“Desânimo geral”, este é o titulo de uma das conversas que estamos travando em um dos grupos de discussões do Inter, justo naquele onde há mais conselheiros do clube. Mas a sensação estende-se aos outros grupos dos quais participo. Ninguém mais suporta falar sobre as escalações do time sabendo que estas são ditadas pela política do vestiário. Agora é Juan que provavelmente não iniciará o Gre-Nal — ou iniciará com mais dois outros zagueiros — tudo porque Bolívar, o líder do vestiário, o homem que avaliza treinadores, é inamovível.
Imaginem a vontade de treinar de um cara como, por exemplo, Rodrigo Moledo. Ele conseguiu retirar o Bolívar do time num esforço supremo — na bola que jogou a mais — e saiu do time por lesão. Virou reserva novamente. Está lá, no banco. Não sou apaixonado por ele, mas Moledo foi sacaneado. Dia desses ressurgiu no lugar de Índio. E foi o melhor da defesa.
Desta forma, o melhor Inter não pode entrar em campo em função do grupo de Bolívar. As substituições comprovam. Sempre saem os mais jovens (Élton, Fred), com os confirmados permanecendo em campo. E não há como motivar aqueles que não são amigos do General. Quase todo mundo está de saco cheio: os outros jogadores e a torcida. A perspectiva é péssima, mesmo contra o time do Grêmio.
Esse Gre-Nal pode desaguar em nova e desnecessária crise, mesmo que o Grêmio seja um time de opereta. Bem treinado, mas de opereta.
Faz algum tempo que decidi: como sócio e colorado, sigo pagando o clube, mas não vou ao estádio até que veja que o vestiário não é de um grupo de ex-vencedores, porque até as vitórias têm prazo de validade no futebol.
Como é que eles cantam “Com o Grêmio onde o Grêmio estiver” se não sabem onde estão?
Costumo discutir com meus amigos gremistas sobre a localização do Estádio Olímpico Monumental (grandioso, não?), o qual possui este nome por ter sido a sede principal das Olimpíadas de Porto Alegre. Sempre soube que o time da Azenha era, na verdade, o time da Medianeira, mas eles e a imprensa esportiva desejam ser “da Azenha”. Há músicas do clube que falam em Azenha e o site do clube confirma a informação. São equívocos.
Pois, em verdade, o estádio localiza-se na Medianeira, sendo que apenas o Pórtico Monumental e Imortal dos Campeões faz limite com o modesto bairro onde morei alguns anos. Como somos pessoas normais, sempre estranhei que abrigássemos o santuário de Zeus. Hoje eu descobri a verdade:
Medianeira é um bairro da zona sul da cidade de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foi criado pela Lei 1762 de 23 de julho de 1957, com limites alterados pela Lei 4626 de 21 de dezembro de 1979. Foi o primeiro bairro criado por lei.
(…)
O bairro também abriga o Estádio Olímpico Monumental, do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, que fica nos limites com o bairro vizinho da Azenha. Entretanto, como o acesso se dá por este último – e, para confundir, por uma avenida homônima ao bairro -, muitas pessoas acreditam que o referido estádio fica no bairro Azenha, o que é uma inverdade.
OK, nosso estádio deveria ser chamado de Beira-Lago, mas isso eu não acho tão divertido.
O bairro Azenha encontra-se às costas do fotógrafo que mostra a parte mais desinteressante da Medianeira | Foto: http://espaomarapoatextoseimagens.blogspot.com.br/
O caso do romance Ulysses X Paulo Coelho: ontem li uma monumental besteira escrita por uma articulista num veículo de esquerda. É chocante a dificuldade que as pessoas têm de simplesmente admitir que foi uma bem urdida — mais uma — jogada de marketing.
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Sugiro aos querelantes que leiam um e outro. Parece-me tão simples.
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Detesto ir a dentistas. Vou hoje fazer uma revisão. Ainda bem que não sinto dores e tudo acabará em limpeza, como tem sido nos últimos cinco anos.
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Ontem, comprei o Amsterdam do McEwan. O Charlles Campos nem imagina, mas o fiz por insistência dele.
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O Inter contratou Rafael Moura quase na data do retorno de Leandro Damião. É uma diretoria muito bem humorada.
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Acho que o Inter pode continuar mandando seus jogos no Beira-Rio, mas não o Gre-Nal. Isto é, não jogos com duas torcidas.
Já passei da fase de defender meu time sob quaisquer circunstâncias. Quando um árbitro beneficia o Inter, digo sem qualquer problema ou sofrimento. Ontem, houve um jogo aqui no Olímpico onde o Bahia foi roubadíssimo em favor do Grêmio. À exceção de um, foram lances claríssimos. Não creio em pagamento de árbitro, mas em azar e predisposição. O sergipano Lima e Silva e seus auxiliares tiveram azar de ocorrerem vários lances duvidosos que fizeram com que aparecesse claramente sua predisposição a não se incomodar com a torcida local. O gol da virada do Bahia foi legal. O gol da vitória do Grêmio foi MUITO ilegal e na cara do auxiliar que vigia a linha de gol. O sujeito estava há 5 metros de distância e voltado para o lance. Quando pensei que o cara ia falar com juiz a fim de anular o gol, ele apenas avisou ao perdido sergipano que ele tinha dado dois cartões para Mancini e, portanto, deveria expulsar o jogador do Bahia. Foi uma decisão correta. O único lance realmente duvidoso foi se Kleber estaria ou não impedido no primeiro gol do Grêmio. Porque o pênalti posterior foi claro.
Ou seja, houve uma cirurgia no Olímpico e estou esperando a visita do sergipano ao Beira-Rio para poder dizer que beneficiaram o Inter.
Publicado originalmente no Sul21em 6 de de abril de 2012
Uma tragédia fica caracterizada onde não há apenas seriedade e dignidade, mas também conflitos com instâncias superiores, sejam elas metafísicas, como com deuses ou o destino, ou tangíveis, como com as leis e a sociedade. No caso de Heleno de Freitas o algoz foi o destino, o qual, como nas tragédia grega, não se deixou dobrar em nenhum momento. Pode-se dizer que Heleno cumpriu minuciosamente todo o papel trágico que lhe cabia, saindo da glória para a loucura e a morte em linha reta, com a convicção demonstrada sobejamente em Heleno, filme de José Henrique Fonseca, em cartaz nas principais cidades brasileiras.
A obra, rodada em gloriosa fotografia em preto a branco, deixa-nos por duas horas livres de quaisquer vestígios de ciúmes sobre a qualidade do cinema argentino, apesar da presença do hermano Fernando Castets dentre os roteiristas. Mais: não é necessário gostar de futebol para gostar de Heleno. Advogado, jogador de futebol dos bons, galã, boa vida, viciado em éter e lança-perfume, intratável, inteligente e vítima da sífilis, Heleno de Freitas traz todos os ingredientes de um grande personagem de tragédia. Vitimado pelos vícios e pela sífilis diagnosticada tardiamente — e que ele se negava a admitir ou tratar — , Heleno também foi vitimado pela celebridade e arrogância. É uma história triste, claro.
O craque e seu cabelo bem repartido
Heleno foi o primeiro grande encrenqueiro do futebol brasileiro e talvez mantenha-se no topo até hoje. A Adriano Imperador falta não apenas classe. O comportamento de nosso contemporâneo é uma brincadeira boba e monotemática frente a alguém que foi o principal jogador do Botafogo por oito anos — que fez 209 gols em 235 jogos no Bota, além de 19 em 24 jogos pelo Vasco e 15 em 18 jogos pela Seleção — , que desprezava seus companheiros pelo fato de serem um bando de pernas-de-pau (e que dizia e repetia isso para quem quisesse ouvir, a imprensa deliciava-se), que conquistava as mulheres que bem entendia, que se irritava por nada, que deu um nada metafórico tiro no pé ao tentar acender um fósforo enfiado na unha (John Wayne foi sua inspiração), que tinha amigos empresários, juristas e diplomatas e que acabou louco. Como definiu seu biógrafo Marcos Eduardo Neves:
Ele era temperamental como Edmundo, bonito como Raí, mulherengo como Renato Gaúcho, artilheiro como Romário, boêmio como Ronaldinho Gaúcho, inteligente como Tostão, de boa família como Kaká, elegante como Falcão e problemático como Adriano.
(Faltou dizer que ele torrava dinheiro e era explorado pelos amigos como Garrincha).
Rita Hayworth no papel de Gilda
Seu gênio irascível e predador de mulheres rendeu-lhe o apelido de Gilda, analogia com a célebre personagem de Rita Hayworth, também bela e incontrolável. O apelido foi criado pela torcida do Fluminense. As noites de Heleno eram no Copacabana Palace, no Cassino da Urca ou na boate Vogue, tudo o que de melhor que a noite do Rio oferecia. Porém, assim como Rita Hayworth dizia que “todos os homens que já tive foram para a cama com Gilda e acordaram comigo”, Heleno dormia no Copacabana Palace e acordava no Botafogo. E o Botafogo era ruim demais, só Heleno se salvava. O time era tão ruim que Heleno nunca foi campeão carioca pelo time.
Em 1948, a contragosto, foi vendido ao Boca Juniors na maior transação do futebol brasileiro até então. Deixou a mulher grávida no Rio e seguiu fazendo seus gols até dar o tal tiro no pé. Voltou para conquistar seu único título carioca pelo Vasco, no ano de 1949. O técnico do Vasco era o exigente Flávio Costa, que também comandava a Seleção Brasileira. Aliás, a Seleção tinha por base o Vasco. Assim, era quase inevitável que Heleno jogasse e fosse Campeão do Mundo em 1950. Mas não gostava dos treinos, coisas chatas e cansativas após as noitadas. Um dia, irritado, ameaçou Flávio Costa com uma arma descarregada e acabou apanhando. Ficou fora da Copa, claro. E acabou partindo para a Colômbia, que pagava os mais altos salários do continente. Com a camisa do Atlético Barranquilla, “El jugador”, com era conhecido, encantou um jovem jornalista chamado Gabriel García Márquez.
Durante a Copa do Mundo, Heleno esteve na Colômbia. Quando soube da derrota, numa das melhores cenas do filme, Heleno comemorou a perda do título, finalizando a festa como sempre: com bebedeira e mulheres.
Fora de forma e falido, viciado em éter e lança-perfume, mas com os sintomas da sífilis já absolutamente presentes, teve uma passagem pelo Santos — nunca entrou em campo — e voltou ao Rio em 1953 para jogar em seu novo clube, o América-RJ. Jogou apenas alguns minutos. Foi expulso no primeiro tempo e nunca mais entrou em campo. Foi internado em 1954 na Casa de Saúde São Sebastião. Emagreceu, perdeu dentes e cabelo e o que lhe restava de sanidade. Ouvia vozes e agia de forma violenta.
O cuidadoso mosaico que o filme vai montando é formado por cenas alternadas da ascensão, glória, decadência e fim do craque, sem respeito à linha de tempo. É perfeito ao mostrar como que sua vida fora do campo foi lentamente matando o craque. Rodrigo Santoro, no papel de Heleno, voltou a demonstrar que não é apenas mais uma carinha bonita. Poucas vezes se viu no cinema nacional uma imersão tão radical num personagem. Basta dizer que o ator perdeu 12 quilos para viver as cenas finais do filme, já louco num sanatório. Santoro começou as filmagens pesando entre 80 e 82 quilos e chegou a 68, 69, fruto de uma dieta rigorosa ou, segundo declarou, da fome. Também tomou aulas com o bailarino Marcelo Misailidis para ganhar leveza e agilidade, características do jogador. O treinamento com bola foi feito com o ex-jogador Cláudio Adão.
O trio principal de atores é completado por Alinne Moraes, como Sílvia, esposa do jogador, pela colombiana Angie Cepeda, uma de suas amantes, e por Erom Cordeiro, que faz Alberto, o melhor amigo de Heleno e que acaba ficando com sua mulher… Heleno foi a mais solitária das estrelas.
Heleno é um filme rigoroso, não é moralista e muito menos piegas. Mesmo a música que acompanha a degenerecência mental do craque não busca lágrimas. É um movimento da 5ª Sinfonia de Mahler. O diretor Fonseca diz que gostaria que os espectadores soubessem da biografia de Heleno antes de verem o filme, pois considera que as cenas mostradas sejam insuficientes. Pedimos licença para discordar. O que é mostrado nos deixa tão fascinados que é impossível não sair do cinema e dar uma olhadinha no Google.
É, o difícil é fazer o simples
Bruno Zortea, no Facebook
O time está perfeito, espetacular? Claro quer não. Vamos patrolar o Vasco? Olha, se alguém passar por cima de alguém é mais provável que estejamos SOB o Vasco no próximo sábado. Mas o Inter melhorou muito, basta (re)ver o jogo de ontem. Fernandão e seu auxiliar não tiveram tempo para grande treinamentos. Acertaram apenas a escalação e tiveram a sorte de pegar dois adversários fracos — Atlético-GO e Figueirense. Mas só o fato de terem abandonado algumas invenções de Dorival e principalmente por não fazerem o gênero de substituições tolas como as do ex-treinador, fizeram o time crescer. Mudou muito? Não, negativo, porém Fernandão fixou o excelente Fred como titular na ausência de outros meias e evitou aquelas dorivalices de escalar um monte de “confirmados” (segundo ele) ou um monte de jovens, sem mesclar. Estes têm que entrar um a um, apoiando-se nos mais experientes.
A melhora do time reforça minha tese de que o melhor treinador é o que tem bom senso. É óbvio que eu não poderia treinar um time de futebol mesmo sabendo escalá-lo — pois desconheço a rotina de correções de posicionamentos, posturas, ajustes finos, controle do grupo, etc., mas penso que qualquer auxiliar de uma Comissão Técnica possa assumir o posto de técnico desde que lhe seja dado apoio e que haja organização e uma política de futebol. Por favor, chega de figurões, de magos. O Inter tem uma vaga política futebolística, mas Fernandão tem boa postura e apoio. É um ídolo do clube e isto lhe bastou para esta arrancadinha. Fundamentalmente, está longe de ser um tolo: como sabe que não é treinador — por enquanto é apenas um bom escalador de time — fez o Inter trazer do Catar um auxiliar técnico muito respeitado: Josué Teixeira, que trabalhava com Abel Braga, este sim um técnico de futebol.
O trabalho começa com duas vitórias que não garantem nada, mas já sabe melhor do que o de Dorival. Fernandão não perde os jogos na véspera, desculpando-se com desfalques por lesões, convocações ou cartões. Disse quando assumiu: o time que eu escalar é o Inter e será cobrado como o Inter é sempre cobrado. E foi esperto o suficiente para não tentar ser gênio. Apenas botou em campo a escalação que a gente imagina a mais equilibrada. E fim.
E é óbvio que desejo a Fernandão toda a sorte do mundo.
Com a simplicidade de Fernandão, até Elton voltou a parecer um jogador de futebol
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A tabela do Brasileiro de 2012 é completamente diferente das dos anos anteriores. Vários clubes dispararam e a necessidade de pontos para a Libertadores será muito maior. Um campeão como o Corinthians, vencedor com menos de 66% dos pontos, está fora de questão. O Atlético-MG tem 85% e o Vasco 81%. O Grêmio, com pontuação de líder (66%), está em quarto lugar e os rebaixados têm o mais baixo percentual de aproveitamento dos últimos anos. A tabela não está achatada, muito pelo contrário. O site de estatísticas Chance de Gol avisa que os pontos necessários para a Libertadores não são mais os 63, 64 dos últimos anos, mas 74.
Avassalado por críticas, o técnico Dorival Júnior foi confirmado nesta quinta-feira pela diretoria do Internacional como treinador do time. Por enquanto. Quando um treinador entra em rota de colisão com torcida e jogadores, é apenas questão de tempo a sua demissão. Até lá, o Inter já estará distanciado da liderança do Brasileirão e qualquer sonho do tetracampeonato estará condenado.
Em sua defesa, o treinador disse que “não é mágico” e indiretamente reclama dos desfalques e do grupo de jogadores que tem disponível. Isto tem fundamento, mas não justifica pois as críticas são de longo prazo. Uma análise detalhada deixa claro que seu ciclo se encerrou em Porto Alegre.
Um treinador sobrevive sobre um tripé: resultados, bom futebol e comando de vestiário. Dorival fracassa nas três. Dorival tem a seu favor, dois títulos: um 3×1 em seu terceiro jogo no comando que garantiu o título da Recopa Sul-Americana. Neste jogo, fez um trabalho impecável e mereceu os louros. O outro é o Gauchão, um campeonato que Grêmio e Inter tem sempre a obrigação. Mas no Brasileirão e Libertadores, as competições mais difíceis, seu desempenho é discutível.
Em agosto de 2011, o técnico assumiu o time na 7º colocação, 14 pontos atrás do líder e 7 atrás do G5. Se manteve exatamente ali por mais de um turno, exceto nas 3 últimas rodadas quando foi 4º, 6º e finalmente 5º. Um ano depois, na mesma competição, o Inter está na 8º colocação, 9 pontos atrás do líder em 10 rodadas. Ou seja, um desempenho medíocre para quem almeja o título, 32 anos atrasado.
Dorival reclama dos desfalques, algo que todos os times possuem. Mas muitos dos jogos de pior desempenho ocorreram com time quase completo, como no 1×1 contra o Bahia ou no 1×2 para o Botafogo. Ele não cita que a maioria absoluta das lesões são causadas por problemas musculares, com a preparação física de responsabilidade de seu auxiliar Celso de Rezende, bastante criticado nos bastidores.
Na Libertadores, seu rendimento foi catastrófico. Em 10 jogos, 3 vitórias (todas em casa), 4 empates e 3 derrotas. Se classificou com a pior campanha da 1º fase em um grupo tenebroso com Juan Aurich e The Strongest, além do Santos (que, aliás, passeou e fez a 3º melhor campanha da 1º fase). O Inter só teve duas partidas convincentes, contra o Once Caldas na estréia e contra o The Strongest também no Beira-Rio.
O Estadual não foi muito diferente. Depois de uma primeira fase boa, acabou eliminado pelo Grêmio em casa com uma atuação medíocre na Taça Piratini. No returno foi melhor, eliminou o Grêmio na final, levantando a Taça Farroupilha e garantido na decisão contra o Caxias. Em dois jogos de rendimento bem ruim, perdia o título em casa até 20 do 2º tempo quando o Inter empatou e virou o placar. Mesmo assim correu riscos de perder o título nos minutos finais, salvo por Muriel.
Vamos ao outro baluarte de um treinador: bom futebol. Eventualmente um time pode não obter os resultados plenos mas agradar seus torcedores. Vimos a união “títulos+show” em times como o Inter dos anos 70 ou o Grêmio de 2001. Mas já apreciamos, mesmo em nível clubístico, times que jogaram muito bem e ainda assim não se sagraram campeões, casos do Inter de 2009 e do Grêmio de 2002.
Pior que os resultados colorados sob o comando de Dorival são as atuações nada convincentes: nenhuma sequência de 3 vitórias em competições nacionais e/ou Libertadores. Se comparado com temporadas anteriores é um desempenho medíocre. Por exemplo, o Inter de 2009 teve ALGUMAS sequências com 4 ou mais vitórias consecutivas. Um futebol envolvente, 156 gols em um ano. Alguma vez, o torcedor colorado teve, sob a batuta de Dorival Júnior, uma sequência de jogos que pudesse dizer: “nossa, como o time tá jogando legal, empolgante”? Negativo.
Não existe um padrão técnico e tático, jogadas que se possa dizer: “isto é a cara do treinador, um trabalho bem feito”. Os treinamentos são desperdiçados em inúteis treinos contra adversários invisíveis e rachões sem fim. O time não consegue jogar pressionando o adversário, nem mesmo na saída de bola do visitante, algo absolutamente incomum em se tratando de Internacional.
Porém o pior de tudo para um técnico é perder o vestiário. Isto é, perder a confiança dos atletas com seu trabalho. Desde agosto, são diversos casos de indisciplina dentro e fora dos gramados. Jogadores reclamando abertamenta, inclusive na imprensa. Algo raro no Beira-Rio nos últimos anos, que se tornou rotina nos últimos meses. Muitas punições com afastamento do time, punindo o clube e também a torcida.
Mas o que mais incomoda aos atletas é a incoerência. Por mais que tenha seus defeitos, Bolatti não pode ficar fora do banco de reservas em jogos sem limite de estrangeiros esgotados, algo praticamente inexistente em 2012 por lesões ou convocações. O tratamento injusto de Dorival desagrada os atletas, que vivem uma “roleta russa”: ora são titulares nos treinos, depois ficam fora do banco, aí titulares em um jogo nem concentram para a partida seguinte.
Esta semana vimos isto: Marcos Aurélio era titular, nem concentrou, depois voltou a ser relacionado. Já Maurides e João Paulo, primeiras opções e de razoável rendimento o 0x0 contra o Santos, sequer viajaram para Belo Horizonte. Fred, que se destacou em todos os jogos que entrou e treina com os profissionais desde maio, foi preterido por Lucas Lima, que chegou no clube há 1 mês e estava no Inter-B (e que até teve rendimento satisfatório) para o jogo contra o Santos.
Também vejo nas redes sociais e mesmo na imprensa algo que não condiz com a verdade. Muito se fala de que “D’Alessandro derrubou técnicos”. As demissões de Falcão e Fossatti foram pela diretoria, Mário Sérgio encerrou seu contrato, enquanto Roth caiu pela torcida. Apenas Tite se ‘enquadraria’ nesta análise.
Porém o competente técnico gaúcho sempre teve problemas a longo prazo, sem administrar direito o vestiário. Com seu discurso extremamente emocional, Tite acaba apegado a jogadores, prejudicando o time mantendo titulares em má e péssima fase, enquanto jogadores que estão “voando nos treinos” acabam invariavelmente fora da equipe, não importa o desempenho. Se na ocasião, o presidente Vitorio Piffero e o Vice-Presidente Fernando Carvalho tivessem interferido de maneira mais forte no vestiário, dando respaldo para Tite mas exigindo mudanças no time em nítido decréscimo técnico após um primeiro semestre esplendoroso, o resultado talvez tivesse sido diferente.
D’Alessandro errou muito naquele semestre, mas poucos se lembram que mesmo com Mário Sérgio dando total apoio ao atleta, seu rendimento não melhorou. Andrezinho terminou 2009 jogando muito mais que D’Alessandro, inclusive sendo titular na reta final do Brasileirão.
Ou seja, Dorival já tem seu destino traçado: a demissão em um futuro próximo.
Os resultados não dão embasamento para sua permanência.
O grupo de jogadores não confia no seu trabalho. E não consegue ser motivado por seu treinador.
A torcida quer sua cabeça. A diretoria do Inter saberá tomar a decisão correta?
Fica a questão, com a palavra: Giovanni Luigi, Luciano Davi e Fernandão.
Dorival não mostrou o dedo do meio para o dono do blog porque estava ocupado se desculpando.
“O _________ é uma excelente equipe. Tem excelentes jogadores como o _________, o _________ e também o _________. Fez uma ótima campanha no campeonato _________. O treinador deles é o competente __________. Nossa equipe está com desfalques importantes como o _________, o __________ e o __________. E o ________, voltando de lesão, ainda não está 100% em ritmo de jogo, precisa de mais tempo. Estamos aguardando as estreias de _______, _______ e ______, apesar de que eles também precisarão de tempo. Quer queiramos ou não, não podemos determinar um prazo para a equipe crescer. Eu acho que vai crescer. Apesar de que agora em diante vai faltar tempo para treinos porque teremos jogos quartas e domingos.”
Na minha opinião e na do Vicente Fonseca, com os jogos quarta e domingo e sem os treinos de Dorival, a tendência é de crescimento. Ah, o Vicente escreveu hoje: “O Internacional não perde para o Atlético-MG há quase 10 anos. A última derrota foi em outubro de 2002, 3 a 2”. Então, hoje do Rival tem a chance de quebrar um tabu.
Nada escapa a Dorival | Foto: Marcos Nagelstein / Vipcomm
Em treino realizado hoje, o time reserva do Inter tocou 4 x 0 no titular, gols de Maurides, Lucas Lima, D`Alessandro e Ygor. Time titular jogou com Muriel; Nei, Bolívar, Índio e Fabrício; Guiñazú, Elton, Marcos Aurélio e João Paulo; Dagoberto e Jajá. Reservas: Renan; Ratinho, Moledo, Dalton e Zé Mário; Ygor, Josimar, Bolatti e D`Alessandro; Maurides e Lucas Lima. Quem viu o coletivo, disse que a zaga de Moledo e Dalton nem foi incomodada.
Outro que não incomodou foi Dorival. Passou o tempo conversando com auxiliares ao lado do campo, sem intervir. Isso é que é treinador! Na metade, ele tirou Maurides dos reservas, colocando-o no time titular na vaga de Jajá. Foi o momento racional do treino. Afinal, o guri é atacante enquanto Jajá é um meio-campista lento.
No final, Dorival deu uma bronca nos titulares, mas nada de orientá-los. Uma pérola este homem.
Nilmar
Mas há mais fatos inacreditáveis, e desta vez o Dorival está fora. Soube agora que o Inter tinha se acertado ontem à noite com o Villarreal e com o empresário de Nilmar. Hoje, o empresário desfez o negócio. Motivo: achou que estava negociando os salários de seu jogador em valores líquidos e não brutos… E reclamou de sua comissão em entrevista. É muita baixaria. Talvez seja melhor desistir do cara.
Ontem, um amigo chamou minha atenção para um fato. Na página do Globoesporte relativa ao Internacional, havia notícias de várias transações que vão lentamente se confirmando. Todas elas são de repercussão internacional, coisas efetivamente grandiosas, coisas com as quais nem sonharíamos anos atrás. Há a venda de Oscar por 25 milhões de euros (79 milhões de reais); é uma venda, claro, mas já houve a chegada de Forlán, o provável retorno de Nilmar e as vindas de Ganso e do zagueiro Juan. Mas, querem saber de uma coisa?, não adianta nada se não for removido o fator Dorival.
O torcedor não aguenta mais. Nem o apoio da imprensa — sempre ao lado das direções — e nem o fato do Beira-Rio estar sendo pouco frequentado em razão das obras, impedem que a opinião pública se manifeste com clareza. O time não tem padrão de jogo, não tem jogadas e mantém-se simplesmente por seus bons jogadores. Ontem, o protesto deu-se de forma muito irônica no site do clube. O volante Bolatti, que permaneceu dois minutos em campo, recebeu 71,19% dos votos para melhor em campo na partida contra o Cruzeiro. Bolatti não é uma solução — é lento, marca mal, mas tem bom passe e, como segundo volante, é cem vezes melhor do que Élton ou Josimar. Dorival está visivelmente brincado com a torcida, talvez apostando numa demissão com multa rescisória. Após ser vaiado e chamado de burro ao inventar Jajá e Marcos Aurélio nos lugares de D`Alessandro e Dagoberto, chamou o xodó dos colorados para uma entradinha de dois minutos. Ele já tinha provocado a torcida ao fazer entrar o aposentado Bolívar no final de uma partida do Gauchão logo após a derrota para o Juan Aurich, cuja responsabilidade principal fora do zagueiro. O humor e a despreocupação de Dorival são claros. Parece estar com saudades de Florianópolis, onde tem uma mansão.
Ele é um bom treinador de imprensa e direção. É simpático e afável. Já escrevi neste blog sobre seus métodos de treinamento, mas o Inter vai ganhando e Dorival segue livre para ganhar um time invejável que não treinará. Como diz um amigo, estamos sem jóquei.
(Meus amigos gremistas são muito educados. Todos concordam racionalmente que estão absolutamente putos com a contratação de Forlán. Tudo começa pelo fato de amarem o Uruguai, por terem torcido pelo cara na Copa de 2010 e, fundamentalmente, por acharem que vai dar certo. Na boa, até eu me compadeço. Tenho um coração, porra!)
Como tínhamos previsto neste post (O Corinthians: dessa vez vai, acho), o Corinthians — “com um time de implacável pragmatismo, sem ilusões, dedicado à marcação e sem destacados protagonistas” — finalmente levou a Libertadores para casa. A conquista não incluiu as tradicionais arbitragens camaradas que acompanham o clube no Brasil, ela ocorreu limpamente no campo de jogo. Então, apesar de ter torcido para o Boca Juniors, reconheço a merecida vitória e deixo meus parabéns ao muitos e chatíssimos corintianos que conheço.
Na verdade, toda a tensão da torcida nem era justificada, tal a superioridade do time em campo. Mas sei como é, quando ganhamos a primeira Libertadores, meus amigos de outros estados diziam: “Mas foi fácil, vocês eram muito melhores que o São Paulo…” Tá bom, sofri horrores.
Para um sujeito como eu, que dá atenção residual ao futebol de seleções, a Libertadores é o torneio mais importante para ser acompanhado. Fico feliz que nossa versão da Champions League tenha se tornado uma paixão brasileira. É o terceiro título consecutivo de nosso futebol. O Inter ganhou em 2010, o Santos em 2011 e agora o Corinthians. Acho mais, acho que o espaço dado ao grande torneio fará crescer o interesse pelo Brasileiro, pela Copa do Brasil e apressará a morte dos regionais, pois é impossível manter os clubes que disputam a Libertadores fora de uma Copa do Brasil que pode levá-los novamente ao grande torneio. Em quase todos os países de futebol desenvolvido, há três grandes disputas anuais: o nacional com jogos de todos contra todos ida e volta, a Copa do país — com todos os clubes e eliminatória como a Copa do Brasil — e a competição continental. Só aqui temos estes anacrônicos regionais que atrapalham o calendário e nos fazem desrespeitar as datas Fifa. Vejam o efeito: agora, Inter e Santos perderão vários de seus principais jogadores em função das Olimpíadas. Culpa de quem? Ora, é só olhar o calendário.
Bem, aconteceu com o Grêmio o que quase todos — inclusive os mesmo gremistas mais inteligentes — esperavam. A novidade foi a chuva e o desespero de algumas emissoras de rádio para salvar o lamentável discurso de Paulo Odone após o jogo. Os jornalistas procuravam reinterpretá-lo de outra forma. Se a entrevista durou cinco minutos, as explicações e a amenização duraram dez.
Enquanto isso, escondidinho, o técnico Do Rival tentou fechar um treino com a intenção de escalar Bolívar. Ou seja, Do Rival traz um ex-jogador — porém alguém respeitado como líder — para auxiliá-lo a controlar um grupo que teima em dar a ele sua devida importância. Ou seja, serão dois generais de pijamas, um dentro e outro fora do gramado. Quando Bolívar salta para cabecear, você tem que ser rápido se quiser colocar uma folha de papel sob seus pés. Quando a bola é levantada na área do Inter, seu comportamento se equipara ao nosso no desejo de que o atacante erre. Como nós, ele torce. Hoje, abro o jornal e o texto é altamente laudatório a Bolívar. Trata-o por General. Os grupos de colorados nas redes sociais dizem exatamente o contrário. O jornal não gosta que falem mal da administração de clubes chefiados por políticos e empresários. Quando a vaia pegar de novo, haverá dez minutos explicando que ficamos nervosos e que torcedor é assim e está em seu direito.
De minha parte, estou tão cansado da política interna de Do Rival que desejo que o Sport passe o final da tarde de domingo levantando bolas em nossa área e fazendo gols. Simplesmente enchi o saco. O pior é que o Sport, que ocupa zona próxima a do rebaixamento, é tão mau time que talvez não consiga fazer nem isso. O contrato de Bolívar vai até o final de 2013.
Liédson, Danilo e Paulinho após o empate corintiano
Pois eu acho que desta vez o Corinthians será finalmente o Campeão da Libertadores. Com um time de implacável pragmatismo, sem ilusões, dedicado à marcação e sem destacados protagonistas, o time mais popular de São Paulo deverá levar não apenas a lenda de mais chato da competição. Apesar do que significa o Boca — se este passar hoje pelo Libertad — , os argentinos estão muito abaixo do que vimos ontem.
Afinal, é o ano dos pragmáticos. O Chelsea já ganhou a Liga dos Campeões vencendo times com melhores jogadores. (Acho que um encontro entre Chelsea e Corinthians deveria ser encaminhado diretamente para os pênaltis, tais suas retrancas.) Mas, ah, há lições a tirar dos enfadonhos.
Se o Chelsea teve sorte contra o Barcelona e principalmente contra o Bayern, o Corinthians demonstrou notável segurança, mantendo distância de quaisquer possibilidades de reversão. Todos, inclusive os atacantes, marcam mesmo. É comum ver Jorge Henrique, Emerson e William atirando-se à marcação com ânimo de volantes de contenção. E o resto do time faz o mesmo. Tanta dedicação aponta para um vestiário fechado e motivado, sem dorivais a impor ordens sem sentido. A marcação é completada por uma excelente organização e sincronia quando com a bola nos pés, prova de que o time não faz apenas os rachões desatentos de dorivais. Se há tanta dedicação e obediência, não há apenas Tite para administrar o grupo , há certamente uma equipe — da qual participa Fabio Maseredjan, dispensado pelo Inter para dar lugar ao preparador da equipe de dorival. OK, apesar de justos, chega de ressentimentos.
Ao ver os torcedores com lágrimas nos olhos e nervosos no final da partida, pensava em quão idiotas somos quando sob grande tensão. Eles deveriam estar tranquilos, tal a serenidade e a segurança do time do Pastor Tite. Apesar da diferença de um gol, o Santos nunca chegou a ameaçar, nem mesmo quando encontrou, sob as camadas da marcação corintiana, aquele gol de Neymar. A coisa estava tão séria e complicada para o Peixe que Neymar comemorou o gol de verdade, sem aquelas dancinhas das suas mais que vulgares músicas.
O gol foi imerecido e acabou sendo corrigido logo no começo do segundo tempo de uma forma bem corintiana — explorando o erro do adversário, no caso, Durval. Pois os times vencedores são assim, punem, estão ligados, prontos para o bote, totalmente instruídos e focados em objetivos, a não ser que sejam formados por Messis e Xavis e não precisem de tanta atenção, só de treino mesmo.
Esqueci de dizer que a objetividade do Tite — tão desapiedada quanto a de um pastor ao retirar o dízimo de seus fiéis — também revela-se quando o Corinthians toma posse da bola. O time vem tocando quase sem dribles e errando poucos passes. Os maestros são o excelente Paulinho e nosso conhecidíssimo Alex. Na reserva, há jogadores do porte de William, Liédson, Douglas, etc. Ou seja, a receita do Corinthians — provável vencedor da Lib 2012 — é foco, organização, dedicação, jogadores experientes e rejeição aos protagonismos.
Quando comparo com aquele meu time do sul… OK, eu paro.
Participo há anos de algumas listas e grupos (antes, no falecido Orkut, eram comunidades) de torcedores do Internacional. Há listas mais e menos qualificadas, há as mais equilibradas e as decididamente malucas, há as que incluem conselheiros do clube e as só de torcedores. Não leio tudo e já sei de quem eu gosto: gosto daqueles caras que assistem aos treinos. Não é pouca gente, não. E não são apenas aposentados, estudantes ou desocupados: quem vai a treino é o pessoal que trabalha à noite. Dormem em algum horário do dia e têm como diversão ver os treinos de seus times. Desta forma, mesmo sem passar manhãs ou tardes no Beira-Rio, conheço o estilo de trabalho de cada treinador. Para não falar de todos, vamos nos deter em três bons e três ruins.
Sem dúvida, Muricy Ramalho é o melhor que passou pelo Beira-Rio. Trabalha muito, é atento e amigo dos jogadores. Durante os jogos, faz substituições consequentes. Abel vem logo depois, disputando o primeiro posto com Muricy, Também amigo dos jogadores e muito trabalhador, é menos angustiado, mas é muito mais teimoso. Inventa coisas que quer ver funcionar de qualquer jeito, mesmo que a prática demonstre o contrário. E insiste. O principal é que os times destes dois treinadores trabalham tanto que o fundamento do passe e do deslocamento sempre é bem feito. E esqueçam, vocês nunca verão uma equipe treinada por eles chegar perto de uma segunda divisão ou mesmo de um mau campeonato. Os caras são dedicados mesmo. No terceiro posto, viria o uruguaio Jorge Fossati. Este parece trabalhar por objetivos. Em semanas de jogos pouco importantes, é capaz de suspender treinos para contar histórias e transforma as atividades táticas em palhaçadas. Mas é muito bom técnico, o líder tabagista Fossati.
Daí para baixo a coisa piora muito. Roth ofende os jogadores. Descontrola-se com facilidade e é retranqueiro. É treinador para as horas difíceis, quando consegue falar ao amor-próprio dos boleiros. Já Dorival Junior é o preguiçoso da turma. Prefere jogadores disciplinados e treina mesmo é a diretoria, com quem costuma se relacionar muito bem — mas dele falo mais depois. E Falcão é o pior de todos, pois não consegue repassar seu enorme conhecimento ao grupo de trabalho. É o Rei das Entrevistas, mas os boleiros não o compreendem, apesar de Falcão ter sido um deles. Várias vezes li meus correspondentes dizerem: ele pede uma coisa, insiste, os caras fazem outra.
Hoje estamos sob o “comando” de Dorival. O Genetal Dorrival não gosta de indisciplina. Fala publicamente mal de que o contesta, estabelece punições. Porém, na hora do treino, deixa a coisa rolar e fica conversando. O resultado óbvio da falta de trabalho é que o time não tem dinâmica, é inconsistente do ponto de vista tático, deixa espaços ao adversário e, fundamentalmente e faz aquilo que nenhum time do trio Muricy-Abel-Fossati comete: ERRA PASSES E MAIS PASSES. A partida contra o Botafogo deixou tudo claro: o grupo passou uma semana “treinando” com Dorival — na verdade, eram coletivos mal e mal vistos pelo treinador — e, no final de semana sofreu uma derrota indiscutível contra um adversário bem melhor do que os reservas. Estratégias, jogadas ensaiadas? Não, nada, nunca.
Além disso, uma nova característica uniu-se às citadas: seu comportamento sem convicções e pusilânime durante os jogos. No sábado, o Inter vencia por 1 a 0. Era um milagre, porque o Fogão nos massacrava. Então saiu o gol de empate. Contrariando seu estilo dito “ofensivista”, Dorival chamou Elton, uma de suas ovelhas mais disciplinadas e sem sal, para entrar em campo. Como jogador, Elton é um péssimo volante. A ideia era a de fechar o meio-de-campo… Foi vaiado e chamado de burro COM RAZÃO pela torcida. Quando já estava todo baratinado, olhando para todos os lados, ocorreu o fato que o salvou e enterrou de vez o time: o Bota fez o segundo gol e ele desistiu de Elton.
Eu ouvi o jogo pelo rádio, mas como vejo muito o Inter, sabia o que estava acontecendo. Os comentaristas das três emissoras diziam o mesmo. O Botafogo tem cinco no meio-de-campo, está em maioria contra os quatro do Inter. Como solução, Dorival deveria avançar Fabrício e/ou Nei para o meio a fim de tentar equilibrar a briga pela bola. Afinal, lá atrás tínhamos quatro jogadores contra um do Fogão, Herrera.
Ou Dorival não se apercebeu do fato ou os jogadores nunca tinham treinado aquele movimento. Mas o pior da falta de treinos não é nem a impossibilidade de mudar taticamente, é o time não manter a bola consigo, errando passes lamentavelmente. Como disse Andrade — e esse aí entende da coisa — , quem não tem a bola corre o dobro. Está na hora da troca, novamente. Já deu para ver que Dorival não vai funcionar e sua relação com o grupo — vide Fabrício — vai de mal a pior. Sua saída será um alívio para os jogadores e a torcida. Minha sugestão? O caríssimo Dunga ou o barato e bom Paulo Porto.
Dorival Junior dirigindo-se a um treino: animação contagiante
Foto encontrada pela colega colorada Rachel Duarte
Felipão ainda manda no Olímpico. Preferia a queda numa final contra o São Paulo, mas assim já está bom. O importante para os colorados é que o Grêmio não vá à Libertadores 2013. Penso que é importante que a Arena sirva ao semi-amador Campeonato Gaúcho no início do ano que vem.
Provocações à parte, a falta de luz na Vila Belmiro fez com eu visse o finzinho do jogo no estádio da Medianeira. Vi tudo, não? Acho que o Victor não falhou o segundo gol. O cara errou a cabeçada, surpreendendo a todos e fazendo a bola ir chochinha para o gol. Nunca esqueçam das lições do gênio Luis Artime. 1/3 dos gols de centroavante saem de erros. O cara quer uma coisa, consegue outra e é feliz. É da vida.
Obrigado, Palmeiras! Achei bonito. E muita atenção em São Paulo. Vocês não têm time para sairem rebolando por aí.
O lateral Fabrício salvou o time? Então merece ser punido!
Flamengo 3 x 3 Inter foi um jogo cheio de falhas, mas foi um jogão. Permaneceu em aberto até o último minuto, quando Moledo deixou Wellington livre para cabecear em nossa área. A atuação de Índio só pode ser qualificada como uma tragédia, porém muito mais trágica foi a postura inicial do Inter em campo. O time entrou com três volantes, mas com um deles, Josimar, jogando incompreensivelmente adiantado. Assim, o General Dorrival Junior repetiu o erro cometido na partida contra o Santos, na Vila Belmiro, durante a primeira fase da Libertadores 2012. Trouxe de volta o tradicional esquema chama-derrota, imortalizado por Celso Roth.
E a derrota não se fez de rogada. Em quinze minutos atendeu ao chamado do General Dorrival e se fez presente. Fla 2 a 0. Só que o Inter, mesmo desfalcado — com oito jogadores lesionados, punidos ou na Seleção Brasileira — , é muito melhor que o Flamengo e buscou um resultado que não deixa de ser aceitável, pois a maioria dos times que irão ao Rio de Janeiro para enfrentar o Fla voltarão sem ponto nenhum na bagagem.
É um curioso início de campeonato. Pela primeira vez, em muitos anos, estamos iniciando um Brasileiro 100% dedicados a ele. Os melhores times — Santos e Corinthians — estão ainda na Libertadores, assim como alguns médios — casos de São Paulo, Grêmio, Palmeiras e Coritiba — estão na Copa do Brasil. É hora de fazer pontos enquanto os outros utilizam times reservas em seus jogos.
Então voltamos ao General Dorrival. Ele justificou os 3 volantes da foma mais incrível. “Se eu começasse com dois meias, só teria volantes no banco. Como mudaria o jogo?” Em resumo: o Dorrival começou com o time ruim pra depois fazer o certo e parecer que agiu como um estrategista e muda o jogo. Mas não é apenas isso. A ausência de meias era em parte consequência da punição de o Genaral Dorrival impusera a Jajá. E a diretoria não peita Dorrival, que tem um histórico de punições a jogadores no Santos (onde afastou Neymar e Ganso) e no Atlético-MG (onde afastou André). Ele gosta de se desfalcar… Não seria o caso de conversar com o Jajá?
Ontem, foi salvo por Fabrício, que marcou um golaço, deu um cruzamento mortal para o gol de Gilberto e desarmou Love quando este estava fazendo 0 quatro do Fla. Porém, como discutiu durante a partida com o jogador, criticou-o asperamente na entrevista coletiva após o jogo e “disse que deixaria o caso para a direção”, sucedâneo para “vou punir o cara”. Na boa, é um General, só que do rival. Jajá estava bem, em forma. Mal está o Moledo, que é obediente à Dorrival, mas está sempre na noite, fora de forma. Mal está o Nei, verdadeiro culpado pelo terceiro gol do Flamengo, culpa atribuída por Dorrival a Fabrício. Vá entender.
O bom é que o time se ajeita sozinho. Dátolo, Dagoberto e Fabrício, principalmente estes, não gostam de perder. Os três negam as frases de “um empate tá bom” que Dorrival e seu criado Nei dizem a cada entrevista.
Fernandão, membro da comissão técnica parece ter mais inteligência. Preocupado, foi até os repórteres para tentar abafar a nova crise.
– Vou falar agora porque vamos ficar dois dias de folga e não quero que o assunto se estenda até terça-feira. Todos se cobram, todos discutem, mas sempre são assuntos resolvidos no vestiário, como este. Acabou.
Esperamos que sim, Fernandão. Se o General Dorrival punir o Fabrício ficará claro que quer a multa rescisória.