Vou começar minha cartinha de hoje combinando duas coisas contigo: (1) o Flamengo é muito ruim e (2) quando a gente está jogando mal, pode se atrapalhar até com times ruins. Minha mãe já ensinava que, quando a fase é ruim, até peido descadeira. Não foi nosso caso.
O jogo foi fácil. Tá certo que o time ficou todo enrolado quando viu Aránguiz sair de campo. O chileno jogava bem como sempre. Só que o Fla é tão ruim que viramos o primeiro tempo vencendo por 2 x 0, mesmo sem mostrar nenhum brilhantismo. O segundo tempo sim: jogamos muito melhor, beneficiados pela expulsão de Chicão.
Mas, Abel, olha só: deu para notar claramente que o Alan Patrick não está jogando nada naquele meio-de-campo. Ele está lento como o Ademir da Guia, porém sua velocidade de raciocínio não é a do Divino, é a do Alan Patrick mesmo. Está se achando craque, tanto que encostou uma bola para dentro do gol aberto do Flamengo, dando tempo a um zagueiro para impedir o evento consagrador. Acho que ele quer voltar para a Ucrânia, para o Shakhtar Donetsk, num voo da Malaysia Airlines. Esse Wellington Silva, o lateral, até que joga bem para um estreante, mas ainda não emprestaria meu cachorro para passear com ele. E o Wellington volante… Melhor deixar de lado, é uma dessas paixões inexplicáveis que os técnicos contraem. Ele me lembra o Michel. (Por onde anda?) Ah, ia esquecendo do Rafael Moura! Como disse o respeitável senhor que sentou a meu lado na arquibancada, era o jogo para ele se consagrar. Fez um e perdeu três gols feitos, mas feitos mesmo.
Olha, tchê, com tantas críticas a jogadores — e tu sabes, Abel, o quanto que são justas! — a gente fica com medo. Sou cachorro desses que chegam com o rabo entre as pernas, sabendo que no fim vai apanhar. São 35 anos sem vencer um Brasileiro e sei que ou a gente faz logo umas trocas ou vamos ficar ali no nosso lugar cativo: entre o 6º e o 10º lugar.
Abre o olho, Abel.
Boa semana de treinos. De treinos, tá? Larga o trago.