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O ano de 2010 será uma coisa
O ano de 2010 será prenhe de absurdos. Já estou me preparando, ao menos do ponto de vista psicológico. Ontem, por exemplo, recebi um comentário épico, bastante educado, de alguém que discorda politicamente de mim e que mostra-se tão preocupado em desenterrar fatos dos últimos anos (anos Lula, bem entendido), tão conscio em tentar balançar cada convicção minha, que talvez sirva de prévia do que será 2010. Eu poderia fazer uma pesquisa sobre os anos FHC — não pensem que eu lembro — e entraríamos numa discussão infindável e inútil para ambos, pois permaneceríamos com as mesmas opiniões anteriores. Informo que não estou nem estarei preparado para bate-bocas. Acompanho a política de longe, aproveito-me do que me afeta para, desde meu bunker, fazer uso de minha pistola d`água lotada de comentários ácidos. Espero não ser processado, pois tenho especial talento para ofender na jugular. Mas será isso mesmo: darei uns tirinhos e ficarei rindo sem discutir. Só discuto literatura, música — assuntos onde me sinto mais seguro — e coisas pessoais.
Porém, ah, porém… 2010 será um ano político e de Copa do Mundo. Sei que iniciará com uma questão gaúcha: a incrível tentativa da desgovernadora Yeda Crusius de extinguir a TVE e a FM Cultura através do simples fato de não comprar o prédio alugado onde hoje as emissoras estão instaladas. Mônica Leal está envolvida, ora se não! Como isto tem o poder de prejudicar qualquer pretensão reeleitoral do Yedão, devo entrar com tudo. Aliás, já deveria ter entrado há alguns meses. E, mais: já adianto a meus sete leitores que votarei ou nos candidatos do PT ou mais à esquerda — considerando-se que este partido ainda jogue menos à esquerda que Ronaldinho e mais do que Messi. E informo que este blog não é um jornal destes que fingem imparcialidade. O blog é descaradamente parcial, tanto quanto a Veja, só que pelo outro lado. Talvez esteja na hora de desenterrar algumas histórias de Reinaldo de Azevedo na Bravo! Coisa divertida pacas… Ou não? Não, né? Nunca leio o Rei nem vou a seu blog. Deixa pra lá.
O que acho é que esta eleição será uma tentativa de desesperada da imprensa em desqualificar o bom governo federal — que acabará reeleito — e uma nova tentativa de vencer os políticos e a ignorância do interior, tão temerosa que o um governo estadual de esquerda venha comer suas mulheres e filhas.
Já disse mil vezes que no Brasil temos o sério problema do voto obrigatório. Limpem a maioria silenciosa e veremos no que dá. Tirem esse pessoal que ouve dupla sertaneja, Roberto Carlos, que vê só Record e SBT e a coisa ficaria muito melhor. Tenho um amigo radical de esquerda que, um pouco (só um pouco) jocosamente, defende a tese de manter o voto obrigatório, mas fazendo antes três perguntas-surpresa ao eleitor antes de votar. Se o cara não acertasse duas, voltaria direto para casa.
Exemplos de perguntas:
1. Lula sucedeu a qual presidente?
a. Getúlio Vargas
b. Fernando Henrique Cardoso
c. William Bonner
2. A queda do muro faz-lhe lembrar o quê?
a. De seu vizinho
b. Do Pink Floyd
c. Do fim do bloco comunista
3. A expressão “pra variar, acabou em pizza” é utilizada para significar:
a. Que não deu em nada
b. Que os políticos se empanturram de carboidratos em Brasília
c. O amor que o brasileiro tem pelos rodízios
4. Fernando Henrique Cardoso nunca…
a. engravidou repórteres e outras mulheres durante seu casamento
b. gostou de titulos acadêmicos
c. gostou de ser contestado, ainda mais por estrelas
5. José Serra é parecido…
a. com Tarcísio Meira
b. com José Mayer
c. com uma tartaruguinha
Não seria uma boa? Resolveria dois baitas problemas — o do voto dos analfabetos funcionais e dos viajantes em maionese — e seria educativo.
Da arte de escrever absurdos e não admitir
Primeiro, a sumidade escreve este absurdo. Depois, chama todo mundo de analfabeto funcional. Não é de estranhar que suas iniciais sejam WC.
Colaboração de Frederick Martins, do Carta na Manga.
(Ah, por falar em Carta na Manga, isto aqui é antológico).
Baita descoberta… (via Inagaki)
Larguei o Avanço, agora só uso Dolce & Gabbana… (updated)
Em contato com a Mula Alfa
Ontem, na afilhada da RBS, afilhada da Rede Globo, de Florianópolis. Descoberto aqui.
Dramaturgia de senzala
Hoje é o Dia da Consciência Negra e é feriado em grande parte do país. Pois curiosamente, justo nessa semana, a novela Viver a Vida mostrou uma cena que despertou a ira dos movimentos afro. Além da ira, reclamam do sumiço da cena em que a personagem Tereza (Lilia Cabral) humilha e dá um tapa no rosto de Helena (a belíssima Taís Araújo). Sim, concordo; não é muito fácil de encontrar, a Globo deve ter ido à caça, dando cabo da mesma. Mas pus meus cães gugleanos à procura e eles a capturaram facilmente. Está ao final deste post. Dá até para baixar, mas meu micro não vai abrigar porcarias de novelas.
Concordo que a dramaturgia é de senzala e a qualidade do texto torna obra-prima A Escrava Isaura. Quero quer que o movimento negro se indignou mais com a dramaturgia senhor-escravo do que com o texto. Este é muito mais ofensivo àqueles que defendem o aborto, meu caso e das feministas. A CUT também opinou, mas, como tem acontecido, consigo discordar de todos.
As novelas são verdades ficcionais, então não sei se cabem protestos à Globo. Acredito que os irados estejam sendo tolos ao desconsiderarem o fato de que, certamente, Tereza se tornará uma terrível vilã comedora de afrodescendentes — coisa típica dessas “obras” — e que será rejeitada até por sua filha caucasiana. Os protestantes acham que as pessoas que veem essas novelas imaginam que estão ouvindo a razão? Ingenuidade. O que estes “representantes da sociedade” desejam dizer à emissora é que ela não pode criar personagens racistas nem utilizar católicos que sejam contra o aborto? Claro que pode! Talvez até deva, pois eles estão aí mesmo. O que a “sociedade do politicamente correto” deseja é o silêncio, a censura? Menos, né?
O supermercado como local de encontros
O leitor alienígena, aquele que não é de Porto Alegre, é maioria absoluta em meu blog. Então, terei de começar por algumas explicações. O Supermercado Zaffari é o melhor da cidade. Disparado, não obstante suas lojas serem um horror arquitetônico dignos do cão enlouquecido de Gaudí, o interior é livre das sandices externas, limpo, até bonito, bem organizado, ar condicionado, a oferta de produtos é ótima e o número de caixas fazem a alegria de quem está com pressa. Ou seja, é um local agradável. Acho que quase todos nós preferimos o Zaffari, apesar do aspecto externo. Abaixo, um dos lados do Zaffari Bourbon Country. Destaque para as três árvores torturadas frente a arquibancadas de vasinhos a observar seu fim. Parece uma foto de filme americano onde uma plateia assiste uma execução.
Já eu, Milton Ribeiro, também tenho lay-out pra lá de estranho. 1,71 m, 75 Kg, 52 anos. Até o ano passado corria 10 Km achando graça do calor de 35º. E não pesava menos por isso. O que me torna ridículo é o fato de toda a gordura de meu corpo dirigir-se inexoravelmente à barriga. Todos me acham magro, exceto minha mulher, filha, irmã e outros poucos que insistem em sentar sobre minha baixa autoestima. Tenho certeza de que os Caetés, se vissem minha barriga, não pensariam que estivesse grávido de três meses e talvez deixassem de lado o Bispo Sardinha, pois a manta de gordura que a recobre faz dela uma verdadeira picanha adornada por bordas de catupiri — os pneus. O que eu quero dizer com este comercial é que sou um sujeito comum, com barriguinha próspera, cabelos ma non tanto grisalhos, em forma pero no mucho, que vai ao supermercado comprar umas coisinhas e que repentinamente…
… nota que é objeto de observação das mulheres.
Faz duas semanas, era um domingo, 17h30, horário que os maridos veem futebol e as mulheres vão em busca de víveres. Víveres… Claro! Eu tinha ouvido um amigo falar que o Zaffari era um local sofisticado de caça e qual não foi minha surpresa ao entrar na alça de mira das gazelas de meia idade. Como dizemos eu e meu amigo Branco, somos naturezas fiéis e ficamos cheios de pudor nestas circunstâncias, mas ali parecia maravilhoso, era o retorno à juventude. Então, com meu olhar antropológico, comecei a caminhar pelos corredores e, logo, o óbvio: um homem mais ou menos da minha idade, com um produto na mão, aproxima-se de uma moça que estava há anos parada na frente de uma interessantíssima gôndola. Faz-lhe uma pergunta. Começam a conversar. Sorrisos em ambas as direções. O amor.
Outro fato digno de nota são as roupas. Sabem aquela informalidade medida, aqueles cabelos inequivocamente femininos, cheios de voltas incompreensíveis, com um palitão enfiado? Ou curtos, mas preparados por longos minutos no espelho? Não sei se vi palitões, mas o espírito era aquele. E estava quente, havia shorts e sandálias de verão, nem tão altas mas longe das havaianasriders. Sim, muita gente vestida para matar às 17h30. Os homens estavam limpinhos, de camisetas e tênis novos. Menos eu, menos eu, que tinha dado banho nas cachorras e estava com muito mais feromônios que o habitual. Há gente que gosta, tanto que aquela moça de short branco e blusa amarela parecia estar com vontade de utilizar meu call center a respeito dos pães árabes.
Meu amigo — sim, aquele primo lá de Passo Fundo — me relatou que os melhores locais são os vinhos, as especiarias, os dietéticos e os iogurtes. São todos locais tranquilos onde as dúvidas surgem naturalmente. (Quando cheguei em casa, contei para a Bárbara e ela me deixou pasmo. Pai, uma vez a mãe estava pegando Patricias e um cara veio todo meloso perguntando se era tão boa quanto a Norteña e dizendo que era muito triste beber cerveja sozinho. Tratava-se certamente de um sério observador da espécie humana!) O mesmo amigo me disse que os infantis também são locais interessantes para quem quiser relações mais tranquilas com mulheres ocupadas por filhos. Ele declarou, sacana: Ali, é o local para quem quer uma rapidinha. Perguntei se muitas delas são carentes, querendo se vingar do marido horrível que não a auxilia devidamente com o filho. Ele replicou é uma possibilidade. E completou: é importante que se saiba bastante ou nada sobre os produtos. Mulheres gostam de extremos, ou cuidarão de nós ou serão cuidadas.
Chegando em casa, recebi a visita de um casal de amigos. Contei-lhes tudo. Atrasada ou profilática, a mulher ficou meio puta, pois o marido costumava passar longas temporadas vespertinas no Zaffari e dizia que adorava examinar todas as novidades para esperá-la com um jantarzinho pronto. Tá bom. O homem ouvira falar que o estacionamento era local de namoros e encontros. E eu, ingênuo, que só dou uns amassos na minha mulher na fila dos frios!
Inveja
Sugestão para o Natal
É sexta-feira, relaxemos… Aquele seu amigo ou amiga legal merece receber este mimo, vai dizer? Bem, eu gostaria. Trata-se do Grande Livro Vermelho do Monty Python. Você provavelmente já ouviu falar de filmes como Monty Python e o Cálice Sagrado, A Vida de Brian e O Sentido da Vida, não? O grupo Monty Python era formado pelos comediantes Eric Idle, Graham Chapman, John Cleese, Michael Palin e Terry Jones, mais o cartunista e diretor Terry Gillian. O humor dos Pythons beirava ou invadia a insanidade. E era inteligente. Os três filmes citados são clássicos que divertem até hoje os amigos de meus filhos que não apenas os veem e reveem como têm toques de celulares com o “Cruxifiction, good…” e com a ultra super hiper antológica cena da ponte em Cálice Sagrado “What`s you favorite color?”. Não sei muita coisa sobre o livro, já gostei. E é óbvio que, em vez de escrever, fiquei vendo filminhos.
O Monty Python começou na televisão com a série Monty Python’s Flying Circus. Começaram em 1969 e produziram 45 programas em quatro temporadas. Depois, filmes (foram só 4?), shows e livros. O termo pythonesque foi dicionarizado para caracterizar algo realmente absurdo. Houve um quase retorno dos Pythons na excelente comédia Um peixe chamado Wanda, mas aquilo foi seu canto de cisne.
Agora, deixo-vos com a trupe dos Pythons. Comecemos pelo clássico jogo de futebol entre filósofos alemães e gregos. Foi produzido para a TV:
Ainda no tempo do Flying Circus, mais uma para a TV. A piada mais engraçada do mundo:
Passamos pela Ponte da Morte do espetacular Monty Python e o Cálice Sagrado:
E chegamos ao único filme do qual saí meio mal de tanto rir, muito embora de não ter morrido: A Vida de Brian.
O Ao Mirante, Nelson entra pelo MSN e sugere o Ministry of silly walks, que é de chorar de rir.
Há tantas cenas inesquecíveis que agora vou voltar para o YouTube. Tchau.
Nós Que Nos Amamos Tanto
X. e eu (ela começa):
— Hummm, resolveste pôr um perfume? Que perfume é este?
— É um que tá aí faz tempo.
— “Faz tempo” significa “antes da minha gestão”?
— Sim.
— Cheiro horrível.
Minha mãe, em dia de alguma lucidez, e eu:
— Mãe, desculpe, mas tu estás ficando surda. A gente tem que gritar prá tu entender.
— Olha, fui no otorrino e ele disse que estou muito bem.
— Me diz o nome deste otorrino.
— A tua irmã me disse mas eu não ouvi direito.
X. e eu:
— Lendo as notícias do Grêmio, querido?
— Sim, adoro a decadência. Isto aqui é melhor que Os Buddenbrook.
Casal ao qual não pedi autorização para identificar:
Ele: Um amigo me disse que existem quatro tipos de mulher. A primeira é do tipo que faz você se sentir um completo idiota… Eu não lembro das outras duas…
Ela: Mas dá 3!
Ele: Às vezes tu podias ser menos loira…
Ela: E às vezes sinto saudades do tempo em que tu não tomava antidepressivos…
Dias depois, a mesma dupla:
Ela: Tu sabe que meu cabelo é castanho claro…
Ele: Tu é loira, dizer que é castanho claro é um casuísmo que usas na hora das piadas. É loiro escuro, pronto. Tu me atraíste por ser loira.
Ela: Pelo que sinto, certamente não foi por minha capacidade, claro…
Ele: Há coisas que não são miscíveis, amor.
X. e eu, na cama:
— Quando eu ficar impotente, tomo Viagra.
— E para os neurônios?
X. e eu na cama, novamente:
— Vocês mulheres vivem 10 anos mais do que a gente.
— Hummm.
— Eu tenho 9 anos mais do que tu.
— Hummm, e daí?
— E daí que serás minha viúva por 19 anos.
— Para senão eu vou começar a chorar. É sério!
Bernardo, na secretária eletrônica do celular:
— Pai, tô te ligando para saber o resultado do jogo do Grêmio. Se bem que eles devem ter perdido. Já tô até feliz. (risadas) Só me diz de quanto. Um beijo.
X. e sua mãe:
— Mãe, por que tu me deste o nome de X.?
— Ora, porque eu gostava e tinha uma amiga cheia de vida e muito bonita chamada X.
— Sabe o que significa?
— Não.
— “Manca”.
— …
— Conheces a palavra claudicante?
Ela, ele e garçom num restaurante do interior da ex-Tchecoslováquia. Ela olha atentamente para o menu em tcheco. Por fim, aponta um prato:
— Cocó? – diz, enquanto mexe os cotovelos como asas.
— Muuuuuuuuuuuuu – responde o circunspecto garçom.
Bárbara e eu.
— Pai, quero fazer uma tatuagem.
— Sou contra.
— Mas é pequena, na parte interna do pulso. Só o contorno de um cavalo.
— Não fica vulgar?
— Vulgaridade é postura, pai. Tu estás aí há 52 anos e não te deste conta?
(Ela fez a tatuagem. Disse que quase morreu de dor. Ficou bonito.)
Prova de que deus não existe…
Todos são horríveis, mas este é um texto que elogia a direita (melhor avisar antes)
Por Luís Januário
— provando que alguns (muitos) portugueses vivem numa realidade paralela
De facto a esquerda é utópica. A esquerda é qualquer coisa em que é impossível acreditar. Assim como um amor que durasse para sempre. A direita é natural. A esquerda é sobrenatural. A direita é uma coisa conhecida: o curso de direito, uma bebedeira ao fim-de-semana, uma bofetada do marido, um quadro do Cargaleiro, uma homilia de domingo, o Expresso, a crónica do Marcelo, os lucros do Belmiro e a nossa inevitável pobreza, as festas da Hola, os filmes da Lusomundo, a literatura internacional e a comida do Eleven, a hipertensão e a obesidade. A esquerda é a nacionalização do petróleo, um curso de enfermagem veterinária, um bellini ao fim da tarde em Corso Como, o esplendor das línguas, a pele secreta que as mulheres do Ocidente revelaram no final do século, a música de Arvo Part e Marilin Crispell e Christina Plhuar, os romances de Bolaño, Sebal – a esquerda tem tendência a ter um êxito póstumo -, VilaMatas, Coetzee, o design de Laszlo Moholy-nagy, o testamento de vida , os legumes no wok, o vinhateiro que resiste no Mondovino.
Os itálicos são meus. O incrível é que os portugueses acharam isso aí brilhante e comprovável… Bem, acho Pärt um saco e ele queria dizer Sebald, eu acho. Agora com licença, tenho que tomar minha sopinha de agrião.
Provas do ENEM eram vendidas em pizzaria e outros símbolos
Acordei e estava discutindo tranquilamente com o Cristóvão Feil a respeito do fundamental tema da cobertura das ovelhas. Ele me dizia que eu me confundira e que:
No rebanho de ovinos, se lambuza a barriga do carneiro com pigmento colorido engraxado, gorduroso (como fixador). Se tiver mais de um, marcam-se com cores distintas. Quando alguma ovelha fica “ocilha” (conforme se diz em Viamão), o carneiro (se for do ramo) monta e emprenha (se for “especialista”). Aquela fêmea, já fecundada, fica com o lombo colorido, carimbado e engraxado das partes pudendas do macho. Então, ela é apartada do rebanho, com o objetivo de merecer mais cuidados, alimentação balanceada, observação diária, etc.
Por isso, hay que tener precauciones quando uno mas pícaro ha dito que todavia esta sucio de “graxa” de ovejas. Onde? Nas pudendas ou no lombo?
Era uma troca de e-mails muito pouco séria, pois eu estava admirado com o valor metafórico ou simbólico do fato dos amantes ficarem marcados com a mesma cor denunciadora de seu ato, mesmo sem relacionar os locais das pinturas ao sexo de cada animal, certamente denunciadores de outras preferências.
Enquanto isso, via na TV a mais bela das brasileiras ufanando-se da candidatura do Rio de Janeiro para as Olimpíadas. Um de meus menores problemas é o de amar o Rio de Janeiro. É a cidade quase perfeita, apenas lhe falta as gaúchas. Infelizmente, digo que a média de todas as cariocas que não leem meu blog estão em nível bastante inferior de beleza. Porto Alegre e o interior do estado sempre foi um duro teste para a fidelidade (imaginem que escrevi fodelidade, mas notem que o “o” fica ao lado do “i”, mesmo no seu teclado, maldoso leitor) de quaisquer maridos e a região de Passo Fundo — onde italianos, alemães e bugres moram juntos — é a região do país que apresenta proporcionalmente o maior número de divórcios. Mas tergiverso, penso em mulheres quando tenho que cortar o cabelo e acabo não enveredando pelo caminho planejado de argumentar que o Rio de Janeiro é o maior símbolo do Brasil, com sua beleza e perfeição, riqueza e pobreza, corrupção e desídia; que adoro passear numa cidade onde as pessoas, mesmo os velhos, saem às ruas à noite — enquanto aqui temos apartamentos-asilos –; que adoro as padarias de meus patrícios; que gosto das esquinas com lojas de sucos; que acho os cariocas gentis e filhas da puta. E que, apesar de estar acostumando com mulheres mais belas, gosto muito daquilo e, portanto, torço para o Rio ser a cidade sede das Olimpíadas de 2016, mesmo que nosso prezado Marcos Nunes veja perturbada sua vida de pedestre habitante da cidade. Não preciso falar com ele para saber: posso antecipar que ele é contra o evento e hoje, enquanto tomava café num bar, olhando e sonhando com Renata Vasconcellos (suspiro), dizia, orgulhoso de sua sacrofobia, a seu vizinho, :
— Fodam-se as Olimpíadas. Que vão para outro lugar.
Maior valor simbólico talvez seja o fato da prova do ENEM ter sido vendida numa pizzaria, que fazia a intermediação do negócio. Provavelmente vinha da gráfica do Senado ou da Assembleia gaúcha direto para a pizzaria paulista. Visualizo uma prova colada, dentro de um plástico, sob a caixa de uma telentrega. Pague R$ 500 mil ao motoboy. Sim, porque o Sr. Luciano Rodrigues, proprietário da Donna Pizzaria & Restaurante, estava cotando a prova em R$ 500 mil. Alega que trabalhava para dois sujeitos que teriam a posse das provas. Repórteres viram a dita cuja. A piada é que, entrevistado, declarou que, se voltar a se encontrar com os dois homens, vai avisá-los de que a reportagem da Folha quer falar com eles a fim de saber como foi feito o vazamento das questões. Rodrigues afirmou que não sabe como isso aconteceu, claro.
Para finalizar este post objetivo e focado, informo-lhes que, enquanto via Renata, escrevia para o Cristóvão e pensava no Rio, chegou um e-mail do Sergio Gonçalves com um conteúdo de 1928, uma maravilha — The Lion`s Cage, de Charlie Chaplin:
Gabarito
–- Quantas sinfonias Mozart escreveu?
— 40, pois a 37 foi depois descoberta como de Michael Haydn, irmão de Franz Josef. A numeração vai até 41, mas são 40. A Sinfonia Nº 37 não existe.
— Quantas variações há nas Variações Goldberg?
— 30.
— E quantas há nas Diabelli?
— 33.
— Havia muitos Johann na família Bach. Johann Sebastian era o … (primeiro, oitavo, quadragésimo?)
— O 15º.
— Quantos e quais foram os sinfonistas que bateram as botas após a nona e não iniciaram ou completaram a décima?
— Deixa eu ver… Beethoven, Schubert, Bruckner, Spohr, Dvorak, Mahler. Acho que são 6.
-=-=-=-=-=-
— Qual foi o primeiro livro escrito por Dostoiévski após a prisão?
— Humilhados e Ofendidos, ao menos penso que tenha sido…
— Qual é o romance de Machado de Assis que Milton Ribeiro mais ama?
— Memorial de Aires.
— Qual é o autor gaúcho que é leitura obrigatória para o vestibular da Univ. Federal do Espírito Santo?
— Dyonélio Machado (Os Ratos).
— Qual é o nome da pesquisadora que participa de um ménage à trois em 2666?
— Liz Norton.
— Qual é o romance de James onde os personagens principais mudam-se pouco a pouco dos EUA para a Inglaterra, enquanto os que estavam na Inglaterra vão para os EUA?
— The Ambassadors.
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Atualização das 9h08: ainda não olhei com muita atenção, mas acho que meu amigo Rômulo Arbo levou as putas e a Celina (que desconheço) levou o Noturno, certo?
Promoção relâmpago!
Descobri que tenho dois livros duplicados de Bolaño: Noturno do Chile e Putas Assassinas.
Ganha Noturno do Chile aquele que responder corretamente ou acertar o maior número das questões abaixo. Em caso de empate, o primeiro a comentar leva.
— Quantas sinfonias Mozart escreveu?
— Quantas variações há nas Variações Goldberg?
— E quantas há nas Diabelli?
— Havia muitos Johann na família Bach. Johann Sebastian era o … (primeiro, oitavo, quadragésimo?)
— Quantos e quais foram os sinfonistas que bateram as botas após a nona e não iniciaram ou completaram a décima?
Ganha Putas Assassinas aquele que responder corretamente ou acertar o maior número das questões abaixo. Em caso de empate, o primeiro a comentar leva.
— Qual foi o primeiro livro escrito por Dostoiévski após a prisão?
— Qual é o romance de Machado de Assis que Milton Ribeiro mais ama?
— Qual é o autor gaúcho que é leitura obrigatória para o vestibular da Univ. Federal do Espírito Santo?
— Qual é o nome da pesquisadora que participa de um ménage à trois em 2666?
— Qual é o romance de James onde os personagens principais mudam-se pouco a pouco dos EUA para a Inglaterra, enquanto os que estavam na Inglaterra vão para os EUA?
Promoção válida até as 23h59 de hoje! Neste horário, publicarei o gabarito…
A nova tatuagem de Elisabetta Gregoraci (ver post anterior)
Meninos têm notas melhores longe de meninas
E eu sempre soube disso. Fiz o Ensino Fundamental — na verdade fiz Primário e Ginásio — em turmas masculinas. Quando fomos para o Ensino Médio — fiz o Científico –, tivemos a invasão das mulheres. Não obstante eu ter uma vaga — em verdade, absoluta — certeza de que os melhores alunos de minha aula eram eu, Luis Carlos Galli e Luiz Carlos Bohrer, a gente ganhou-perdeu muito quando apareceram as meninas. Pois elas eram nossa principal preocupação.
Agora chega uma pesquisa neozelandesa e descobre o óbvio:
Os meninos têm notas melhores quando estudam em colégios só para meninos comparados aos que frequentam escolas mistas, onde as garotas normalmente os superam, mostrou uma pesquisa recente feita na Nova Zelândia.
O estudo, da Universidade de Otago, comparou o desempenho escolar de mais de 900 meninos e meninas no Ensino Médio de escolas mistas e separadas na Nova Zelândia. Quando os estudantes estavam em escolas separadas pelo sexo, a tendência era de que que os meninos tivessem um desempenho melhor do que o das meninas.
Em escolas mistas, no entanto, havia uma clara tendência de que as garotas superassem os meninos, em um padrão consistente pelo menos até os 25 anos. “Essas descobertas são coerentes com o argumento de que escolas separadas por gênero reduzem ou eliminam a diferença entre meninos e meninas nos resultados escolares”, disse Sheree Gibb, da equipe de pesquisas.
O estudo foi publicado pela revista Australian Journal of Education.
E, no rastro da pesquisa, aparece uma professora da minha filha Bárbara (14 anos) e sentencia: é que os meninos ficam intimidados com a presença feminina. Acho que não, hein? Minha cara e feminista mestra, estás redondamente enganada. É que passamos a pensar apenas em comê-las, em desesperadamente preservar a espécie, o que fará com que todo nosso pensamento passe antes pelos escrotos. É que todas as gracinhas, cada piadinha, conversinha e tudo o que a gente fará será apenas para agradá-las, para fazê-las rir, para quem sabe elas se comportem assim depois da aula:
Te orienta, professora! Tantas vezes, a vida fica mais verdadeira sem estes interpretaços… Ah, se as gurias admirassem minhas notas!
Vocês lembram da Boneca Assadinha?
Outra pergunta: vocês sabem quando a gente está acordando e volta a dormir? Pois bem, ontem, nesta circunstância, eu sonhei que uma mulher veio me dizer que eu era o pai de sua filha. Segundo ela — uma completa desconhecida, bem feínha — a criança tinha sido filha de um Carnaval (eu nunca pulei Carnaval, para mim ele é apenas um feriado dos bons) e da sarjeta, pois tínhamos transado num beco de Salvador. Cada vez eu achava a história mais engraçada e então fui conhecer minha nova filha. Tinha uns três anos, era loira, de olhos azuis e conseguia ser mais feia do que a mãe. Eu fui maldoso e disse que meus outros filhos, os verdadeiros, eram lindos. Ela desconheceu minha declaração, mas… A menina estava brincando com a Boneca Assadinha!
Então, eu tive que me envolver. Como ia ficar quieto se a guria embebia água quente num paninho e fazia a boneca chorar desesperadamente enquanto passava a coisa em seu púbis ultrarealista e depois a fazia rir quando passava um pano com água gelada? Começou a me dar um desespero e eu, com aquela facilidade dos sonhos, disse à mãe:
— Tudo bem, é minha filha se tu sumires. Vou dar uma educação a ela.
Aí, novamente com a facilidade dos sonhos, peguei a menina, levei para a casa e vi que ela estava toda machucada. Nada de ordem sexual, mas estava toda roxa, tinha tomado porrada mesmo. Fiquei com tanta raiva que fui ao Conselho Tutelar logo após o banho. Mostrei a menina aos conselheiros que foram buscar a mãe de camburão. Acharam-na logo, claro, era um sonho. Só que a mulher veio como louca. Parecia tomada pelo demônio, era uma Linda Blair loira: começou a bater nos conselheiros e já estava me enfiando uma faca no peito. Acordei.
Pesquisa: a Boneca Assadinha custava R$ 50,00 e era fabricada pela Cotiplás, de Laranjal Paulista (SP). Com assaduras pelo corpo, ela chorava quando recebia água quente sobre as mesmas e ria quando recebia água fria.
Até aí tudo bem. O problema é que os sensores que faziam a boneca reagir estavam localizados na região genital. A promotora da Infância e da Juventude de Panambi (RS), Caroline Mottecy de Oliveira, conseguiu proibir a venda da Assadinha em sua cidade e levou sua decisão ao resto do país.
Atraídas pelas reações da boneca, as crianças concentrariam seus atos de estímulo naquela região. Isto atrapalharia o desenvolvimento psicossexual dos pequenos. Nunca vi a boneca. na época, a psicóloga Roberta Haushahn declarou:
— A criança pode pensar que, se para uma boneca é interessante tocar na região genital, para ela ou o coleguinha também pode ser.
Mas que frases disse a psicóloga, hein? Nem vou analisar. Já a mãe de uma menina de 10 anos, achava que quanto mais as crianças conhecessem seu próprio corpo, melhor. A Cotiplás iria recorrer da decisão, mas talvez um advogado esperto tenha dito aconselhado melhor a empresa.
A mim, o nome Assadinha apenas remete a antigas e gostosas práticas comunistas. Ah, as vitelas… Afinal, sempre fui um comunista autêntico, swiftiano.
O Inter, o Grêmio, Michael Jackson
Disseram que Michael morreu engasgado com um pé de moleque, que é a prova de que a “América” é a terra da oportunidade, pois nasceu preto e pobre e morreu branca e rica, mas nada se compara a esta bobagem enviada por e-mail pela querida Claudia Cardoso.








