… e finalmente encontrei a mulher com o melhor físico do mundo:
P.S.: Olha o sapato do Beto!
Rapaz, se eu falar que bati punheta pra sogra do Mick Jagger, vão dizer que eu tenho 108 anos!!!
Ao lado, Vera Gimenez, mãe de Luciana. O não referido blogueiro deve estar lá pelos 42 ou 43 anos… Em minha defesa (?), posso dizer que não lembro ter homenageado a dama que ornamenta este fundamental post. Aliás, Vera Gimenez era atriz, jurada de programa, modelo, atriz-pornô…? Não sei qual era sua faixa de atuação. Mas a expressão “sogra do Mick Jagger” é apavorante e me faz pensar num Keith Richards piorado…
Os principais órgãos da imprensa gaúcha, sempre indo ao cerne das questões, divulgam com grande destaque a mais nova aquisição do Sport Club Internacional. Sim, um ônibus. O site do clube teve o bom gosto de ainda não estampar fotos da geringonça abaixo. Mas deve ser algo muito importante. Afinal, avizinha-se o Campeonato Brasileiro e ele, o ônibus, deverá ser muito utilizado no translado até o aeroporto.
Os versos de Lupicínio Rodrigues — autor do hino do Grêmio — descrevem bem a incredulidade de que fui presa ontem, ao conversar com amigos de meu filho, todos na faixa dos 18 anos. Ele não sabiam que, nos anos 70, houvera uma torcida organizada gay que apoiava o Grêmio Futebol Portoalegrense. Ninguém tinha ouvido falar na Coligay. Como não? Verdadeiramente pioneiros, aqueles torcedores antecipavam a intimidade da atual avalanche ao demonstrar sua alegria pelas arquibancadas do estádio alusivo às Olimpíadas de Porto Alegre.
Mas os tricolores não souberam assimilar a novidade. Sentiram-se ameaçados e enxotaram aquela torcida vanguardista. Todos sabem que a homofobia é o produto do medo que as pessoas têm de um dia elas próprias descobrirem-se homossexuais ou de serem tomadas como tais. Em outras palavras, a homofobia é um mecanismo instintivo de defesa contra uma previsível possibilidade de desenvolver um sentimento de afeto por pessoas do mesmo sexo. Então, os homofóbicos tornam-se agressivos e podem até mesmo cometer violências para se preservarem do risco. É uma postura tão medieval quanto a das religiões que, ao tentar impedir os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, acabam é pregando a mais pura aversão, que desemboca no ódio e depois na violência. Pô, deixem os gremistas seguirem suas inclinações naturais!
E a Coligay, conforme documentamos abaixo, ainda ensaiou um retorno. Sem seus tradicionais roupões, mas com propósitos firmes, tentaram dar novamente vazão à sexualidade latente que habita todo gremista.
Mas não deu certo, venceu o atraso. Clicando nas fotos abaixo, você poderá ler a reportagem de uma edição da revista Placar, se não me engano de 1977 onde mestre Divino Fonseca, com aquele tempero especial de um politicamente incorreto plenamente permitido, tira um sarro em três páginas antológicas. Para lê-las basta clicar sobre a foto, depois clicar novamente sobre o sinal positivo que sugirá sobre a imagem para depois “navegar” pelas colunas de Divino.
Em 1977, esta era a ditabranda tricolor.
Pessoal, eu juro. Estava andando calmamente pela rua quando fui desafiado. Há momentos em que a covardia não é permitida a um homem de caráter.
Devemos reconhecer o momento de demonstrar nossa grandeza. Então, sem titubear, fui analisar o terreno onde se realizaria a pugna.
Sentei-me à mesa e tratei de encarar meus adversários um a um.
Nunca me desviei de meus objetivos, nem quando eles pareciam movimentar-se, tentando escapar à minha vigilância.
Em clara manobra diversionista, o aviso que definira minha missão também começava a oscilar. Impedi-o.
Depois, atendendo a conselhos, tratei de ficar bem embaixo do cartaz, com a finalidade de que suas artimanhas ficassem fora de meu campo de visão.
Após muito esforço, alcancei a vitória. Como prova, mostro-lhes o flagrante do pingo da vitória.
Apesar de eu não lembrar de nada, a comemoração deve ter sido memorável. O gosto da vitória!
Excepcionalmente, não teremos O Monólogo Amoroso nesta sexta-feira. Voltaremos na próxima semana.
Nada de gatos. O sócio Nº 115435.00 do Sport Clube Internacional é o golden retriever Bjorn Borg Handler. Sua dona fez a associação pela Internet e, na hora de preencher o RG e o CPF do cão, telefonou para o clube. Disse que seu filho pequeno ainda não tinha tais documentos e solicitou a inscrição sem os códigos. Após a concordância da atendente, Bjorn Borg tornou-se um dos 78 mil sócios do clube. Sua mensalidade está rigorosamente em dia.
Quando a fotografia do novo sócio chegou ao Setor de Atendimento do Sócio Colorado, houve certa perturbação. Questionaram a dona — que não quis ser identificada, mas que EU CONHEÇO — sobre a loira identidade do novo integrante do quadro social e obtiveram a confirmação: um cachorro estava entre eles. Foram consultar o estatuto. Para pasmo geral, descobriram que o novo sócio teria direito a voto e, futuramente, até a candidatar-se ao Conselho e à Presidência. Em novo contato com a proprietária de Borg, disseram-lhe que o clube fora criado na presunção de angariar simpatias entre os membros da espécie homo sapiens (ou talvez homo ludens), nunca entre representantes dos canis lupus familiaris. A dona indignou-se:
– Não admito isso! O Borg é colorado fanático, usa roupinhas autografadas pelo Fernandão e comemora os gols do Inter com latidos. Tem até um filho que se chama Muricy – garantiu.
O Inter voltou à carga: confirmou que, em razão de normas de segurança da Brigada Militar, animais não poderiam de modo algum entrar no estádio em dias de jogos; então, Borg deixaria inapelavelmente de ser sócio. Isso até a intervenção do responsável pelo marketing, Jorge Avancini. Inspirado por Borg, ele anunciou o lançamento de uma linha de produtos para animais de estimação.
Mais: até o Carnaval, o clube lançará a carteirinha para mascotes, com foto e número de matrícula especial. Custará R$ 50 e dispensará mensalidade. Mais ainda: lançará ainda linha de produtos para cães – mercado que no país movimenta mais de R$ 6 bilhões anuais.
Não foi anunciada nenhuma promoção para gatos, mas desde já proponho-me a atirá-los da arquibancada superior na torcida adversária.
Obs.: A você, cético leitor que duvida da autenticidade da notícia, sugiro clicar aqui.
Tive aulas de português com o prefeito José Fogaça em 1975. Fiz uma semana de cursinho no IPV antes de mudar para o Mauá e ele me pareceu um bom professor. Melhor se lá tivesse ficado. Assisti duas aulas, não mais do que isso. Depois ele ficou 24 16 anos como senador em Brasília. Culpa dos gaúchos que reelegeram o autor de uma música que tornou-se uma espécie de hino informal de Porto Alegre e do pessoal do interior, sempre pronto a aderir à direita. Sou um cara que leio as notícias políticas com parcimônia e nunca ouvi nada de útil que Fogaça tivesse participado em Brasília. Acho até que ele nem foi. É muito devagar. Ontem, assisti a todo o debate entre ele e Maria do Rosário. José e Maria, Maria e José. PT x PMDB-PPS. Chatíssimo, mas Maria é melhor. A sorte dela é exatamente José que, meio cabeça de vento, não diz coisa com coisa. Há pessoas que não preservam a inteligência. Ó, M`ria, mais tu não t` aproveitasht` d`reito. Êl é um p`monha, M`ria.
Destaques para o projeto “Óleo de Cozinha” de Fogaça, o qual foi confrontado por Maria com outro projeto: o “Lixo é Luz”. Luz? Aqui em casa é cheiro. Descontente com a situação, Fogaça diz que é de seu governo o projeto “Papa Pilhas”. Deve ser mesmo. Já andei quilômetros e quilômetros em Porto Alegre atrás de um lugar onde jogar as pilhas. Acabaram no lixo seco, claro. Fogaça falou muito nos “Portais da Cidade”. Sei lá que porra é essa, só sei que Maria do Rosário andou botando mais botox que a Suélen (ou seria Pâmela?), quando pensei que esta tinha ficado finalmente torta e doente. O sorriso-só-boca de Maria está de assustar as crianças que tanto ama. Mas, pô, ela é dez vezes melhor do que o sombra.
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A FlaM comenta por e-mail que um certo Henrique Goldman, do qual nunca tinha ouvido falar, escreveu uma crônica — supostamente autobiográfica — onde conta que, aos 14 anos, forçava a empregada a transar com ele. Houve reações iradas. Henrique, mentalmente lento como Fogaça, deixou que a publicação escrevesse um notável pedido de desculpas: “Nosso colunista pede desculpas públicas à empregada da família com quem transou, contra a vontade dela, quando tinha 14 anos”. Um cara finíssimo, sem dúvida… Manteve a macheza escrota. Parabéns!
Este Goldman deveria ter utilizado a hipérbole para descaracterizar-se e não ficar na songa-monguice naturalista. Caro Goldman, sabe-se que uma das formas de se descaracterizar um tópico é recorrer à hipérbole, ou seja, intensificá-lo até o inconcebível… Você deveria perseguir todas as empregadas! Deveria ir para a cama com sua mulher sonhando com empregadas, fazer com que a mulher se vestisse de camareira para sentir tesão, tinha que sonhar com bundas de mulheres no alto de escadas, balançando fartas nádegas e peitos enquanto os vidros eram limpos… Aí sim, você tem chance de tornar-se um Hubert Hubert de domésticas. E não iria nos incomodar tanto. Mas teria que escrever assim:
Conquanto seja indispensável registrar alguns pontos pertinentes, a impressão geral que desejo transmitir é de uma porta lateral que abre violentamente numa vida em pleno vôo, deixando entrar uma negra e retumbante golfada de tempo que abafa, com suas chicotadas de vento, o grito da catástrofe solitária.
Faz aí, trouxa!
Upgrade das 16h30: Comentário da FlaM
E o babado do “colunista ficcionista” segue rendendo. Virou petição online.
O cara é uma receita para autores desconhecidos: como sair do anonimato para o estrelato da abjeção! E otário da vez!
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O criador da Hustler, Larry Flint, continua a fazer das suas. A última é um filme erótico em que Sarah Palin, Hillary Clinton e Condoleezza Rice protagonizarão cenas quentíssimas… Como uma película deste gênero requer muito roteiro e é complicadíssimo de rodar, eles iniciaram as filmagens na semana passada e esperam colocar o DVD à venda bem antes das eleições americanas… Não adianta, a gente faz uma baixaria bem grande — vide o Sr. Henrique Goldman acima — e os americanos logo nos suplantam.
Sarah Palin será vivida por Lisa Ann (36 anos) e Hillary Clinton, mais veterana, por Nina Hartley (49 anos). Não foi divulgado quem fará o papel de Condoleezza Rice. Ao lado, compare umas e outras.
Eu não inventei essa. Juro! Aqui, na Globo.com. E aqui, a notícia mais completa. Um detalhe extremamente tranqüilizador é que a obra não conterá anal scenes. Bom, baixaria por baixaria, não vejo problema algum numa anal scene com condom e muito menos com Condy. Clique no Condy aí ao lado para ver as primeiras fotos dela que aparecem no Google Images. Olha a cara de irritação! Melhor esquecer a tal cena.
Não, não é brincadeira. Ou melhor, talvez seja, porém o Prêmio Anti-Nobel (também conhecido por Ig Nobel) é dado por instituições sérias, tais como a Universidade de Harvard e outras. A lista completa está aqui, mas traduzo a meu modo e destaco a seguir algumas premiações fundamentais.
Medicina:
O médico norte-americano Dan Ariely publicou um alentado estudo no Journal of American Medical Association provando que a “medicina falsa e cara” funciona melhor que a “medicina falsa e barata”. Prêmio Ig Nobel para ele!
Biologia:
Marie-Christine Cadiergues, Christel Joubert e Michel Franc, da Facultade de Veterinaria de Toulouse, demonstraram, em artígo publicado na Veterinary Parasitology, que as pulgas saltam mais sobre os cães do que sobre os gatos.
Química (prêmio compartilhado):
Os químicos norte-americanos Sheree Umpierre, Joseph Hill e Deborah Anderson, descobriram que a Coca-Cola é um espermicida efetivo. Publicaram sua pesquisa no New England Journal of Medicine.
Enquanto isso, em Taiwan, C.Y. Hong, C.C. Shieh, P. Wu y B.N. Chiang descobriram justamente o contrário em estudo estampado na revista Human Toxicology.
Prêmios Ig Nóbeis para todos.
Recebo dezenas de e-mails me oferecendo aumento de pênis. Prometem um incremento de 2,5 a 3 cm. Não entendo porque me mandam estas mensagens. Aposto que vocês estão pensando que minha próxima frase será a habitual confissão masculina: “Sou um cara extremamente bem dotado, dispenso mais 3 cm, coisa para pigmeus ou japoneses”, etc. Não, isto seria propaganda enganosa e não sou adepto das típicas bravatas masculinas, aquelas que garantem, normalmente em ambientes livres de quem já viu, dimensões e freqüências extraordinárias. Acho que sou um ser normal, médio. Minhas proporções nunca receberam aplausos entusiasmados, tampouco vaias ou — pior, muito pior — risadas.
Conversei com um amigo (notem a exatidão das informações aqui veiculadas) que me disse que o tal upgrade é o seguinte: cortam um tendão do homem de forma que, quando presa de ereção, nosso pênis possa sair mais um pouquinho para ver o mundo lá fora. Mas nem tudo são centímetros… Há um porém (ahhh, porém). Em seus momentos, digamos, mais intensos, ele no máximo ficará em posição horizontal. Então, em vez de apontar para os céus em busca de Deus e Redenção, nosso dito cujo apontaria realista e ameaçadoramente para o porvir. Não seria uma elevação, mas sim uma espécie de alongamento horizontal. Talvez só o dono do pênis venha a pensar que houve incremento. Não há vantagem pois, a não ser que o usuário realmente deteste aquelas convulsivas cabeçadas que às vezes levamos na barriga em momentos de maior bulício.
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Preciso voltar a correr. Estou pesado. Lembro que, ano passado, num domingo, acordei às 6h da madrugada a fim de participar da Rústica associada à Maratona de Porto Alegre. Quando cheguei ao local do evento às 6h45, era noite fechada. Pensei que haveria poucos loucos disponíveis para fazer o mesmo. Engano! Havia 2500 malucos por lá.
Correr é perseguir bundas. Imaginem que maravilhoso campo de observação é uma corrida dessas! Há de todos os tamanhos e gêneros, porém as que me interessam são as de um grupo de mais ou menos 33% dos corredores: as mulheres. Algumas são pequenas, bonitas e velozes, somem na paisagem; há as lentas, que são de todos os tamanhos e se aproximam e desaparecem rapidamente do campo de visão; há as estáveis, que ficam algum tempo por perto, oferecendo-se à observação. Outra coisa interessante é que se nota não apenas o formato, mas sua consistência. Não, não dá para tocar, mas com o movimento, podemos facilmente imaginar como o traseiro analisado saberia às nossas mãos.
A que conclusão chego? Primeiramente, uma obviedade: as bundas das corredoras têm bom formato e há para todos os gostos. Porém (ahhh, porém), o mais importante é baixar um pouco os olhos e asseverar o seguinte a todas as minhas amigas: não importa o grau de malhação, a celulite ataca as coxas das corredoras na mesma proporção que ataca as sedentárias. Claro que, nas últimas, a quantidade é maior, mas não pensem que correr torna a mulher livre disso. Melhor relaxar.
Dando por encerrado este Momento Ana Maria Braga, despeço-me.
O despertador de meu celular Nokia me acorda. Levanto a cabeça para conferir a hora no rádio-relógio General Electric sobre o criado-mudo SRD. Levanto-me lentamente pensando se tiro meu pijama Benet ou se vou ao banheiro ainda vestido. Está frio e resolvo mantê-lo. Faço xixi na privada Ideal Standard e vou para cozinha, onde abro o freezer-geladeira da Eletrolux e pego um croissant congelado da Casa do Croissant e uma caixa de leite da Elegê. O croissant é imediatamente redirecionado para o forno de microondas Panasonic e o leite, acompanhado de Zero Cal, vai para um copo SRD. Ainda dormindo, com o piloto automático me levando, pego meu lanchinho e vou à sala onde ligo o amplificador Gradiente, o DVD da Philips para ouvir um CD da EMI Classics com música de Hindemith. Na caixa de correspondência Cristal Acrimet, pego o jornal de literatura Rascunho. Levanto a cabeça e vejo a minha mulher aproximar-se com um roupão da Teka e um iogurte Activia, da Danone, na mão esquerda. Serve-se dele numa colher Pinti. Diz que estamos sem papel (Chamex) para a impressora Epson de nosso computador Dell. Não dou muita importância. Vejo meu saldo no Santander pois tenho que fazer um depósito para a Flávia em sua conta da Caixa Econômica Federal. Faço-o. Volto ao banheiro e escovo os dentes com Oral-B e pasta Close-up. Sento-me na Ideal Standard e livro-me dos vestígios com Neve. Tiro o mau cheiro com Gleid. Uso o sabonete Original para lavar as mãos e o rosto e vou me vestir. Vagarosamente, vou pondo uma cueca da Preston Field, calças da Happy Man, camisa da Riccardi, meias da Lupo e sapatos da Gallarate. Depois, reviso o que tenho que levar para o trabalho. Pego então a calculadora HP e um livro da Companhia das Letras, assim como uma agenda da Globo. Jogo-os na pasta cuja marca procurei procurei procurei e não encontrei. Dou um beijo na minha esposa e desço as escadas pensando em como ela beija bem até encontrar meu carro Ford. Coloco-o para funcionar e reviso se ele tem em seu tanque gasolina Ipiranga. Aliviado, faço os pneus Good-year me levarem ao trabalho. Durante o caminho confiro em meu relógio Technos se não estou atrasado. Chego ao escritório e, enquanto ligo meu computador Dell, vejo se o chá Leão já está na garrafa térmica da Termolar. Como estava, pego um copo plástico da Zanatta e tento me lembrar se pus no porta-malas do carro Ford o tênis Nike, o calção Wilson e a camiseta da Sul Malhas, pois posso precisar disto se sobrar um tempinho para ir à academia do Grêmio Náutico União. Volto para a mesa e começo a telefonar num Siemens para o cliente Trensurb. Enquanto isto, abro a gaveta da mesa Orlandi e pego as contas para pagar. Há uma do Colégio Leonardo da Vinci e uma do Banco Itaú. Com uma caneta Cross assino cheques do Santander e vejo que acabaram os clips da ACC. A ligação é desligada. Volto-me para o monitor da Dell de meu computador e ele mostra meu blog, da WordPress, onde leio esta bobagem comendo um chocolate Alpino da Nestlé, desejando imensamente um café da Segafredo que há no posto AM-PM da Ipiranga aqui ao lado.
Observação final: SRD é uma expressão do jargão veterinário e significa “Sem Raça Definida”.
Abaixo, flagrante de Manuela D`Ávila, a libélula vermelha, junto a Berfran Hoxha, consultor albanês para assuntos ideológicos, e Pável Odonov, consultor financeiro soviético e construtor de estádios de futebol. Como bons comunistas, eles observam deliciados a preparação das vitelas swiftianas que ser-lhe-iam oferecidas a seguir.
Antes, o filho de Enver Hoxha levou seu nariz para conhecer outros representantes da esquerda gaúcha e surpreendeu-se com o estado macilento e acabado de nossa Grande Líder e consultora imobiliária. (Atenção para o modelito maoísta florido).
Voltaremos com mais notícias a qualquer momento.
Mais uma guerra. Agora da Rússia contra a Geórgia, tudo por um território onde vivem 70.000 ossetianos e que é 1,5 maior do que Luxemburgo. Os ossetianos do sul querem pertencer à Rússia, pois os ossetianos do norte já estão lá, são da mesma etnia e vivem melhor. Isso dizem os russos, porque a Geórgia, além da Ossétia e da também insurgente Abecásia, tem uns oleodutos e gasodutos bem legais. Então, fica mais interessante a questão da Ossétia do Sul e da Abecásia. Mas a Abecásia fica à noroeste e ainda não está no centro das notícias. Quem está é a Ossétia do Sul que quer unir-se à do Norte. Esta, a Ossétia do Norte, faz fronteira com a Chechênia, cuja capital não é Clitória e sim Grosny.
O problema que vejo em toda esta confusão étnica é que o Ministro do Interior da Geórgia, que também faz fronteira com a Chechênia, chama-se Shota Outiachvili. Este tipo de informação não pode cair nas mãos de Marconi Leal ou do Ao Mirante, pois então todos desconsiderarão a situação dramática da região para morrerem de rir.
Acabo de receber uma bela correspondência da revista. Duas fotos de uma tal Natália do BBB. Gaúcha. Photoshop visível. Uma foto enorme, a outra menor. Falam que ela tem um sorriso irresistível. Olho novamente as fotos. Não há sorriso. Talvez a sombra de um na foto menor. Mas sobra bunda. A propaganda evita referências à bunda. Vai para o lixo.
Depois de tirar foto com poncho e boina e ainda empolgado com aquele comovente discurso em que nos informou, pela primeira vez, que tem vergonha na cara, o presidente Lula foi tomar um cafezinho num bar da sete de setembro, a principal rua de Bagé.
Lá defrontou-se com um gauchão, já meio mamado, que puxou assunto:
— E aí, presidente, dizem que em Brasília a situação tá mais quente que frigideira sem cabo.
— O Corinthians ganhou do…
— Mas o povo, aqui em Bagé, anda mais sobressaltado que cozinheiro de hospício.
— Fique calmo. Com o companheiro Meirelles no Banco Central, não tem crise.
— Presidente, eu sei que cusco não se mete em briga de cachorro grande, mas é verdade que o senhor cortou mesmo o mensalão?
— A minha assessoria já emitiu nota oficial sobre esse assunto.
— O Roberto Jefferson disse que os deputados ficaram de boca aberta, como burro que comeu urtiga.
— Isso de mensalão não existe neste país.
— Bah, mas o Roberto Jefferson sabe das coisas! Ele é mais informado que gerente de funerária.
— Se alguém errou, tem que pagar.
— Presidente, me desculpe, eu sou mais grosso que papel de enrolar prego, mas o que o senhor fez não tem sentido. Os pobres deputados já estavam acostumados com a mesadinha. Ficaram mais atazanados que galinha agarrada pelo rabo.
— Eu estou tranqüilo! Neste país ninguém é mais ético do que eu! Está ouvindo?
— Calma, presidente! O senhor me parece mais nervoso do que potro com mosca no ouvido.
– Me respeite! Tenho um diploma do Senai que vale mais do que muito doutorado.
— Concordo. Meu irmão, que se formou na faculdade, é mais chato que chinelo de gordo. Mas, voltando à vaca fria, me diga: porque o Zé Dirceu anda mais ansioso que anão em comício?
— O companheiro Zé Dirceu está recolhido, preparando sua defesa.
— O José Dirceu vivia alegre, dando ordem pra todo mundo, mas agora anda mais nervoso que velha em canoa. Não fala mais com a imprensa. Está mais calado que guri que se borrou nas bombachas.
— Fique sabendo que, doa a quem doer, eu vou cortar na minha própria…
— E o Delúbio na CPI? Estava mais escorregadio que telefone de açougueiro. É um bicho matreiro. Se fez de leitão pra mamar deitado. Simpatizei com ele, mas aquele goiano é mais falso que idade de mulher.
— Enquanto não surgirem provas, o companheiro Delúbio Soares é inocente.
— E aquele tal de Sílvio Pereira? Falava mais rápido que enterro de bexiguento. Não entendi nada do que ele disse. Ou não disse.
— No momento oportuno, no fórum adequado, os companheiros apresentarão suas defesas.
— E o carequinha? O tal de Marcos Valério de Souza parecia mais assustado que barata atravessando galinheiro. Acho que ele estava com medo de sair de lá preso.
— O PT é o PT e o governo é o governo…
— Os jornais estão dizendo que, nos dias de pagamento, no Banco Rural, se juntavam por lá mais assessores do que corvos em carniça de vaca atolada.
— Isso é maldade dos tucanos. FH tem inveja do meu maravilhoso governo.
— Pode ser. Fernando Henrique é mais manhoso do que gato que quer pegar passarinho. Ele disse que, no que se refere a tocar o governo, o senhor é mais vagaroso do que tropeiro de lesma.
— Vamos mudar de assunto. FH me deixa irritado.
— Está bem. Dizem que o senhor ficou muito amigo do Severino. Que andam juntos pra todo lado, mais grudados que cocô em tamanco de leiteiro. É verdade?
— O companheiro Severino merece o maior respeito. É nordestino e pobre como eu.
— Estou sabendo, mas tome cuidado! O Severino é mais esperto que cavalo de contrabandista. Dizem que ele é mais ligado do que rádio de preso.
— Será que o companheiro gauchão poderia me deixar em paz?
— Mas, bah, é claro. Sei que o senhor anda sofrendo mais que joelho de freira em Semana Santa. Me desculpe, mas eu gosto de espichar assunto. Minhas conversas são mais compridas que trova de gago. Mas eu não resisti: o senhor é um homem mais conhecido do que parteira de campanha e aí, eu…
— Me dê licença. Agora, vou pegar o Aerolula. Estou em cima da hora.
— Sei como é. Todo político é apressado que nem cavalo de carteiro.
— Fui!
Texto de Lourenço Cazarré, jornalista e escritor gaúcho.
Obs.: Agradeço ao Milton Saad por ter enviado este texto e aproveito para dizer que ele tem pé mais frio do que china fazendo ponto no inverno. Explico: ontem, ele, colorado como eu, foi assistir Inter 0 x 1 Santos com a minha carteira de sócio e viu que Robinho é mais liso que Delúbio em CPI.
Sensacional funk divertindo-se com a corrupção do governo Yeda. As vozes foram captadas na própria CPI.
Por Leandro Demori, da e na Nova Corja. Lá, no post anterior, há toques alusivos para você baixar no celular. Confira! É de grátis!