Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga
Que tal fazer como o Mano, Dunga?
Que tal fazer como o Mano, Dunga?

Na boa, meu amigo, acho que deu pra ti. Não que eu ache que és o único culpado — não és nem o principal deles –, mas o Luigi e sua equipe de abobados não irão apertar coletivamente o botão de EJECT. Que chamem Mano Menezes, Abel Braga ou até o Celso Roth para fechar o ano — só assim mesmo para contratá-lo, claro.

Porque, Dunga, a bagunça de ontem, contra a pobre Portuguesa, foi inexplicável. No intervalo, tiraste o Airton para que não fosse expulso. E, aos quatro minutos do segundo tempo, Índio é expulso de forma colegial… O time voltou nervosinho, não? Então, ficamos com Muriel; Gabriel, Juan e Fabrício; Josimar — que às vezes concedia tornar-se zagueiro –, Alex e D`Alessandro; Caio, Scocco e Damião. Alan só entrou aos 27 min… Céus, Dunga, andas alucinando, fumando alguma coisa antes dos jogos? Viraste o mais improvisador e ofensivista dos técnicos?

Tu dizes que não tens tempo para treinar, mas acho que todos os nossos jogadores têm experiência e noções táticas para não ficarem como baratas tontas em campo. Falta tranquilidade. E isto não é apenas visto nas expulsões e cartões, mas também nos incríveis erros de conclusão a gol. Agora, quinta-feira, temos o Atlético-PR pela Copa do Brasil e, depois, domingo, o líder do Brasileiro, Cruzeiro, ambos em casa. Tenho medo de fazer previsões, ainda mais que perdemos todos os jogos que fizemos sem D`Alessandro e ele estará fora contra o Cruzeiro. O que devo colocar no Bolão do qual sou líder, Dunga? Cruzeiro, né?

Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga

dungaDunga, meu amigo. Se tu quiseres comprovar, venha ao Sul21 e pergunta pro Igor Natusch, pro Iuri Müller ou pro Nicolas Pasinato. Eu previ o fiasco de ontem. Previ no momento em que vi que D`Alessandro e Fabrício provocaram o terceiro cartão amarelo para jogarem o Gre-Nal. Burrice, Dunga, coisa de quem não sabe jogar pontos corridos. Todos os concorrentes ao título e à Libertadores vencerão o Náutico em Recife e em casa. Ademais, os três pontos contra o Grêmio valem o mesmo que os três pontos contra o Náutico, só que os últimos são muito mais fáceis. A matemática ainda não foi avisada de que essa coisa de que ganhar Gre-Nal é importante. Três são três. Sempre.

Voltando aos amarelos: Fabrício e Dale são os dois armadores do time. Como esperar a manutenção da qualidade da armação sem eles? Impossível, né? Ainda mais colocando um estreante de belo nome como Alan Patrick… Coitado do cara, né, Dunga? O time ficou todo torto e lento. Não foi falta de esforço, foi falta de entrosamento, de mecânica.

Outra coisa que deu pra notar é que o Ronaldo Alves não dá. Jackson ou Alan jogariam muito mais ali do lado direito. Para de inventar hierarquias por idade, Dunga.

Depois de ontem, se perdermos o Gre-Nal, tu arranjaste uma crise, certo? Que mancada, Dunga, pelamor.

Nem vou falar mais porque estou meio puto contigo, tá?

Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga
Dunga, dá um carrinho por trás no Luigi? | Foto: Divulgação
A última bobagem. Dunga, dá um carrinho por trás no Luigi? | Foto: Divulgação

Ontem foi um dia muito cheio e não pude te cumprimentar pela vitória sobre o Flamengo. Grande resultado, Dunga, parabéns. Teu time é de luta e a gente gosta disso. É importante ressaltar que o Flamengo é hoje um time de Mano Menezes e isso significa dizer que sabe marcar, contra-atacar e que irá longe, apesar de estar mal colocado no Brasileiro. Mesmo jogando em casa, nem todos os times grandes vencerão o Flamengo, que tem ons jogadores e um líder no banco.

D`Alessandro e Forlán não conseguiram jogar, tal foi a marcação. Aliás, qualquer e nenhum dos dois times poderiam marcar gols. Tivemos sorte, Dunga, e isso é importante. Também gostei da postura gelada do Juan ao não comemorar o gol feito por ele nos descontos, quando tudo contribuía para que ele corresse para a torcida entusiasmado. A gratidão é um belo sentimento, mas a gente quase trincou de expectativa pensando que o gol tivesse sido anulado. Lembro de Gamarra, Iarley, Sóbis e de outros ex-jogadores nossos que marcaram gols contra o Inter. Os dois primeiros baixaram a cabeça, o terceiro pôs as mãos na boca, como se tivesse cometido um crime involuntário. Acho bonito, repito.

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Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga

imagesCaríssimo!

Não houve sofrimento ontem, né, Dunga? Não jogamos bem, mas foi uma classificação controlada, quase uma formalidade para um ato antecipadamente decidido. Quando fizemos o gol do América-MG (por favor, Dunga, Jackson dá de dez em Ronaldo Alves), foi só trabalhar um pouquinho para empatar e repor as coisas em seus lugares. Sim, claro, suamos, mas agora é que virão os maiores adversários da Copa do Brasil. Quer saber? Estou mais preocupado é que contratemos logo este excelente Ignacio Scocco, que viria em boa idade (28 anos) e que é um baita jogador.

Scocco tem aquelas características simpáticas: marca gols e é criativo. Precisamos de gente assim, que saiba colocar as bolas nas redes adversárias, que tenha intimidade com o fato, que ache anormal aquele faniquito que dá em alguns na hora do chute final, da alegria. Sempre digo, Dunga, os artilheiros não valem mais por acaso, valem mais porque são raros e poupam trabalho. Os times que têm de parir uma bigorna para fazer um golzinho são deprimentes.

Agora é preparar o time para o jogo contra o Flamengo. Precisamos ganhar e nos despedir definitivamente de Caxias, Dunga. É muito longe, frio e os gringos nos veem com reservas. Vamos para NH, onde fica mais fácil pra gente ir. Estou com saudades de ir aos jogos, Dunga.

Posso te dizer um segredo? Não vi nenhum jogo do Inter de Fernandão, nem do de Dorival. Não eram treinadores de futebol como tu. Detesto times bagunçados. Faz dois anos que só vejo meu time pela TV. Não dá mais, chega.

Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga

dungaCaríssimo!

Parabéns pela grande vitória. São três pontos que poucos times obterão ao longo do campeonato. Fazem a diferença e, de certa forma, compensam aquela inexplicável derrota para o Bahia lá em Caxias. Aliás, espero que nossos jogos logo possam ocorrer aqui em Novo Hamburgo, muito mais perto.

Meus parabéns se estendem ao fato de que hoje houve volantes na frente de nossa zaga, hoje tu deste proteção para nossos velhinhos. Dunga, gostei muito da providência. Josimar e Fabrício ficaram ali. Está correto.

Esta vitória foi tua. O time estava todo esbodegado, cheio de improvisações. Eram 8 desfalques: Willians, Caio, Leandro Damião, Maurides, Otávio, Ygor, Airton e Mike. O lateral Fabrício de volante, o atacante-armador Jorge Henrique — como jogou este baixinho! — como terceiro homem, etc. E só tínhamos seis caras no banco e, olha…

Dunga, não te estressa com o Luigi. Nosso presidente é um banana e é claro que mais problemas do tipo do que sucedeu com o Willians acontecerão novamente. O Luigi é lento e meio desatento, mas é bom para segurar jogadores. De resto, nós sabemos que o melhor é blindar o vestiário — deixemos o Luigi lá no escritório pensando que entende de futebol.

O Abel está reclamando da cera do nosso goleiro Muriel. O Abel é muito cômico. Se ele não quisesse ver cera, era só pedir a seus jogadores pararem de levantar a bola pro Fred ganhar as jogadas no corpo-a-corpo, né? “Ele atrapalhou nossa reação”. E tu estavas lá para quê? Ele também não viu justiça no resultado. Esse troço de justiça é algo curioso. Parece que concluir bem em gol não é uma qualidade. Mais: o Flu não pressionou, não houve bolas na trave nem grande defesas de Muriel. Ou seja, o merecimento do Flu teria sido o de ter maior posse de bola. Bem, isso o Barcelona também teve contra o Bayern e o resultado foi o que se viu…

A imprensa é chata, né, Dunga? Estão falando que a gente toma muitos gols. Até tomamos, mas isso é uma decorrência de um time ofensivo. O que a imprensa não pensa é sobre a efetividade de Forlán, D`Alessandro e companhia. O Forlán é todo confuso e atrapalhado, mas algo acontece na hora de chutar a gol. O cara tem o DNA do gol. Ele faz, e de qualquer distância. Ponto. Com este efetividade, retirar alguém lá da frente seria loucura. Claro que a defesa tem problemas na bola alta, etc. Mas acho que tu não deves acumular defensores para fazer esta correção, tens que seguir apostando no punch, na potência do pessoal lá da frente. Se tomarmos muitos gols, que sigamos enfiando ainda mais lá na frente. E acho super legal torcer para o time que mais faz gols no campeonato e também para um dos que mais toma. Os jogos são divertidos — vai dizer? — e os paulistas ficam doidos com um time ofensivo vindo de ti. Eles não te conhecem mesmo, deixam-se levar pelo preconceito do Dunga turrão.

Eu sempre disse que tu eras técnico de futebol. Sabia desde a Seleção e espero que a gente possa seguir trocando ideias por muito tempo, meu amigo.

Porque hoje é sábado, Sofía Jaramillo ou uma colombiana para os gremistas colorados

Sofía Jaramillo é uma colombiana que adora futebol.

Sofia_Jaramillo_01

E torce para um time de camisas vermelhas e calções brancos.

Sofia_Jaramillo_02

Que são um pouco maiores que os análogos usados nas fotos acima. Read More

Dois jogos: o Corinthians finalmente roubado e o Inter com seus impasses

Rotina: Riquelme acertou mais um daqueles chutes malucos que os gremistas conhecem.
Rotina: Riquelme acertou mais um daqueles chutes malucos que os gremistas conhecem.

No dia em que Marina Silva cometeu mais um suicídio político — será ressuscitada novamente, esperem e verão — , o Inter fez um confronto equilibrado com o Santa Cruz e o Corinthians foi finalmente roubado. OK, não foi roubado; na verdade, o juiz errou de forma cabal e contrária aos interesses do todo-poderoso time paulista, algo inédito em terras brasileiras, com juízes brasileiros. E nem Tite reclamou. Beneficiário contumaz da péssima e clientelista arbitragem nacional, o Corinthians tem mais é que ficar quieto e acender velas para a nossa Comissão de Arbitragem. Aliás, nem precisaria disso, tem um timaço e merecia eliminar o Boca, só que o Boca com Bianchi tem outro aplomb, outra autoconfiança. E Amarilla em jornada inusual. Os dois Carlos resolveram o jogo e…

O meio-de-campo Eriviti disse que Bianchi insistiu a semana inteira para que o número 8 do Corinthians fosse bem marcado. Mesmo assim, Paulinho voltou a ser impressionante. É o melhor jogador em atividade no Brasil. Usa como ninguém as facilidades oferecidas por nossos armadores que não sabem marcar. Paulinho os engole lá atrás e os patrola quando vai ao ataque. Sim, quando digo que Paulinho é o melhor em atividade do Brasil, não esqueço de Neymar, nem de…

D`Alessandro, que novamente salvou o Inter.  O amor que tenho aos clubes menores quase me tornou torcedor do Santa Cruz, mas quando começou o segundo tempo e nós estávamos com um jogador a menos, voltei a meu coloradismo delirante e quase incondicional. Vou dizer uma coisa para vocês: o Inter tem laterais, tem um time de sete zagueiros bastante bons  — o louco Moledo, mais Juan, Índio, Jackson, Alan, Romário e Ronaldo Alves, para que tantos? — bons volantes e um grupo absolutamente insuficiente de armadores e atacantes. Do meio pra frente, temos D`Alessandro, Damião e um ex-craque que vive de LAMPEJOS, Forlán. Fred não confirma seu início de carreira e deveria ser repassado a outro clube junto com o loiro uruguaio enquanto têm valor de mercado. Caio é alguém a ser testado, assim como Rafael Moura. Ou seja, apesar de toda a boa comissão técnica do Inter, nosso time só pode fazer gols à fórceps e em times fracos

A chamada D`Ale dependência significa apenas que ele ´é nosso único armador e que nossos atacantes não têm rendido. Sim, desse jeito não vamos longe. E tenho dito.

Dunga é um técnico de futebol

Dunga, eu queria te sugerir uma coisinha…

Depois do amadorismo e da acomodação, representados por Falcão, Fernandão e Dorival Junior, Luigi acabou acertando. Acertou sem querer, pois Dunga era tudo que nosso presidente entendido em futebol não desejava. Luigi aspirava continuar no cargo de presidente-palpiteiro, mas o péssimo resultado nas eleições do Conselho fez-lhe dar alguns passos atrás. Ontem, nas entrevistas após a partida, notei certo BANZO e inveja em Luigi. Acho que nosso Giovanni Luigi Calvário está louco para mexer no time e não se enganem: se Dunga pestanejar, voa.

Mas tudo o que não tem feito é pestanejar. Dunga não apenas diz o que pretende como consegue demonstrá-lo depois. Queria saídas rápidas para o ataque, queria que a defesa parasse com os chutões, queria marcação, jogadas ensaiadas e controle da bola alta. Disse tudo isso e depois demonstrou em campo. Esta é uma rara qualidade. Afinal, identificar o problema, eu, o Falcão e monte de gente identifica. O complicado é ir ao campo e inventar treinamentos que deem ao time o que lhe falta. E aí está o trabalho de Dunga, técnico de futebol.

O campeonato é o gaúcho, competição fácil e crepuscular do futebol mundial, mas nós sabemos que, quando a coisa não está ajustada, aqui e ali alguns jogos são vencidos com dificuldades e dor. Às vezes também se empata ou perde. Porém o time de Dunga, apesar de ele se escabelar na casamata como se estivesse 0 x 5, já vai fazendo seus gols no primeiro tempo e vence os jogos sem nenhum estresse. E não toma gols mesmo relaxando um pouco no segundo tempo. Ou seja, faz o que deveria fazer com extrema naturalidade.

Juan acertou a defesa; com ele, Moledo adquiriu segurança e não estranhem se acabar morrendo abraçado com Felipão em 2014. Gabriel e Fabrício vão muito bem, obrigado. Nossos volantes têm apresentado mais argumentos do que cometido faltas; a prova disso está no número de cartões. Na armação estão Fred, que erra muitos passes mas se esforça como um louco, e D`Alessandro, o único que é afagado publicamente pelo técnico. Aí está mais qualidade de Dunga: a de ter identificado o argentino como um caráter mimado, que deve ser elogiado até quando erra. Se D`Alessandro precisa ser amado, então amemo-lo! D`Alessandro, tu és o melhor armador que vi jogar desde Maradona…

No ataque, Forlán só me apaixona quando chuta, mas bastou Rafael Moura recuperar-se de sua cirurgia e fazer três gols num jogo-treino para Damião acordar. Se D`Alessandro precisa de carinho oral, Damião precisa de alguém que lhe chegue por trás, tipo avalanche. Acho compreensível que ele passe a jogar melhor; afinal, o apelido do cara é HE-Man. E tudo isso só possível porque, durante a semana, Dunga treina seus jogadores de forma consistente, bem diferente daquele Dorival que ficava à beira do gramado, treinando a diretoria que o amava.

Ah, junto a Dunga há o preparador físico Paulo Paixão, um sujeito que costuma fazer seus times voarem em campo. Então, não obstante Luigi, nosso vestiário é profissional.

Luigi, deixe os caras trabalharem, por favor. Preocupe-se com o Beira-Rio, com a contabilidade, faça um curso de dicção, mas fique longe do vestiário!

Um desejo meio desesperado de boa sorte ao Dunga

Dunga: com ele e Paixão, alguma esperança

Não sei se o Inter está por demais empobrecido do ponto de vista financeiro — já estava do ponto de vista diretivo — ou Dunga e a nova comissão técnica querem antes uma resposta para a eterna interrogação do clube — há elenco ou não? Ou, de forma mais explicita: pode um time com D`Alessandro, Damião, Guiñazú, Dagoberto, Forlán, Juan, Dátolo, Índio, Muriel, Kléber, etc. ser ruim? Ou ruins eram as comissões técnicas anteriores? Esta dúvida também é minha, pois tivemos uma incrível sequência de técnicos aprendizes (Falcão, Fernandão) ou preguiçosos (Dorival). Para piorar, eles trataram de fazerem-se acompanhar de outros incompetentes. A convicção no amadorismo foi tão grande que eles conseguiram “expulsar para o Corinthians” um dos melhores preparadores físicos do país, Fábio Mahseredjian.

A hipótese de que Dunga deseje ver antes o que realmente tem em casa me sabe muito bem. É uma estratégia de cunho europeu, algo de longo prazo, pois, convenhamos, até hoje não se sabe quem são e o que podem fazer Dagoberto, Forlán e Juan, para ficar no mínimo. Do ponto de vista estritamente técnico, o ano de 2012 não existiu, tendo sido substituído por rosários de lesões musculares (vide o caso D`Alessandro) e de bisonhos treinamentos, incapazes de dar um padrão tático ao time. Na minha opinião, o trio que citei acima está chegando ao clube agora para fazer suas estreias.

Vejam bem, este é o melhor pensamento que posso extrair de uma diretoria que foi a maior inimiga do clube no ano passado, mas que teve o bom senso de contratar profissionais em 2013. Acho mesmo do ano passado não se extrai nada, a não ser a necessidade de livrar-se de Nei, Bolívar, Ratinho, talvez de Bolatti e Élton. 2012 passou em branco.

Vou ser otimista e pretendo esquecer aquele frase lida no Diário Gaúcho que dizia que a rescisão de Bolívar custaria ao clube 2 milhões de reais. Espero que seja mentira.

Bem, hoje Dunga e Paulo Paixão começam a trabalhar e, por incrível que pareça, este torcedor está otimista. Se não der certo, ao menos vamos nos divertir com as brigas de Dunga com a imprensa. (Adoro!)

O Remendão sobre sobras

Eu e o Igor somos coeditores do Sul21. Temos a característica de concordar em quase tudo. Isso é maravilhoso, pois evita brigas, estresse, etc. Também moramos na Zona Sul, mais ou menos perto um do outro, e nosso ônibus vai para o centro da cidade passando pelo Beira-Rio, o qual é observado com expectativa por mim e com prazer por ele. Porque não há mais Beira-Rio e porque numa coisa discordamos — ele é gremista e eu colorado. Quando a gente passa pela Padre Cacique, o que se vê é uma casca com o anel superior completo e com algumas partes do inferior. E só. Tantas paredes foram derrubadas que a gente consegue ver da rua não apenas o outro lado do estádio, mas o rio, ou lago, através do túneis de acesso e do vazio de alguns paredões. Além disso, não há gramado.

Nos últimos dias, eu, que achava até simpático o termo Remendão inventado pelos gremistas, passei a achá-lo inadequado. Remendo é um pedaço de pano que se costura sobre uma base rota. Uma base. Aquilo que está lá nem é uma base, tanto que a cobertura terá fundações próprias. Não será um Remendão, será um estádio construído sobre as sobras do tal anel superior e as rampas. Acho que até teria sido mais produtiva uma implosão. Só que haveria a resistência dos nostálgicos, que acham que as pedras do Beira-Rio lembram de Figueroa e do gol de Tinga no São Paulo.

Ah, estou exagerando? Então vai lá e olha! Ontem, fui comprar um presente na loja do estádio. Cheguei ao Beira-Rio às 18h. Sabem o que me disseram? Que a construtura pedira que a loja fechasse às 16h para evitar o trânsito de pessoas. Voltando ao termo Remendão, aquilo que vi não é uma obra de arte que mereça o nome de Restauro, por exemplo. Merece um nome mais chinelão. Desta forma, não sei que nome sugerir, só sei que está horrível.

Foto do gremista @FTarganski

A situação perde, a oposição não vence, abaixo os sócios e viva o Conselho!

Minha leitura da eleição do Conselho do Inter é bem simples. A situação perdeu muitas cadeiras, a maior parte delas para uma oposição de mentirinha — a de Píffero, Lopes e de uma série de pessoas que ainda anteontem estavam ligadas à situação — e a verdadeira oposição teve um modesto incremento, passando de 32 a 48 cadeiras da metade renovada do Conselho. Vocês dirão que 50% não é um “modesto incremento”, mas, se considerarmos o ganho de cadeiras da chapa de Píffero, a Convergência perdeu uma grande oportunidade.

Píffero e seus aliados fizeram uma campanha inteligente e oportunista. Em política não é feio ser oportunista. Sem biografia ou algo em comum que unisse aquela salada de frutas de todas as estações, chamaram sua de chapa de “Diretas Sempre”, em clara referência a um escandaloso fato recém ocorrido: a negativa do Conselho em dar um segundo turno aos sócios, ou, sendo mais claro, a absurda reeleição de um presidente derrotado em campo, sem ser referendado pelos sócios.

Muitos sócios ficaram indignados com a eleição e votaram simplesmente em “diretas sempre”. Já o grupo da Convergência — ao qual pertenço — teve pudor para se utilizar desta estratégia, mas, como já dizia José Dirceu e Raskolnikov, há que se agachar e pegar o poder onde ele normalmente está, na lama. A biografia coerente do grupo o impediu de usar casuísmos. Cometeu um grave equívoco.

Por falar em sócios, que decepção. Dos quase 60 mil habilitados, votaram 11 mil. Ou seja, são pessoas que estão ou cagando para o clube ou ressentidos com a politica interna do mesmo. Bem, por isso é que há democracia e oposição. Ou só pensam no futebol de campo, como se este fosse consequência dos deuses do futebol. Acho que, se tivéssemos 30 mil votantes, Luigi sairia muito, mas muito pior da eleição de ontem.

Desta forma, o fato esportivo do fim de semana não foi a eleição do Inter, mas a transparente entrevista concedida por Fábio Koff para a Zero Hora. Ele disse coisas das quais se tinha informação — que a Arena era um péssimo negócio para o Grêmio — e outras das quais nem se desconfiava sobre a situação financeira do clube. O Conselho do Inter — essa coisa para a qual os sócios cagam — salvou o Inter de um mau negócio. O contrato com a AG foi examinado e cheirado em seus mínimos detalhes e o resultado é muito melhor. O próprio Koff disse em sua entrevista que o Inter agregou patrimônio enquanto o Grêmio o cedeu. Viva o Conselho do Internacional!

A fineza de uma pessoa da Chapa 1 do Inter

Hoje, às 15h06, recebi um telefonema da Chapa 1 para a eleição do Conselho Deliberativo do SC Internacional. A ligação começou bem tranquila. Uma voz de mulher confirmava meu nome — ela tinha meu telefone como de meu filho Bernardo e rapidamente desfiz o equívoco — e estava começando a cantar as maravilhas de ser Giovanni Luigi Calvário. Rindo, interrompi, afirmando que era ligado à Chapa 3, da Convergência Colorada. Não fui nada áspero, costumo usar a civilidade como regra. A resposta que ouvi foi surpreendente:

— Então tu não merece que eu perca tempo contigo!

E bateu o telefone.

O número que ficou no meu celular é o 51 3019 2280. Fiquei discretamente puto da cara.

Um passo-a-passo para você se livrar da turma de Giovanni Luigi Calvário pela internet e receber a Scarlett Johansson em casa

Colorado,

No dia 15 de dezembro acontecerá a eleição do Inter. Apesar do presidente já ter sido eleito em 1° turno, é muito importante que você vote para o Conselho Deliberativo, elegendo os conselheiros que irão fiscalizar o trabalho da diretoria e em 2014 decidirão se haverá ou não 2° turno. Por isso da importância de votar na Chapa 3 do Convergência Colorada.

Se você, por exemplo, mora no interior ou prefere votar pela internet, ATENÇÃO: é necessário ativar sua opção de voto pela internet até o dia 18 de novembro (domingo). Faça sua confirmação o quanto antes. Para isso, acesse: https://www.votainternacional.com.br/votacao

Caso não tenha ou não lembre da sua senha de acesso, recupere-a em seu e-mail:

http://www.internacional.com.br/socios/lembrar_senha.php

Siga os 3 passos para: 1) optar pelo voto na internet; 2) confirmar dados pessoais e,  3) receber e-mail de confirmação. Clique no 1° link da mensagem de e-mail recebida e guarde a mensagem para votar dia 15/12/2012 pelo 2° link da mesma mensagem.

Quem pode votar

Pode votar quem se associou até o dia 31 de dezembro de 2010, estiverem em dia com suas mensalidades até o dia 31 de outubro de 2012, maior de 16 anos completados até o dia da eleição (15/12/2012), nas categorias Beneméritos, Remido, Patrimonial, Paraninfo, Contribuinte e adquirentes de título patrimonial não remido do Parque Gigante, admitidos antes de 13 de novembro de 1990.

Mais informações, dúvida ou qualquer problema, ligue para o CAS – Central de Atendimento ao Sócio: (51) 3230-4600

Siga o passo-a-passo:

No site do Inter, clique na barra “Eleições 2012”:

Ou acesse direto o site http://www.votainternacional.com.br. Lá, vá na opção “Como votar”:

Leia as instruções e acesse https://www.votainternacional.com.br/votacao:

Digite seu número de matrícula (só os números, sem pontuação) e senha. Caso não lembre a senha, clique em “Lembrar senha“, para recuperá-la por e-mail:

Já logado no site, opte pelo voto na internet:

Confira e confirme seus dados pessoais:

Uma instrução avisará que foi enviada confirmação ao seu e-mail:

Acesse seu e-mail. Na mensagem do Inter, clique no 1° link para finalmente ativar seu voto. E guarde a mensagem para acessar a votação no dia 15/12 (no endereço do 2° link):

Fonte: Blog da Convergência Colorada

Depois receba a Scarlett Johansson em casa:

Senhores Conselheiros: não soneguem aos sócios a oportunidade da manifestação democrática

Por Bruno Zortea
Advogado e sócio colorado Nº 545.022, matrícula 087125.00

Estamos nos aproximando de uma decisão importantíssima para o Sport Club Internacional. Contudo, esta não passa pelo gramado, nem pelas hoje quase ausentes arquibancadas. Amanhã, quinta-feira (8), os rumos do clube serão decididos nas entranhas do Conselho Deliberativo, onde se dará a disputa entre as três chapas postulantes ao comando do clube no próximo biênio.

O evento de amanhã deveria ser apenas o prólogo da eleição real, aquela em que os associados do clube do povo decidem quem serão os merecedores de conduzirem sua paixão pelos dois anos seguintes. Porém, e há sempre um porém em tudo, corremos o seríssimo risco de vermos este inalienável e sagrado direito de escolha retirado de nós por questão burocrática. Com efeito, a previsão da chamada cláusula de barreira — a qual só dá acesso ao segundo turno a dois candidatos com mais de 25% dos votos no Conselho — visa evitar a participação no pleito final de algum “aventureiro” ou “cabeça-de-bagre” que pretenda apenas aparecer, tumultuar e dificultar a escolha do associado. Por falar em “cabeça-de-bagre”, lembramos que dirigente ruim é como jogador ruim, uma hora acabará jogando e comprometendo.

Entretanto, a meu juízo, não é o que se verifica entre os três postulantes ao cargo máximo do Colorado, vez que são pessoas sabidamente comprometidas com seus projetos para com o Internacional há muitos anos e que representam correntes consolidadas dentro do clube.

A grande questão é a possibilidade de apenas um dos candidatos romper a tal barreira e redundar numa patética eleição indireta, totalmente à revelia das bases democráticas de uma instituição que conta com mais de 100 mil sócios. Ou devemos considerar que o associado é tão somente uma massa de manobra que deve apenas pagar a mensalidade, torcer para que o conselho acerte na escolha e ser posteriormente convocado a apoiar o time de forma incondicional, até quando é derrotado por “rebaixatários” dentro do Beira-Rio?

Contra isso eu me ergo, como devem se insurgir todos os associados, sem procurar desafetos. Não podemos admitir que os escolhidos para o comando do glorioso Internacional não passem pelo crivo do voto direto. Essa eleição precisa ser decidida no pátio. Vivemos uma fase de transição e a próxima direção não pode iniciar a necessária reformulação no elenco sem o respaldo da torcida.

É inegável que muitíssimos erros foram cometidos, que este foi um ano perdido, mas se os dois próximos também o forem, só teremos outra oportunidade de mudar o presidente após a Copa de 2014! O grande problema que viceja no Internacional hoje parece ser uma deletéria mistura de ressaca, continuísmo e conformismo, na expectativa de que alguma solução mágica nos recoloque na senda de vitórias.

Não acredito que o atual modelo de gestão se encontre ultrapassado ou esgotado — pelo contrário, estratégias semelhantes se mostram altamente eficazes em outros clubes — , a questão é que os atuais mandatários não souberam ou não puderam traduzir seus atos e investimentos em um time. Alguém se aventura a lembrar a ultima atuação convincente do Internacional? Estamos tão saturados com o conformismo que já sabemos de antemão as desculpas para os constantes reveses. Ninguém mais aguenta o “pensar jogo a jogo”, as lesões, as convocações, a defesa dos atletas “com biografia”, etc.

As últimas notícias, por exemplo, confirmam a total falta de rumo no comando do futebol: um atleta que há pouco tempo foi nosso capitão (vai entender), hoje se especula que será dispensado; outro que também foi nosso capitão e que estava totalmente fora dos planos — talvez por decisão própria — deve jogar no próximo domingo. Cadê a convicção, onde está a política de futebol? Daqui a pouco deverão começar a falar em grupos dentro do vestiário. Da mesma forma, o modo como foi tratada a questão com a Andrade Gutierrez traduziu-se em meses de angústia da torcida, corneta e exposição negativa de nossa imagem.

Resumindo, a torcida colorada merece, após este ano medíocre, o direito de ir às urnas e indicar por quem pretende torcer, vaiar ou cornetear nos próximos dois anos. O momento é sim de união, mas não entre os diversos movimentos políticos do clube e sim entre este e a sua apaixonada torcida. É preciso que a próxima gestão possua legitimidade, e esta, convenhamos, não advém dos salões acarpetados do conselho, e sim do primitivo cimento do pátio, irmão da arquibancada, onde a torcida tantas vezes se somou ao time em suas conquistas.

Senhores Conselheiros, da mesma forma que não vamos a campo pelos jogadores e sim pela camisa, não iremos às urnas pelos senhores, mas sim pelo glorioso Sport Club Internacional.

Por favor, não nos soneguem a oportunidade desta importante manifestação democrática. Não aprontem mais essa. Segundo turno já!

Convergência lança Plano de Gestão 2013/2014

Há quem queira a continuidade do voluntarismo

— corrente filosófica que dá preferência à vontade mais que ao entendimento, corrente daqueles que acreditam em milagres, do “eu acredito que seja assim porque quero que assim seja” —

e do amadorismo

— Falcão e Fernandão inventados como técnicos, Luciano Davi como responsável pelo futebol, Fábio Maseridjan indo para o Corinthians —

instalados no departamento de futebol do Internacional.

Eu não.

Na boa, sou moderninho e prefiro o profissionalismo e os projetos mesmo. Gosto de vê-los seguidos e cumpridos. E aí está o Plano de Gestão da Convergência Colorada para o biênio 2013-2014. Clique no link abaixo e leia. É aberto, divulgável e claro. Dá até para copiar! Mas não esqueça da autoria.

LEIA O PLANO DE GESTÃO 2013 / 2014

O Conselho e o Pátio: um não tem nada a ver com o outro, mas seria melhor se tivesse

A única chance para Giovanni Luigi permanecer como presidente do SC Internacional está em vencer as eleições para o Biênio 2013-14 no primeiro turno, ou seja, no Conselho. Ele tem apenas uma bala e seu tiro — perigosíssimo, letal — será desferido na reunião do dia 8 de novembro. Nesta data, os 346 conselheiros do Clube devem optar por uma das candidaturas a presidente. Avançarão ao segundo turno duas das chapas mais votadas, desde que obtenham mais de 25% dos votos. E nisto resumem-se as chances do presidente picolé de chuchu, alguém que não empolga ninguém, mas que possui o Conselho Deliberativo do clube na mão. Assim como Odone tem no Grêmio.

Mais sobre o maravilhoso Luigi e a situação do clube: aqui.

Para ultrapassar a cláusula de barreira, os citados 25%, são necessários 87 votos no Conselho. Em princípio, Giovanni Luigi teria aproximadamente 180 votos, Luiz Antonio Lopes, 60, e a Convergência Colorada, com seu candidato indefinido entre Sandro Farias e João Patrício Herrmann, 65. Acontece que Luiz Antonio Lopes tem o apoio de Vitorio Piffero, ex-presidente e ex-aliado de Luigi, que deve retirar votos do Banana. É possível que, deste modo, Lopes chegue ao segundo turno para disputar a presidência..

O Conselho

Pois, meus amigos, o Conselho muitas vezes não está preocupado com o futebol. Conheço muitos conselheiros. Há aqueles que vão aos jogos e sofrem com o marasmo cotidiano do clube — são o que chamo de conselheiros-torcedores — e aqueles que estão lá por serem políticos, jornalistas conhecidos ou pequenas celebridades da cidade — são os conselheiros-modinha. Estes são amigos de um amigo de Fernando Carvalho ou de outro membro menos notório da diretoria atual ou das anteriores. Foram convidados ao cargo por serem conhecidos, por serem ricos empresários ou por serem membros de diretorias de outras entidades; enfim, por suas relações extra-clube. Aceitaram concorrer por vaidade, vício, ou para ganhar mais um pontinho junto a sei lá quem. Pois, não sei por quê, é bacana ser Conselheiro, mas mesmo que não se saiba nada sobre futebol.

Estas figuras decorativas fazem o recheio dos sete (7) (!) movimentos que apoiam o futebolisticamente derrotado Luigi e podem levá-lo à vitória no primeiro turno. Um conselheiro-torcedor me disse que ontem (22/10) Luigi tinha votos suficientes para prescindir do segundo turno, o do pátio, o dos sócios, o dos torcedores que se escabelam com a realidade do clube.

Então, nos resta desejar que um dos dois adversários do presidente alcancem os tais 25%. Se alcançar, será o novo presidente do clube, pois Luigi perderá no pátio, assim como aconteceu com Odone no Grêmio.

O fundamental

Mas o mais importante desta eleição é o que ocorrerá no dia 15 de dezembro. Esta é a data não apenas para a realização do segundo turno das eleições presidenciais — se houver — mas para, FUNDAMENTALMENTE, o associado optar por uma chapa do Conselho. Este, num mundo ideal, deveria ser renovado com inteligência e maior critério por parte dos sócios.

Há 346 conselheiros. 300 são eleitos e 46 são ex-presidentes e membros do Conselho por mais de 30 anos. A gestão dos eleitos é de quatro anos e, a cada dois anos, a metade é renovada. Ou seja, no próximo dia 15 de dezembro, haverá a renovação de 150 conselheiros. Para que o clube fique mais arejado é necessário diluir a base aliada do Banana. Para quê? Ora, a fim de que tenhamos uma gestão menos amadora. A propósito, hoje a Convergência Colorada lança seu Plano de Gestão 2013/2014. É um evento aberto, qualquer um pode ir lá e conferir. Será às 20h, no auditório do Edel Trade Center (Av. Loureiro da Silva, 2001), em Porto Alegre. Logo após o lançamento ele estará no ar no site.

Sim, apoio a Convergência e convido a todos os interessados no Inter a se informarem sobre ela e os outros movimentos do clube. Depois, informados, decidam, ora! Por favor, chega de votar nas figurinhas mais simpáticas da cidade.

Inter: está na hora de pensar nas eleições e EM MAIS NADA

Quem vê o Inter jogar, constata: é um time com cara de fim de festa. Espero que os sócios expandam esta noção nas eleições ao final do ano. O grupo dirigente que está lá desde 2002 deve ser retirado, também ele está bêbado e cansado, é a hora de chamar um táxi para levá-los. Foram cinco exitosos anos de Fernando Carvalho, quatro nem tanto com Vittorio Píffero e dois lastimáveis com Giovanni Luigi. Antes da eleição de Luigi, houve uma cisão no grupo, mas o determinante do fracasso de Luigi não foram as questões políticas e sim sua inaptidão para o cargo.

Luigi só ganhou Gauchões. Deveria saber que o Inter não é Prenda.

Luigi tem qualidades. É um homem educado, faz as coisas com cuidado e não é um voraz vendedor de jogadores. Aliás, neste último item chega a ter uma postura amadora, o que é saudável numa instituição onde o objetivo final é o de jogar futebol. Porém, suas qualidades cessam aí. Ele não foi capaz de montar uma comissão técnica competente e estável e subjugou-se aos muxoxos das divas campeãs, mas envelhecidas. A saída de Fábio Mahseredjian da comissão técnica do Inter foi uma tragédia. Tínhamos um dos melhores preparadores físicos do país e o perdemos em razão de que o técnico Dorival Júnior vinha acompanhado de sua equipe e desta Mahseredjian não podia fazer parte. Isso é um disparate absoluto. Fábio foi para o Corinthians e o que fez lá a gente sabe.

Luciano Davi: administração tortuosa do futebol do clube

A entrada de Luciano Davi como diretor de futebol foi outro fato incompreensível. Trata-se de um menino dubitativo e oscilante. Por exemplo, ele anunciou a naturalização de Guiñazú para que Dátolo pudesse jogar e depois, para pasmo geral, disse que aquilo não era mais prioridade (?). Além disso, costuma emitir um rosário de opiniões tolas e avaliza decisões que se comprovaram erradas minutos atrás — o que foi esta justificativa para Dátolo não ter ido à BH para jogar contra o Cruzeiro?, o que foi esta decisão de preservar D`Alessandro? Ele, Luciano, veio em substituição à Luís Anápio Gomes, conhecido pelo jogadores como Bananápio, o que pode ser uma avaliação deselegante, mas que não foram desmentidas pela inação de Anápio.

A história de Luigi com os técnicos também foi inacreditável. Dois grandes ex-jogadores, que deveriam ser preservados como ídolos, foram contratados: Falcão e Fernandão. Ambos craques, ambos ídolos, ambos amadores como técnicos. Entre os as duas contratações, Dorival Júnior, um treinador que confirmou o que dele se sabia: era um disciplinador sem grande interesse pelos treinos táticos, os quais deixava para auxiliares que não eram respeitados pelos jogadores.

E os jogadores? Ora, estes dominavam e seguem com as rédeas do vestiário. O grupo dos velhos é quem manda. Há problemas grandes nesta área, há que fazer um limpa colocando alguns generais e outros de menor patente na reserva. De pijamas, bem entendido.

A propósito, quando meu filho Bernardo perguntou quem seria o novo técnico do Barcelona, respondi-lhe mesmo sem estar informado: “O técnico vai ser alguém lá de dentro, eles têm política de futebol, todos os times desde as divisões inferiores jogam no mesmo esquema, não precisam buscar ninguém de fora”. Acertei. Eu sei que falo do Barcelona, melhor time do mundo, sei que ele está anos-luz à frente do Internacional, mas a experiência deles é que deve ser copiada, não a dos velhos modelos.

Conheço poucos e bons caras da Convergência Colorada, mas fico feliz quando noto a palavra profissionalismo por todos os lados. O voluntarismo bisonho das pessoas convidadas pelo Luigi — o competente administrador da Rodoviária de Porto Alegre, a qual frequentei dia desses — é inadmissível. Não há justificativa para manter uma folha de pagamento de 9 milhões de reais mensais e ter aprendizes como chefes. Todos devem ser profissionais treinados longamente no próprio clube ou fora dele, para que não ocorra este absurdo de ver o Grêmio na nossa frente com um time mais barato e inferior.

Acho que a Convergência, que se formou na Internet e é composta por pessoas em sua maioria sub-40, deveria usar a Internet desde agora para explicar suas propostas e convencer os sócios. Há que crescer e logo. É um bom momento para mudanças. Afinal, nunca vi os colorados tão desanimados, sem vontade de ver o próprio time jogar. Um amigo me disse: “Quando vi que o Fernandão tinha voltado ao esquema com 3 volantes, resolvi fazer a vontade de minha mulher e ir ao cinema. Não queria ver tudo de novo: o time sem ataque, a mesma alteração no começo do segundo tempo, etc.”.

Há um único lado positivo, então. A vida amorosa dos colorados ganhou outra feição. Mas quando a mulher também é colorada a baixa libido da dupla deve levá-los à efetividade de um Nei.

Voltarei ao assunto, imagina se não.

O desespero de Fernandão pode ser muito útil

Fernandão tenta ver alguma luz no fim do túnel

Ontem, estava almoçando no Sabor Natural, na Siqueira Campos, e me encontrei com meus velhos amigos Leônidas Abbio e Paulo Almeida. O Leônidas me lembrou de uma coisa que eu tinha dito a respeito do Inter e que tinha simplesmente esquecido. Logo após a contratação de Forlán, eu disse que o Inter estava se realmadrilizando. Referia-me ao Real Madrid que, antes de Mourinho, acumulava estrelas e não ganhava título nenhum. Não que seja ruim ter estrelas no time. É que estas, no Inter, sistematicamente são cooptadas a um grupo de semi-aposentados “grandes jogadores” que estão lá há anos e adotam seu estilo. Rapidamente, o jogador caro agrega-se ao grupo de Bolívar e Kléber, o dos jogadores “ricos com biografia”. Este grupo pensa que sua titularidade se dá por decreto e, quando ficam de fora, escolhem se querem ou não sofrer a humilhação do banco. Bolívar, por exemplo, não gosta de assistir o jogo do banco — ou joga ou fica em casa. Nei, Damião e Dagoberto, apesar de mais jovens, também participam do grupo dos velhos, talvez em função de seus altos salários. Índio idem, porém mata-se pelo time em campo e é adequado retirar dele a acusação da tal…

Fernandão chama a isso de “zona de conforto”. Tem razão. Mas não creio ser atribuição sua denunciar o problema. Aliás, ele parece ser o único angustiado. Luigi e seus companheiros de diretoria não estariam também numa zona de conforto? Pois é, o Inter é um clube estranho: tem uma folha de pagamentos que chega aos 9 milhões mensais e uma administração de futebol amadora. Também tem também um incrível respeito pelos jogadores campeões do passado. Eu já sou da opinião de Rubens Minelli, o qual repetia e repetia que futebol era momento e não tinha medo de deixar Batista, Caçapava ou Marinho Perez muitas vezes no banco. Não lembro de Manga, Figueroa, Falcão, Carpeggiani, Valdomiro ou Lula afrouxando o ritmo. Alfred Hitchcock também dizia que seus atores podiam ser substituídos por outros — disse uma vez a um deles que “atores são gado”. Ou seja, eles que obedecessem se quisessem seguir trabalhando com ele.

Mas o Inter tem medo do grupo de Bolívar, que já teve no passado co-líderes como Tinga, Clemer e… o próprio Fernandão. O tratamento com as vedetes é complicado, mas elas têm que ser dobradas. No Inter, há três grupos: o dos jovens, o dos estrangeiros e o dos velhos. A administração do futebol não consegue uni-los para dissolver a liderança dos velhos que moram no tal conforto. Fazendo corpo mole, eles já obtiveram demitir vários técnicos, mas nenhum veio se lamuriar em público, dizendo que nunca sabia se haveria esforço da parte do time e que rezava na beira do gramado para que houvesse interesse. “Eu nunca sei o que vai entrar em campo”. Piada, né? O fato é que nosso excelente grupo de jogadores, ao custo, repito, de 9 milhões por mês, é inútil, e faz uma campanha que, no segundo turno, o coloca na zona de rebaixamento. Nos últimos 9 jogos, ganhamos 6 pontos. (Eu abandonei o Beira-Rio e lhes digo, só volto em 2013). Se seguirmos assim, vamos nos livrar por pouco do rebaixamento. Não, não estou sendo louco, estou apenas olhando os números.

Então, apesar de achar que Fernandão não é técnico de futebol, seu mimimi pode fazer com que alguma coisa se mova internamente. Não, não se pode ser amiguinho de Bolívar e Cia. Ou eles jogam ou vão para onde o treinador os mandar. O próprio Fernandão, em seu patético pronunciamento, elogiou os jovens jogadores e disse que AGORA vai escalar quem se esforça em campo. Agora? Isto é uma confissão da vassalagem de um técnico que até dias atrás justificava tudo, desde as estranhas atitudes de Bolívar ao número incrível de cartões de D`Alessandro e Guiñazú. Não sei, creio que Fernandão devia comprar o confronto. Se hoje, na reapresentação dos jogadores, ele puser panos quentes, recuando de suas críticas, estamos fodidos. Está na hora de dobrar a geração vencedora ou virar a página.

Para os colorados, é o que resta torcer em 2012. Que a briga dê frutos e que venha um 2013 com novas diretoria, comissão técnica e, finalmente, nova dinâmica de grupo.

Sem revisão, tá? Deve ter erros.