Meu segundo time faz golaços

O primeiro gol do Benfica contra o Estoril no último domingo, obra de Gaitán.

http://youtu.be/PqedyrKUhFI

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Em 10 minutos e em ordem cronológica, todos os 91 gols de Messi em 2012

http://youtu.be/qXrltgfrrqw

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Exclusivo: a diferença entre Messi e Maradona

Foto: A Bola — Portugal

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Inter: o último a sair acende a luz

Depois das desejadíssimas saídas de Bolívar, Nei e Luciano Ratinho, eis que saem Guiñazú e agora talvez saia Dagoberto. Ou seja, a diretoria que queria um outro atacante de velocidade para acompanhar Damião ou Rafael Moura, perderá o único que tinha. É o perigo de ter um presidente tolo. Um tolo não tratará de cercar-se de sumidades, mas procurará outros tolos que concordem com ele. Exatamente o mesmo que fez Obino no Grêmio.

O Farinatti responde no Facebook:

Eu preciso acreditar que não é só imbecilidade. Largar o Dagoberto e ir a Recife negociar a volta do Gilberto é um ato tão tolo que parece até proposital, como provocação. Porém, pode haver algo que não sabemos. O Inter estava louco para se livrar do Dagoberto. Na verdade, parece que iria dispensá-lo de qualquer maneira e só não o fez antes, na esperança que algum clube o quisesse e o Colorado pudesse receber algum ressarcimento. Houve alguma coisa extra-campo com ele neste ano. E não foi o episódio dos cremes. É a única explicação. Seria burrice demais até para o Luigi.

Os setoristas da dupla disseram que houve uma mal-disfarçada euforia na direção quando chegou a proposta do Cruzeiro. Eu mesmo ouvi a entrevista do Souto Moura e ele mal podia conter o entusiasmo. Muito estranho… Somo isso ao fato de que, poucos dias antes, vazou a notícia de que Dagoberto não estava nos planos de Dunga. E mais, lembro que Fernandão disse que foi amigo de quem não devia ser e disse que não estava se referindo ao Bolívar: foi ele quem trouxe Dagoberto… Sei lá, preciso acreditar nisso porque não adianta eu ir até lá e quebrar todo o Beira-Rio, só de raiva, porque isso a Andrade Gutierrez já está fazendo.

Agora, Vitor Júnior é para f… o c. do palhaço.

P.S. — O título do post foi surrupiado do romance de Marcos Nunes.

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Os 50 maiores livros (uma antologia pessoal): X – Madame Bovary, de Gustave Flaubert

Li Madame Bovary apenas uma vez e acho que não preciso de outra para colocar o livro em minha antologia. Se o ser humano é uma coisa eternamente insatisfeita, aqui temos o microcosmo da infelicidade feminina e da desilusão romântica. Não vou contar em detalhes a história do livro, mas esta foi tão imitada e recontada que não guarda mais nenhuma novidade. É o romance que fundou o realismo em 1857 e, assim como a cabeça do Quixote estava cheia de romances de cavalaria, a de Emma Bovary estava lotada de romances sentimentais. Emma casa-se com o médico Charles Bovary, insípido e apaixonado por ela. O tédio insere-se de tal forma na relação que ela passa a detestar o marido. A progressão do tédio e sua transformação em desinteresse e depois ódio são contadas por um autor absolutamente impecável e no perfeito domínio de seus meios. Nada parece estar fora do lugar, nenhuma palavra. Dividido em três partes, como um concerto, demonstra como Emma permanece insatisfeita mesmo após o nascimento da filha e de seus apenas prometedores adultérios.

Na época em que foi publicado, Madame Bovary causou escândalo e foi julgado por obscenidade. Quando perguntaram a Flaubert quem era a protagonista que tinha sido descrita com tamanha perfeição e riqueza de detalhes, o autor respondeu ao tribunal com a célebre frase que diz tudo: “Madame Bovary c`est moi!”.

E era. Flaubert passou mais de uma década observando, apurando, polindo, reescrevendo e inaugurando o realismo na literatura. Flaubert foi absolvido no ridículo processo, mas não foi perdoado pelos puritanos, que não conseguiam admitir o tratamento cru dado ao tema do adultério e pelas críticas implícitas ao clero e à burguesia, ambos desprezados por Flaubert. Mas esqueçam o fundador do realismo, o processo e tudo o que cerca Bovary. O livro é antes de tudo um texto admirável, construído com arrebatador virtuosismo; um texto trabalhadíssimo onde não se notam sinais do suor do autor. Tudo flui, tudo ganha seu devido ritmo e todo detalhe jogado ali é significante e contribui para a narrativa. Talvez Madame Bovary seja a maior das aulas práticas de narração.

James Wood escreveu em Como funciona a ficção que “Tudo começa e tudo termina com Flaubert”. Discordo. A literatura moderna recebe notável impulso com Flaubert, mas já começara com Stendhal. E não termina no autor de Bovary, como diz a frase de efeito de Wood. Porém, para usar uma palavra que está na moda, Madame Bovary é um romance verdadeiramente incontornável.

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Carlinhos Cachoeira e Andressa Mendonça em lua de mel

Solto por um habeas corpus, Carlinhos Cachoeira foi fotografado neste fim de semana  viajando com a mulher, Andressa Mendonça (centro). O casal curtia a lua de mel na Bahia, hospedado no resort Kiaroa em Taipús de Fora, na praia da Península de Maraú. O empresário foi condenado a 39 anos e 8 meses de prisão por diversos crimes, como corrupção ativa, formação de quadrilha e peculato. Abaixo… não estaria ele pautando a revista Veja pelo telefone?

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Música dos Bálcãs

Dia desses, o Arthur de Faria dedicou-se a me mostrar um monte de boas músicas vindas do Bálcãs. Acho que eu tinha lhe falado de minha admiração por aquele bando de loucos que provavelmente fazem a mais criativa das “músicas populares” do mundo. Como ele também gosta demais, me ofereceu uma série de exemplos no Youtube que repasso a meus sete leitores. Acho que o primeiro e o terceiro vídeos foram sugestões minhas. Som na caixa porque vale a pena!

(Dando uma passada nos links que selecionei, acho que ele começou nos Bálcãs e depois viajou para o leste… Mas, repito, vale a pena conhecer).

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Porque hoje é sábado, algumas grandes damas

A primeira foto (abaixo) está aqui por tratar-se de Claudia Cardinale. Esbarrei com esta linda imagem dela e, mesmo que esteja acompanhada pelo ogro Klaus Kinski, me apaixonei. Ela tinha 44 anos, porém as outras fotos de hoje só têm …

… mulheres de mais de 50 anos. Algumas têm mais de 60, 70 e uma, mais de 80.

Pois não gostamos só de mulheres bonitas, …

… respeitamos o feminino.

Hoje é um PHES de mulheres muito talentosas, de grandes divas.

De mulheres de muita classe, mas não de classe social ou biológica, e sim …

… daquele gênero que não é apenas um problema de apertar um botão.

Por exemplo, Julie Christie (acima) foi a melhor e a mais poética de todas as atrizes.

Helen Mirren, aos 67 anos, ainda guarda intacto o caráter desafiador dos anos 60.

Sophia Loren, toda napolitana, não olha mais para o decote de Jayne Mansfield; …

… pois a idade deixou-a segura, engraçada e amena. Talvez o tempo tenha feito…

… o mesmo a todas. Sim, sei, eu não deveria sujar este post com sugestões de baixo …

… calão, só que não posso evitar de rir ao imaginar meus sete leitores e leitoras …

recolhendo suas armas… (Ah, Mirren de novo? Sim.)

… para outra oportunidade. Pois escolhi este primeiro PHES de 2013 …

… para uma reversão da expectativa erótica em favor do respeito e do sonho.

Pois o que viveram e fizeram cada uma destas grandes mulheres não cabe …

… nas agendas ou nos cartões-ponto de nenhum de nós. Bem, melhor falar só por mim.

Minha escolha foi por mulheres que mostram suas rugas e o resultado foi tão curioso ….

… que hoje acho belíssima a extraordinária atriz Emma Thompson …

… e sem graça o ex-furacão acima. Melhor pensar detidamente no assunto.

Afinal, aos 55 anos, já já minha faixa etária só se adequará com a das grandes damas.

Obs.: se você não conhecer alguma delas, é só dar uma olhada nas tags, certo?

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Segurança total

Um trabalhador indiano do Departamento de Energia faz ajustes nas linhas de energia elétrica durante os preparativos do festival religioso Kumbh Maha em 18 de novembro de 2012. Um exemplo para os trabalhadores do CEEE. A foto é de Sanjay Kanojia.

CLIQUE PARA AMPLIAR

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Edward Hopper, os 130 anos do poeta da solidão urbana

Publicado em 22 de julho de 2012 no Sul21.

Edward Hopper, Nighthawks, 1942

Edward Hopper nasceu em 22 de julho de 1882, há 130 anos, numa localidade próxima a Nova Iorque, Nyack. Viveu até os 85 anos — faleceu em 1967 — e foi um pintor essencialmente realista, “pequeno” e urbano na sociedade norte-americana, a qual, principalmente no pós-guerra, valorizava a grandiosidade e o ufanismo. Este pintor que ia contra a corrente distinguia-se principalmente pela escolha de seus temas. Seja na pintura de paisagens rurais devastadas da Nova Inglaterra, seja nos panoramas arquitetônicos, há espaços quase esvaziados de figuras humanas – são composições de situações que evocam sentimentos de solidão e tristeza, quadros narrativos em que a cena é representada quase sempre imóvel, sob perspectivas que lembram muito as convenções do cinema e do teatro.

Hopper, Chair Car, 1965

A arte de Hopper permaneceu afastada do sonho americano, da “América” como o grande país da liberdade e da prosperidade. A arquitetura de Nova Iorque e de outras cidades são mostradas meticulosamente – fachadas de lojas e farmácias vazias, lanchonetes quase vazias ou postos de gasolina igualmente – e parecem trabalhar apenas como pungentes símbolos da solidão e da desesperança daquelas pessoas, tão bem caracterizadas nos romances e nas peças de teatro da época, onde, como disse Sinclair Lewis em Rua Principal, Deus era o tédio. Essa relação com a literatura não é nada casual, pois foi nela que a alma dos EUA da primeira metade do século XX foi melhor retratada.

Hopper, Drugstore, 1927

O realismo de Hopper não é uma tradução literal ou mimética da realidade, é antes interpretação. Em sua longa carreira, apenas em 1933 passou ver seu imaginário especificamente descrito como “solitário”. Perguntado sobre o motivo que o levava a pintar a Macomb’s Dam Bridge (1935), uma pintura vazia de pessoas que retrata uma parte bastante populosa de Nova York, inteiramente vazia, ele respondeu com simplicidade que achava que aquela era sua melhor representação.

Hopper, Macomb’s Dam Bridge, 1935
Hopper, Gas, 1940

Segundo o crítico Rolf Renner, a popularidade de Hopper, seus quadros vazios de seres humanos e suas figuras solitárias sugeriam as dores da solidão a um público cada vez mais interessado no pensamento psicanalítico e consciente do anonimato da vida urbana. Em 1964, a insistência destas interpretações de sua obra levaram Hopper a dizer que “a coisa da solidão é exagerada”. Porém, paradoxalmente, na mesma época ele respondeu a um jornalista sobre a solidão profunda e a falta de comunicação em sua arte com o comentário: “Isto é provavelmente um reflexo de minha própria vida e não sei dizer o quando isto é tem pontos de contato com outras pessoas ou com a própria condição humana”. Por algum motivo, mesmo quando as pessoas estão juntas em suas telas, a sugestão da solidão permanece presente.

Hopper, Summer Evening, 1947

Há um exemplo muito claro disso: quando Alfred Hitchcock filmou Psicose, desejava que a casa de Norman Bates tivesse um aspecto de isolamento e solidão, de um lugar onde ninguém entrava. Como o gordo inglês não era nada desconectado do que acontecia em outros setores da arte, pediu que se construísse isso aqui e estendeu a seus produtores uma cópia de um quadro de Hopper, House by the railroad, dizendo: “Vamos construir parecido com isso. Nada pode ser mais isolado. Não vamos reinventar nada, OK?”

Hopper, House by the railroad, 1925
A casa do filme Psicose, de Alfred Hitchcock
A residência de Norman Bates sempre aparece no filme em ângulo semelhante ao utilizado por Hopper

Como referimos acima em palavras do próprio Hopper, ele foi, desde a infância, um solitário ou ao menos alguém que raramente falava de si. Muitas publicações falam em frustrações, mas pensamos ser mais acertado falar-se em timidez ou numa inadequação que ele representou de forma grandiosa em sua arte, não só através de melancólicas figuras solitárias, mas também através de metáforas de isolamento em lugares onde esperamos ver pessoas presentes.

Hopper, Rooms for Tourists, 1945

Já sua associação com a arquitetura é mais complexa. A primeira metade do século XX foi um tempo de nacionalismo emergente e cenas típicas americanas aparecem como sujeitos de sua arte. Sua cidade natal, Nyack, por exemplo, oferecia exemplos de estilos arquitetônicos característicos da América do século XIX. Embora esses estilos tenham sido absorvidos por Hopper em sua juventude, foi só depois que ele viajou para o exterior, entre 1906 e 1910, que veio a apreciar seu encanto. Escrevendo na revista The Arts, em 1927, Hopper comentou sobre artistas contemporâneos norte-americanos cujo trabalho admirava e salientou a necessidade de desenvolver uma “arte nativa”.

Hopper, Pennsylvania Coal Town, 1947

Hopper apreciava especialmente um tipo de telhado frequentemente encontrado em casas americanas do estilo Segundo Império — nome emprestado aos franceses –, construídas entre 1860 e 1890. Este estilo, desenvolvido durante o reinado de Napoleão III, é caracterizado por um telhado coberto com telhas pintadas. Entre 1907 e 1909, Hopper fez várias pinturas do Pavillon de Flore do Louvre, que ele podia ver a partir do local onde morava na margem esquerda de Paris. Mais tarde, Hopper redescobriu estes telhados em casas de vários locais dos EUA — Gloucester, Massachusetts, Rockland, Maine, e, provavelmente, no estado de Nova York – e permaneceu atraído pelo estilo, que trazia logo abaixo arcos como no Pavillon ou janelas em arco.

Pavillon de Flore do Louvre
Hopper, The City, 1927

Porém, seus temas e especialmente os lugares que ele pintou, parecem ser produto da necessidade de criar e parte de sua batalha constante contra o tédio que muitas vezes sufocava seu desejo de pintar. O que manteve Hopper em movimento foi sua busca por inspiração, que provocada em pequenas viagens.

Hopper, Automat, 1927

Como explicou a um crítico: “O mais importante é ir adiante, ver tudo. Você sabe como as coisas são belas quando você está viajando, não?”.

Hopper, Summertime, 1943

Conversei uma vez com Guy Pène du Bois sobre isso. Ele utilizou o termo “inspiração”. Eu disse, “essa é uma palavra excelente”. Bem, talvez exista inspiração – talvez seja o clímax de um processo de pensamento. É, no entanto, é difícil saber o que quero pintar. Por vezes passam-se meses sem descobri-lo. Depois vem lentamente: aí entra em cena a imaginação. Acredito que muitas pinturas são pura invenção – nada vem de dentro. É claro que é preciso usar a imaginação: nada se faz sem ela. Mas há muita diferença entre a imaginação e o que o pintor encontra em si mesmo.

Hopper, Compartment, 1938

Belas e silenciosas como paisagens são suas figuras humanas. O realismo de Hopper flagra e capta o interior de cada uma delas – numa ida ao café, sozinhas na entrada de um cinema, num quarto de hotel, no trem, tomando sol. As figuras humanas pintadas por Edward Hopper demonstram uma melancolia e um silêncio que mais facilmente associaríamos a paisagens.

Hopper, New York Movie, 1939

Hopper parece apenas convidar-nos para comentários verbais acerca dos quadros. Observador e observado entregam-se a um jogo onde o observador acompanha e procura a identidade daqueles que são retratados pelo artista. Os elementos de tal jogo são uma parte do conteúdo de suas obras — desaparecimento, silêncio, sossego, tensão, olhares fugitivos, mas nenhum desfecho.

Hopper, People in the sun, 1960

Sua obra também documenta o paradoxo entre a contradição entre progresso material e individualidade, entre  mito coletivo, experiência social e repercussão íntima, transforma em signos uma sociedade que perdeu contato consigo mesma. E esta riqueza é o que faz que seus quadros sejam tão valorizados por nossa cultura. Após a morte do pintor, sua esposa doou o que restava de seus quadros para o Whitney Museum of American Art. Outros trabalhos importantes de Hopper estão no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, no The Des Moines Art Center, e no Instituto de Arte de Chicago.

Hopper, Night Windows, 1928

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Os melhores filmes de 2012

Bem, meus sete leitores me conhecem. Não posso oferecer-lhes a habitual lista de dez filmes porque não vi dez filmes realmente bons. E olha que vi uns oitenta.

A listinha ficou assim:

— A Separação, de Asghar Farhadi
— Drive, de Nicolas Winding Refn
— As praias de Agnès, de Agnès Varda
— Deus da Carnificina, de Roman Polanski
— Fausto, de Alexander Sokurov

Importante: como Porto Alegre é cada vez mais periférica, não viu filmes como Holy Motors, de Leos Carax, nem O Cavalo de Turim, de Béla Tarr. Periferia é foda, vou te contar…

Como filme do ano escolhemos por unanimidade:

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Nu sobre a estátua, em pleno centro de Londres

Um homem não identificado ficou nu em cima da estátua do príncipe George, duque de Cambridge, em frente ao Ministério da Defesa, em Whitehall, no centro de Londres, no dia 23 de novembro de 2012. O homem, que causou uma paralisação de quase duas horas no trânsito, posou para várias fotos antes de ser retirado. Foto de Justin Tallis. CLIQUE PARA AMPLIAR.

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Um desejo meio desesperado de boa sorte ao Dunga

Dunga: com ele e Paixão, alguma esperança

Não sei se o Inter está por demais empobrecido do ponto de vista financeiro — já estava do ponto de vista diretivo — ou Dunga e a nova comissão técnica querem antes uma resposta para a eterna interrogação do clube — há elenco ou não? Ou, de forma mais explicita: pode um time com D`Alessandro, Damião, Guiñazú, Dagoberto, Forlán, Juan, Dátolo, Índio, Muriel, Kléber, etc. ser ruim? Ou ruins eram as comissões técnicas anteriores? Esta dúvida também é minha, pois tivemos uma incrível sequência de técnicos aprendizes (Falcão, Fernandão) ou preguiçosos (Dorival). Para piorar, eles trataram de fazerem-se acompanhar de outros incompetentes. A convicção no amadorismo foi tão grande que eles conseguiram “expulsar para o Corinthians” um dos melhores preparadores físicos do país, Fábio Mahseredjian.

A hipótese de que Dunga deseje ver antes o que realmente tem em casa me sabe muito bem. É uma estratégia de cunho europeu, algo de longo prazo, pois, convenhamos, até hoje não se sabe quem são e o que podem fazer Dagoberto, Forlán e Juan, para ficar no mínimo. Do ponto de vista estritamente técnico, o ano de 2012 não existiu, tendo sido substituído por rosários de lesões musculares (vide o caso D`Alessandro) e de bisonhos treinamentos, incapazes de dar um padrão tático ao time. Na minha opinião, o trio que citei acima está chegando ao clube agora para fazer suas estreias.

Vejam bem, este é o melhor pensamento que posso extrair de uma diretoria que foi a maior inimiga do clube no ano passado, mas que teve o bom senso de contratar profissionais em 2013. Acho mesmo do ano passado não se extrai nada, a não ser a necessidade de livrar-se de Nei, Bolívar, Ratinho, talvez de Bolatti e Élton. 2012 passou em branco.

Vou ser otimista e pretendo esquecer aquele frase lida no Diário Gaúcho que dizia que a rescisão de Bolívar custaria ao clube 2 milhões de reais. Espero que seja mentira.

Bem, hoje Dunga e Paulo Paixão começam a trabalhar e, por incrível que pareça, este torcedor está otimista. Se não der certo, ao menos vamos nos divertir com as brigas de Dunga com a imprensa. (Adoro!)

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Futebol em frente ao muro

Crianças palestinas jogam futebol em frente ao muro que as separa de Israel. Talvez os sionistas tenham medo de alguma bolada, sabe-se lá. A foto é de Ahmad Gharabli (AFP) e foi tirada na aldeia de Abu Dis, na Cisjordânia, em 8 de novembro de 2012. (CLIQUE PARA AMPLIAR)

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Desejos bem simples

Em 2013, não quero ir a nenhum velório. Desse jeito, daqui há pouco os porteiros do Crematório São José já vão me saudar com um “Como vai, seu Milton, de novo por aqui?”. Afinal, toda hora estou indo lá. Em termos de mortes, 2012 trouxe muitas más notícias.

E, para que eu não entre lá pela outra porta, acho que eu deveria fazer um check-up. O último foi feito há uns quatro anos e eu simplesmente guardei numa pasta as requisições da Unimed, preenchidas pelo Dr. Hilário Wolmeister. Não fiz nenhum exame, pois parecia-me que sempre tinha algo mais urgente a resolver. Poderia também visitar um oftalmologista. Estou enxergando muito mal de perto e tenho que tirar os óculos para trabalhar no computador. Os óculos — esses já têm quase dez anos — só servem para dirigir, ir no futebol, ao cinema, etc.

Os médicos que me aguardem.

No mais, desejaria que a Bárbara entrasse numa boa faculdade, adoraria viajar, gostaria que minha vida não mudasse muito e que o Sul21 seguisse crescendo, mas isso tudo isso depende de trabalho, né? Então, em resumo, se tivermos saúde dá-se um jeito no resto.

E para a primeira manhã de 2013 tá bom.

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Seu Hélio

Sabem assim tipo melhor amigo? Eu tenho uns quatro ou cinco desses. Como disse um deles, a vida não deixa que a gente se fale tanto quanto gostaria, mas quando fala é muito bom, e logo emenda onde parou na véspera, que foi na semana, mês ou ano retrasado. E um de meus mais antigos melhores amigos é o Augusto Maurer, que conheci nos anos 70 e cujo pai, Hélio Maurer, faleceu hoje.

Talvez o Augusto nem imagine o que o Hélio representava para mim e para os que frequentaram a casa da Bela Vista lá nos anos 70. O Hélio tinha uma sofisticação que, mesmo com todo o preconceito dos jovens, fazia com que a gente parasse para conversar com ele. Ele era atencioso, bom papo, irônico, inteligente e educadíssimo — um verdadeiro senhor, disse uma vez uma amiga — e, mesmo durante o velório de sua esposa, ocorrido neste segundo semestre de 2012, fez questão de vir a mim para agradecer o fato de eu ter recebido várias vezes o Augusto em minha casa quando ele estava recém separado. Ele disse que aquilo fora uma terapia para seu filho. Ele chegava aqui em casa lotado de coisas do super-mercado e jantávamos. Soube que o Hélio incentivava o esquema, de todo excelente.

O seu Hélio parecia seguir toda uma ideologia de bem-receber os amigos, principalmente em torno de uma mesa. Certamente o Augusto herdou de seu pai o gosto pela boa comida. A despensa da casa da Bela Vista era algo que, para mim, filho de uma família espartana, era como entrar no país de Alice. Era uma salinha ao lado da cozinha com as paredes recheadas de maravilhas. A gente podia chegar na casa deles a hora que quisesse e sempre teria um baita jantar a cargo do próprio Augusto ou da Dina, a auxiliar que ainda trabalha para a família e que deve estar arrasada com a perda dos dois patrões em tão curto período. (A vida da Dina foi passada com os Maurer e o seu Hélio ia com ela, até semanas atrás, a seus restaurantes preferidos).

Quando adquiri algum conhecimento gastronômico, passei a encontrar o Hélio nas seções de vinhos, importados e especiarias dos super-mercados. Uma ou duas vezes encontrei-o no mercado público. Sempre tínhamos assunto. Em nosso último almoço, ele quis que ela sentasse com ele a fim de descrever nossos jantares aqui em casa. Para quê? Ora, ele queria imaginar a coisa. “Não estou me convidando, estou muito velho e saio pouco de casa, só quero refazer os pratos na imaginação”, dizia. A Astrid, mulher do Augusto e que também é outra maluca na cozinha — viram?, estou cercado deles, como posso emagrecer? — refazia depois os jantares para ele. Tudo com menos sal, pois o Hélio tinha pressão alta há mais de vinte anos e a coisa tinha que ser cuidada.

Enquanto escrevo esta improvisação, sei que o Augusto deve estar esperando alguma notícia do Crematório São José sobre a liberação do corpo de Hélio Maurer. É um momento horrível em que um familiar morreu e ficamos sem fazer nada. No caso de minha mãe, liberaram só duas horas antes. Muito triste, muito tenso. Meus sentimentos, Augusto. Estarei lá antes das 18h.

Uma amiga acaba de escrever no Facebook, faleceu hoje uma pessoa encantadora, estou muito triste.

P.S. — Saí para correr logo depois de escrever este post e só lembrava do seu Hélio dizendo, já passado dos 80 anos de idade, que seu único sonho era o de acariciar, apenas acariciar, a atriz Helena Ranaldi. Um gentleman até nas fantasias.

O Augusto Maurer avisa que a legenda desta foto deve ser “Não exagera, Hélio”, advertência rotineira de Dona Carmen, sua esposa.
Acho que me enganei. A legenda “Não exagera, Hélio” não deveria estar aqui?

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Duas mortes de 2012: Galina Vishnevskaya e Dietrich Fischer-Dieskau

Galina Vishnevskaya canta Tchaikovsky com o maridão Rostropovich ao piano (sim, ao piano).

Dietrich Fischer-Dieskau, talvez o maior cantor de todos os tempos, canta o lied Der Leiermann, da Winterreise de Schubert. O pianista é apenas Alfred Brendel.

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Emocionante: o pauteiro de Veja casa e beija os pés da noiva

Carlos Cachoeira beija os pés da noiva

Leandro Fortes: Casamento de Cachoeira, Jornalismo à moda de Al Capone

O que é mais incrível não é a Folha de S.Paulo mandar uma repórter “enviada especial” a Goiânia para cobrir o casamento de um mafioso com uma mulher indiciada por chantagear um juiz federal para tirá-lo da prisão, e sequer citar esse fato.

Carlinhos Cachoeira, vocês sabem, tem trânsito livre na imprensa brasileira. Dava ordens na redação da Veja, em Brasília, e sua turma de arapongas abastecia boa parte das demais coirmãs da mídia na capital federal.

Andressa, a noiva, foi indiciada por corrupção ativa pela Polícia Federal por ter tentado chantagear o juiz Alderico Rocha Santos.

Ela ameaçou o juiz, responsável pela condução da Operação Monte Carlo, com a publicação de um dossiê contra ele. O autor do dossiê, segundo a própria? Policarpo Jr., diretor da Veja em Brasília.

Mas nada disso foi sequer perguntado aos pombinhos. Para quê incomodar o casal com essas firulas, depois de um ano tão estressante?

O destaque da notícia foi o mafioso se postar de quatro e beijar os pés da noiva, duas vezes, a pedido dos fotógrafos.

No final, contudo, descobre-se a razão de tanto interesse da mídia neste sinistro matrimônio no seio do crime organizado nacional.

Assim, nos informa a Folha:

“Durante o casamento, o noivo recusou-se a falar sobre munição que afirma ter contra o PT: ‘Nada de política. Hoje, só falo de casamento. De política, só com orientação dos meus advogados’.”

É um gentleman, esse Cachoeira.

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Nadal desiste do Aberto da Austrália. Mais um ex-tenista?

Quando bate a dúvida

Texto de Alexandre Cossenza

O ano era janeiro de 2006, e Gustavo Kuerten, depois de duas operações no quadril, preparava-se para começar a temporada. Seu último torneio havia sido em setembro da temporada anterior e ainda vivíamos a expectativa – talvez “esperança” seja a palavra mais apropriada aqui – de ver o tricampeão de Roland Garros recuperado, jogando como antes.

O primeiro evento de Guga naquela temporada seria o ATP de Viña del Mar, no Chile. No dia 27 de janeiro, chegou o e-mail de sua assessora de imprensa. Uma torção no tornozelo deixaria o brasileiro fora do evento. Foi o primeiro momento em que ouvi dúvidas. Lembro de ver gente na redação do jornal em que trabalhava questionando a veracidade do release. Seria a torção uma desculpa para não ir ao torneio e não mencionar o quadril, ainda lesionado? Guga, afinal, jamais gostou de entrar em detalhes sobre sua lesão (até hoje, há fatos importantes não revelados sobre aquele período).

Pouco importa agora se aquela entorse foi verídica. A quem interessa, porém, vale lembrar que Guga entrou em quadra no dia 11 de fevereiro para jogar duplas na Copa Davis. Pouco mais de uma semana depois, foi ao Brasil Open e perdeu na estreia para o então desconhecido André Ghem. Seu torneio seguinte seria só nove meses depois – uma derrota na primeira rodada de um Challenger. Ali, já se sabia que o caminho não teria volta. Mas repito: pouco importa agora. Trago o tema à tona porque Rafael Nadal acaba de anunciar que não disputará o Australian Open. E a revelação vem em circunstâncias curiosamente parecidas.

O espanhol estava comprometido com o Mubadala World Tennis Championship, em Abu Dhabi, com começo marcado para o dia 27 deste mês. Citando uma infecção estomacal que provocou febre, o ex-número 1 adiou sua volta para Doha, na primeira semana de 2013. E nesta sexta-feira, fez o anúncio inevitável. Disse que o vírus não lhe deixou treinar e que, por isso, optou pelo caminho conservador. Vai ficar fora de Doha e do Australian Open. A volta, agora, será só em fevereiro, no ATP 500 de Acapulco. E no saibro.

Nenhum tenista gosta de falar sobre suas lesões. Especialmente durante o tratamento. E mais ainda quando a recuperação não vem tão rápido. Fãs de Sharapova devem lembrar-se bem disso. Nadal parece uma exceção. Forneceu várias atualizações em sua conta no Facebook, publicou inúmeras fotos de seu treinamento e sempre evitou estipular uma data precisa para seu retorno. Até a “confirmação” da presença em Abu Dhabi demorou para vir. E o anúncio desta sexta-feira começa citando o joelho: “mi rodilla está bastante mejor”, diz a primeira frase.

Por que citar o joelho se o problema maior foi a infecção estomacal? Talvez para acalmar os fãs e mostrar que não há motivos para preocupação. A lesão maior está sendo tratada. Talvez, contudo, o tiro saia pela culatra. Alguém pode interpretar a explicação sobre o joelho como uma maneira de apenas evitar mais perguntas sobre o longo processo de recuperação, que já dura seis meses.

Nadal estaria mentindo em sua declaração? Impossível saber. Por seu histórico de falar abertamente sobre lesões, eu apostaria minhas fichas em um grande “não”. O leitor, então, pode perguntar: por que escrever os seis parágrafos acima se você acha que a história sobre a infecção estomacal foi verdadeira? Simples. Por mais que eu acredite nas palavras de Nadal, acho perfeitamente compreensível duvidar.

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Feliz de quem fica na cidade durante os feriados

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