Neva, peça uruguaia apresentada no Porto Alegre Em Cena

No dia 9 de janeiro de 1905, um dos mais importantes da história do século XX, Olga Knipper e mais dois atores, Masha e Aleko, estão num teatro de São Petersburgo. Olga, viúva de Anton Tchékhov, morto seis meses antes, é uma pessoa de rigorosa frivolidade, ao contrário do ex-marido. Verdade, ela era mesmo assim. Era domingo, dia em que as tropas czaristas massacraram um grupo de trabalhadores que viera fazer um protesto pacífico e desarmado em frente ao Palácio de Inverno do Czar. O protesto, realizado após a missa e com a presença de muitas crianças, tinha a intenção de entregar uma petição — sim um papel — ao czar, solicitando coisas como redução do horário de trabalho para oito horas diárias, assistência médica, melhor tratamento, liberdade de religião, etc. Os trabalhadores não sabiam, mas o czar nem estava no Palácio. A resposta à petição foi dada pela artilharia, que matou mais de cem trabalhadores e feriu outros trezentos. Os Romanov acharam natural.

Porém, dentro do teatro, bem em frente ao rio Neva, Aleko e Masha ajudam Olga, a diva, a ensaiar O Jardim das Cerejeiras enquanto aguardam o diretor de peça, ou a Revolução, ou alguma outra coisa desconhecida. Olga quer apenas o reconhecimento de seu talento, Aleko é conservador e deseja que o mundo permaneça como está e Masha faz discursos inflamados de que mundo mudará para melhor com a Revolução. Mas não é tão simples. Após ensaiar por diversas vezes a morte de Tchékhov com Olga e Masha, Aleko às vezes parece encarnar o autor, agindo de forma diferente do habitual, caindo fora de seu ideário.

A peça Neva — absolutamente notável — é uma montagem uruguaia sobre texto do chileno Guillermo Calderón. É falada, evidentemente, em espanhol. Amigos, que atores e que texto! Nesta pequena anotação, é importante lembrar que o espetáculo traz, em 1h15, um contexto completo: há uma profunda reflexão sarcática a respeito da arte teatral, há a vida privada com foco nas vaidades dos atores e há o drama popular da revolução nascente.

Lembra alguns dos primeiros filmes de Nikita Mikhálkov, principalmente Olhos Negros e Peça Inacabada para Piano Mecânico, mas com muito mais peso. Aqui temos menos humor e muito mais sarcasmo. A peça também se utiliza de grandes fatias da realidade social e da vida pessoal de Olga e Anton. Conhecendo um pouco da história da Rússia e sendo Tchékhov um de meus autores preferidos, dá para notar claramente que o dramaturgo foi fundo na investigação das biografias e da época. As várias versões apresentadas para a morte de Anton são os momentos onde Olga é mais atacada. Indiretamente. O artifício de se fazer teatro dentro do teatro resultou muito eficaz.

A montagem de Neva é despojadíssima. São três personagens, um banco, uma janela por onde passam revoluções e ironias e iluminação mínima que sai de um spot manipulado pelos próprios atores. Os atores são Bettina Mondino, Paola Venditto e Moré.

Olha, recomendo fortemente. A peça ainda estará em cartaz hoje e amanhã, às 22h, no Teatro de Câmara Túlio Piva. Ontem estava quase lotado, o que significa que há ingressos disponíveis.

~o~

Antes das 22h, assistimos à primeira parte do Concerto da OSPA. A Sinfonia Nº 82 de Haydn e a Abertura Coriolano de Beethoven estiveram maravilhosas. Deu dó de sair no intervalo. Mas valeu a pena.

Não há razão para comparar Adriana Calcanhotto e Ná Ozzetti, mas…

Bem, no último sábado, escrevi isso aqui numa matéria para o Sul21 (publiquei só o que está em itálico, claro):

Ao menos neste período, não há como reclamar da vida cultural de Porto Alegre. Na última terça-feira (06), iniciou o Porto Alegre em Cena, que vai de 6 a 27 de setembro. Entre os dias 7 e 20 deste mês, temos a famigerada — sim, estou sendo altamente pejorativo —  Semana Farroupilha, que dura bem mais que uma semana e, neste sábado (10), começou a 8ª Bienal do Mercosul, que se estende até o dia 15 de novembro, ultrapassando o final da Feira do Livro que irá de 28 de outubro a 12 de novembro. Considerando-se todos os eventos, ficam contemplados o teatro, a música popular, as tradições, as artes plásticas e a literatura.

E é tudo muito barato ou gratuito. Hoje, sigo nos concertos e peças. Das 20h30 até o intervalo, verei o concerto da OSPA, e depois, às 22h, vou assistir a peça uruguaia Neva. O tema é a figura de Olga Knipper, mulher de Tchékhov, que nunca foi lá muito veraz em suas histórias e que tinha um comportamento polêmico como ex-esposa do grande dramaturgo. No drama, ela vive uma crise: longe dos palcos, cuida de seu marido, que definha num sanatório alemão. Isso, a doença, macularia uma imagem de atriz perfeita construída em anos de trabalho. Muito fantasiosa, Olga representa a respeito de tudo. Por exemplo, sabe-se das muitas versões acerca da morte de Tchékhov, reinventadas pela mulher como se fosse uma cena de teatro a ser lapidada. O resultado é até hoje não se sabe como foi. Aguardemos pela noite.

Voltando (ou recém chegando) a nosso assunto: sábado, fui ver Ná Ozzetti e, ontem à noite, Adriana Calcanhotto. Foram dois shows acústicos de duas cantautoras, ambas acompanhadas por excelentes bandas; Ozzetti com um quarteto, Calcanhotto com um trio; as duas no Theatro São Pedro. Ozzetti é muito tímida e trancada no palco, Calcanhotto esconde muito melhor o fato de também ser assim. Não, não há necessidade nenhuma de compará-las e, se o faço, é apenas pela proximidade e pela diferença entre os espetáculos.

O show de Ná, Meu Quintal, morre na baixa qualidade de suas composições. A cantora — muito melhor tecnicamente e com mais extensão vocal do que Calcanhotto — mostra músicas fraquinhas com letras de bicho-grilo tardio. Salva-se algumas canções de Luiz Tatit e a excelente interpretação de Na Batucada da Viva, de Ary Barroso e Luiz Peixoto (1934). Enquanto Ná mostrava suas músicas e parcerias, eu tratava de deixar o tempo passar, revisando mentalmente a agenda, etc. Meu Quintal é apenas simpático.

Adriana Calcanhotto tem outra presença. Impõe-se, não é nada leve ou bicho-grilo como Ná. Suas músicas têm boas letras e Adriana compensa a falta de extensão de sua voz com músicas facilitadoras — simples, diretas, boas. O resultado é que Micróbio do Samba funciona maravilhosamente. É um espetáculo dedicado de cabo a rabo ao samba. Toda de preto, Adriana não faz um show “pra cima”; canta com inteligência e poesia a vida cotidiana. Sua dança quase imóvel, as poucas palavras e a fingida indiferença para com os aplausos não são apenas heranças benditas do rock, são a construção de uma personagem agradavelmente blasé durante as quase duas horas de espetáculo. Sua única fala, além da apresentação dos músicos e de um rápido boa noite, foi muito emocionante. Ela acendeu um copo de Steinhäger (isso mesmo) para homenagear Caio Fernando Abreu, que ontem faria 63 anos. Recomendo!

Grandiosa obra de arte posta à venda

Em tempos de Bienal do Mercosul, minha filha Bárbara, de 16 anos e que prestará (prestará?) vestibular para História em janeiro, experimentou uma súbita criatividade durante o almoço e criou a peça-instalação Capitalismo Selvagem. Pelo custo de R$ 5.000, damos uma mesa pequena de fórmica, uma toalhinha branca e bela peça abaixo, cunhada por ela. Tudo acompanhado por uma plaquinha

Capitalismo Selvagem

Bárbara Ribeiro

(2011)

Ideal para sua sala. A peça é única e exclusiva. 5 pilas, OK?

Capitalismo Selvagem, obra de Bárbara Ribeiro (peça única, irrepetível, exclusiva)

Carl Nielsen: Trechos da Sinfonia Nº 5

Dificilmente se encontrará compositor mais subestimado e injustiçado na história da música do que o pobre dinamarquês Carl Nielsen (1865-1931). Duvido que, após conhecer as Sinfonias 3, 4 ,5 ou 6, ou o Concerto para Clarinete, ou o para Violino ou ainda o incrível Quinteto de Sopros, alguém esqueça de Nielsen. O cara era um tremendo compositor, ainda mais para sopros.

A 5ª Sinfonia pertence a outro mundo. Escrita entre 1921 e 1922 mostra o mundo e a linguagem musical desintegrando-se. Homem de seu tempo, Nielsen provocou irritação, principalmente pelo trecho onde indica que a percussão deve fazer barulho sem especificar de que tipo… Ou melhor, Nielsen simplesmente instrui a percussão a tentar parar a progressão da música a qualquer custo, sem explicar o que deviam fazer para isso… Na gravação abaixo, a coisa até que vai calma, mas tenho outra em CD de uns bagunceiros escoceses acostumados à brigas de rua e aos quebra-quebra habituais dos bêbados, onde esforços maiores são feitos. O originalíssimo primeiro movimento divide-se em 2 partes e 3 planos tonais; o ritmo é monótono, depois torna-se militaresco e até aterrorizante, ainda mais quando os percussionistas decidem acabar com a música. Vale a pena conhecer por inteiro esta obra curiosíssima e ultraclara em sua determinação de mostrar o ambiente político que se criava.

Aqui, o primeiro movimento, Tempo Giusto:

E aqui, o segundo, Adagio non troppo:

Porém, há mais quatro movimentos! Dentre eles, um Andante com duas lindas fugas.

Bom domingo!

Bolívar, o General cagão (?) mete-se em sinuca de bico

Este não é exatamente um texto sobre futebol. Também é, mas o esporte é apenas um ornamento. É um texto sobre a sacanagem, sobre o que penso ser uma tentativa de sacanagem que não está dando certo em razão de circunstâncias incontroláveis. Vamos aos fatos: Bolívar, zagueiro do Inter, capitão do time e vencedor das Libertadores de 2006 e 2010, apelidado de General, grande jogador, vinha jogando mal, muito mal. Porém sua vida estava tranquila. Seus reservas — Moledo e Juan — eram dois jovens inexperientes e os dois outros concorrentes com mais bordel — Sorondo e Rodrigo — estavam e estão gravemente machucados. Só que Bolívar exagerou na má fase. Após ver publicado um Dossiê de 15 minutos com suas falhas no YouTube, conseguiu bater o recorde de conceder, através de seus erros, três gols em dez minutos aos Santos. O Inter vencia por 3 x 0, Bolívar criou um 3 x 3.

Mesmo assim, mesmo com o inacreditável jogo, mesmo que o dossiê devesse crescer, o zagueiro não foi especialmente vaiado em campo. Nunca foi. Há respeito por sua biografia. As críticas da torcida vieram pelas Redes Sociais, blogues, twitter (pela hashtag #eubolivei para dizer “errei”) e pelo tal vídeo no YouTube. E então o zagueiro tornou-se enxadrista e deu seu lance: aproveitando que Índio, seu companheiro de zaga, fora suspenso por 3 jogos pela CBF, o General pediu para também sair do time, provavelmente apostando numa crise ao deixar a batata quente na mão dos jovens. A diretoria do clube, que não tem mais pulso para controlar seus jogadores, assentiu. Só que o tiro estava saindo mais ou menos pela culatra. O Inter empatou com o Ceará e venceu o América-MG com atuações aceitáveis da dupla de jovens. A defesa seguiu falhando, mas por Nei, o lateral direito.

É claro que o general esperava que o time perdesse vários jogos para voltar nos braços do povo. Era uma aposta, uma boa aposta até, apesar de nada ética. Só que nosso personagem principal foi deixado cedo demais numa sinuca de bico. O zagueiro Moledo lesionou-se ao final do último jogo e todos os olhos voltaram-se para Bolívar. Por quê? Ora, porque o próximo jogo é contra o time que força especialmente o jogo na maior deficiência defensiva do Inter e de Bolívar, a bola alta. O que se deve fazer? Escalar de novo o grande General — apesar de a diretoria dizer que ele volta quando quiser… — ou chamar o sétimo zagueiro ou o oitavo zagueiro, os quais nunca jogaram no Brasileiro? Explico melhor a situação: são duas vagas e a situação é a seguinte:

(1) Índio (suspenso)
(2) Bolívar (férias)
(3) Sorondo (lesionado)
(4) Rodrigo (lesionado)
(5) Moledo (lesionado)
(6) Juan (jogando)
(7) Dalton (disponível)
(8) Romário (disponível)

Então, Bolívar viu antecipada a necessidade de retorno. Se houve mesmo, sua estratégia furou como contra Borges no jogo contra o Santos. É o momento de ele provar que está “na grande forma” em que diz estar. Ficar de fora seria pusilânime. Bolívar deixaria o técnico Dorival Junior mandar a campo Dalton, um jogador que Falcão disse que nunca poderia vestir a camisa do Inter, para seguir em férias?

Agora o General tem que assumir a responsabilidade de encarar o jogo contra o Palmeiras a fim de mostrar que tem ainda futebol ou pelo menos culhões. Eu observo o impasse me divertindo, pois agora teremos a noção de quem é o verdadeiro General, o verdadeiro líder. Afinal, a direção disse para ele decidir quando quer voltar. Se ele tiver coragem, volta agora. A sinuca de bico foi criada por ele mesmo: se jogar e confirmar a má fase estará acabado; se não jogar, estará claramente dizendo: foda-se o time. Ou seja, só lhe resta jogar. E bem.

Escrito com o auxílio involuntário de Marcelo Furlan e Nelson Baron

Três vezes Brahms: o Concerto da OSPA ontem à noite foi memorável e teve a presença de Romy Schneider

Aos colegas da OSPA.

Quero convidá-los para se divertirem nessa noite de BRAHMS. Apesar dos pesares somos músicos, é isso que amamos fazer, uns mais, outros menos, mas é o que amamos fazer, Música. E quando essa música está aliada a um bom maestro e uma excelente jovem solista, só nos resta uma coisa, nos divertir em tempos de luta por melhores condições de trabalho.

Israel Oliveira, trompista da OSPA, antes do concerto, no Facebook

Querem ouvir músicos felizes ? É só deixá-los tocar Brahms. Três vezes em um único dia é prenúncio de grande concerto.

Augusto Maurer, clarinetista da OSPA, antes do concerto, no Facebook

O programa de ontem, 6 de setembro, era este:

Johannes Brahms – Abertura Trágica, Op. 81
Johannes Brahms – Concerto para Violino e Orquestra, Op. 77
Johannes Brahms – Sinfonia Nº 3, Op. 90

A solista de violino foi a espantosa (e bela) Anna Matz — sósia mais magra e alta de Romy Schneider — e o regente foi o uruguaio Nicolás Pasquet.

Terminadas as apresentações, tenho que dizer que o concerto foi memorável, inesquecível. As interpretações da solista e da orquestra no Concerto e, depois da orquestra na Sinfonia, foram de cair o queixo. Grande regente, o Sr. Nicolás Pasquet.  Foi uma noite para a gente sair de lá feliz, mesmo que tenha sido no péssimo Auditório Dante Barone, mesmo que saibamos do local inadequado para ensaiar, mesmo com os barulhos estranhos que vinham do vestíbulo, mesmo com uma acústica de merda, a orquestra resiste aos maus tratos estaduais e federais. Afinal, a ministra Ana de Hollanda veio à Porto Alegre fazer o quê? Passear e prometer? Chega, né? Quanto mais batem, mais esta orquestra cresce, mas tudo tem limite.

Agora notem como a extraordinária solista de apenas 20 anos lembra Romy Schneider. Vão dizer que não?

Uma era austríaca, a outra é alemã
Anna e Romy nos dão uma olhada sobre o ombro
Uma lê na piscina, a outra, na sala de concerto
Ah, vai dizer que não são parecidas?
Romy Schneider, durante uma aula de violino para Anna Matz, dá uma pitadinha

Erbarme dich, Allah (sobre o Erbarme dich da Paixão Segundo São Mateus de J. S. Bach)

Já imaginou ouvir BACH CANTADO EM ÁRABE? O Milton Ribeiro acaba de compartilhar aqui OUTRA (abaixo) ária da Paixão segundo S.Mateus, que também está ótima, embora com abordagem um pouco diferente. Mas confesso que esta “Compadece-te” me tocou mais. Ah, é sério: acho que vou passar o 11 de setembro ouvindo isto: uma TREMENDA afirmação da nossa humanidade comum, para lá de todas as mentiras escrotas com que querem nos separar!!!

Obs.: aqui não tem alteração NENHUMA no que Bach escreveu: só muda o estilo de puxada de arco e de ornamentação na linha do violino, e analogamente na voz: além do estilo de ornamentação, usado discretamente, tem a colocação da voz mais no fundo, dando um timbre característico da mulher árabe que também se ouve em tantas portuguesas…

O original alemão é quase inteiramente em cima das palavras “Compadece-te de mim, meu Deus”. Tenho a impressão de que a pessoa que fez o vídeo associou isso com a condição das mulheres nos meios muçulmanos mais fechados (embora isso não seja de modo nenhum uma exclusividade desses meios!!!)

Ralf Rickli, no Facebook

Os árabes destruirão o mundo ocidental, mas antes assimilarão Bach

Esta inacreditável versão foi encontrada pelo Francisco Marshall. Não sei a que gênero de pesquisas ele se dedica à noite. O comentário foi apenas: “Se Bach soubesse de algum cargo musical vago em Istambul, tinha ido lá oferecer algo similar!”. OK, de acordo. É sensacional.

Trata-se de uma ária que está lá no final da Paixão Segundo São Mateus, “Können Tränen Meiner Wangen”. A ária tem uma malemolência realmente sensual — posso tranquilamente dizer que sempre fui desta opinião — que é explicitada de forma notável a partir de 5min45. Ouçam!

Citação de John Waters que mudará sua vida

Desde que eu vi Serial Mom (Mamãe é de Morte), me apaixonei por John Waters. Vi depois outros filmes, todos piores — ou menos interesantes, para ser mais exato. Serial Mom é calculadamente ruim. Ser ruim faz parte da comédia. Com absoluta certeza, ele MANDA seus atores atuarem como canastrões. Johnny Depp, Melanie Griffith, Christina Ricci e principalmente Kathleen Turner, que não costumam ser tão ruins, estiveram medonhos com ele. Como Waters, verdadeiro rei do trash, também escreve, temos coisas como a que eu encontrei ontem na net.

Brahms, Quarteto para Piano, Op. 60, 3º Mvto: Andante ou Caminhante, te orienta

No YouTube, não consegui nenhuma interpretação “daquelas”, a não ser com imagem parada. Então, vai essa. É excelente, se considerarmos que são estudantes.

A lembrança veio através desta mensagem da Caminhante:

Eis que hoje estava fazendo uma limpa nos meus CDs e encontrei um sem identificação. Acho que é alguma coisa que eu gravei do PQP, ou talvez não? São 8 faixas. Tem piano, cello, violino… Se eu te mandar um pedaço, será que você consegue me dizer quem é, que música é, etc? Não faço a menor ideia.

OK, foi fácil.

Porque hoje é sábado, não me peçam explicações

Os analistas encontram razões para tudo,

então vejamos o que dirão disso:

eu encontrei um diretório em meu computador

com estas 22 fotos.

Não sei exatamente o que as unia

ou o sentido em estarem ali reunidas.

Que inteligência as liga?

O clips que as junta?

O que faz Camila Vallejo com Jean Seberg?

Ou Kathleen Turner com Keeley Hazell?

O que um analista diria desta aparente livre-associação?

Lembram que Lauren Hutton tinha um vão entre os incisivos?

(O vão mal aparece acima)

E o que desejaria ela com Monica Vitti?

Não é uma reunião de loiras.

Nem de morenas.

Não é uma coleção atual,

nem retrô,

o que é eu não sei,

o que posso garantir é que gosto delas.

Mariza 11

Pois tenho gostos pronunciados

e surpreendentes.