicial.
Com raríssima lucidez, Celso Roth manteve seus atacantes enquanto o Santos tentava atacar mais e mais, tirando volantes e até zagueiros. Desta forma, o Inter acabou punindo o Santos com contra-ataques rápidos. Em um deles Sasha fez o segundo gol.
Aylon — comemoração na foto acima — tinha feito o primeiro aos 6 minutos do primeiro tempo. Acho que o Santos vai contratá-lo. Só assim ele vai parar de fazer gols no Peixe. Adora fazer isso.
Na próxima fase da Copa do Brasil, enfrentaremos o Atlético-MG, parada duríssima para um time tão frágil como o nosso. Mas o futebol anda tão nivelado que basta jogar um pouquinho para equilibrar as coisas. O Grêmio vai fazer seu mata-mata contra o Cruzeiro.
Inter e Cruzeiro têm algo em comum, ambos precisam se preocupar antes em se livrarem da ameaça de rebaixamento no Brasileiro. Então, digamos que Atlético-MG e Grêmio sejam os favoritos para fazerem a final da Copa do Brasil.
Como disse meu amigo Bruno Zortea: “G-4 com Grêmio, Santa Cruz e Corinthians me cheira à Série B”. Pois é, o Brasileiro está estranho pacas. Acho que jamais tivemos a dupla Gre-Nal na ponta, mesmo considerando que só se passaram quatro rodadas, o que é pouco, mas é mais de 10% das 38 rodadas. A forma correta de se disputar um campeonato de pontos corridos é a de não se afastar jamais dos líderes. Campeonato de recuperação é raríssimo de ser obtido, é mais conversa para times que estão lá atrás. Então estamos ambos, Inter e Grêmio, muito bem.
(Se não fosse tu teres pedido pro Paulão bater aquele pênalti, seríamos líderes isolados com aproveitamento de 100%, Argélico).
Ontem, o Inter fez sua melhor atuação de 2016. A outra foi o Gre-Nal do queixo caído. Não chega a ser surpreendente o fato de terem sido dois jogos fora de casa: o Inter defende-se muito bem e, jogando fora do Beira-Rio tem fartos espaços para contra-ataques. O problema é jogar contra times fechados. Mas não pensem que desenvolvemos ontem um futebol maravilhoso. Como tem sido, atuamos dentro de nossa pobreza ofensiva e de nosso errático toque de bola. A partida teve momentos horrorosos, varzeanos mesmo. Porém, o Santos levava pouco perigo e começamos a ficar animados. Na verdade, teu grande mérito, Argélico, é o de jamais deixar o time perder a compostura emocional. Fora de casa, o Inter joga tão mal quanto joga no Beira-Rio, mas sem nunca perder-se.
Ontem, finalmente entraste com dois volantes. Finalmente! E viste como o mundo não caiu. Comemorei a ausência de Anselmo para a entrada de Ferrareis. Não que este seja alguma Brastemp, é que o time fica com mais opções ofensivas com ele em campo. Destaques mesmo foram as atuações de Fabinho e Danilo Fernandes. O volante foi o maior “ladrão de bolas” do jogo e ainda armou bons contra-ataques. Já Danilo não sente o peso da responsabilidade de substituir Alisson. É um cara frio e competente. Nos momentos mais oportunos, lá estava ele para salvar nossa meta e garantir a vitória.
Não creio que a dupla Gre-Nal mantenha algum favoritismo para o resto do Brasileiro. São times chatos, com bom sistemas defensivos e só. O Grêmio tem mais ataque. Só que o bom ambiente e a tranquilidade da liderança gera monstros. De repente, alguém acerta a peça ofensiva e teremos um osso duríssimo pela frente.
As próximas partidas do Inter são contra times fracos. Isto é, são contra times que jogam fechados e teremos que rebolar para marcar gols. Então são jogos terríveis, falsas barbadas (remember Chapecoense). Vejam o levantamento realizado por meu colega Luís Eduardo Gomes de nossos próximos 7 compromissos: Atlético-PR (c), Vitória (f), América-MG (c), Atlético -MG (c), Figueirense (f), Coritiba (f) e Botafogo (c).
Argélico, este jogos decidirão quem será o Inter deste Brasileiro de 2016. Ou permanecemos no topo ou nos despedimos de quaisquer pretensões. Há que ser implacável contra os fracotes.
Na semana passada, atrapalhado pelas eleições, deixei passar em branco nossa vitória contra o Bahia por 2 x 0 no Beira-Rio. Gostaria de dizer que Alan Patrick, a quem detesto como jogador de futebol, jogou muito bem. Todo o time esteve bem no primeiro tempo, depois foi aquilo de novo, mas o Bahia era fraco e ganhamos.
Já ontem, Abel, a sorte nos sorriu desavergonhadamente. Teu time até que jogou bem após o primeiro gol de Aránguiz — por sinal, belíssimo, com um passe embasbacante de D`Alessandro e conclusão perfeita do chileno –, mas depois caiu lamentavelmente. Para manter a tradição, tu enfiaste os pés pelas mãos: como o time sempre piora no segundo tempo, após tua preleção, tiraste o Dale (?) para colocar Wellington Paulista (?) como armador pelo lado direito, mesmo tendo Valdívia no banco. Tu és um brincalhão, né? Teu humor canhestro voltou a se manifestar quando retiraste Alan Patrick para colocar mais um volante, Bertotto, chamando o Santos para o nosso campo. O Peixe empatou e cansou de perder gols antes e depois do segundo gol de Aránguiz. Viste a cobrança dele? Craque, enfiou bem onde a barreira abriu.
O jogo de ontem poderia ter tido qualquer resultado. Nossa vitória foi pura loteria. É inacreditável que estejamos em terceiro lugar no Brasileiro. O nível técnico de nosso maior campeonato é 7 x 1 para a Alemanha.
É essa minha esperança para o Gre-Nal: a qualidade de nossos jogadores. Espero que Dale, Aránguiz, Alex e Nilmar façam a diferença. Pois nossa defesa perdeu todas as bolas altas e é claro que Felipão tratará de passar a tarde do próximo domingo erguendo bolas sobre a nossa área. Mas confio nos jogadores, Abel.
Sabes? Acho tu estás ficando meio doido. Aquelas declarações sobre ganhar do Santos após 100 anos não apontam exatamente na direção da sanidade mental. Se somarmos isso as substituições malucas…
Grêmio, Fluminense, Santos, Atlético-MG, Vasco, Botafogo, São Paulo, Corinthians e Inter perderão jogadores por duas rodadas do Brasileirão? Alguns deles estão irritados? O Santos gostaria de usar Neymar, que recebe mais de 1 milhão por mês? Mas que coisa… Há anos digo que a CBF deve respeitar as datas Fifa parando seus campeonatos e que a única forma de fazer isso é RETIRAR OS CAMPEONATOS REGIONAIS DO CALENDÁRIO DOS GRANDES CLUBES. A CBF é a única Confederação do mundo que promove e boicota seus campeonatos.
Bem, em 2013, com os amistosos e a Copa das Confederações, tudo vai piorar. Mas as excrescências continuarão, sem dúvida. São puro entulho autoritário não removido desde o Golpe, quando o Almirante Heleno Nunes era presidente da CBF e gostava de ver suas federações regionais satisfeitas. Fodam-se os clubes que não fazem nada.
Em treino realizado hoje, o time reserva do Inter tocou 4 x 0 no titular, gols de Maurides, Lucas Lima, D`Alessandro e Ygor. Time titular jogou com Muriel; Nei, Bolívar, Índio e Fabrício; Guiñazú, Elton, Marcos Aurélio e João Paulo; Dagoberto e Jajá. Reservas: Renan; Ratinho, Moledo, Dalton e Zé Mário; Ygor, Josimar, Bolatti e D`Alessandro; Maurides e Lucas Lima. Quem viu o coletivo, disse que a zaga de Moledo e Dalton nem foi incomodada.
Outro que não incomodou foi Dorival. Passou o tempo conversando com auxiliares ao lado do campo, sem intervir. Isso é que é treinador! Na metade, ele tirou Maurides dos reservas, colocando-o no time titular na vaga de Jajá. Foi o momento racional do treino. Afinal, o guri é atacante enquanto Jajá é um meio-campista lento.
No final, Dorival deu uma bronca nos titulares, mas nada de orientá-los. Uma pérola este homem.
Nilmar
Mas há mais fatos inacreditáveis, e desta vez o Dorival está fora. Soube agora que o Inter tinha se acertado ontem à noite com o Villarreal e com o empresário de Nilmar. Hoje, o empresário desfez o negócio. Motivo: achou que estava negociando os salários de seu jogador em valores líquidos e não brutos… E reclamou de sua comissão em entrevista. É muita baixaria. Talvez seja melhor desistir do cara.
Pois eu acho que desta vez o Corinthians será finalmente o Campeão da Libertadores. Com um time de implacável pragmatismo, sem ilusões, dedicado à marcação e sem destacados protagonistas, o time mais popular de São Paulo deverá levar não apenas a lenda de mais chato da competição. Apesar do que significa o Boca — se este passar hoje pelo Libertad — , os argentinos estão muito abaixo do que vimos ontem.
Afinal, é o ano dos pragmáticos. O Chelsea já ganhou a Liga dos Campeões vencendo times com melhores jogadores. (Acho que um encontro entre Chelsea e Corinthians deveria ser encaminhado diretamente para os pênaltis, tais suas retrancas.) Mas, ah, há lições a tirar dos enfadonhos.
Se o Chelsea teve sorte contra o Barcelona e principalmente contra o Bayern, o Corinthians demonstrou notável segurança, mantendo distância de quaisquer possibilidades de reversão. Todos, inclusive os atacantes, marcam mesmo. É comum ver Jorge Henrique, Emerson e William atirando-se à marcação com ânimo de volantes de contenção. E o resto do time faz o mesmo. Tanta dedicação aponta para um vestiário fechado e motivado, sem dorivais a impor ordens sem sentido. A marcação é completada por uma excelente organização e sincronia quando com a bola nos pés, prova de que o time não faz apenas os rachões desatentos de dorivais. Se há tanta dedicação e obediência, não há apenas Tite para administrar o grupo , há certamente uma equipe — da qual participa Fabio Maseredjan, dispensado pelo Inter para dar lugar ao preparador da equipe de dorival. OK, apesar de justos, chega de ressentimentos.
Ao ver os torcedores com lágrimas nos olhos e nervosos no final da partida, pensava em quão idiotas somos quando sob grande tensão. Eles deveriam estar tranquilos, tal a serenidade e a segurança do time do Pastor Tite. Apesar da diferença de um gol, o Santos nunca chegou a ameaçar, nem mesmo quando encontrou, sob as camadas da marcação corintiana, aquele gol de Neymar. A coisa estava tão séria e complicada para o Peixe que Neymar comemorou o gol de verdade, sem aquelas dancinhas das suas mais que vulgares músicas.
O gol foi imerecido e acabou sendo corrigido logo no começo do segundo tempo de uma forma bem corintiana — explorando o erro do adversário, no caso, Durval. Pois os times vencedores são assim, punem, estão ligados, prontos para o bote, totalmente instruídos e focados em objetivos, a não ser que sejam formados por Messis e Xavis e não precisem de tanta atenção, só de treino mesmo.
Esqueci de dizer que a objetividade do Tite — tão desapiedada quanto a de um pastor ao retirar o dízimo de seus fiéis — também revela-se quando o Corinthians toma posse da bola. O time vem tocando quase sem dribles e errando poucos passes. Os maestros são o excelente Paulinho e nosso conhecidíssimo Alex. Na reserva, há jogadores do porte de William, Liédson, Douglas, etc. Ou seja, a receita do Corinthians — provável vencedor da Lib 2012 — é foco, organização, dedicação, jogadores experientes e rejeição aos protagonismos.
Quando comparo com aquele meu time do sul… OK, eu paro.
Primeiro foi Christopher Hitchens, depois Cesária Évora, Sérgio Britto, o Santos, Joãosinho Trinta, Václav Havel e agora Kim Jong-il. É muita morte.
Ia escrever sobre o Santos, o futebol brasileiro e o Barcelona. Mas o Juca Kfouri e o Tostão disseram tudo o que eu diria. Até o Mano Menezes disse. O futebol brasileiro e sul-americano pararam no tempo. Culpa de dirigentes e treinadores, certamente. O Barcelona escolheu uma direção e foi. Isso vem desde Rinus Michels, passando por vários holandeses como Cruyff, Louis van Gaal, Frank Rijkaard, além de jogadores daquele país que foram moldando um esquema de jogo sob os olhos indiferentes de quase todos. Hoje, o catalão Guardiola faz milagres. Merito seu e dos que vieram antes. Nada de chutões, nada de explorar muito as bolas paradas, nada de “esperar o adversário”. A obsessão é ter a bola — parece que sem ela o adversário fica sem ação — e, quando esta é perdida, a busca da recuperação ocorre em qualquer lugar do campo, sem a maldita recomposição defensiva. O time joga junto com os jogadores próximos uns dos outros.
Uma vez, ouvi o Andrade, que não é nada trouxa, dizer a respeito do Barcelona: “Quando você não tem a bola, o cansaço é duplo”. Pois o Barça fica com ela 70% do tempo, esgotando a paciência e o físico do adversário. É claro que há o dinheiro e as contratações, mas há muito, muito além disso.
Para fazermosalgo semelhante no Brasil, há que ter uma direções com políticas claras e grande estabilidade de treinadores e comissão técnica. Sem isso, podemos esquecer.
O resultado todos viram, não preciso falar a respeito. Aprenderemos?
Para se ganhar uma Libertadores é preciso futebol, mas apenas isto não basta. É preciso também certo espírito que costuma ser conhecido pelo nome de “copeiro”. O time copeiro é aquele que às vezes nem é o melhor, mas é o que chega a seus objetivos. O Grêmio foi copeiro, assim como o Liverpool e o Boca Juniors, mas hoje o cetro passou ao Internacional, ao menos na América do Sul. Sejamos francos, se a Libertadores fosse só futebol, se ela fosse só bola, o Estudiantes de La Plata teria eliminado o Inter nas quartas-de-final da Libertadores de 2010. Era mais time e jogou mais. Como Giuliano logro hacer aquele gol inexplicável na Argentina, foi criado o monstro que acabou por eliminar o São Paulo nas únicas grandes apresentações do Inter naquele ano — e ainda assim com direito a frango de nosso goleiro — e que ganhou do fraco Chivas na final.
Na verdade, todos querem a Libertadores com uma vontade a mais. Times que achamos bons são desmascarados no torneio. Nos primeiras primeiras rodadas desta ano, dois de nossos favoritos — Fluminense e Santos — tiveram enormes dificuldades por faltarem-lhe este esforço a mais. Os jogos Fluminense x Nacional e Flu x Argentino Juniors, mostraram ao flamante campeão brasileiro que ele sofria de falta de cojones. O tricolor carioca ficou tão brocha que entrou me crise. E o mesmo vale para os saltitantes meninos do Santos. A Libertadores dá preferência aos times sérios e pragmáticos, sem dúvida.
As arbitragens do torneio também ajudam os times menos firulentos. Os juízes não dão qualquer faltinha, não interrompem o jogo só porque Neymar atirou-se ao chão rolando e fazendo cara de quem sofreu uma tentativa de assassinato. Para a falta ser marcada, é necessária… a falta, coisa que nossos juízes teimam em não obedecer. Deveria dizer que é jogo pra macho? Olha, não sei, o que sei é que times que utilizam esforço médio ou residual não vão longe no torneio.
A posição do Peñarol em seu grupo — lider e classifcado por antecipação com uma rodada de antecedência — mostra bem isso. Perdeu de 5 x 0 para a LDU em Quito, mas em todos os jogos, mesmo nesta goleada a qual me referi, jogou à morrer, à uruguaia, e conquistou 3 vitórias, apesar de ser um líder com saldo -4. Maravilhosa Libertadores.
Hoje o Inter pega o mexicano Jaguares na cidade de Tuxtla Gutiérrez. Os caras vem mordidos, mas são mexicanos. Os mexicanos não dão a impressão de terem entendido a índole futebolística suicida do campeonato. Espero que não demonstrem terem-na descoberto hoje. E espero que nos comportemos como o habitual: jogando mal — com a torcida passando a noite inteira a cornetear Celso Roth — e ganhando na base de nossas caríssimas individualidades.
O Grêmio fez grande partida. Adiantou a marcação, conteve Ganso através de Adilson durante todo o primeiro tempo, forçou erros de passes do Santos — algo raramente visto — e atuações constrangedoras de Robinho e Neymar. Mas quando Ganso acertou aquele chute impossível, não soube mudar seu estilo e atacar. Estava programado para se defender e não soube encarar o jogo quando este não lhe favorecia. Acontece. Acho que Silas errou ao não colocar Maylson logo após o primeiro gol do Santos. Amanhã, é nossa vez…
Enquanto o treinador da Universidad do Chile chama Wagner Love e Adriano de gordos e esperamos pelo conflito do Inter contra o Estudiantes amanhã, temos os aperitivos de hoje: Santos x Grêmio e São Paulo x Cruzeiro às 22h. Sou quase indiferente ao jogo do Morumbi; minha expectativa vai toda para a Vila Belmiro. A se acreditar nas escalações anunciadas, teremos muitos, mas muitos gols na Vila.
O Santos, a partir de seu meio-de-campo, iria com Rodriguinho, Wesley e Ganso; Neymar, André e Robinho. E o Grêmio com Adilson, William Magrão, Hugo e Douglas; Jonas e Borges. Ou seja, o Santos tem apenas um jogador tipicamente de marcação em seu meio-campo e o tricolor, dois. Considerando-se o caráter artilheiro de ambos os times, acho que não é grande ousadia antecipar uma chuva de gols semelhante à do Olímpico. Se compararmos as zagas, talvez a vantagem fique com o Santos, mas não esqueçam que a zaga do Grêmio estará protegida por dois volantes e a do Peixe por um. Se compararmos os ataques, o santista é superior — não por causa dos atacantes e sim pela presença de Ganso, que deverá jogar enfiado, ops, que deverá meter bolas no meio da zaga lenta do Grêmio, espero… Só que tudo pode ficar equilibrado pela histórica maior vontade de marcar dos gaúchos. E o Santos é um time sujeito a súbitos desligamentos, coisa estranha e perigosa. O bom é isso: são excelentes times, não há favorito e, se um vacilar, periga tomar vários gols em poucos minutos.
Claro que, como colorado, desejo a vitória santista, conto com o histórico do Grêmio jogando fora de casa e com a depressão do fora-da-lista Victor, mas não levo o jogo de barbada. Meu palpite é num placar de 6 x 4 favorável ao Santos. Ou ao Grêmio.