Gravação: Estúdio de Rádio da Fabico/UFRGS, 19/09/2011
Duração: 35’03”
Mesa: Vicente Fonseca, Milton Ribeiro, Felipe Prestes e Fred Posselt Martins
Técnica: Neudimar “Batatinha” da Rocha
Principais tópicos abordados: Inter 1 x 1 Coritiba; Vasco 4 x 0 Grêmio; brigas do Brasileirão.
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Bolívar, o General cagão (?) mete-se em sinuca de bico
Este não é exatamente um texto sobre futebol. Também é, mas o esporte é apenas um ornamento. É um texto sobre a sacanagem, sobre o que penso ser uma tentativa de sacanagem que não está dando certo em razão de circunstâncias incontroláveis. Vamos aos fatos: Bolívar, zagueiro do Inter, capitão do time e vencedor das Libertadores de 2006 e 2010, apelidado de General, grande jogador, vinha jogando mal, muito mal. Porém sua vida estava tranquila. Seus reservas — Moledo e Juan — eram dois jovens inexperientes e os dois outros concorrentes com mais bordel — Sorondo e Rodrigo — estavam e estão gravemente machucados. Só que Bolívar exagerou na má fase. Após ver publicado um Dossiê de 15 minutos com suas falhas no YouTube, conseguiu bater o recorde de conceder, através de seus erros, três gols em dez minutos aos Santos. O Inter vencia por 3 x 0, Bolívar criou um 3 x 3.
Mesmo assim, mesmo com o inacreditável jogo, mesmo que o dossiê devesse crescer, o zagueiro não foi especialmente vaiado em campo. Nunca foi. Há respeito por sua biografia. As críticas da torcida vieram pelas Redes Sociais, blogues, twitter (pela hashtag #eubolivei para dizer “errei”) e pelo tal vídeo no YouTube. E então o zagueiro tornou-se enxadrista e deu seu lance: aproveitando que Índio, seu companheiro de zaga, fora suspenso por 3 jogos pela CBF, o General pediu para também sair do time, provavelmente apostando numa crise ao deixar a batata quente na mão dos jovens. A diretoria do clube, que não tem mais pulso para controlar seus jogadores, assentiu. Só que o tiro estava saindo mais ou menos pela culatra. O Inter empatou com o Ceará e venceu o América-MG com atuações aceitáveis da dupla de jovens. A defesa seguiu falhando, mas por Nei, o lateral direito.
É claro que o general esperava que o time perdesse vários jogos para voltar nos braços do povo. Era uma aposta, uma boa aposta até, apesar de nada ética. Só que nosso personagem principal foi deixado cedo demais numa sinuca de bico. O zagueiro Moledo lesionou-se ao final do último jogo e todos os olhos voltaram-se para Bolívar. Por quê? Ora, porque o próximo jogo é contra o time que força especialmente o jogo na maior deficiência defensiva do Inter e de Bolívar, a bola alta. O que se deve fazer? Escalar de novo o grande General — apesar de a diretoria dizer que ele volta quando quiser… — ou chamar o sétimo zagueiro ou o oitavo zagueiro, os quais nunca jogaram no Brasileiro? Explico melhor a situação: são duas vagas e a situação é a seguinte:
(1) Índio (suspenso)
(2) Bolívar (férias)
(3) Sorondo (lesionado)
(4) Rodrigo (lesionado)
(5) Moledo (lesionado)
(6) Juan (jogando)
(7) Dalton (disponível)
(8) Romário (disponível)
Então, Bolívar viu antecipada a necessidade de retorno. Se houve mesmo, sua estratégia furou como contra Borges no jogo contra o Santos. É o momento de ele provar que está “na grande forma” em que diz estar. Ficar de fora seria pusilânime. Bolívar deixaria o técnico Dorival Junior mandar a campo Dalton, um jogador que Falcão disse que nunca poderia vestir a camisa do Inter, para seguir em férias?
Agora o General tem que assumir a responsabilidade de encarar o jogo contra o Palmeiras a fim de mostrar que tem ainda futebol ou pelo menos culhões. Eu observo o impasse me divertindo, pois agora teremos a noção de quem é o verdadeiro General, o verdadeiro líder. Afinal, a direção disse para ele decidir quando quer voltar. Se ele tiver coragem, volta agora. A sinuca de bico foi criada por ele mesmo: se jogar e confirmar a má fase estará acabado; se não jogar, estará claramente dizendo: foda-se o time. Ou seja, só lhe resta jogar. E bem.
Escrito com o auxílio involuntário de Marcelo Furlan e Nelson Baron
Carta na Mesa – Edição 126 – 05/09/2011
Programa em áudio do blog Carta na Manga.
Gravação: Estúdio de Rádio da Fabico/UFRGS, 05/09/2011
Duração: 35’01”
Mesa: Vicente Fonseca, Felipe Prestes, Milton Ribeiro, Igor Natusch e Gustavo Faraon.
Técnica: Neudimar da Rocha.
Principais tópicos abordados: Grêmio 4 x 0 Atlético-PR; Ceará 1 x 1 Inter.
Carta na Mesa – Edição 123 – 25/08/2011
Programa em áudio do blog Carta na Manga.
Gravação: Estúdio de Rádio da Fabico/UFRGS, 25/08/2011
Duração: 42’49”
Mesa: Vicente Fonseca, Gustavo Faraon, Pedro Heberle, Milton Ribeiro, Felipe Prestes e Igor Natusch.
Técnica: Neudimar da Rocha.
Principais tópicos abordados: Inter campeão da Recopa; preparativos para o Gre-Nal.
Carta na Mesa – Edição 120 – 15/08/2011
Programa em áudio do blog Carta na Manga.
Gravação: Estúdio de Rádio da Fabico/UFRGS, 11/08/2011
Duração: 34’21”
Mesa: Vicente Fonseca, Frederick Martins, Milton Ribeiro e Igor Natusch.
Técnica: Neudimar da Rocha.
Principais tópicos abordados: Bahia 1×1 Inter; chegada de Dorival Jr.; Grêmio 2×1 Fluminense.
Sei lá, mas acho que este foi um programa bastante bom – Carta na Mesa – Edição 119 – 11/08/2011
Programa em áudio do blog Carta na Manga.
Gravação: Estúdio de Rádio da Fabico/UFRGS, 11/08/2011
Duração: 32’34”
Mesa: Vicente Fonseca, Samir El Hawat, Milton Ribeiro e Igor Natusch.
Técnica: Neudimar da Rocha.
Principais tópicos abordados: Independiente 2×1 Inter; especulações sobre novo treinador do Internacional; Alemanha 3×2 Brasil
Carta na Mesa – Edição 118 – 08/08/2011
Gravação: Estúdio de Rádio da Fabico/UFRGS, 08/08/2011
Duração: 33’52”
Mesa: Vicente Fonseca, Gustavo Faraon, Milton Ribeiro, Felipe Prestes e Igor Natusch.
Técnica: Neudimar da Rocha.
Principais tópicos abordados: Brasil-PE 2 x 0 Caxias; Inter 3 x 2 Cruzeiro; Palmeiras 0 x 0 Grêmio.
Carta na Mesa – Edição 117 – 04/08/2011
Gravação: Estúdio de Rádio da Fabico/UFRGS, 04/08/2011
Duração: 33’16”
Mesa: Vicente Fonseca, Milton Ribeiro e Igor Natusch.
Técnica: Neudimar da Rocha
Principais tópicos abordados: Queda de Julinho Camargo e o eterno retorno de Celso Roth ao Grêmio; Fluminense x Internacional.
A edição desta semana do programa Carta na Mesa avec Milton Ribeiro
Em última e desesperada tentativa de agradar à Camin–hante e ao Charlles Campos e de finalmente parar de escrever sobre futebol neste espaço, talvez passe a participar de um programa gravado em áudio sobre futebol. Fui convidado a retornar sempre, imaginem. Então, em vez de escrever, agora FALARIA SOBRE FUTEBOL. A primeira experiência, na edição 116 do Carta na Mesa, pode ser baixada e ouvida no link abaixo. Aprendam aê…
Gravação: Estúdio de Rádio da Fabico/UFRGS, 01/08/2011
Duração: 45’55”
Mesa: Vicente Fonseca, Felipe Prestes, Milton Ribeiro e Igor Natusch.
Técnica: Eloí Lopes
Principais tópicos abordados: crise do Grêmio; Inter 0 x 0 Atlético/GO; Santos 4 x 5 Flamengo.
E já mudaram… Agora são duas edições semanais!
E esse vídeo agora?
Inter x Barcelona em Munique: o Farinatti facilita, resumindo as coisas
Todo desfalcado — não importa, ainda mais que o adversário está na mesma unglückliche Situation — , o Inter hoje estreia na Copa Audi, em Munique, contra o Barcelona. Com notável poder de síntese, meu amigo Guto resume as coisas num alemão que desvenda a beleza e o ecletismo da língua de Goethe, Mann e Kafka. Lassen Sie uns in ihnen gehen!, ou seja, “vamos pra dentro deles!” (ou eles pra dentro de nós, muito mais wahrscheinlich, que quer dizer “provável”).
S.C. Internacional ist ein brasilianer fussball-klub. 2010 und 2006 gewannen sie die Copa Libertadores, 2006 den Weltpokal und 2008 die Copa Sudemericana, und mtomelliorkeogremio ist. 1975, 76 und 79 gewannen sie der Campeonato Brasileiro. Und auch 2005, aber robbaden fur Corinthians war. Dieser Fussball-team nie haben disputiat die Second Division, alkontrar de Gremio ke zweimal rebaschadd war. Jetzt einige Turbulenzen akontcen, aber sie verbringen, und Inter kontinuiat sie vitoriasenda.
Falcão já vai tarde
Sou a pessoa menos indicada para chorar a saída de Falcão. Na verdade, fui contra sua entrada desde o primeiro momento. Em minha opinião, sua coleção de fracassos pregressos o condenava. E, com efeito, desde a saída de Celso Roth, o time pouco evoluiu: a dinâmica não funcionava em campo; a defesa só excepcionalmente não falhava; Bolívar e seus asseclas permaneceram como os intocados donos do vestiário; as substituições eram muito confusas — lembram da entrada de Ricardo Goulart para “virar” o jogo contra o Peñarol? — ; o horrendo, verdadeiramente funesto Nei era incontestável; o time jogava uma bem e duas mal; os jovens só entravam no time à fórceps — lembram que Falcão acusou Oscar de não ter massa muscular dias poucos antes de ele tornar-se fundamental, etc. Falcão, amigos, estava perdido e a fraca atuação contra o São Paulo é emblemática.

É óbvio que o presidente que o contratou é o mesmo que agora o demite com estardalhaço. Se havia incompetência à beira do gramado, havia também e há ainda nos gabinetes. O regime do clube é presidencialista e nunca Giovanni Luigi deveria ter permitido a entrada como treinador de alguém que agredia suas concepções, fossem elas quais fossem. O que sei que elas nunca foram lá muito fortes… Ou seja, se houve incompetência de um, houve o mesmo do outro lado, que confiou o futebol a um homem que… Bem, eu não deixaria meu cachorro para o diretor de futebol Roberto Siegmann cuidar. Agora, Luigi demite os dois e, aparentemente, pretende retomar o vestiário. Bem , mas se quiser tirar o poder de alguns antigos líderes, só fazendo uma limpeza geral. Eu duvido.
Talvez seja pedir demais, mas eu aconselharia profissionalismo à diretoria do Inter. Falcão sempre me pareceu um diletante bem intencionado, um comentarista que desceu ao campo, uma aposta na mística de um ídolo, nunca alguém capaz de alterar e treinar um time taticamente. Sou muito mais um Diego Aguirre ou mesmo Dunga, que tem comando de vestiário e é muito mais divertido com a imprensa. Só a perspectiva de respostas atravessadas e as possíveis brigas com os repórteres de determinadas emissoras já me animam.
Caiu Falcão. Falta cair Bolívar e sua turma de titulares por decreto. Se Luigi reconquistar o vestiário e a disputa por titularidade, se houver o acesso dos jogadores mais jovens, ele pode virar o jogo. Não torço contra Luigi apenas por achá-lo tolo. Porém, se Fernandão for um gerente de futebol — se for mesmo contratado — apoiado na liderança de Bolívar, podemos esquecer.
Reações de um torcedor do River
Este vídeo foi visto no YouTube por 5.400.000 vezes até agora. Eu assisti este jogo ao vivo. É Belgrano 2 x 0 River, primeira partida das duas que levou o River à Série B argentina. Talvez alguns brasileiros — principalmente os colorados, santistas, são-paulinos, flamenguistas e cruzeirenses — não saibam o que significa isso. Aliás, nem os outros sabem, pois o que ocorreu foi muito maior do que uma simples queda. Estamos na Argentina e uma ida à segundona do River ou do Boca é mais ou menos como Grêmio ou Inter, Cruzeiro ou Atlético-MG caírem para a segunda divisão DE SEUS ESTADOS, tal é o tamanho de suas torcidas. Esta é a analogia mais perfeita.
O jogo foi assim, para quem quiser entender o desespero do torcedor: na metade do primeiro tempo. Um pênalti que ninguém viu. Depois, no replay todos enxergam com estapafúrdia clareza um jogador do River desviando a bola com a mão num escanteio. Um gesto totalmente sem sentido. O Belgrano bate o pênalti, 1 a 0. No segundo tempo, logo de cara, mas um gol do Belgrano. Passam 10 minutos e torcedores do River invadem o gramado — o homem na cadeira congela, paralisado, vejam. Mas os hinchas não agridem seus jogadores. Apenas pedem mais garra, talvez num dos momentos mais patéticos que vi num jogo de futebol.
No segundo jogo, 4 dias depois, os mesmo times empatam em 1 a 1 e o River cai para a segundona. As imediações do Monumental de Nuñez, estádio do River, são destruídas. Sob um frio de 0º, os bombeiros jogam jatos d`água nos torcedores a fim de acalmá-los. Imaginem que eles já tinham feito isso dentro do estádio, logo após a queda. Hoje, los hinchas de River fazem uma campanha para que o time não use a camisa oficial do clube na segunda divisão e sim outra, com uma faixa preta no lugar da habitual vermelha.
Divirtam-se.
Às portas do Brasileirão, um importante levantamento
Powerpoint
O quadragésimo Gauchão
Todo o mérito da vitória colorada está limitado ao fato do Campeonato Gaúcho ter acabado de forma diferente daquela dos últimos anos: acabou num um Gre-Nal com os dois clubes interessados em vencer ou, sendo mais claro, com a dupla disputando uma final sem outras prioridades como as Libertadores da América dos últimos anos e sem a presença de times do interior, que apenas chegam à final ou ao campeonato em caso de crise ou desinteresse da dupla. Foi, então, uma importante vitória direta sobre nosso maior adversário e ficamos por aí.
O Gauchão parece cada vez pior e mais longo. É um torneio anacrônico e inútil, uma excrescência como, aliás, todos os estaduais. Inúteis por não levarem a nada — não contam pontos nem para a IFFHS — e anacrônicos por terem sido mantidos por motivos políticos mesmo na época do nascimento do Campeonato Brasileiro, em plena ditadura. Sem o apoio das Federações estaduais, ficaria mais complicado para os Ricardos Teixeiras de ontem e de hoje permanecerem em seus cargos. E os estaduais, foram ficando, ficando e ficaram por motivos políticos. E o pior é que estão cada vez maiores como escreveu o Carta na Manga antes do Gre-Nal decisivo.
Se o Gauchão está sendo disputado num domingo frio e chuvoso é porque os estaduais estão cada vez mais longos. Desde 2003, quando foi adotado o novo calendário dos pontos corridos no país, nunca o Brasileirão começou tão tarde: será sábado que vem, 21 de maio. Em 2003, foi 29 de março; entre 2004 e 2006, da metade para o final de abril – talvez o ideal; entre 2007 e 2010, no segundo sábado de maio. Este ano, será no fim de maio. Em 2011, foram 23 datas para os regionais, 60% do total de datas de um Brasileirão. Copa do Brasil e Libertadores ficaram novamente apertadas. E o maior torneio nacional ficará espremido em seis meses e meio, quando deveria ter oito, no mínimo, de duração. Será que há necessidade, por exemplo, que o Grêmio jogue quatro vezes contra o Inter, três contra Cruzeiro e Ypiranga e duas contra o Caxias (12 jogos só contra estes quatro times) para ser declarado campeão gaúcho?
Acho que o Carta apenas erra ao dizer que o Brasileiro deveria ter 8 meses. Deveria ter 10, concedendo espaços para que TODOS OS CLUBES pudessem disputar a Copa do Brasil — TODOS os outros países mantêm uma Copa eliminatória da qual participam clubes de sua 3 primeiras divisões, apenas no Brasil os times que vão à Libertadores não podem participar da Copa de seu país… Mas a existência dos estaduais gera ainda outros problemas graves: o calendário fica tão apertado que impede que o país respeite as datas FIFA, ou seja, quando um jogador que atua no Brasil é convocado, seu time seguirá jogando o Brasileiro sem ele, como se sua convocação não fosse um prêmio e sim uma INJUSTA PUNIÇÃO. Tal fato faz com que o craque acabe vendido mais facilmente, porque, afinal, ausenta-se sistematicamente para jogar na Seleção — coisa que é outra exclusividade brasileira.
Mas, meus caros gremistas, o que hoje interessa é que vencemos o imortal em pleno Olímpico Monumental. Tudo foi meio casual. Nosso técnico entrou em campo com uma escalação equivocada da qual fomos salvos pelo gol de Lúcio. Se o Grêmio soubesse, teria pedido para seu ex-lateral chutar para fora. Pois este gol prematuro fez com que Falcão fosse obrigado a mexer em seu time a fim de dar uma companhia ofensiva ao pobre Leandro Damião. O estranho é que nem me passou pela cabeça a colocação de Oscar naquele momento, como pensou o Farinatti. Eu estava lamentando a ausência de Cavenaghi no banco. Tinha como certo que as opções possíveis eram Ricardo Goulart e Zé Roberto — ambas inaceitáveis para mim.
E… Nossa, Zé Roberto entrou e teve uma atuação assombrosa! (1) Fez a jogada para Leandro Damião empatar o jogo; (2) criou a jogada e depois bateu o escanteio que resultou no 2 x 1 por Andrezinho; (3) invadiu a área e sofreu pênalti no 3 x 1 de D`Alessandro; (4) fez uma jogada individual espetacular que acabou num tiro de fora da área e que teve grande defesa de Victor (seria o 4 x 2) e, como se não bastasse, (5) ele ainda bateu o pênalti decisivo, DESLOCANDO Victor..
Uma coisa que parece que apenas pode ser escrita em blogs ou sites desmistificadores: dizem que Victor defende mais pênaltis do que os outros goleiros porque parte depois do chute. Engano, erro, mistificação. Ele vai certo na bola por ser um baita goleiro e em razão de que muitos batedores — o impecável D`Alessandro está entre eles — confiam num chute perfeito e não se preocupam em iludir o goleiro. Só que, quando Victor encarou Oscar e Zé Roberto, que correram cheios de malícias, malemolências e sinuosidades para a bola, foi comicamente enganado. Nos dois casos, o goleiro acabou do outro lado da goleira, fora da foto. Então, menos, gente, o cara é humano, a física é uma ciência e, quando o batedor chuta com exatidão, o goleiro não tem tempo para defender.
Mas que jogaço, hein? Que jogaço!
Uma coisinha para pensar: Zé Roberto estava treinando bem? Se estava, por que não entrou contra o Peñarol em vez de Ricardo Goulart?
Agora vamos para o Brasileiro. 38 jogos em 6,5 meses.

Falcão, volta pra Globo. Já.
Cavenaghi não entra porque é 9. Ontem foi segundo homem de ataque. Ricardo Goulart mudaria o jogo da vida. Ontem, nem entrou. Quarta, sobrou o D’Alessandro. Ontem, foi o primeiro a sair.
Sobre a coerência de Falcão, lido ontem no tuíter
Quando Falcão “ameaçou ter vontade” de retornar ao Inter, fiquei quieto. Dentre as escolhas mais divulgadas, ele era a minha última, pois fracassara, anos atrás, no Inter, na Seleção Brasileira, no América do México e na Seleção do Japão. Não é pouco. Mas é um sujeito simpático, bem falante, ídolo da torcida e não treinava um time de futebol há vinte anos. Ele, de certa forma, me seduziu, apesar da desconfiança que congelava meus comentários. Infelizmente, vejo agora que devia ter combatido a ideia com minha pistola d`água. Nem no grupo de discussões dos novos conselheiros do Inter eu disse alguma coisa contrária. Deixei-me engambelar pelo pensamento mágico do grande jogador que retorna ao clube.
Em poucos, pouquíssimos dias, Falcão fez o Inter perder o pouco que tinha de solidez defensiva e seu ataque é o mesmo de Roth, só que com Andrezinho no lugar de Zé Roberto e Oscar no de Sóbis, que jogava recuado com Roth. O posicionamento dos jogadores, apesar da inversão de funções, é a de Roth. Sua primeira mancada foi a de centralizar D`Alessandro — típico jogador para atuar nos lados do campo — e a segunda foi a de seguir respeitando as estrelas do grupo, dentre elas o recém operado e capitão do time Bolívar, que voltou à titularidade totalmente fora de forma física e técnica. O que sempre quisemos — a saída de Nei, a colocação de uma dupla de zaga cuja idade somasse menos de 60 anos, um time mais rápido — parece ter ficado ainda mais longe com Falcão.
Sigo dizendo que o Inter tem um dos melhores grupos de jogadores do Brasil, talvez o melhor. Falta-lhe um técnico. Se eu fosse um deles, se tivesse competência para dar dinâmica a um grupo de jogadores tão qualificados, estaria ligando diariamente para o Beira-Rio, pedindo o cargo e a glória. Este cara só deveria pedir uma coisa: apoio para livrar-se de Nei, Índio, Bolívar, Rodrigo, Wilson Matias, Zé Roberto e outros menos votados.
Ah, e por favor, não me digam que Renan foi culpado pelos dois gols de Viçosa. Alguém tinha que ir na jogada. Se o goleiro não saísse, Viçosa poderia ter matado a bola e ido até dentro do gol do Inter. Neste caso, Renan seria culpado por não sair. Responsabilizem a dupla de zaga, peço-lhes. No primeiro gol Viçosa estava entre os zagueiros, que guardavam temerosos 5 metros de distância do atacante; no segundo, Rodrigo tentou deixá-lo impedido depois do lançamento ter partido… Céus!
Algum problema?
0 x 6, 1 x 2, 0 x 2, 0 x 1 , 1 x 2 de novo e 0 x 3. E eu, que pensei que o mundo só acabaria em 2012? Pura desinformação.
Não sem antes dar um vexame, a vaca foi pro brejo
Publicado ontem à noite no Sul21.
Para bem explicar a efêmera participação do Internacional na Copa Libertadores da América de 2011, talvez seja necessário voltar ao ponto onde ela começou para terminar no exato momento em que Falcão inventava de colocar Ricardo Goulart em campo.
A pequena tragédia colorada foi longa do ponto de vista temporal. Ela começou quando Fernando Carvalho chegou-se ao ouvido de Roberto Siegmann e pediu para que este mantivesse Celso Roth como treinador da equipe logo após o mazembaço de dezembro. O pedido — destituído da menor lógica, ainda mais vindo de alguém que estava abandonando a direção de futebol — foi atendido de forma dedicada, longa, insistente e tola.
Foi assim que o Inter viu passar os primeiros meses de um ano em que dispunha talvez do melhor grupo de jogadores da última década. Com um técnico detestado pela torcida e que mais parecia apostar na própria demissão, jogou fora todo o início da temporada. Quando foi finalmente decidido o óbvio, a diretoria colorada apostou no Sobrenatural de Almeida, chamando o ex-idolo Falcão, ou seja, alguém com nome, fama e inexperiência.
Nada contra Falcão, ele até vinha bem e tem crédito para se recuperar, mas convenhamos, começou a fazer estranhas escolhas em suas substituições dos últimos dois jogos: no Gre-Nal tivemos a entrada de Juan no local de um meio-campista — quase uma ordem para o adversário atacar — e hoje, de forma improvável, bateu o recorde rothiano ao manter Sóbis e Cavenaghi na reserva para apresentar-nos o péssimo e inédito Ricardo Goulart.
O jogo de hoje iniciou com o gol de Oscar a um minuto de jogo. Ele fez bela jogada na intermediária, driblou dois <em>carboneros</em> e bateu firme de canhota no canto do goleiro Sebastián Sosa. Um belo gol. Só que o gol de Oscar não foi a abertura de uma partida arrasadora do Inter, mas antes um aviso de “fiz o meu máximo, boa noite, vou dormir”.
Marcando forte, Peñarol passou a dominar a partida, apesar de apenas conseguir repetidos escanteios. Não era um bom jogo, as arquibancadas estavam ficando anestesiadas pelo jogo lateral do Inter, cuja inapetência pela profundidade merece ser tema para muitas reuniões de Falcão com seus comandados.
No início do segundo tempo, sentindo que o Inter passaria a noite ensebando, o Peñarol deu duas estocadas que levaram o Inter ao chão: o atacante argentino Alejandro Martinuccio disparou pela Avenida Nei — outro problemaço para Falcão — , tabelou com Juan Manuel Olivera e bateu no ângulo de Renan. Um golaço. A igualdade conquistada em apenas 15 segundos não perturbou o sonolento time colorado, tanto que o Peñarol utilizou-se das mesmas armas para para fazer o segundo gol.
Novamente pela Avenida Nei, a virada saiu aos 5min, quando Luís Aguiar cruzou da esquerda e Olivera subiu sozinho para cabecear novamente no ângulo de Renan, só que no outro canto, para que ficasse simétrico.
Com o segundo gol do Peñarol, o Inter precisava de dois gols. Pura fantasia. Foi quando Falcão teve seu momento: trocou Andrezinho e Oscar por Ricardo Goulart e Tinga. O efeito foi notável: o Peñarol quase marcou novamente aos 15, quando Aguiar chutou uma bola rente ao travessão de Renan, vencido no lance.
A única coisa positiva que Falcão conseguiu foi ao fazer o óbvio ululante. Ao retirar a Avenida Nei para colocar ATACANTE Rafael Sóbis, o Internacional ficou discretamente ofensivo e atacou durante os 20 minutos restantes de jogo. As jogadas de mais perigo foram um chute de fora da área de Bolatti e outro de D’Alessandro, aos 41min, defendido por Sosa. Houve também uma enorme confusão na área uruguaia. Uma confusão. Só uma.
Assim, a simpática equipe uruguaia — espécie de SC Internacional daquele país — levou com inteiro merecimento a vaga.
O embuste do futebol colorado fez com que grande parte dos torcedores se retirassem antes do final do jogo. Foi o caso deste comentarista. Agora, o Grêmio é o Rio Grande do Sul na Libertadores, ao menos até a meia-noite de hoje…















