Dorival Junior está com o prazo de validade vencido

Participo há anos de algumas listas e grupos (antes, no falecido Orkut, eram comunidades) de torcedores do Internacional. Há listas mais e menos qualificadas, há as mais equilibradas e as decididamente malucas, há as que incluem conselheiros do clube e as só de torcedores. Não leio tudo e já sei de quem eu gosto: gosto daqueles caras que assistem aos treinos. Não é pouca gente, não. E não são apenas aposentados, estudantes ou desocupados: quem vai a treino é o pessoal que trabalha à noite. Dormem em algum horário do dia e têm como diversão ver os treinos de seus times. Desta forma, mesmo sem passar manhãs ou tardes no Beira-Rio, conheço o estilo de trabalho de cada treinador. Para não falar de todos, vamos nos deter em três bons e três ruins.

Sem dúvida, Muricy Ramalho é o melhor que passou pelo Beira-Rio. Trabalha muito, é atento e amigo dos jogadores. Durante os jogos, faz substituições consequentes. Abel vem logo depois, disputando o primeiro posto com Muricy, Também amigo dos jogadores e muito trabalhador, é menos angustiado, mas é muito mais teimoso. Inventa coisas que quer ver funcionar de qualquer jeito, mesmo que a prática demonstre o contrário. E insiste. O principal é que os times destes dois treinadores trabalham tanto que o fundamento do passe e do deslocamento sempre é bem feito. E esqueçam, vocês nunca verão uma equipe treinada por eles chegar perto de uma segunda divisão ou mesmo de um mau campeonato. Os caras são dedicados mesmo. No terceiro posto, viria o uruguaio Jorge Fossati. Este parece trabalhar por objetivos. Em semanas de jogos pouco importantes, é capaz de suspender treinos para contar histórias e transforma as atividades táticas em palhaçadas. Mas é muito bom técnico, o líder tabagista Fossati.

Daí para baixo a coisa piora muito. Roth ofende os jogadores. Descontrola-se com facilidade e é retranqueiro. É treinador para as horas difíceis, quando consegue falar ao amor-próprio dos boleiros. Já Dorival Junior é o preguiçoso da turma. Prefere jogadores disciplinados e treina mesmo é a diretoria, com quem costuma se relacionar muito bem — mas dele falo mais depois. E Falcão é o pior de todos, pois não consegue repassar seu enorme conhecimento ao grupo de trabalho. É o Rei das Entrevistas, mas os boleiros não o compreendem, apesar de Falcão ter sido um deles. Várias vezes li meus correspondentes dizerem: ele pede uma coisa, insiste, os caras fazem outra.

Hoje estamos sob o “comando” de Dorival. O Genetal Dorrival não gosta de indisciplina. Fala publicamente mal de que o contesta, estabelece punições. Porém, na hora do treino, deixa a coisa rolar e fica conversando. O resultado óbvio da falta de trabalho é que o time não tem dinâmica, é inconsistente do ponto de vista tático, deixa espaços ao adversário e, fundamentalmente e faz aquilo que nenhum time do trio Muricy-Abel-Fossati comete: ERRA PASSES E MAIS PASSES. A partida contra o Botafogo deixou tudo claro: o grupo passou uma semana “treinando” com Dorival — na verdade, eram coletivos mal e mal vistos pelo treinador — e, no final de semana sofreu uma derrota indiscutível contra um adversário bem melhor do que os reservas. Estratégias, jogadas ensaiadas? Não, nada, nunca.

Além disso, uma nova característica uniu-se às citadas: seu comportamento sem convicções e pusilânime durante os jogos. No sábado, o Inter vencia por 1 a 0. Era um milagre, porque o Fogão nos massacrava. Então saiu o gol de empate. Contrariando seu estilo dito “ofensivista”, Dorival chamou Elton, uma de suas ovelhas mais disciplinadas e sem sal, para entrar em campo. Como jogador, Elton é um péssimo volante. A ideia era a de fechar o meio-de-campo… Foi vaiado e chamado de burro COM RAZÃO pela torcida. Quando já estava todo baratinado, olhando para todos os lados, ocorreu o fato que o salvou e enterrou de vez o time: o Bota fez o segundo gol e ele desistiu de Elton.

Eu ouvi o jogo pelo rádio, mas como vejo muito o Inter, sabia o que estava acontecendo. Os comentaristas das três emissoras diziam o mesmo. O Botafogo tem cinco no meio-de-campo, está em maioria contra os quatro do Inter. Como solução, Dorival deveria avançar Fabrício e/ou Nei para o meio a fim de tentar equilibrar a briga pela bola. Afinal, lá atrás tínhamos quatro jogadores contra um do Fogão, Herrera.

Ou Dorival não se apercebeu do fato ou os jogadores nunca tinham treinado aquele movimento. Mas o pior da falta de treinos não é nem a impossibilidade de mudar taticamente, é o time não manter a bola consigo, errando passes lamentavelmente. Como disse Andrade — e esse aí entende da coisa — , quem não tem a bola corre o dobro. Está na hora da troca, novamente. Já deu para ver que Dorival não vai funcionar e sua relação com o grupo — vide Fabrício — vai de mal a pior. Sua saída será um alívio para os jogadores e a torcida. Minha sugestão? O caríssimo Dunga ou o barato e bom Paulo Porto.

Dorival Junior dirigindo-se a um treino: animação contagiante

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Obrigado, Palmeiras!

Foto encontrada pela colega colorada Rachel Duarte

Felipão ainda manda no Olímpico. Preferia a queda numa final contra o São Paulo, mas assim já está bom. O importante para os colorados é que o Grêmio não vá à Libertadores 2013. Penso que é importante que a Arena sirva ao semi-amador Campeonato Gaúcho no início do ano que vem.

Provocações à parte, a falta de luz na Vila Belmiro fez com eu visse o finzinho do jogo no estádio da Medianeira. Vi tudo, não? Acho que o Victor não falhou o segundo gol. O cara errou a cabeçada, surpreendendo a todos e fazendo a bola ir chochinha para o gol. Nunca esqueçam das lições do gênio Luis Artime. 1/3 dos gols de centroavante saem de erros. O cara quer uma coisa, consegue outra e é feliz. É da vida.

Obrigado, Palmeiras! Achei bonito. E muita atenção em São Paulo. Vocês não têm time para sairem rebolando por aí.

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Inter: General Dorrival está irritadinho de novo, ui!

O lateral Fabrício salvou o time? Então merece ser punido!

Flamengo 3 x 3 Inter foi um jogo cheio de falhas, mas foi um jogão. Permaneceu em aberto até o último minuto, quando Moledo deixou Wellington livre para cabecear em nossa área. A atuação de Índio só pode ser qualificada como uma tragédia, porém muito mais trágica foi a postura inicial do Inter em campo. O time entrou com três volantes, mas com um deles, Josimar, jogando incompreensivelmente adiantado. Assim, o General Dorrival Junior repetiu o erro cometido na partida contra o Santos, na Vila Belmiro, durante a primeira fase da Libertadores 2012. Trouxe de volta o tradicional esquema chama-derrota, imortalizado por Celso Roth.

E a derrota não se fez de rogada. Em quinze minutos atendeu ao chamado do General Dorrival e se fez presente. Fla 2 a 0. Só que o Inter, mesmo desfalcado — com oito jogadores lesionados, punidos ou na Seleção Brasileira — , é muito melhor que o Flamengo e buscou um resultado que não deixa de ser aceitável, pois a maioria dos times que irão ao Rio de Janeiro para enfrentar o Fla voltarão sem ponto nenhum na bagagem.

É um curioso início de campeonato. Pela primeira vez, em muitos anos, estamos iniciando um Brasileiro 100% dedicados a ele. Os melhores times — Santos e Corinthians — estão ainda na Libertadores, assim como alguns médios — casos de São Paulo, Grêmio, Palmeiras e Coritiba — estão na Copa do Brasil. É hora de fazer pontos enquanto os outros utilizam times reservas em seus jogos.

Então voltamos ao General Dorrival. Ele justificou os 3 volantes da foma mais incrível. “Se eu começasse com dois meias, só teria volantes no banco. Como mudaria o jogo?” Em resumo: o Dorrival começou com o time ruim pra depois fazer o certo e parecer que agiu como um estrategista e muda o jogo. Mas não é apenas isso. A ausência de meias era em parte consequência da punição de o Genaral Dorrival impusera a Jajá. E a diretoria não peita Dorrival, que tem um histórico de punições a jogadores no Santos (onde afastou Neymar e Ganso) e no Atlético-MG (onde afastou André). Ele gosta de se desfalcar…  Não seria o caso de conversar com o Jajá?

Ontem, foi salvo por Fabrício, que marcou um golaço, deu um cruzamento mortal para o gol de Gilberto e desarmou Love quando este estava fazendo 0 quatro do Fla. Porém, como discutiu durante a partida com o jogador, criticou-o asperamente na entrevista coletiva após o jogo e “disse que deixaria o caso para a direção”, sucedâneo para “vou punir o cara”. Na boa, é um General, só que do rival. Jajá estava bem, em forma. Mal está o Moledo, que é obediente à Dorrival, mas está sempre na noite, fora de forma. Mal está o Nei, verdadeiro culpado pelo terceiro gol do Flamengo, culpa atribuída por Dorrival a Fabrício. Vá entender.

O bom é que o time se ajeita sozinho. Dátolo, Dagoberto e Fabrício, principalmente estes, não gostam de perder. Os três negam as frases de “um empate tá bom” que Dorrival e seu criado Nei dizem a cada entrevista.

Fernandão, membro da comissão técnica parece ter mais inteligência. Preocupado, foi até os repórteres para tentar abafar a nova crise.

– Vou falar agora porque vamos ficar dois dias de folga e não quero que o assunto se estenda até terça-feira. Todos se cobram, todos discutem, mas sempre são assuntos resolvidos no vestiário, como este. Acabou.

Esperamos que sim, Fernandão. Se o General Dorrival punir o Fabrício ficará claro que quer a multa rescisória.

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Dia do Trabalho

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Isso eu nunca tinha visto — acho melhor o DoRival e o Bolívar se cuidarem…

Ontem, minha cara-metade me chamou para assistir uma matéria espantosa na RAI. Era o mais inusitado dos fatos. O capitão do Genoa recolhia as camisetas de seus companheiros, uma a uma, a pedido da torcida. Só que havia alguns detalhes a entender. O jogo estava no início do segundo tempo e a atitude apoiava-se num pedido da torcida, que, indignada, dizia que aqueles jogadores eram indignos de vestir a camisa do clube e pediam que eles entregassem as camisetas, uma por uma.

Tudo isso aconteceu em Gênova, no Estádio Luigi Ferraris. A manifestação das arquibancadas começou aos 8 do segundo tempo, quando o Genoa era goleado por 4 a 0  pelo Siena e o técnico Alberto Malesani, do Genoa, tinha cometido colocar o zagueiro Kaladze no lugar do atacante Sculli, certamente para não tomar ainda mais gols. Os “ultras” começaram a atirar fogos de artifício e rojões no gramado, causando a interrupção do jogo em razão da fumaça no gramado e do medo de alguns jogadores do Genoa de serem atingidos. O impasse durou 40 minutos. O capitão Rossi recolheu as camisas, mas o atacante Sculli subiu corajosamente as arquibancadas para dizer que não retiraria a sua e que o time deveria seguir jogando. Com medo, os outros jogadores entregaram suas camisas a Rossi, enquanto a torcida ameaçava invadir o campo.

Apesar da manifestação ter ocorrido bem acima da porta do visitante e do árbitro, os torcedores não incomodaram os jogadores do Siena, nem a arbitragem. Os torcedores estavam (devem estar ainda) nervosos e irritados com a ameaça de rebaixamento no Campeonato Italiano. Com os ânimos mais ou menos acalmados, o árbitro retomou a partida normalmente. O Genoa conseguiu fazer um golzinho no final, descontar para 4 x 1.

O gol, contudo, não mudou a situação perigosa do time na tabela. O Genoa soma apenas 36 pontos, um a mais que o Lecce, o primeiro na zona de rebaixamento, faltando apenas cinco rodadas para o fim do campeonato.

Acho que deveríamos fazer o mesmo para pedir a saída do técnico DoRival e de Bolívar, para começar.

Obs.: À noite, logo após a partida, o Genoa demitiu o técnico Alberto Malesani. O clube contratou Luigi De Canio para as últimas cinco rodadas no Campeonato Italiano.

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Pelo fim dos inúteis Campeonatos Estaduais — uma abordagem superficial

O título se justifica por todos os manifestos sem repercussão que li até hoje. Mas, podem ficar tranquilos, meu tom não será o de um manifesto. Até porque não cabe ser veemente, acho este período do ano bastante produtivo. Eu, que gosto de futebol e não somente de disputas quaisquer, só assisto futebol no meio da semana (Libertadores) e um pouco do futebol europeu dos finais de semana, ficando com muito mais tempo para outras coisas. Não fico tão infeliz, apesar de que futebol me faça falta como fez neste sábado e domingo, quando o Inter enfrentou os zumbis do Cerâmica, vencendo por 3 x 0, e o Grêmio o enterrado e rebaixado Ypiranga, vencendo por 4 x 0, sem forçar. São jogos-piada, totalmente previsíveis. As únicas notícias que a imprensa tira deles são as lesões, quando há… Estes jogos valiam (?) pelas quartas-de-final do assim chamado Gauchão. Sim, não há engano, o Ypiranga jogava as quartas-de-final já rebaixado, o que só não se confirmaria se vencesse o Grêmio, o Inter, apressasse o Judiciário, prendesse o Curió, instalasse a Comissão da Verdade, moralizasse a Veja e obtivesse a confissão Carlinhos Cachoeira de que a Delta Construções não tinha capacidade técnica para vencer licitações. Algo assim.

Nem vou falar que as federações estaduais só servem para manter o presidente da CBF e que cresceram servindo (bem) a ditadura militar. Seria óbvio demais.

Vou é dizer que penso que não há nenhuma lógica nos argumentos dos que defendem os regionais.

Uns dizem que eles são bacanas. Não posso achar bacana o Gauchão. Nas últimas 8 rodadas, o Inter venceu 7 jogos com muitas goleadas e empatou uma partida jogando com seu time reserva, enquanto que o Grêmio venceu o mesmo número de jogos e perdeu uma para o Pelotas apenas porque trata-se do Grêmio. Não me parece muito bacana ver a dupla Gre-Nal só usando os titulares quando os regionais não estão atrapalhando a Libertadores ou a Copa do Brasil. O mesmo fazem Santos e Corinthians em São Paulo. Ou seja, há os grandes e um bando de times muito ruins. Aqui no sul, a grande maioria destes times são formados em dezembro, durando até sua eliminação em abril, quando os jogadores tomam outro rumo. Seus times são tão efêmeros que… Mas isto já é o item seguinte.

Outros dizem que o interior merece os Regionais. Dizem que as sócios de Inter e Grêmio merecem ver os grandes desfilando pelas cidades do interior, até para seguir pagando as mensalidades. Olha, não procede. Poucos jogos e poucas cidades são “brindadas” com a porcaria. Ademais, o Gauchão tem uma média de público semelhante a do Campeonato Albanês (ver esclarecedora tabela abaixo). Não vou entrar em detalhes sobre o relevo, a população, os estádios e a área da Albânia, país cujo interior era considerado inacessível até poucos anos —  seria bater muito forte em gente sensível e passadista. Na verdade, o argumento de que o interior merece apoia-se no fato de que eles passam imensas dificuldades. Nada mais falso. O dinheiro que a federação lhes paga é suficiente para aqueles meses de salário e, francamente, qual seria a vinculação que as populações locais terá com times efêmeros que não mantêm jogadores, comissão técnica e que permanecem inativos por 8 meses ao ano? Só os times de ano inteiro deveriam participar do emasculado Gauchão.

Outros dizem que a TV paga bem. É o melhor argumento, quiçá seja o único. Conselheiros do Inter me disseram que o Gauchão paga melhor por jogo do que o Brasileiro. É inacreditável, pois a dupla não tem nenhum prurido em desconsiderar o campeonato em favor de outros e a TV, se paga tanto assim, deveria obrigar os times a utilizarem sua força máxima, o que não melhoria a qualidade do campeonato. Deste modo, não sei o que seria pior.

Os argumentos contrários. A extinção dos Estaduais permitiria, por exemplo, que todos os times participassem da Copa do Brasil, não apenas aqueles que não tivessem obtido vaga para a Libertadores. Permitiria que o Brasileiro não fosse aquela insana correia de jogos uns em cima dos outros; poderíamos ter um campeonato como os europeus, jogado o ano todo. Permitiria que as datas da Fifa fossem respeitadas, evitando desfalques de última hora em razão de convocações. Há mais vantagens, mas nem vou perder tempo. Fico irritado escrevendo tantas obviedades.

Agora vamos brincar um pouco. A tabela abaixo feita pelo iG. Eles retiraram todos os campeonatos interessantes, basta ver pelo primeiro colocado. Legal é ver que em Goiás e Pernambuco os estaduais ainda merecem uma modesta presença do público. Porém, os campeonatos paulista e carioca — tão cheirando a brilho e a cobre — têm médias de público menores do que a 3ª divisão inglesa. O Gauchão? O Bombachão, coitado perde fácil para o Cipriota e regula com o Albanesão e Belarussão. Nosso Estadual tem média de aproximadamente 2400 pessoas por jogo. Se fosse uma empresa, fecharia. Apenas o consórcio CBF-Federações-Globo-e-Afiliadas pode explicar.

PÚBLICO MÉDIO POR JOGO

1) Campeonato Inglês – 2ª divisão 17.386
2) Campeonato Alemão – 2ª divisão 16.656
3) Campeonato Goiano cerca de 9,8 mil
4) Campeonato Espanhol – 2ª divisão 8.550
5) Campeonato Norueguês 8.117
6) Campeonato Pernambucano cerca de 8 mil
7) Campeonato Inglês – 3ª divisão 7.519
8. Campeonato Francês – 2ª divisão 6.841
9) Campeonato Sueco 6.547
10) Campeonato Paulista cerca de 5,6 mil
11) Campeonato Italiano – 2ª divisão 5.241
12) Campeonato Israelense 4.522
13) Campeonato Alemão – 3ª divisão 4.461
14) Campeonato Russo – 2ª divisão 4.423
15) Campeonato Inglês – 3ª divisão 4.175
16) Campeonato Cazaque 4.137
17) Campeonato Holandês – 2ª divisão 3.796
18) Campeonato Catarinense cerca de 3,3 mil
19) Campeonato Cipriota 3.215
20) Campeonato Carioca cerca de 3,2 mil
21) Campeonato Cearense cerca de 3 mil
22) Campeonato Sueco – 2ª divisão 2.572
23) Campeonato Húngaro 2.568
24) Campeonato Escocês – 2ª divisão 2.516
25) Campeonato Mineiro cerca de 2,5 mil
26) Campeonato Italiano – 3ª divisão 2.404
27) Campeonato Gaúcho cerca de 2,4 mil
28) Campeonato Albanês 2.349
29) Campeonato Belaruso 2.301
30) Campeonato Baiano cerca de 2,3 mil
31) Campeonato Azerbaijanês 2.299
32) Campeonato Eslovaco 2.251
33) Campeonato Finlandês 2.225
34) Campeonato Paranaense cerca de 2,2 mil
35) Campeonato Francês – 3ª divisão 2.187

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Amor

Escrevi este texto para o Impedimento quando o Inter completou 100 anos. Hoje, quando o Inter faz 103, ele foi citado. Fiquei feliz. Muito.

.oOo.

Quando eu era criança, costumava fechar a porta do meu quarto para narrar futebol em voz alta com maior liberdade. Minha irmã me enchia o saco, dizendo para eu parar de inventar aquilo. Narrava jogos espetaculares onde o Inter vingava-se de todas as humilhações que o Grêmio nos submetia naqueles anos 60. Era uma vida interior movimentada, que fazia minha garganta doer pelo esforço de gritar tantos gols. Também sonhava com jogos, escrevia escalações, contratava jogadores inatingíveis – muitas vezes era um deles – e fazia cálculos, anotando num caderno vermelho todos os jogos dos campeonatos que o Inter participava. Era uma coisa meio demente, ainda mais num tempo em que o Campeonato Gaúcho valia alguma coisa e em que o Grêmio havia vencido 12 dos últimos 13. Era uma tragédia ter 11 anos naquele 1968 que terminaria com o AI-5. Mas tinha certeza que os anos me fariam melhorar. Minha mãe também.

É, mas não mudou muito. É um grave defeito de fabricação. Vocês não me pegarão mais aos berros no meu quarto – ainda mais se estiver acompanhado -, mas minha vida interior, quando não estou submetido a estresse, inclui aquele momento em que passo a pensar na próximo jogo, na próxima escalação e, ainda, nas próximas jogadas. Entro no elevador e de repente vejo D`Alessandro pisando na bola, retardando o ataque… Aquilo me irrita e já saio do elevador preocupado. No dia seguinte, acordo e de cara levantam uma bola em nossa área. Sandro salva e partimos para um contra-ataque com Taison e Nilmar: gol certo enquanto escovo os dentes.

Acho que há pessoas que pensam em dinheiro e mulheres o tempo inteiro – eu até perco muito tempo também nisso -, mas a vida interior do torcedor de futebol é um pouco diferente. Claro que todo este interesse está associado a um clube que amamos e que, por definição, é mais importante do que todos os outros. E quando este clube tem um inimigo, este será o mais odioso e horrendo – e sifilítico e purulento e idiota e filha da puta e a nossa cara. Sim, acabo de descrever sucintamente o Grêmio.

E então este clube faz cem anos, contingência inevitável para quem, mesmo endividado, não morre, e a gente fica todo bobo, achando que o dia 4 de abril nos oferecerá vales onde correm o leite e o mel, com 11.000 virgens amorosas vertendo Bailey`s das tetas. Confesso que balancei quando meu sobrinho me convidou para ir ao jantar do centenário, mas recuei ao saber que custava R$ 200,00. Também não me entusiasmei pelos tais fogos – quase sempre fecho minhas noites de sextas-feiras em cinemas -, mas achei legal a coisa da caminhada até o Beira-rio no sábado, a tal Marcha do Centenário.

Fiquei indignado quando um pessoal aí, os quais são indiscutivelmente os maiores representantes das torcidas gaúchas (preciso indicar a ironia?), convidaram o prefeito gremista para a caminhada e ameaçaram até com a Yeda. Céus, que gente mais sem noção! Para que misturar a mais simples das comemorações – a procissão de colorados do incerto local onde o clube foi fundado até o Beira-Rio – com mais uma tentativa desesperada de manter a troca de favores com o poder? E eles seriam retaliados, vaiados, precisariam de seguranças. Nosso momento cívico ficaria uma merda.

Sim, eu disse cívico, pois colorado é o que sou. Se habito fisicamente a Rua Gaurama, tenho uma segunda vida com endereço aqui; se tenho um telefone, também tenho e-mail; se sou Suda de modo geral, sou especificamente brasileiro; se tenho o futebol em minha vida interior – assim como tenho a Gaurama, o blog, o número do telefone, o endereço de e-mail, a Suda e o Brasil – esta se foca repetida e especificamente para o Inter. O Inter e seus grandes times moram em mim, completam um século neste sábado e é fato dos mais dignos de celebração que eu possa imaginar, mesmo que tenha achado todos os outros centenários (principalmente aquele) manifestações ridículas e sentimentalóides, sem intersecção com nosso centenário. Não tinha pensado nisso, mas devo me comover na caminhada. Afinal, ninguém consegue ser crítico de si mesmo e o Inter, sei, sou eu.

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Manifesto por um Inter ofensivo contra o Santos

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Enquanto Hitler fala da Copa na Arena, o Les Luthiers esmerilha

Eu não tenho culpa de nada, só achei tudo muito engraçado.

http://youtu.be/0iphieU-P_g

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O time pode até ser mais ou menos, já o marketing…

Vídeo gravado através de telefone celular:

http://youtu.be/oe_V2Nk6V6w

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Olivio e a maquete

Abaixo, a bela foto que Caio de Santi publicou em seu Facebook. Talvez apenas compreensível para gaúchos, ela mostra o ex-governador e conselheiro do Internacional Olivio Dutra levando uma das maquetes do futuro Beira-Rio após o evento de assinatura do contrato com a Andrade Gutierrez. Quem conhece Olivio pessoalmente não fica indiferente a sua simpatia e simplicidade.

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Essa coisa chata de comparar Pelé, Maradona e agora Messi

Ontem, eu e meu filho estávamos chegando ao Beira-Rio quando ele começou a reclamar — com toda a razão — de Juca Kfouri. Dizia ele que o Juca escreveu uma matéria em que defendia superioridade de Pelé com base em números, gols e títulos. Ambos gostamos bastante do jornalista e concordamos com grande parte de suas ideias e posições, mas são casos incomparáveis. O contexto de Pelé era outro. O Santos jogava quilos de amistosos, parava guerras e muitos jogos de Pelé eram pura exibição. Nem marcavam o cara. Se fosse para comparar, teríamos que limpar todos esses gols. Limparíamos também a Copa de 1962, a Copa de Garrincha, quase não jogada por Pelé e todos os Campeonatos Paulistas, pois não há estes anacrônicos estaduais em outros países.

Mas o que me deixa mais encasquetado é que mestres como Xavi, Beckenbauer ou Cruyff, não podem entrar nesta comparação. Beckenbauer era volante e depois passou a zagueiro. Sua função não era a de marcar gols. Xavi costuma dar de presente gols e mais gols para outros (por exemplo, Messi) fazerem ao borbotões, e o mesmo ocorria com Cruyff. A defesa nacionalista de Pelé — e agora não falo mais apenas de Kfouri — é das coisas mais bobas que conheço. Pelé foi o meio jogador de seu tempo, o mesmo valendo para Maradona, Messi e muito outros. Mas agora, se me encherem o saco, digo que vi os três jogarem — o que é verdade — e que Maradona era o melhor disparado…

P.S.: Nos 5 x 0 do Inter sobre o The Strongest, o melhor jogador em campo foi Oscar, que deu três passes de bandeja que resultaram em gols. Damião fez três, mas e daí? Viram só?

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Merval Pereira, nosso representante na ABL, defende Ricardo Teixeira

Pobre Ricardo Teixeira. Segundo Merval Pereira, um injustiçado. A peça que se lê abaixo demonstra toda a compaixão do colunista de O Globo para com a saída de um dos homens que mais acumula denúncias no mundo do futebol — talvez o campeão — e que sempre tirou sarro das mesmas, como pode ser comprovado nesta franca e bem humorada reportagem da Piauí.

Teixeira presidia a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) há 23 anos, cargo que ocupava por indicação do então sogro João Havelange, e via-se envolvido em uma série de denúncias de irregularidades, tanto no Brasil quanto no exterior. As acusações do jornalista Andrew Jennings, da BBC, autor do livro Jogo Sujo: o mundo secreto da Fifa pareciam cada vez mais inequívocas. Joseph Blatter, presidente da Fifa também acusado por Jennings, e o Palácio do Planalto não conversavam mais com ele. Sentindo-se isolado e sacaneado, o capo pediu para sair. Romário, um gênio dentro do campo e um mestre da objetividade fora dele, autor da célebre e exata súmula sobre Pelé, “Pelé calado é um poeta”, recumiu tudo num pouco brilhante mas não menos exato lugar-comum: “Hoje podemos comemorar. Exterminamos um câncer do futebol brasileiro”.

Quem fica em seu lugar não é muito diferente. José Maria Marin é velho aliado de Maluf e antigo cartola amigo de Teixeira. Teve seus momentos de fama este ano: em 25 de janeiro, foi flagrado colocando no bolso uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthians na cerimônia de premiação dos campeões da Copa São Paulo de Juniores. Na ocasião, a Federação Paulista de Futebol disse que a medalha já estava reservada a Marin (?), mas no fim da solenidade um dos goleiros do Timão, Matheus, acabou sem receber seu prêmio. Estamos em boas mãos.

Mas, voltando a Teixeira, Merval e o Jornal Nacional da Globo ficaram tristes com sua saída. Não vi o JN, só li a prosa escorreita, bela e compassiva de Merval.

As angústias de Ricardo Teixeira

As acusações de corrupção no Brasil e no exterior certamente pesaram na decisão de Ricardo Teixeira de se demitir da presidência da CBF.

Pelo menos na Fifa a solução é imediata: a saída do dirigente brasileiro suspende investigações que porventura estejam tramitando. No Brasil, ele espera que seu desaparecimento da cena pública atue como sempre, fazendo com que o esqueçam.

Mas, recentemente, ele se revelou a amigos angustiado mesmo foi com o fim de seus sonhos. A realização da Copa do Mundo no Brasil era o sonho de Ricardo Teixeira para chegar à Presidência da Fifa, o reconhecimento público de seu trabalho era uma ambição que alimentava.

Achava que, finalmente, iriam dar valor ao que fizera nesses 23 anos à frente da CBF. Mas o sonho tranformou-se em pesadelo.

Na nota de renúncia, ele abordou o tema dizendo que suas vitórias foram subvalorizadas e os erros superdimensionados.

Não tinha mais interlocução com a Presidente Dilma Rousseff, e nem com o Presidente da Fifa Joseph Blatter. E via a cada dia os trabalhos para a realização da Copa mais e mais atrasados.

Temia que a culpa final recaísse sobre ele, tinha medo de se transformar no bode expiatório dos dois lados, governo e Fifa. Como Presidente do Comitê Organizador, é claro que tinha culpa, mas sentia-se a cada dia mais isolado, sem capacidade de reação.

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Ah, os torcedores…

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A Copa de 2014 será uma tragédia futebolística para o Brasil

Só se fala em estádios, obras viárias e aeroportos, mas eu gostaria de falar sobre futebol, mas especificamente sobre a Seleção Brasileira. Quem viu Bósnia x Brasil, viu: o Brasil não tem um bom time de futebol e, pior, com aquele grupo de jogadores não se fará uma boa seleção. O problema não está localizado em Mano Meneses mas numa pobre geração de jogadores. Como as seleções pouco treinam, dependem ou de seus talentos ou têm por base um grande time, coisa que também não há.

Kaká e Ganso poderiam organizar um time, porém Kaká está envolvido há anos por repetidas lesões e atuações burocráticas. Já Ganso simplesmente decaiu e parece que não será aquele maestro que pintava ser. Ronaldinho Gaúcho e Neymar, em torno dos quais talvez se pudesse organizar uma equipe, parecem ser insuficientes — o primeiro não é nem sombra do que foi e o segundo sofre demais com a marcação, principalmente a estrangeira, muito mais implacável. O bósnio Papac foi suficiente.

Se pensarmos que falta pouco mais de dois anos para a Copa brasileira, fica clara a improbabilidade de brotar em nossos campos uma nova geração. Hoje, nomes comuns como Hulk, David Luiz, Fernandinho, Jonas, para não falar em quem estava e permaneceu no banco contra a Bósnia, parecem ter cadeira cativa nas convocações. Em anos anteriores, vários jogadores de peso e biografia eram descartados; agora, estes não são mais encontrados. Da nova geração, acho que Thiago Silva é a joia, mas sabemos que não se faz um time a partir de um excelente zagueiro. Dos 23 indicados para a Bola de Ouro de 2011 — que visa premiar o melhor do mundo — só havia um brasileiro: Neymar.

Ou seja, estamos convivendo com uma geração pobre e lamento dizer que acho que o Brasil deverá ser um mero participante da Copa 2014. Claro que isso vai acabar em crise mesmo antes da Copa. Provavelmente Mano Meneses vai comer a massa pré-pronta que o diabo amassou. E não descartem um Maracanazo II.

Assinado: Mãe Dináh (01/03/2012).

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O banco público não tem nada que reformar o Beira-Rio

Nunca me ufanei da Copa do Mundo no Beira-Rio e muito menos de quaisquer acordos com empreiteiras. Mas não sou daqueles que acham uma bobagem a Copa no Brasil. Reconheço a importância do campeonato, o quanto ele mobiliza o planeta e que o país respira futebol semanalmente. Reconheço também que a Copa deixa estádios e obras a quem souber fazer um bom planejamento e há que reconhecer — neste festival de reconhecimentos… — que seria muito mais lógico que a Copa, em Porto Alegre, fosse jogada na Arena do Grêmio, que estará nova e pronta em 2014.

O péssimo acordo do tricolor para construir seu novo estádio inclui o importante fato de ter sido um negócio que envolveu pouco ou nenhum dinheiro público. O negócio foi realizado, basicamente, entre OAS e Grêmio. Já a reforma do Beira-Rio está requerendo parceiras com órgãos públicos. Parcerias? Não, exatamente. Talvez a palavra melhor fosse mecenato público. A Andrade Gutierrez ou não tem o dinheiro (modo piada) ou não quer arriscar-se (modo realismo). Desta forma, passaria o risco para alguma estatal: primeiro houve as tentativas que não deram certo com as Fundações (fundos de pensão) Corsan e CEEE e agora o desejo é pegar dinheiro do Banrisul. Tudo bem, é função do banco emprestar dinheiro, só que a AG não deseja deixar nenhuma garantia. Quer só o dinheiro, como se fosse uma obrigação do banco para com o povo gaúcho… Sua estratégia é a de criar uma crise até que o dinheiro surja de algum banco público.

(Em 2010 a receita operacional bruta da AG foi de 18 BILHÕES DE REAIS e seu patrimonio líquido era de 8 BILHÕES DE REAIS. Ainda em seu relatório referente ao ano de 2010 podemos ver que, naquele momento, a AG possuia contratos de obras no equivalente a 22 BILHÕES DE REAIS. Sendo assim, a empresa não conseguiria oferecer garantias para 0,3 bilhão?).

Ora, se eu vou falar com um banco para pedir dinheiro, sei que o banco fará uma devassa em minha vida à procura de garantias. Então, acho que a posição do Banrisul de negar dinheiro à AG é muito digna e correta. Demonstra apenas que a instituição está sendo gerida com isonomia e seriedade. O fato do Corinthians estar praticamente ganhando um estádio novo não justifica a importação da corrupção e sim uma auditoria lá.

O que não entendo é porque se fala tão pouco em Vitório Píffero. O homem pôs abaixo 1/4 da arquibancada inferior do Beira-Rio, tornando-o uma espécie bem feia de Coliseu Colorado, acreditando que faria toda a reforma de quase R$ 300 milhões através da venda de camarotes… Agora estamos a 250 dias vendo a maravilha abaixo.

Foto: Anderson Vaz

A grana da venda dos Eucaliptos ainda existe? Ela paga a recolocação das arquibancadas derrubadas? Os conselheiros do clube respondem sim a ambas as perguntas, então façamos rapidamente isso e deixemos a Copa para a Arena. Já tivemos a Copa de 1950 nos Eucaliptos e nem por isso o Grêmio morreu.

.o0o.

Final: Por que não haveria um Copa aqui? É diversão? Sim. É lazer? Sim. Porém, ir para a praia também é e os gaúchos passam os meses de verão reclamando e pedindo das estradas… Eu vou pouco para a praia e acho um gasto inútil… Ou seja, é impossível atender a todos.

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Subestimar o outro não é o mesmo que se superestimar

Única alegria: Grêmio erra um passe e Inter empata o jogo em contra-ataque | Foto: Ramiro Furquim

O que alguns gremistas desejam hoje, após a indiscutível vitória no Gre-Nal de ontem, é que fique comprovado que o Inter não subestimou o Grêmio. Havia tal preocupação nas entrevistas de ontem depois do jogo e esta ainda permanece. A conversa ouvida no ônibus foi “e eles estavam lá com os titulares, para ganhar!”; a leitura de uma resenha escrita por um gremista sobre o jogo começa assim: “O Inter não subestimou o Grêmio. (…) O Grêmio foi, simplesmente, superior”. Sim, foi superior, e muito. Sobre a questão de subestimar ou não, creio que o erro começa pela palavra utilizada. Pois creio que o Inter encarou a partida de forma errada, jogou como se estivesse no Campeonato Gaúcho e não estava, estava num clássico. Aos 5 primeiros minutos de jogo, eu já dizia para minha companhia, “Dorival acha que vai ganhar o jogo só na banguela, como aconteceu contra o Caxias ou o Pelotas deve estar tranquilo, ignorando o Grêmio…”.

Pode parecer a mesma coisa, mas não é. O Inter não subestimou o Grêmio, o Inter seguiu superestimando sua própria capacidade de resolver os problemas de seus jogos. Queria jogar para o gasto, como tem feito sempre, independente de adversário. Acostumado a desequilibrar as partidas através da qualidade e alta efetividade de seus atacantes, enfrentava um adversário que sabia marcar. O Grêmio deu um narcótico para D`Alessandro, vigiou Oscar e Kléber e só teve problemas com Dagoberto. Apesar do placar apertado, foi um Gre-Nal extremamente fácil para os bananas. Parecia que os times tinham trocado de camisa. A qualidade do Inter só se fez presente no final, quando perdeu gols realmente incríveis.

Quando se entra com determinada postura, é muito complicado mudá-la. Não sei explicar, mas é. O Inter tentava engatar uma marcha, mas como fazê-lo se o Grêmio tinha a bola? Dizer que faltou esforço de nossa parte é bobagem. Como diz Andrade, justificando o Barcelona e o toque de bola do Flamengo dos anos 80 que tentava implantar em seus times, quem não tem a bola corre e cansa o dobro. O Inter correu muito, esforçou-se ao máximo, mas não engatou. A mobilização não dava resultados. Aos 10 minutos do primeiro tempo, minha companhia dizia “esse time precisa ouvir a palavra do vestiário” e dávamos risadas. Claro, sabíamos que haveria ainda 35 minutos de baile. Estávamos na mão do Grêmio e a coisa só melhoraria se eles afrouxassem. O pior é que empatamos o primeiro tempo e Dorival deve ter acreditado que, logo logo, alguém ia dar um jeito de fazer o segundo. Nada mudou depois do vestiário.

Bem, o fato é que tomamos um “arrodião” no Beira-Rio.

Três coisinhas para terminar:

1. O que gostaria de saber é o que Muriel e o treinador de goleiros pensam a respeito de espalmar as bolas para a frente. É um método de suicídio? Ele tem feito isso em TODOS os jogos.

2. Grande Roger. Acertou o time, escalou os melhores — livrando-se principalmente de Grolli — e entregou em paz o bastão para Luxemburgo. Um dia, não será mais um mero interino.

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Exclusivo! D`Alessandro diz que fica no Inter e estraga domingo de Victor

@cornetacolorada, obrigado!

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Gonzalo Sorondo

Parece que a estatística diz isso: Sorondo passou quatro anos no Inter e, descontando-se os períodos em que não esteve machucado, jogou apenas um. Ao final do ano passado, teve seu contrato rescindido. Claro, o clube não quis seguir pagando um alto salário a quem pouco jogava. Então o Grêmio chamou Sorondo e o contratou. Foi inteligente; fez um contrato de risco: em caso de nova lesão de longo tratamento, o zagueiro seria gentilmente dispensado.

E nunca foi tão rápido. A pré-temporada começou dia 4 e no domingo, dia 8, o excelente jogador e pessoa que é Sorondo via romper-se novamente os ligamentos do joelho direito. No dia 5, em entrevista coletiva, Sorondo dissera estar clinicamente curado. E provavelmente estava.

Além da relativa tragédia de um sujeito que já ganhou o que nunca ganharei mesmo que trabalhe 100 anos, o que me chocou nessa história foi a comemoração de alguns colorados. Ou seja, é gente que achou imperdoável o ato de ter ido para o Grêmio. Uma estupidez comum no futebol. Por outro lado, o Grêmio vai dar assistência médica ao zagueiro de 32 anos que talvez deva desistir do futebol. Mais profissionais, dois de seus ex-companheiros de Inter, D`Alessandro e Guiñazú, publicaram notas lamentando a nova lesão de Lalo.

Sempre achei Sorondo um baita zagueiro. Quando estava em forma, ganhava a posição e dava imensa segurança ao time. Lembro que um torcedor maluco que sentava nas superiores do Beira-Rio, perto do gol do placar e gritava com voz de volume inacreditável um “Sorooooooooondo!” cada vez que a bola era levantada em nossa área ou na do adversário com a presença do uruguaio. E, na maioria das vezes, ou Sorondo cabeceava ou participava dos lances de alguma maneira. Certamente aquele torcedor terá que gritar outro nome agora. Aliás, deve feito uma demonstração de sua voz de barítono antes deste lance pelo qual todo colorado deveria agradecer.

http://youtu.be/eNj8rdnzgEA

Foi fundamental na conquista da Libertadores de 2010.

Uma vez, vi na TV uma entrevista de Roger Federer. Ele tinha uns 23 anos e uma perspectiva real de tornar-se o maior tenista de todos os tempos. Quando foi perguntado a respeito dos recordes que poderia bater, fez uma cara de terror autêntico e deu uma longa e emocionada resposta, inteiramente fora do tom protocolar destas ocasiões. Federer lembrou de vários grandes tenistas que tiveram sua carreira interrompida por lesões. Ou seja, o frio, gelado Federer, tinha pânico da mera possibilidade de ver sua carreira lhe fugir como um rato alucinado entrando pelo ralo.

Por essas e outras, por tantos jogadores que nunca conseguiram voltar ao futebol — Ganso voltou?, mesmo? — , é que lamento muito por Sorondo.

Atualização das 11h15: Vicente Fonseca ontem, no Carta na Manga: “Ficou quatro anos e meio no Beira-Rio e jogou apenas 77 vezes, número pouco superior a uma temporada normal de partidas. É muito pouco”.

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Espanhóis se divertem com a ruindade do Santos

Vídeo revela como o Santos foi derrotado no Japão. Falado em catalão com legendas em espanhol. Neymar está perfeito!

http://youtu.be/yT4FzlLqJo0

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