Telemann: Concerto para flauta doce, flauta transversa e cordas, TWV 52

Pura covardia. Sou apaixonado pelo grupo italiano Il Giardino Armonico e pelo grande George Philipp Telemann, o mais longevo e popular compositor da época de Johann Sebastian Bach, de quem era amigo. Este concerto, que ouço desde minha infância, me pegou primeiro pelo Presto final, que é aquilo que os compositores alemães da época entendiam por cigano. Ele começa no segundo vídeo aos 3min28. Depois, vi que todo ele era música da mais alta categoria. O corte final do concerto é um tanto brusco, mas ele está completo. O líder do Giardino, Giovanni Antonini, é o cara da flauta doce.

Movimentos: Largo, Allegro (no primeiro vídeo), Largo e Presto.

Ou, se a imagem insistir em não aparecer.

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Capas de discos que não precisamos ouvir…

Roubado do blog português O homem que sabia demasiado. A antepenúltima maravilha nos chegou através do Biajoni, a penúltima pelo Branco Leone e a última pelo amigo Marcelo Herbert.

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Please, please me, de e com Paul McCartney

O Luis Nassif sugeriu: “Homens e mulheres acima de cinquenta anos, preparem um lencinho para não terem que enxugar as lágrimas na manga da camisa”. Bem, eu apenas me diverti.

Ou aqui.

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A primeira Missa a gente nunca esquece

A primeira vez que ouvi a Missa em Si Menor, BWV 232, de Johann Sebastian Bach foi na interpretação de Karl Richter (1926-1981) e da Orquestra Bach de Munique. Hoje, após a revolução das interpretações com instrumentos originais, é uma gravação de valor apenas histórico, mas mesmo assim, é ABSOLUTAMENTE IRRESISTÍVEL para mim e, se não vou às lágrimas, é porque o supergo segura a barra.

Abaixo, o Cum Sancto Spiritu, trecho central da maior obra musical já escrita em todos os tempos — não, exagero nenhum, estou ultrabem acompanhado nesta opinião.

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E agora, o belíssimo e estranhamente melódico — em obra tão contrapontística — Agnus Dei lá quase do final.

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Algo com Nuno Mindelis, por favor

Porque esse angolano foi uma das melhores coisas que vi em São Paulo.

Nuno Mindelis – You don’t have to go (gravado ao vivo no Mr. Blues)

Nuno Mindelis – Tenho Medo

Nuno Mindelis – While we cry

Nuno Mindelis – Hey Joe

A nota biográfica que há no YouTube da primeira canção que apresentei:

Nuno Mindelis nasceu em 07 de agosto de 1957, em Cabinda, Angola. Seu interesse pela guitarra começou muito cedo, quando tinha apenas 5 anos de idade e com 9 anos já construia e tocava suas próprias guitarras.

Ouvindo Blues desde a infância, sua primeira influência foi de Otis Redding, Booker T & The MG (Steve Cropper-guitarrista da gravadora Stax, Donald ”Duck” Dunn e Al Jackson).

Mais tarde, unido a um primo mais velho no Canadá, Nuno passou a tocar em uma banda em jams e em clubes locais, permanecendo por lá aproximadamente um ano. Em 1976, após um ano de separação da família, se reuniu a eles em sua casa no Brasil.

Até meados de 1990 nada acontecia, até que uma gravação independente, feita fora do país, começou a ser tocada nas rádios locais. Em 1991 ele foi convidado a gravar seu álbum de estréia em carreira solo: ”Blues & Derivados”, que recebeu muitos elogios da mídia Brasileira.

Em 1992 ele gravou seu segundo álbum solo: ”Long Distance Blues” da Movieplay Records. Este álbum teve participação de Larry McCray, guitarrista da banda de Gary Moore, e do músico J.J. Milteau, tocando Harpa. Mais uma vez a crítica foi favorável e Nuno foi muito bem recebido pela mídia Brasileira. Nesse ano, paralelamente à excursão promotional do álbum, Nuno participou de um festival de Blues em São Paulo também participaram: Robert Cray, Otis Clay, Ronnie Count, Lonnie Brooks, e Bo Diddley.

A revista americana ”Guitar Player” citou em 1994, Nuno Mindelis como destaque e finalmente em 1998, Nuno foi reconhecido como o melhor ”Blues Guitarrist’ do ano’.

Em 1995 Nuno foi convidado tocar no 20o aniversário do Antone’s em Austin, no Texas, abrindo para Junior Wells e Guy Forsite, Clarence Gatemouth Brown e Storyville. As manchetes do jornal do Austin Blues anunciavam a chegada de Nuno como ”Fera Sulamericana está chegando!”. Nesse mesmo ano Nuno gravou ”Texas Bound”, com participação de Tommy Shannon & Chris Layton da ritmica do ”Double Trouble” de Stevie Ray Vaughan.

Em 1999 Nuno lançou ”Blues On The Outside” e mais uma vez a mídia aplaudiu. Atualmente, Nuno Mindelis é considerado pela mídia e pelos fãs como o melhor guitarrista de blues brasileiro’.

Frases:

”O Blues é simples, mas não é fácil. São dois adjetivos muito diferentes”.
”O Brasil tem uma boa platéia Blues, mas a mídia ainda a trata como um mercado muito restrito”
…”já temos musica local forte, não precisamos consumir coisas e fora.”

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OSPA, ontem

Assim como falo mal dela, devo falar bem. Pois ontem a OSPA saiu-se esplendidamente na 9ª Sinfonia de Mahler. Plateia atenta  e numerosa, comprovando que o público não quer  mesmice e sabe o que é bom. Orquestra e audiência há, só falta repertório.

E tchau porque vou para o jogo.

Links relacionados:

Falta de humor
Porque vou, mas não gosto de ver a OSPA

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Falta de humor

Uma das coisas mais interessantes de ter um blog ou ser um autor é notar que as pessoas leem o que querem, principalmente se deixarmos piadinhas e coisinhas inexplicadas aqui e ali. Meu post sobre a OSPA foi um lido por muita gente, foram tantos e tamanha a vontade de não entender que vou tratar de fazer uma limpeza nele. Nada metáforas, analogias ou imagens. Vamos ver se consigo.

O que retiro:

1. Tudo o que diz respeito à numeração da sinfonia interpretada. OK, foi um engano providencial a quem não gostou do restante. Não peço que esqueçam, peço apenas que prestem atenção na reclamação que há por trás ou, na minha opinião, ao lado do erro.

2. Faço questão de limpar dele todo o humor e, mesmo que ele insista em retornar nas próximas linhas, desconsiderem-no. Pode ser? Pois quando chamo Quadros de uma Exposição de Mussorgsky de obrinha para piano, todos os não envolvidos no problema entendem. É claro que, se compararmos o original com a versão de Ravel ou a de Ashkenazy, ela parecerá pequena, simples e desnuda. Não me parece complicado entender que não me referi maldosamente a Mussorgsky nem a uma música que amo e da qual possuo dezenas de gravações, até uma de Emerson, Lake & Palmer…

O que mantenho:

3. Não creio que se deva encarar a arte com absoluta reverência. Sou contra isso. A arte é uma manifestação da criatividade, parente muito próxima da alegria e dos jogos. Eu tenho que falar sobre Bach olhando para o Firmamento, rezando ou analisando tecnicamente cada fuga? Se preciso, não o conheço. Tenho que refletir sobre um filme de Bergman pensando do destino inexorável ou no quê? Porque vejo O Sétimo Selo e ouço a Chacona e fico feliz pela realização, mesmo sabendo o que há num de filosofia e pessimismo e noutro de estruturas complexas. A grandiosidade é feita de cada partícula de criatividade que esses gênios puderam juntar. No fundo, é algo a se comemorar, mesmo que expressem desespero ou solidão ou a falta de sentido ou propósito. Acho ridículas as pessoas que não chegam à compreensão de que talvez não devam levar tão à sério suas (sempre) pobres realizações. Nem Bach tinha tão alta opinião de si.

4. Para finalizar, digo agora com todas as letras o que quis dizer:

4.1. A OSPA tem um repertório curto e em grande parte irrelevante. A OSPA não apenas se repete como evita as obras mais complexas. Foge delas. Ah, eu sei que alguém vai me dizer que haverá uma 9ª de Mahler na semana que vem, mas já respondo de antemão que isto é ABSOLUTAMENTE CASUAL, ABSOLUTAMENTE ANORMAL.

4.2. O OSPA não sabe educar nem se divertir. Seus concertos populares com Túlio Belardi são o paroxismo do kitsch, com dancinhas, palminhas e cantorias a la André Rieu. Pensam que para atingir o público há que baixar o nível? Pois estão enganados. Que tal tocar isto na próxima (ouvir até o final). Viram como pode ser divertido? Jogo cem paus como qualquer plateia enlouqueceria. É só procurar — repertório novo, brilhante e original há.

4.3. Àqueles que escreveram que estas críticas partiam de alguém pouco qualificado, tenho algo muito importante a dizer: têm toda a razão. Sou um mero ouvinte, sou como um leitor, sou um sujeito que passa horas e horas ouvindo música diariamente e tenho parcos conhecimentos técnicos. Mas sei como ela pode soar e a extensão do repertório que é ignorado.

4.4. Tenho vontade de escrever mais algumas coisas, mas talvez perdesse a objetividade que espero ter tido. Então era isso.

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Porque vou, mas não gosto de ver a OSPA

Ontem, a OSPA esteve em grande dia. Tocaram muito, o solista e o regente eram ótimos e tudo estava bem ensaiado, mas …

Bem, o programa era o seguinte:

Obras:
W.A.Mozart: Sinfonia nº 25, KV 183, em sol menor
R.Schumann – Concerto para Violoncelo, op.129, em Lá menor
M.Mussorgsky: Quadros de uma exposiçao

Solista: Rodrigo Andrade – Violoncelo
Regente: Karl Martin
Local: Salão de Atos da UFRGS

Há nas escolhas da orquestra um problema de repertório, não? A OSPA repete seus programas de forma muito frequente. OK, sei que Quadros de uma Exposição e que o Concerto de Schumann fazem parte do repertório tradicional das orquestras, mas parece que o da OSPA é mais curto. Por exemplo, apenas uma Sinfonia de Shostakovich é repetida, a 5ª. Já ouvi a 8ª (foi maravilhoso), mas apenas uma vez, há uns dez anos. Haja 5ª! Nunca ouvi a OSPA tocar um Bruckner que não fosse a 4ª Sinfonia e, no ano em que Mahler completa 150 anos de nascimento, dá-se importância aos 200 anos de Schumann, um compositor bem mais fácil e, digamos, menor. Era o ano de se programar uns 3 ou 4 Mahler, certo?

Mais: se quiserem realmente nos fazer chafurdar num repertório repetitivo, há a surpreendente versão de Vladimir Ashkenazy para Quadros de Exposição, a qual apresenta outro colorido, tão fascinante quanto a versão orquestral de Ravel para a obrinha pianística de Mussorgsky. Acho que está mais do que na hora da OSPA decidir seus programas anuais com representantes de seu público, pois o que há hoje é um certo desconhecimento dele por parte da orquestra. (Não, não sou candidato. MESMO! Minha mulher me mataria se eu arranjasse mais um compromisso não remunerado!)

O público da OSPA é formado por eventuais, velhos viciados que gostam da música ao vivo (eu) e jovens. Os eventuais são eventuais. Os velhos viciados ou não conhecem música ou a conhecem. Os que não conhecem engolem qualquer coisa, os que conhecem acabam rindo das mancadas e reclamam e ironizam tudo. Os jovens são jovens e estão numa idade em que as lembranças nos impregnam e permanecem> talvez este seja o momento de formar o público do futuro, sabe-se lá. Mas o grave que ocorre com eles é que a pobreza do repertório acaba forçando com que terminem suas “formações” como ouvintes com gravações, deixando a Orquestra na mão. Quando eles envelhecem, referem-se à OSPA com indulgência e certa pena. Faço esta pequena digressão porque acompanho a Orquestra há 40 anos e sei que seu público diminui, enquanto o interesse pelos eruditos aumenta no Brasil — tenho dados que comprovam o fato.

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Música para mal formados

Hoje, acompanhei pelo twitter uma discussão sobre música que me deixou curioso, tanto que procurei ouvir aquilo do qual falavam com tanta reverência. Peço desculpas a quem reconhecer a discussão, mas a música discutida era primária. Não vou entrar nessa de avaliar se era boa ou ruim, provocativa ou new age, monótona ou intrigante; vou apenas dizer que era constrangedoramente simples.

Haydn e Bruckner eram também assim só que na vida civil. Os registros históricos tratam de Haydn — um gênio que chegou a inventar novas formas musicais, como o quarteto de cordas — como um bobo alegre. Já sobre Bruckner, que faleceu ao final do século XIX, temos informações certeiras. Era um carola que não sabia nada do mundo, era meio tolo mesmo, mas ouvir suas sinfonias e achar seguir achando o cara simples é impossível! O cara era, do ponto de vista musical, de complexidade e profundidades abissais. Então, penso que haja uma inteligência específica voltada à musica. Esta transcende gêneros, pois, por exemplo, Frank Zappa foi roqueiro brilhante, Charlie Mingus um jazzísta e Steve Reich… O que faz mesmo Steve Reich?

Desculpe se pareço nojento ou elitista, normalmente sou mais gentil, mas é que quedei-me boquiaberto que aqueles escritores ficassem abobalhados por músicas que, antes de revelarem determinadas etnias, vivências ou culturas, demonstravam estruturas que tornariam qualquer frase SVO (Sujeito-Verbo-Objeto) digna de estudos. OK, tudo é diversão. Também acho. Só que a gente pode se divertir com Bergman ou Zé do Caixão, com Coetzee ou Paulo Coelho. São escolhas, vivências e cultura. Mas, engraçado, não consigo imaginar um papo semelhante entre escritores argentinos, ingleses, portugueses ou, pior, alemães. E tenho certeza de que isto é muito, mas muito significativo.

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Armando`s Rhumba e algumas das Children Songs, de e com Chick Corea

Quando surgiu em 1976 no álbum duplo My Spanish Heart, Armando`s Rhumba tinha solo de piano (Corea) e violino (Grappelli), acompanhamento de baixo e bateria e ainda palmas. É impossível pedir a um músico de jazz que mantenha uma composição tal como o original. Com os anos, a parte “rumba” foi ficando cada vez mais breve e Corea foi colocando uma introdução maior e diminuindo o tamanho do resto. Hoje, a rumba quase inexiste, Armando`s Rhumba é totalmente outra coisa mas permanece boa de ouvir. Acho legal a cara dos músicos quando, após a execução, levantam satisfeitos com jeito de “mandei bem”. Corea faz essa cara no filme abaixo.

No seguinte, algumas das Children Songs com Chick Corea e Gary Burton (vibrafone). Vale a pena assistir até o fim. Afinal, em minha opinião, só essas miniaturas bastam para enfrentar as obras de Philip Glass e Michel Nyman — os Paulo Coelhos da música erudita atual — , os quais costumam ser tratados com incompreensível indulgência. Para comprovar, confira a Children Song que começa a 7min55.

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Sentimental, de Chico Buarque, com Maria de Medeiros

Às vezes, leio por aí uns Top 5 ou Top 10 das canções de Chico Buarque. Não lembro de ter lido Sentimental dentre as muitas escolhas. Porém, eu faria questão de colocá-la numa lista minha. Profundamente original, de melodia alongada e sem estribilho, Sentimental tem uma daquelas inspiradas letras femininas de Chico, desta vez metamorfoseado numa morena clara, atraente e sentimental menina de 16 anos. Uma joia!

A interpretação da portuguesa Maria de Medeiros perde fácil para o original de Zizi Possi, mas é tão curiosa — principalmente na repetição discursiva de letra em francês — que vale a pena conferir.

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Kammermusik, de Paul Hindemith

A série Kammermusik, de Paul Hindemith (1895-1963), tem estrutura semelhante aos 6 Concertos de Brandenburgo de Bach. Só que aqui são 7 Concertos de Câmara para os mais variados instrumentos. A Kammermusik Nº 1, Op.24 n.1 para 12 instrumentos solo (1921) é o cartão de apresentação do que virá em termos de inventividade. Notem, estamos em 1921. Hindemith já é parodístico como grande parte da música do século XX, mas sua sintaxe é barroca, contrapontística.

A seguir, a Kammermusik Nº 1 completa:

1º mvto: Sehr Schnell und Wild
2º mvto: Maessig Schnell Halbe
3º mvto: Quartett: Sehr Langsam und mit Ausdruck

Royal Concertgebouw Orchestra
Riccardo Chailly.

Os filmes apresentados são os seguintes:

“Le Retour a la Raison” di Man Ray (1923)
“Emak-Batik” di Man Ray (1926)
“Anemic-Cinema” Di Marcel Duchamp (1926)
“La Tour” di Rene Clair (1927)

4º movimento da Kammermusik Nº 1.

Obrigado, Wellesz!

Muito mais nervosa é a Kammermusik Nº 5, um vertiginoso Concerto para Viola, cujo primeiro movimento coloco abaixo…

San Francisco Conservatory of Music Orchestra

Jodi Levitz, viola
Andrew Mogrelia, conductor

e, para terminar, o segundo movimento acompanhado de imagens que não sei se agradariam ao autor:

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Custo a acreditar que seja verdade, mas parece que é…

(Atualização feita 30 minutos após a postagem: trata-se mesmo de uma piada. Fica como registro.)

José Serra não gosta de mulher?

Engraçado, os tucanos já gostaram. O FHC tem até dois filhos fora do casamento… O que será que houve ?

Muito engraçado o post do Blog da Dilma:

Tucano não gosta de mulher

Representantes do PSDB nacional entraram semana passada junto ao TSE com um pedido de proibição da música “Eu gosto de mulher”, da banda paulistana Ultraje a Rigor, durante o período de campanha eleitoral.

A música, que fez sucesso a partir do final dos anos 80, faz em determinado momento a seguinte citação: “Mulher dona-de-casa, mulher pra presidente”.

O partido acredita que a música caracteriza propaganda para a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, principal concorrente do partido tucano, e deve ser proibida de tocar nas rádios brasileiras durante o período de eleição.

“É um absurdo, temos que ficar de olho neste tipo de propaganda discreta” – disse Sérgio Guerra, presidente do PSDB – “é preciso ter atenção, pois detalhes como este ficam na mente do eleitor e influenciam no momento do voto”, completou em tom repreendedor.

Caso não consiga vetar a reprodução da música nas rádios, o partido pretende sugerir a substituição da frase por outra que não faça apologia a nenhum candidato – ou candidata – que dispute as eleições deste ano.

O PT se manifestou dizendo que não tem nenhuma ligação com a banda. Em nota à imprensa, o partido do presidente Lula e da candidata Dilma diz se tratar “de uma feliz coincidência”.

A música, que tem mais de 20 anos e fez sucesso a partir do final dos anos 80, faz em determinado momento a seguinte citação:

Não fosse por mulher eu nem era roqueiro
Mulher que se atrasa, mulher que vai na frente
Mulher dona-de-casa, mulher pra presidente…..

Fala Sérgio Guerra, isso que é ter medo de (ou da) mulher…

Com solo roubado de Khatchaturian (Dança dos Sabres)…

Em resposta, o PT deveria pedir a proibição desta marchinha de Carnaval…

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Biko, de Peter Gabriel

Eu, soterrado em minha profunda ingenuidade, pensei que o show de abertura da Copa pudesse conter o hino mais importante anti-apartheid das manifestações. Mas a época é de Shakira e não de canções politizadas. Abaixo, a letra de Biko, inspirada no assassinato do ativista Steve Bantu Biko (18 de dezembro de 1946 – 12 de setembro de 1977). O show de Peter Gabriel (abaixo) é de 1986.

Biko

September ’77
Port Elizabeth weather fine
It was business as usual
In police room 619
Oh Biko, Biko, because Biko
Oh Biko, Biko, because Biko
Yihla Moja, Yihla Moja
-The man is dead

When I try to sleep at night
I can only dream in red
The outside world is black and white
With only one colour dead
Oh Biko, Biko, because Biko
Oh Biko, Biko, because Biko
Yihla Moja, Yihla Moja
-The man is dead

You can blow out a candle
But you can’t blow out a fire
Once the flames begin to catch
The wind will blow it higher
Oh Biko, Biko, because Biko
Yihla Moja, Yihla Moja
-The man is dead

And the eyes of the world are
watching now
watching now

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Que orquestra! Fico taquicárdico.

São fragmentos, mas que fragmentos! Abaixo, a Orquestra Filarmônica de Berlim, regida por Pierre Boulez, dá um show no Finale da Música para Cordas, Percussão e Celesta de Béla Bartók.

E aqui, com Hélène Grimaud ao piano e sob a regência de Tugan Sokhiev, no Concerto para Piano e Orquestra em Sol Maior de Maurice Ravel:

Aqui, com o regente titular Simon Rattle, parte do Finale da Sinfonia Nº 1 de Brahms (notem sua felicidade ao reger uma das melodias mas belas jamais compostas e que foi utilizada no Fausto de Mann):

Novamente com Rattle na Sinfonia Nº 10 de Shostakovich:

E com Gustavo Dudamel na Sinfonia Nº 5 de Prokofiev:

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Três peças de Carl Philipp Emanuel Bach

Hoje, há um belo esforço para a recuperação de C. P. E. Emanuel Bach como um dos principais compositores da história da música. Ele não tinha as qualidades de papai Johann Sebastian, um verdadeiro semideus, mas merece figurar nas mais exclusivas galerias. Carl Philipp foi imenso e imensamente injustiçado. Certamente, o motivo disto é o de ostentar o nome Bach e ser menor… Mas quem não é filho de Bach e menor?

Encravado naquele estranho período — o barroco tinha acabado e Haydn e Mozart ainda não tinham definido o “novo estilo clássico” — Carl Philipp demonstra notável originalidade e até antecipa Beethoven em seus temas curtos e afirmativos.

Abaixo, o registro de dois concertos. No primeiro, Christopher Hogwood dirige o Collegium Bach de Munique e o violoncelista David Adorjan em um Concerto para Violoncelo e Orquestra.

No segundo, a Orquestra Barroca e Coro da Universidade de Innsbruck mostra uma face bem bachiana deste Bach “menor”.

E aqui a linguagem já muda bastante. Estamos fora do barroco. Trata-se do oratório Die Auferstehung und Himmelfahrt Jesu com La Petite Bande, dirigida por Sigiswald Kuijken. O cantor é Stephan Genz.

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Celebridades

Curioso o post de Augusto Maurer sobre celebridades na música. Achei cômica a frase de Mick Jagger que pode ser encontrada nos links do post: “Éramos jovens, bonitos e estúpidos. Agora somos só estúpidos”.

Jagger, assim como Paul McCartney, já disse que fazer rock é a coisa mais fácil que há no mundo. E eu acredito que seja mesmo. Eles entram na categoria dos que se consideram superestimados, enquanto que os artistas “de raiz” orgulham-se de serem mais ou menos obscuros e outros têm personal networkers (fabricantes de onipresença e de factóides em escala industrial).

Muito me surpreende o interesse do Augusto sobre o assunto. Ele — que é primeiro clarinetista da OSPA e professor universitário na UFRGS — é certamente o amigo mais inteligente que tenho ao vivo e a cores. Quando com ele, tenho sempre a impressão de que ele já entendeu o que recém estou introduzindo na conversa. E que já discordou ou não. E que já concebeu do quase nada uma teoria maior e para mim inatingível a respeito. Nunca pensei que ele se interessaria por isto.

Lily Allen: a que se considera “uma bobagem”. Provavelmente é mesmo.

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J.S. Bach: Sonatina da Cantata BWV 106 "Actus Tragicus"

Para Ralf Rickli

Uma das coisas mais simples e belas que conheço. Em versão para piano a quatro mãos:

E no arrebatador formato original, com duas flautas doces e orquestra:

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3º Concerto de Brandenburgo de J.S. Bach

Não requer justificativa nem explicação. Interpretação da Orquestra Barroca de Freiburg, sob a direção musical de Gottfried von der Goltz — no vídeo, o terceiro violinista à esquerda. É um dos melhores grupos barrocos da atualidade. Não estranhem o adágio de 13 segundos, é assim mesmo. Creio que Bach não quis interromper a verve rítmica dos movimentos externos e… Por favor, quem sou eu (ou nós) para criticá-lo?

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Béla Bartók – Danças da Romênia

Para uma plateia agitada e feliz, ao ar livre, em Amsterdam, Janine Jansen mostra seu virtuosismo neste série de belas danças do folclore romeno, recolhidas do esquecimento e rearranjadas por Bartók. Não esqueçam que Bartók, um de meus três compositores preferidos — os outros são Bach, Brahms e Beethoven — foi um grande pesquisador e o fundador da etnomusicologia. A inspiração cigana pega fundo em quem nasceu na Transilvânia, quando esta era húngara.

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