Festim Diabólico CCXIV

(Por isso é que mantenho a categoria “Amigos, tudo”).

Acho que ainda não chegamos à edição de nº 214, mas certamente já passamos fácil das 50 edições. Os Festins Diabólicos são as festas aqui de casa, sempre com 20 pessoas para fora. Sábado, foram 36. O motivo do nome do encontro é o filme de Hitchcock, que tinha um baú no meio da sala. Já sabem o que temos no meio da nossa, mas sem um morto dentro, se lembro bem. Ultimamente, após o jantar, quase sempre alguém senta em nosso combalido piano ou pega seu instrumento e a música acontece. São amigos, músicos profissionais, que tocam aqui em casa por pura amizade. Poderiam deixar seus instrumentos e partituras em casa. Poderiam dizer que não estavam a fim, poderiam alegar uma tendinite ou simular um desmaio, qualquer coisa que todo mundo compreenderia, mas não, eles tocam pra nós.

No grupo, há o núcleo duro, os que sempre são convidados. Dentre eles, há gente como a Nikelen e o Guto que viajam incondicionalmente por quatro horas com um filho pequeno e o deixa com a avó num hotel. E viajam mais quatro horas de volta, tudo por quatro horas de festa. É maravilhoso isso. Lamentavelmente, alguns dos habituais participantes acabaram ficando de fora no último sábado porque a casa poderia explodir de tanta gente. Fazer o quê? Bem, os dois últimos Festins foram muito particulares, mas o de ontem foi invulgar para mim. Era meu aniversário e houve algumas manifestações que realmente me tocaram.

A Claudia, minha mulher, sempre faz a comida e a bebida é trazida pelos comensais. A “chef” que fica mais próxima dela é a Astrid. Pois ontem ela veio com um exército de canapés. Dizendo assim, parece pouco. Parece até que ela comprou ali na esquina. Nada disso, ela, que está super estressada com uma série de coisas, fez um por um para quase quarenta pessoas. E eram ab-so-lu-ta-men-te geniais. Assim como os músicos que tocam aqui expressam seu carinho através de seu trabalho, há pessoas que o fazem através da comida. É o caso da Claudia e da Astrid. Agora cheguei a um impasse em meu texto porque sou bom para comer mas péssimo para descrever comida. Talvez consiga algumas fotos depois… Para que meus sete leitores tenham uma ideia, no dia seguinte, domingo, quando acordou, o meu concunhado Bruno ligou aqui pra casa perguntando se tinha sobrado canapés. Das centenas, tinha sobrado um (1) e a primeira coisa que fiz ao acordar foi zerar a conta. Peço desculpas a ele.

A música. Deve ter sido ideia da Elena Romanov. De repente, logo após o jantar, ela, que é violinista e seu marido, o violista Vladimir Romanov, prepararam as estantes. Até aí, tudo normal. O pianista Alexandre Constantino estava sentado ao meu lado com uma partitura e me informou vou tocar com eles e eu disse que estava ótimo, ora. Tudo normal. Então, o Alexandre juntou-se ao casal e eles começaram o Andante da Sinfonia Concertante para Violino, Viola e Orquestra de Mozart. A Elena sabe de amor que tenho por esta música, protagonista de minha novelinha O Violista. Foi a coisa mais linda e só pensei que aquilo era endereçado a mim quando estavam terminando. Queria até que repetissem… Eles tocaram uma redução onde o acompanhamento é feito pelo piano. Abaixo, o original.

Tchê, foi lindo. Depois o professor doutor Luís Augusto Farinatti, o Guto, fez mais um de seus tradicionais e irresistíveis stand-ups. A Carmen Crochemore me disse hoje que nunca tinha rido tanto. O curioso é que o Farinatti acha que a gente se incomoda com as repetições. Negativo, rapaz.

E depois para terminar. O Marcelo Delacroix deu um show completo aqui em casa com mais dois músicos seus amigos — o Rodrigo Calveyra e Manuel de Olaso. Confesso que tinha pedido pra ele como presente. A afinação, seu bom gosto e senso de estilo são um verdadeiro absurdo e às vezes tenho que olhar para a sala refletindo que recebi tudo o que ele desempenhou de presente, somado ao Farinatti, ao Mozart do trio e à gastronomia da Astrid e da Claudia. É óbvio que nenhum dos não citados deixam de ser extraordinários; todos são inquilinos de meu ventrículo esquerdo — que é onde o coração bate mais forte (minha irmã me ensinou) — , só que a amizade + a música ou o riso ou a gastronomia tornam tudo mais memorável, não? Ou, melhor dizendo, a amizade mais a arte acaba sendo superior, o que não significa que esta não esteja assentada naquela. Bem, ao menos aqui em casa, sempre está.

A seguir, fotos. Não sei se todos estão nelas, não contei.

Vladimir Romanov e Lia Zanini aguardando o vinho que o Augusto Maurer abre lá atrás.
Astrid Müller e Rovena Marshall: brinde e risadas para alguém fora do quadro.
Augusto Maurer e Marcelo Delacroix em primeira leitura do primeiro.
Meus filhos Bárbara e Bernardo estremecendo a foto.
Os mesmos da foto acima, mas agora absolutamente enfeitiçados pelo Farinatti. Olhem as caras.
Batatas.
Gente falando bobagem, gente ouvindo bobagem. Eu, Dario Bestetti e Luís Augusto Farinatti.
Cadê?
Antônio Castro num impasse: como pegar o garfo? Carmen Crochemore o orienta.
Igor fica aliviado quando Castro logra libertar as mãos. Com Igor Natusch, Bruno Zortea, Nikelen Witter, Farinatti, Carmen, eu e as mãos.
Mãos muito, extremamente bobas. Com Anderson Larentis, Rachel Duarte e Igor.
Claudia Guglieri ensina Vladimir como se bebe o suco.
Credo, como esse cara come (e mente). Nikelen e Farinatti.
Magro de ruim.
Grande momento. Marcelo Delacroix solo.
Uma toca violino, todos tocam piano. Com Elena Romanov, Alexandre Constantino e Liana Bozzetto.
Preparação para o Andante. Com Elena e Vladimir. Adorei.
Credo, se tu soubesses como eu te odeio, Chico Marshall! Com Farinatti , o odioso e Nikelen.
E o impossível acontece. Farinatti para de movimentar os braços.
Sei lá, acho que alguém já bebera um ribeiro de vinho. Com Chico e Astrid.
Aspecto singular da sala dos Antonini Ribeiro.
Todos ouvindo Elena, Vladimir e Alexandre. Em primeiro plano eu a Claudia.
Ah, não. Me sujei de novo! Com Rovena Marshall.
O pé da Bárbara, meu cunhado Sylvio e minha irmã Iracema. Ao fundo, no espelho, o casal Rovena e Chico.
Alexandre, o Cavaleiro das Trevas.
Tão bonita, só que ninguém queria fotografar a Bianca! Lá à direita. Com Claudia Antonini e Bruno.
Apagando a (1) velinha com la Guglieri.

Obs.: Fotos de Liana Bozzetto, Lia Zanini e Augusto Maurer.

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Ospa: tudo é bom quando acaba bem

O programa de ontem da Ospa oferecia duas obras bem diferentes, um aquecimento com o subwagneriano Franz Schmidt (o Intermezzo da ópera Notre Dame) e um portento de Gustav Mahler, a Sinfonia n°4.

O tal Intermezzo era bem curtinho. Brumas wagnerianas adentraram o palco da Reitoria. Porém, logo foram desfeitas pelas cordas tentando tocar em uníssono. Não funcionou nada bem, mas perdeu-se pouco: o Intermezzo é um daqueles longos clímaces (plural de clímax, por favor?) que parecem desaguar em algum local muito longínquo, bem longe do Bonfim e de suas famílias judias. Mas vamos ao que interessa.

A Ospa estava preparada era para Mahler. A quarta sinfonia é uma pequena e leve composição quando comparada com suas irmãs. É uma sinfonia distinta das outras do compositor, assim como o são a sarcástica 9ª na obra de Shostakovich ou a haydniana 8ª na de Beethoven. Os temas da 4ª fluem com facilidade e humor. Porém, a orquestra não tem vida fácil. A orquestração é via de regra rarefeita; a música é levada por sub-grupos solistas que se revezam em diferentes combinações. Não é apenas música de primeira qualidade, é uma coisa interessante de ser assistida ao vivo, pois as melodias que começam aqui são continuadas ali; depois, são feitas variações timbrísticas acolá e finalizadas algures. A plateia perce que está num jogo de tênis, virando a cabeça a cada momento. É que, nesta sinfonia, Mahler fugiu dos grandes efeitos de massa, escolhendo combinações de câmara e o contraponto como fator de equilíbrio da obra. Os músicos estavam todos muito concentrados, sem os habituais saracoteios daqueles que regem e motivam a si mesmos. E o resultado foi maravilhoso.

Há muito a destacar. Começo pelo spalla Emerson Kretschmer e pelo concertino Omar Aguirre. Foram perfeitos em seus muitos solos. As intervenções do trompista Alexandre Ostrovski e da oboísta Viktória Tatour foram absolutamente impecáveis — sempre são! — , assim como as dos clarinetistas Augusto Maurer e Diego de Souza e as dos flautistas Klaus Volkmann, Leonardo Winter e de mais um do qual também não sei o nome. Impressionante a forma como os violoncelos cantaram no terceiro movimento sob o domínio da precoce aposentada Inge Volkman, que fazia… Sua última apresentação com a Ospa? Ah, brincadeira, né?

(Intermezzo: Querida Inge. Parabéns. Mas não pare de trabalhar. Mantenha projetos e siga tocando cello. A aposentadoria pode ser uma coisa terrível e digo isso por vários exemplos familiares. Mantenha-se ativa, até porque é um crime deixar tanto talento de pijamas ou chinelinhas em casa. Nada de ficar vendo TV e acompanhando séries americanas. Isso emburrece, certo? Fim do intermezzo).

Porém, meus amigos, nada foi comparável à regência compreensiva do imenso Kiyotaka Teraoka e, principalmente à delicadeza, à presença e ao canto do soprano Sara Kobayashi. Céus, aquilo foi espantoso desde a entrada — uma aparição saída dentre os violinos. Além de ser uma moça belíssima, Sara tem excelente voz e sabia que estava cantando A Vida Celeste palavra por palavra. Foi um momento arrepiante e inesquecível. É muito difícil fazer o simples que o lied parece exigir e tenho certeza que todos os que estiveram lá levaram bem gravada em seus olhos a imagem e a voz de Sara Kobayashi cantando o final da 4ª. Foi o máximo.

Sem dúvida, uma grande noite.

Sara Kobayashi (Foto de seu site)

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O excelente concerto da Ospa de hoje pela manhã

Muito bom iniciar o domingo com um concerto desses:

Ney Rosauro: Concerto para vibrafone e orquestra
Edward Elgar: Concerto para Cello, Op. 85
Nicolai Rimsky-Korsakov: A Grande Páscoa Russa

Fernando Bueno Menino saiu-se maravilhosamente no concerto para vibrafone, a mais contida e melodiosa das obras de Rosauro que conheço. Menino é um jovem percussionista da Orquestra Sinfônica de Santa Maria.

O concerto de Elgar ficou famoso nos anos 60 e início dos 70 por ser a pièce de résistance da violoncelista Jacqueline du Pré, a queridinha dos britânicos na época. O concerto grudou nela de tal forma que quase todos lembram de sua beleza, virtuosismo e da esclerose múltipla que a forçou deixar os palcos aos vinte e oito anos. Anderson Fiorelli não é tão bonito, mas levou muito bem o concerto do qual gosto do primeiro movimento e menos do resto.

A Grande Páscoa Russa foi o final perfeito para um concerto sem pontos baixos. A música ao vivo tem o poder de nos mostrar o motivo pelo qual amamos uma obra. As belas melodias, mas principalmente o dinâmico e colorido arranjo orquestral de Korsakov dão à Páscoa uma sedução que me é irresistível. Excelentes participações de Klaus Volkmann, Augusto Maurer, Omar Trinajstich, José Milton Vieira, Inge Volkmann e de todo o time de metais e percussionistas sob o comando .Manfredo Schmiedt

Sugestões para a série Concertos da Juventude:

— os concertos deveriam ser discretamente didáticos — isto é, com palestras sucintas e bem preparadas para não se tornarem belardianas, Seriam encontros pré-concerto sempre ministradas por algum músico da orquestra, não necessariamente o regente;

— alguma coisinha de etiqueta para o público, explicando de forma bem humorada o ritual concertístico. Afinal, a ideia é boa música + formação, certo?

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Mais um Festim Diabólico

Foi a comemoração atrasada do aniversário da Claudia. Vamos a algumas fotos. Fico sempre achando que ficou gente de fora das imagens. E pode ter acontecido, sim.

A comida estava demais… Nunca tinha provado o tal do locro.

Como consequência, houve gente que dormiu em pé (Augusto Maurer e Astrid Müller).

Que dormiu deitada (Heloísa Marshall).

Que chorou (Claudia Antonini com Augusto ao fundo).

Que fez arte (Vladimir Romanov).

Que trouxe arte de presente (escultura trazida pela Caminhante).

Que se dedicou apenas à arte. (Minha experiência mostra que todas as mães têm um pouco de vergonha do que seus filhos são capazes. Besteira pura.). Estrelando Nikelen Witter e Miguel Witter Farinatti.

Que teve os olhos vazados para que não dançassem (Astrid e Caminhante).

Que ficou feliz apesar das trevas (Caminhante com Elena Romanov ao fundo).

Que conversou (muitos).

Que ficou esperando beijo (Claudia e um bobão).

Que não parava de mentir (Milton e Guto “Antes faça mal que vá fora” Farinatti).

Que deixou a gente muito feliz (Vladimir e Elena Romanov). Destaque para os sorridentes Chico e Rovena Marshall.

Que também tocou demais (Alexandre Constantino).

Que comeu pra caralho (Dario Bestetti).

Que riu, ora (Helen Osório). Olhem a hora.

Que disputou sobremesa (Lia Zanini e Marcelo Delacroix).

Intermezzo (ou Serenata de Haydn): ufa, cansei de iniciar frases com quê.

Mais uma foto dos autenticamente queridíssimos Vladi e Elena.

Augusto, Astrid e a Caminhante conversam.

Laura Marshall com a Claudia ao fundo.

Helen e minha irmã Iracema.

Alexandre Constantino dá enorme atenção à Liana Bozzetto.

Laura, Sylvio e Cláudia Guglieri — a última prepara-se para dormir, como sempre.

O presente da Helen era lindo, parecia algo não vivo, sei lá. Cardamomos?

Augusto Maurer, já emburrecido pelos excessos, toma seu chá de boldo com Alexandre Constantino.

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Três vezes Brahms: o Concerto da OSPA ontem à noite foi memorável e teve a presença de Romy Schneider

Aos colegas da OSPA.

Quero convidá-los para se divertirem nessa noite de BRAHMS. Apesar dos pesares somos músicos, é isso que amamos fazer, uns mais, outros menos, mas é o que amamos fazer, Música. E quando essa música está aliada a um bom maestro e uma excelente jovem solista, só nos resta uma coisa, nos divertir em tempos de luta por melhores condições de trabalho.

Israel Oliveira, trompista da OSPA, antes do concerto, no Facebook

Querem ouvir músicos felizes ? É só deixá-los tocar Brahms. Três vezes em um único dia é prenúncio de grande concerto.

Augusto Maurer, clarinetista da OSPA, antes do concerto, no Facebook

O programa de ontem, 6 de setembro, era este:

Johannes Brahms – Abertura Trágica, Op. 81
Johannes Brahms – Concerto para Violino e Orquestra, Op. 77
Johannes Brahms – Sinfonia Nº 3, Op. 90

A solista de violino foi a espantosa (e bela) Anna Matz — sósia mais magra e alta de Romy Schneider — e o regente foi o uruguaio Nicolás Pasquet.

Terminadas as apresentações, tenho que dizer que o concerto foi memorável, inesquecível. As interpretações da solista e da orquestra no Concerto e, depois da orquestra na Sinfonia, foram de cair o queixo. Grande regente, o Sr. Nicolás Pasquet.  Foi uma noite para a gente sair de lá feliz, mesmo que tenha sido no péssimo Auditório Dante Barone, mesmo que saibamos do local inadequado para ensaiar, mesmo com os barulhos estranhos que vinham do vestíbulo, mesmo com uma acústica de merda, a orquestra resiste aos maus tratos estaduais e federais. Afinal, a ministra Ana de Hollanda veio à Porto Alegre fazer o quê? Passear e prometer? Chega, né? Quanto mais batem, mais esta orquestra cresce, mas tudo tem limite.

Agora notem como a extraordinária solista de apenas 20 anos lembra Romy Schneider. Vão dizer que não?

Uma era austríaca, a outra é alemã
Anna e Romy nos dão uma olhada sobre o ombro
Uma lê na piscina, a outra, na sala de concerto
Ah, vai dizer que não são parecidas?
Romy Schneider, durante uma aula de violino para Anna Matz, dá uma pitadinha

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Aniversário em 25 fotos

Reunir um grupo de amigos como o que reunimos lá em casa no último sábado é motivo de orgulho para este que vos escreve. O pretexto, meu aniversário, era francamente secundário; os amigos que foram à festa, não. Foi uma bela noite com boa comida e pessoas que se conheciam ou que se conheceram e se entrosaram. Éramos quase 40 e fiquei com vontade de convidar mais outro tanto. Selecionei algumas fotos abaixo, mas há gente que some delas. fazer o quê? Muito obrigado pela presença de todos! Foi uma baita festa.

Começamos por uma geral. À esquerda, sentada, a única foto em que aparece Rachel Duarte e, no primeiro plano, Benedito Tadeu César e minha irmã Iracema Gonçalves. Atrás, iluminado por uma aura como se fosse uma espécie de santo agnóstico, Ricardo Branco conversa com Alejandro Borche Casalas. Ao lado, Helen Osório de papo com Jussara Musse.
Claudia explica alguma coisa a Vladimir Romanov. Igor Natusch (esquerda) faz o mesmo, assim como o Felipe Prestes (meia esquerda). Eu (direita) confiro o placar de Brasil x Portugal.
Eu faço o que sei fazer e, em sentido anti-horário, temos Alejandro, Elena Romavov, Rovena Gobbato Marshall, Vladimir Romanov, Francisco Marshall, Jussara e o  Branco.
Animação contagiante: Igor, Prestes, Gabriela Bordini, Adroaldo Mesquita da Costa e Benedito: todos olhando a repetição do segundo gol de Portugal. Depois, ao ouvir o início de Abbey Road em vinil, Igor disse: “Ouvir um som de baixo vindo de um bom disco de vinil me dá vontade de chorar. É lindo.”
Meus filhos Bernardo e Bárbara, esta em momento garçonete. À direita, meu cunhado Sylvio Gonçalves.
Sylvio faz alongamento ao lado de Gabriela, enquanto Claudia traz os doces sob o olhar faminto de Marshall.
Claudia, Augusto Maurer e Vladimir fofocam. Eu explico ao Marshall o funcionamento de nossa mesa. Adoro explicar isso.
Iracema dá uma gaitada de galpão reagindo a algum absurdo dito pelo Augusto.
Elena Romanov troca o violino pelas batatas. Depois até tocou um pouquinho de piano.
Laura Luz e Filipe Gonçalves fazem tudo rapidamente para não perderem a festa do Guilherme Carravetta.
Da série “Paixão de Casais com Menos de 5 anos”: Astrid Müller e Augusto.
Adroaldo, Benedito e eu observamos alguma coisa sob os olhares desatantos de Bergman, Antonioni e Fellini na parede.
Mais um para a série: Dario Bestetti e Cláudia Guglieri.
Mais um: Bruno Zortea e Bianca Antonini casarão em outubro. Fui escalado para padrinho. Gostaria de saber qual é minha função.
Come, Astrid, come.
Bebe, Dario.
Vladimir mostra seu sorriso “Daniel Craig” ao lado do Alejandro.
Arthur Maurer faz cara de doido varrido antes de atacar um prato preparado especialmente. Conversa entre ele e a Bárbara:  “Tu gosta do teu pai?”, “Claro, gosto.” “É, não tem como não gostar dele”. Pô, obrigado, Arthur!
Augusto com seu filho Pedro Maurer. Quem ficou brincando come atrasado.
Rovena e Claudia na hora do chá. Claudia já estava altamente alcoolizada, mas mantinha a dignidade.
Bernardo acerta as pontas com Lia Zanini (autora da maioria das fotos) antes de “chupar” do narguilé.
O último da série “Paixão”: Marcelo Delacroix (Cury) e Lia fotografam-se no espelho, tendo como ornamento uma fogueira de Jussara.
Mais um casal, desta vez mais velho, de irmãos.
Marshall exercita ritual pagão em Vladimir Romanov. Aliás, frase dita pelo Vladimir: “Podem nos convidar sempre para vir aqui. A gente vem”.
O trio russo conta para Rovena como funcionava o Gulag. Ah, as fotos que são não da Lia, são da Elena.

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OSPA: a verdade que salva e liberta

Sim, eu sei. Meus sete leitores vêm aqui sempre em busca da verdade que salva e liberta. Então lhes digo que o primeiro clarinetista da OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre), Augusto Maurer, acertou na longa argumentação onde defendeu a ausência de regente titular na OSPA a partir de 2011. O músico fê-la publicar (chupa, Machado!) na edição de hoje do brioso Caderno de Cultura de ZH na forma de uma Carta Aberta ao futuro Secretário de Cultura do Estado, Luiz Antônio de Assis Brasil. Seu texto chegou convenientemente a nossa caixa de e-mails há mais ou menos uma hora.

O fato é que a discussão estava em banho-maria até o concerto da última terça-feira, quando o nervosismo da Orquestra fez entornar a água que aquecia o destino da Orquestra, deixando a coisa, para dizer o mínimo, bastante mais quente. Metemos nossa colher torta no debate e houve reações de diversos calibres – de Piaget a Pinochet, de Ademir da Guia a Edinho. Traduzo: houve reações compreensivas, reflexivas e serenas e outras surdas, truculentas e inábeis.

Comprovando que o dedo deste comentarista e de outros têm penetrado em locais bastante desconfortáveis do corpo da Orquestra, tivemos reações que merecem cuidadoso catálogo, apesar de que será mantida a identidade dos manifestantes em obsequioso sigilo, pois estamos cansados de processos, uf.

1. A ala Pinochet: Houve quem ressuscitasse a Segunda Escola de Viena ao flautear que estranhava nossa arrogância ao ousar fazer críticas aos andamentos do último concerto, ainda mais por serem advindas de um simples melômano, donde concluo que sou inadequado para criticar a Orquestra e, consequentemente, de ouvi-la, pois os seres humanos insistem em estabelecer juízos críticos mesmo sobre aquilo que não dominam e, mesmo sendo um reles melômano daltônico e cambota, ainda me classifico entre os seres humanos, até por gerado ter dois deles. (Não lhes disse que hoje dotei-me do poder de apenas declinar nestas linhas a verdade que salva e liberta?). O que mais nos estarrece neste grupo é a forma calorosa com que recebe nossos elogios, o que diz muito mais sobre a natureza humana do que toda a Obra de Paulo Coelho.

2. A ala Piaget: Mesmo hostis a este comentarista, a ala Piaget busca compreender nossas razões e a aqui declino outra verdade que salva e liberta: “Quem compreende perdoa”. Obviamente, é possível conversar com esta ala articulada da Orquestra que busca com seus arcos algum resquício de lógica em nossas opiniões e que, espertas, respeita os sete leitores que nos visitam.

3. A ala Ademir da Guia: esta ala é assim chamada pela serenidade e concordância com nossas teses. Como sou um ser humano dotado de falhas, inclino-me a achar inteligentes as pessoas que concordam comigo. Como pontuou Marcelo Backes em tempestiva manifestação, Serenidade é alegria, tranquilidade, sabedoria e clareza, tudo isso num som que ecoa o azul do céu e a claridade do éter. Parece a descrição do futebol de Ademir da Guia, não? Bem, esqueçam. O fato é que a bloco hostil (ver 1 e 2) foi furado de forma consistente quando músicos disseram que, sim, os andamentos estavam rápidos – bem como eu disse – talvez em função da péssima acústica. Este argumento é duplamente inteligente e não é por concordar comigo: (1) ele encaminha uma explicação e (2) projeta a discussão a outro nível, o da absurda e obscena penúria de uma instituição que os gaúchos dizem amar. (Imaginem o que fariam se a odiassem!!!). Os Pinochets não veem que o importante está logo ali atrás da questiúncula!

4. A ala Edinho: Jogando com três volantes na proteção da zaga, esta ala é irremediavelmente retranqueira e acha que os problemas da Orquestra devem ser discutidos reservadamente, como se não fossem “coisa pública” e sim pura magia. Não sei, mas acho que os gabinetes não têm sido legais à OSPA, que – e agora deixamos de lado as brincadeiras para adquirimos o cenho sério de quem vai falar grosso – está sem teatro, sem local para ensaios, sem regente, com defasagens pecuniárias, necessitada de mais músicos e, voltando à verdade que salva e liberta, cansada de tudo isso, tal como os ouvintes. Pois lhes afirmo que o cansaço é audível sim.

O catálogo acima deve servir como demonstração de que, quando a confusão impera, cada um corre para o lado que melhor lhe apraz, enquanto fala pelos cotovelos. Então, procuraremos objetivar para que nossos leitores, já sabedores do esquema das pequenas tragédias que cercam a OSPA, entendam o que há por vir.

Augusto Maurer pede para que Isaac Karabtchevsky seja substituído parcialmente em suas funções como regente e diretor artístico. Ele sugere Celso Loureiro Chaves ou Ney Fialkow para a direção artística da OSPA e a extinção da figura de regente titular. Concordo 100% com ele neste último quesito. Sobre os nomes sugeridos, tenho certeza de que o primeiro é excelente. Sei que ele não deixaria a Orquestra neste marasmo de repertório que é seu habitat atual. Só conheço Ney como pianista, então não posso nem cantar suas qualidades nem expor-lhes os defeitos. Mas o Augusto sabe julgar, posso garantir.

Mas você pergunta: por que é ruim ter um regente titular? Ora, além das razões explicitadas pelo Augusto abaixo, eu, como arauto da verdade, digo-lhes: os regentes titulares privilegiam seus concertos, além de terem a tendência de estender seus corpos na maldita “zona de conforto”, local inadequado para artistas, como vocês sabem.

Mas você ainda pergunta: esta é a maior das vicissitudes da OSPA? Não sei, porém, em minha opinião, é a primeira a ser tratada e então urge resolvê-la com critério, bom senso e caldo de galinha. Depois, há o repertório (argh!), os concursos, o teatro e a glória perdida. Como há um longo caminho para percorrer, certamente será melhor deixarmos o rebotalho e o regente único em casa. E, antes de nos despedirmos, somos obrigados a deitar aqui mais uma verdade daquelas que salvam e libertam: estaremos sempre ao lado da Orquestra, pois, não obstante nossas críticas aqui e ali, amamos a música e quem a faz. Podem contar conosco.

~o~

Carta Aberta ao futuro Secretário da Cultura do Rio Grande do Sul, por Augusto Maurer

“Sempre defenderei o regime estatutário de contratação pública por ser o único sob o qual se pode dizer o que se pensa.”

LUIS OSVALDO LEITE, quando presidente da OSPA

Caro secretário,

não é preciso muita imaginação para adivinhar que, desde que sua participação no próximo governo do Estado foi anunciada, o senhor tenha se tornado alvo de intenso assédio por parte de uma variada gama de aspirantes a cargos de confiança vinculados a sua pasta. É, assim, igualmente fácil adivinhar que a corrida aos cargos com lotação na administração da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre também já esteja a pleno vapor, ainda que, compreensível e estrategicamente, distante dos olhares da mídia.

No delicado momento de transição governamental, em que mazelas e vícios administrativos facilmente se perpetuam ao mesmo tempo que virtuosos e legítimos anseios se postergam por, na melhor das hipóteses, ao menos mais quatro anos, tomo a liberdade de lhe falar franca e abertamente sobre a natureza e particularidades da gestão artística de corpos sinfônicos.

Pelas razões e circunstâncias abaixo, penso que as últimas coisas das quais a Ospa precisa, em nome da qualidade de sua programação e de seu progresso artístico, sejam mais um regente titular e outro maestro de carreira como seu diretor artístico.

Instituições públicas, dentre elas as culturais, são corpos volumosos cuja evolução é tremendamente limitada pela forte inércia de tradições caducas, por vezes blindadas à crítica e à atualização. É sabido, também, que em nosso sistema político a participação na esfera pública é muitas vezes não mais do que uma figura de linguagem exclusivamente presente na retórica eleitoral – já que, quando se trata de ocupar os cobiçados assentos de um governo, políticos eleitos costumam se voltar não à sociedade mas, invariavelmente, a quadros ociosos de sua base partidária de apoio – as honrosas exceções, neste caso, apenas confirmando a regra.

Ocorre, então, que, na pirâmide descendente de confiança decrescente das administrações direta e indireta, acabamos governados por afiliados e/ou afilhados políticos que jamais obteriam o consentimento social para o exercício das funções que desempenham. Não quero aqui, no entanto, falar de política, mas de suas nefastas implicações na gestão da coisa pública cultural, musical em geral e sinfônica em particular.

Qualquer músico que tenha tocado por algum tempo em orquestras sinfônicas públicas e, gosto de acreditar, ao menos a parte mais atenta de seus ouvintes percebe que uma orquestra qualificada toca melhor e mais motivada sob variadas batutas igualmente qualificadas do que quando submetida ao pulso tirânico, imutável e entediante de uma única. É claro que essa regra não vale para a escassa categoria dos regentes exponenciais, sonhos de consumo de qualquer orquestra – cujos honorários artísticos, no entanto, são comumente cotados muito além do cacife da grande maioria das orquestras, na qual a Ospa está incluída. Quando, todavia, uma orquestra de média magnitude logra, contrariando quaisquer expectativas, contratar para uma longa residência um desses salvadores, o resultado é, quase sempre, o seguinte.

O ás da batuta contratado como salvador logo se entedia da lida corriqueira com os mesmos músicos (a menos, é claro, que estivéssemos falando da Filarmônica de Viena ou similares). Como corolário, não tarda a descobrir (se já não sabia) que o melhor caminho para a superação deste quadro depressivo é o portão de embarque do aeroporto. Com efeito, regentes exponenciais são cidadãos do mundo, vivendo em hotéis e flertando com os melhores conjuntos do planeta a lhe disputar a agenda. Daí se tem que mesmo orquestras respeitáveis, como, por exemplo, a Filarmônica de Los Angeles sob Gustavo Dudamel, tendem a cair em abandono quando confiadas a salvadores notáveis.

Descartados, desse modo, os gênios, os prognósticos são ainda menos auspiciosos quando batutas públicas são delegadas apenas às mãos de um único regente suficientemente bom. Por uns poucos meses, o jovem, ambicioso, aplicado e, talvez, inocente maestro cativará orquestra e audiência até que, inevitavelmente, seu repertório se esgote – quando, então, também tomará, por pânico ou ambição, o caminho do aeroporto. Só que, não pertencendo ao concorrido jet set dos astros da batuta, terá sua arena de atuação limitada a orquestras geridas por pares pertencentes a sua rede de contatos, às quais se fará convidar mediante convites recíprocos para reger a orquestra que lhe foi confiada. Tal prática pode ser facilmente comprovada mediante o simples cruzamento entre a agenda do regente titular e as dos convidados de uma orquestra. Um exame mais cuidadoso das mesmas também revela que titulares itinerantes se valem amiúde de orquestras às quais atribuem menor prestígio (provincianas, como alguns as designam) como plataforma de treinamento para enfrentar repertórios mais exigentes diante de audiências mais cosmopolitas.

Nesse cenário pessimista, muitos já anteviram, como uma luz no fim do túnel, a possibilidade, jamais posta em prática no âmbito da OSPA, do não preenchimento, pela Secretaria de Cultura e pela Presidência da Fundação, de seu cargo de regente titular – ficando, neste caso, a qualidade da programação e o entusiasmo do conjunto assegurados mediante realização de uma temporada de concertos a cargo de regentes convidados para residências de curta duração – contratados, por sua vez, com os próprios recursos, geralmente volumosos, outrossim alocados à manutenção de titulares onerosos e de curta validade. Neste modelo, que já me resignei a considerar como utópico, repertórios, solistas e regentes convidados seriam fruto de um consenso viabilizado pela existência e atuação, de fato e de direito, de uma entidade colegiada com força deliberativa composta paritariamente pelo poder público, a orquestra e sua audiência. Gosto de pensar nisso como uma instância ideal do tão alardeado e nem sempre aplicado controle social.

Feito isso, restaria ainda ao secretário de Cultura e ao presidente da Fundação a complexa atribuição de designar para a Ospa um diretor artístico. Como amante e artífice das letras, talvez não lhe seja estranha uma passagem da formidável novela Árvores Abatidas – Uma Provocação (trad. Lya Luft, 1985), do grande Thomas Bernhard, em que o herói e alter-ego do autor cinicamente prevê, num banquete cultural em Viena, o inexorável declínio do prestígio de um incensado diretor artístico recém designado para um importante teatro em razão direta do desgaste inerente ao exercício do próprio cargo. Tivéssemos aqui mais tempo, traçaríamos sem dúvida deliciosos paralelos entre O Homem Amoroso e a novela de Bernhard.

Devo, no entanto, me ater, por hora, ao futuro da Ospa e, indo direto ao ponto, chamar a atenção para o fato de que a escolha de seu diretor artístico não deve de modo algum se restringir àqueles que sejam também maestros por ofício (empíricos) e/ou formação (diplomados). A tradição de que diretores artísticos de orquestras sejam, quase sempre, profissionais da batuta se deve exclusivamente ao fato de que, para atrair salvadores, tidos por muitos gestores como escassos, organizações sinfônicas recorram com freqüência ao duplo expediente de lhes permitir o acúmulo de vencimentos por ambos os cargos (de regente titular e de diretor artístico) – lhes garantindo, ao mesmo tempo, a centralização das decisões que lhe afetam a programação (uma moeda valiosíssima, como vimos acima).

Onde e como procurar, então, dentre os não maestros, aqueles com o perfil mais recomendável para exercer a direção artística de organizações sinfônicas? Evidentemente, entre os que mais conhecem música, isto é, músicos, compositores, musicólogos, críticos e, last but not least, ouvintes – desde que, é claro, comprometidos com a premissa anterior de gestão social da coisa artística pública. Pois, é bom lembrar, assim como a Osesp recorreu a Arthur Nestrovski para (espero) varrer o ranço autoritário de Neschling, penso que aqui Celso Loureiro Chaves (oxalá aceitasse!) ou Ney Fialkow, para citar uns poucos e apenas à guisa de exemplo, poderiam realizar, dada a magnitude de sua autoridade musical, um trabalho excelente e sem precedentes entre maestros diplomados ou empíricos à frente da gestão artística da Ospa.

Por isso, apelo para sua sensibilidade sem ser ingênuo em relação a forças políticas que se sobreponham eventualmente a seu cargo. Lembro, no entanto, que não raro esferas artísticas sirvam de contextos propícios ou mesmo ideais para movimentos em direção ao progresso social – como, por exemplo, na célebre instância em que o grande Kurt Masur chegou a ser cogitado para exercer o cargo de chanceler da Alemanha recém unificada.

Deste modo, se tiver a oportunidade e o apoio necessários para inovar em relação à gestão social e participativa da Ospa, dará um grande passo tanto no âmbito da cultura como no da política em nosso estado. Senão, terá sido para mim ainda assim um prazer debater e amadurecer ideias progressistas com alguém de sua estatura humanística.

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Celebridades

Curioso o post de Augusto Maurer sobre celebridades na música. Achei cômica a frase de Mick Jagger que pode ser encontrada nos links do post: “Éramos jovens, bonitos e estúpidos. Agora somos só estúpidos”.

Jagger, assim como Paul McCartney, já disse que fazer rock é a coisa mais fácil que há no mundo. E eu acredito que seja mesmo. Eles entram na categoria dos que se consideram superestimados, enquanto que os artistas “de raiz” orgulham-se de serem mais ou menos obscuros e outros têm personal networkers (fabricantes de onipresença e de factóides em escala industrial).

Muito me surpreende o interesse do Augusto sobre o assunto. Ele — que é primeiro clarinetista da OSPA e professor universitário na UFRGS — é certamente o amigo mais inteligente que tenho ao vivo e a cores. Quando com ele, tenho sempre a impressão de que ele já entendeu o que recém estou introduzindo na conversa. E que já discordou ou não. E que já concebeu do quase nada uma teoria maior e para mim inatingível a respeito. Nunca pensei que ele se interessaria por isto.

Lily Allen: a que se considera “uma bobagem”. Provavelmente é mesmo.

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