Após linchamento moral, Diógenes Oliveira lança livro que conta sua longa e rica trajetória

Foto: Ramiro Furquim / Sul21

Publicado em 10 de novembro de 2014 no Sul21

Após uma longa trajetória de lutas — muitas delas travadas com armas na mão ou sob tortura –, Diógenes Oliveira ficou famoso no Rio Grande do Sul por uma verdadeira campanha de difamação, cujas acusações jamais foram comprovadas. A enxurrada de denúncias, que incluíam envolvimento com o crime organizado e financiamento de campanhas políticas através do jogo do bicho, vinham em manchetes de capa acompanhadas de fotos. Após mais de cinco anos respondendo a processos, Diógenes livrou-se de todos. Só que a sequência de absolvições eram veiculadas em pequenas notas nas páginas internas. As marcas deste linchamento moral persistem até hoje.

Diógenes, o Guerrilheiro narra mais de meio século de sua vida. Combateu o Golpe de 64, foi preso e torturado. Fez treinamento militar em Cuba. Passou 20 anos no exílio. Morou em dez países diferentes: Uruguai, Cuba, México, Bélgica, Chile, Guiné Bissau, Coreia do Norte, Líbia e China Continental. Teve presença ativa em quatro golpes ou revoluções: no Brasil, Chile, Portugal e Guiné Bissau. Mas suas últimas lutas ocorreram longe das armas: foi como Secretário de Transportes do Prefeito Olívio Dutra, após a intervenção nas empresas de transporte coletivo em Porto Alegre e durante a CPI da Segurança Pública. Nesta entrevista, Diógenes faz um resumo de seus 72 anos de vida.

2014.11.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Entrevista exclusiva com Diógenes Oliveira. | Foto: Ramiro Furquim/Sul21.com.br

“Eu tinha um certo pânico de aparecer na imprensa, porque antes era só paulada. Tudo isso era potencializado nas campanhas eleitorais”.

Milton Ribeiro – O sr. foi manchete por muito tempo.

Diógenes Oliveira – É verdade. A RBS me colocou por semanas continuamente na capa de seus jornais, com fotos e grandes manchetes. Sofri um linchamento moral que deve ter sido inédito, porque eu não era político, nunca fui deputado, nunca foi vereador. Foi desproporcional. Por trás de tudo isso, eles queriam o impeachment do Olívio, isso era o que estava na pauta. Queriam nos acusar de ligações com o crime organizado, queriam tirar o governador algemado do Palácio, essa era a intenção dos caras. Meu livro está cheio de informações, mas, por conselhos de amigos, retirei algumas coisas. Se eu abro tudo, seria um Deus nos acuda.

MR – Comecemos então pelo motivo de publicar o livro neste momento.

Diógenes – Este livro está sendo escrito com dez anos de atraso. Se ele fosse publicado no auge da CPI, seria um best seller. Nos primeiros anos destes acontecimentos, fiquei ilhado por ações judiciais. Na porta da minha casa tinha uma fila de oficiais de justiça.

MR – Tinha inclusive a loira.

Diógenes – Ah, é! (risos) A oficial de justiça loira que me visitava! Os vizinhos brincavam que eu andava bancando o garanhão do bairro. Então, na época, não escrevi o livro porque estava muito enrolado judicialmente, levei vários anos para me desenrolar.

MR – Agora o senhor está totalmente livre das ações?

Diógenes – Sim, porque as acusações eram falsas e eu fui absolvido em todas as ações. Uma segunda razão para o atraso do livro é que eu tinha um certo pânico de aparecer na imprensa, porque antes era só paulada. Tudo isso era potencializado nas campanhas eleitorais. Eu não sabia bem o que fazer, se me escondia, se saía à luz do sol. Quando as coisas se acalmaram e meu nome começou a ficar mais, digamos assim, esmaecido, veio a questão da minha anistia. Eu tramitei um requerimento no Ministério da Justiça durante cinco anos e meio pedindo minha anistia, de acordo com a lei. Tarso Genro era ministro naquela época. Bom, quando veio, eu sofri um novo linchamento midiático por parte do Elio Gaspari.

MR – Em que ano foi isso?

Diógenes – Em 2008, 2007. A CPI foi em 2001, no fim do governo do Olívio. Os anos de 2001 a 2006, foram infernais: manchetes, campanhas eleitorais, novas desconfianças e processos judiciais, tudo em paralelo. Quando isso acalmou, veio a minha anistia em portaria publicada no Diário Oficial da União. Aí o Elio Gaspari desencadeou uma campanha midiática muito violenta contra mim. O Juremir Machado da Silva entrou na trilha do Elio Gaspari. A campanha que o Gaspari desenvolveu foi muito sórdida, porque ele tem uma coluna nacional, publica em duzentos jornais pelo país… Eu juntei toda uma papelada para processá-lo, eu já não aguentava mais. Foi minha ex-mulher que entrou na justiça contra ele, contratou o Fábio Konder Comparato e só não colocou o Elio na cadeira porque não quis. E aí ele parou. Hoje estou com 72 anos. Um filho se formou em jornalismo, outro em direito. Os amigos sempre me perguntavam pela biografia. Ano passado estive muito doente, estive mesmo nos umbrais da morte. Então pensei: é agora ou nunca. E aí resolvemos escrever. Antes era muito cedo e depois talvez fosse tarde demais.

“Tu pra padre já não deu, mas pra alienado eu acho que tu também não serve, tu é um guri esperto. Então eu acho que tu vai ser comunista”.

Foto: Ramiro Furquim / Sul21

MR – Então vamos voltar no tempo.

Diógenes – Minha família era proprietária de terras, médios proprietários de terra. Eu sou natural de Júlio de Castilhos, antiga Vila Rica, cidade que leva este nome por causa do pai do Antônio Chimango. Ele nasceu lá, o próprio Júlio de Castilhos nasceu lá. Era uma antiga redução jesuítica chamada Nossa Senhora da Natividade. Uma redução que os padres fizeram meio escondida para esconder o gado dos bandeirantes que, quando não conseguiam escravizar os índios, levavam as tropas. Eu não tinha condições de estudar em colégio nenhum, então meus pais resolveram me colocar num seminário, porque era de graça. Mas eu não tinha nenhuma vocação pra aquilo. Fiquei lá uns anos e vim pra Porto Alegre.

MR – A política já fazia parte da sua vida?

Diógenes – Eu tive a sorte de, na minha cidade, haver um único comunista, que era casado com uma prima-irmã do meu pai. O cara me chamou quando soube que eu queria vir para Porto Alegre e disse: “Tu pra padre já não deu, mas pra alienado eu acho que tu também não serve, tu é um guri esperto. Então eu acho que tu vai ser comunista”. E me deu um bilhetinho para que eu procurasse a professora e poetisa Lila Ripoll. Procurei e ela foi minha tutora. Fui pupilo da Lila até depois de entrar para a clandestinidade. Foi ela que me iniciou no marxismo, na bibliografia toda, ela reunia grupos de jovens em sua casa. A Lila era comunista de carteirinha, clássica.

MR – Isso foi o quê, nos anos 50?

Diógenes – Sim, sim. Anos 50. Eu sou de 1942. Tive o privilégio de ter uma boa formação teórica por causa da Lila. Ela era uma pessoa maravilhosa, muito querida pela intelectualidade rio-grandense. Essa foi a minha infância e nisso veio a Legalidade.

MR – O sr. já estava na universidade?

Diógenes – Não, eu era secundarista. Na Rua da Ladeira tinha um colégio, o Monteiro Lobato — não é o de hoje –, onde eu estava estudando. E veio a legalidade, ou seja, a renúncia do presidente Jânio Quadros, aquele tumulto e tal. O Brizola tentou trazer o Jânio pra cá, mas ele tinha outras coisas em vista. E montou-se aqui todo aquele mecanismo de resistência que eu procuro mais ou menos em meu livro. Formou-se um QG da Legalidade onde hoje é prédio do Tudo Fácil. Ali tinha um museu chamado Mata-Borrão. Ali é que se formou o QG da resistência. O movimento da Legalidade foi muito intenso e a participação popular foi muito massiva. Os nossos lideres foram o Pedro Alvarez, o Peri Cunha, que também era coronel, e o Álvaro Ayala. Eu era um pirralho. Tínhamos armas. O Brizola requisitou a produção da Taurus e da Rossi e pegou o que tinha nas casas de caça e pesca. Eu consegui uma pistola italiana para mim, mas a gente desejava mesmo eram os “três oitão” da Taurus. O movimento durou pouco tempo porque o Jango voltou logo. Ele não podia ficar muito tempo fora do país, senão os caras consolidavam outra situação. E ele chegou aqui, se enfurnou no Palácio, não saiu dali, não falou com ninguém, não deu discurso nem nada, fez o acordo do parlamentarismo e foi para Brasília. Depois, ele começou um governo bastante reformista. E nós com uma consciência clara de que haveria, em reação, um golpe militar. Eu tinha dupla militância, militava no Partido Comunista e junto com o pessoal do PTB, do antigo PTB. O PTB sabia que muitos de nós tínhamos essa duplicidade e apoiava. Não houve resistência ao golpe. Nós esperávamos uma ordem, mas o Brizola mandou dispersar todo mundo e entregar as armas. Não queria derramamento de sangue. Ele tinha uma fazenda no Uruguai que ficava na linha imaginária da fronteira. Então, sem sair da propriedade, ele emigrava. E foi o que fez. Emigrou. Nós iniciamos um período muito grave de tentativa de resistência armada ao golpe. Víamos o novo governo como resultado de uma quartelada. Foram inúmeras tentativas, todas elas foram abortadas pelo serviço de inteligência da ditadura e dos Estados Unidos. Não conseguimos nada. Não demos sequer um tiro. Eles abortavam tudo na antevéspera e sempre prendiam as lideranças. Lá por 1965, eu já era conhecido pela repressão e trabalhava na Companhia Estadual de Energia Elétrica.

“Em Montevidéu, concentrava-se a maioria de lideranças. Estavam lá para não serem presos. Dali eu fui para Cuba a fim de fazer treinamento militar”.

Foto: Ramiro Furquim / Sul21

MR – Que cargo o sr. ocupava na CEEE?

Diógenes – Eu era escriturário concursado, mesmo sendo secundarista. Tanto que só consegui a anistia por ter sido funcionário da CEEE. Quem me deu a documentação necessária para embasar o pedido foi ninguém menos do que a Agência Brasileira de Inteligência. Eles tinham tudo a meu respeito.

MR – E aí em 1965, com 23 anos, o senhor foi para o Uruguai.

Diógenes – Havia milhares de brasileiros por lá, principalmente marinheiros e sargentos. Porque houve aquela tentativa de revolta dos sargentos em Brasília, depois aquela movimentação toda dos marinheiros no Rio de Janeiro e aquela famosa assembleia do sindicado dos metalúrgicos. Em Montevidéu, concentrava-se a maioria de lideranças. Estavam lá para não serem presos. Dali eu fui para Cuba a fim de fazer treinamento militar. Fiquei lá quase um ano e o meu destino seria uma coluna guerrilheira na Bolívia, bem no local onde Che Guevara veio a morrer. Só não fui porque, quando eu descia Sierra Maestra, surgiu a notícia de que o Che havia sido localizado. E, quando isso aconteceu, os americanos imediatamente fizeram o chamado cerco estratégico, em que não entrava nem saia ninguém da região. O cerco estratégico do Che na Bolívia durou meses. Eu e meu grupo retornamos para Montevidéu e procuramos o Brizola. Ele não queria saber da luta armada. Nós tínhamos muitas armas, armaram-nos muito bem. O Brizola queria que nós nos desarmássemos. Mas a gente saiu de Montevidéu com nossas armas. Viemos para Porto Alegre, mas o pessoal achava que eu era muito conhecido aqui, e me mandaram para São Paulo. Cheguei em São Paulo no ano de 67. Lá estava se reestruturando aquele pessoal todo do Uruguai, depois do recuo do Brizola. A grande maioria daqueles sargentos e marinheiros começou a se reorganizar em São Paulo e fundaram a VPR, Vanguarda Popular Revolucionária. Essa organização surgiu em São Paulo porque lá tinha um forte núcleo operário, oriundo do antigo partidão. Tínhamos a hegemonia absoluta do movimento operário de Osasco e de São Caetano, com bases operárias fortíssimas. E, devido a isso e à presença de sargentos das três armas e de marinheiros, é que se fundou a VPR. Então começamos os assaltos a bancos e aos quartéis.

MR – E em um deles o sr. acabou preso?

Diógenes – Eu fui preso na Praça da Árvore em São Paulo. Fui encontrar um companheiro e a polícia estava bem defronte, numa banca de revistas. Me atiraram na caçamba de uma daquelas caminhonetes Veraneio. Eu fiquei um ano preso, seis meses na solitária. Nem mosquito tinha. Seis meses na solitária.

MR – O sr. foi muito torturado?

Diógenes – Sim. Eu tenho um joelho de titânio, resultado do pau de arara. E o olho… Eu tinha uma prótese no olho. Eles tiraram a prótese para dar choque lá dentro. Fiquei com muitas sequelas, coisas que não vou falar. Estava no Carandiru em isolamento absoluto. Quem ia para lá eram os destinados ao corredor da morte.

“Mas aí não deu porque o Marighela nos avisou: ‘Se vocês continuarem enrolando, o passarinho vai voar’”.

Foto: Ramiro Furquim / Sul21

MR – Fale sobre a atuação da luta armada em São Paulo.

Diógenes – Em São Paulo, nossa atuação se caracterizou basicamente por duas coisas: pegar dinheiro dos bancos e armas dos quartéis. O primeiro quartel que nós pegamos foi a guarnição do Hospital Militar do Bairro do Cambuci. Conseguimos um arsenal razoável lá. E aí o comandante ficou uma arara com a gente. Ele disse que os terroristas eram uns covardes, que tinham assaltado um hospital, uma guarnição de recrutas, que “achavam que tinham almoçado o exército mas que o exército iria jantá-los em breve”. A luta armada em São Paulo teve o episódio da morte do capitão Chandler, um americano que era criminoso de guerra do Vietnã. O Chandler operou no Sul do Vietnã. A especialidade dele eram os interrogatórios rápidos. O método dele era o de botar o cara pelado, deitado numa mesa. Aí, encostava uma barra enferrujada no umbigo do cara. A barra tinha uma graduação em escalada métrica. Eles perguntavam: “Onde é que está o fulano?”. “Não sei”. Para cada “não sei” era um centímetro a mais na barriga. Era falar ou morrer, questão de minutos. Os americanos tiraram-no do Vietnã, condecoraram-no como herói da pátria e o mandaram pro Brasil a fim de ensinar essa técnica para a polícia brasileira. Mandaram o Chandler para São Paulo e o Mitrione para Montevidéu. O Mitrione era chamado de “O Professor de Tortura” e foi morto pelos Tupamaros. E nós pegamos o Chandler. Ela já tinha uma sentença de morte no Vietnã. Só não foi executado porque saiu de lá, fugiu. E nós queríamos pegar o cara vivo e para fazer um julgamento parecido com o que os judeus fizeram com Eichmann. Julgaríamos o cara, certamente o condenaríamos à morte e um dia ele apareceria enforcado na Praça da República. Mas aí não deu porque o Marighela nos avisou: “Se vocês continuarem enrolando, o passarinho vai voar”. Ele já estava com a passagem comprada para voltar aos Estados Unidos. E então foi executado.

MR – O sr. saiu da prisão trocado pelo Cônsul japonês, correto?

Diógenes – Isso, pelo Consul Japonês. Tinha um japonês da VPR que estava preso e estava apodrecendo sob tortura. Ele sabia onde é que o Lamarca estava e não falou. Então alguém teve a ideia de sequestrar o Cônsul do Japão pra trocar pelo preso japonês. Foi nessa lista que eu entrei.

MR – E foi para o México…

Diógenes – O exílio é muito longo, vou tentar ser cronológico. Eu fiquei pouco tempo no México, porque o Lamarca nos deu ordens pra ir imediatamente para Cuba. Então, em Cuba, eu recebi a missão de ir para a Coreia do Norte assistir ao Congresso Mundial da Juventude Coreana do Trabalho — não sei se aquilo terá um dia uma solução pacifica porque o ódio acumulado nos dois lados é muito grande. Da Coreia do Norte me mandaram para o Chile, em razão da vitória do presidente Allende. Militei no Partido Socialista chileno. Fiquei dois anos lá e saí depois do golpe. Fui para o México pela segunda vez e pensei que, bem, vou tentar parar um pouco, sossegar o “pito” por aqui. Fui trabalhar na cidade de Puebla, uma cidade colonial histórica muito linda. Eu trabalhava em um banco de fomento ao artesanato. Mas aí houve grandes calamidades naturais no México. A mulher do presidente, que era nossa benfeitora, nos chamou e avisou “olha, nós não vamos conseguir segurar mais vocês aqui. A oposição está muito violenta contra nós e temos muitos chilenos, não param de vir chilenos. Com dor no coração, eu preciso dizer aos companheiros que arrumem um lugar para ir”.

MR – Quanto tempo o sr. ficou no México?

Diógenes – Não chegou a um ano. Porque foram grandes inundações, muitos flagelados, o governo precisava de recursos. A oposição alegava que o governo estava gastando dinheiro com comunista, com terrorista. Os chilenos ficaram por lá, mas os outros não conseguiram. Aí fui morar na Bélgica. Escolhi o país por causa da comunidade diplomática do Benelux – Bélgica, Luxemburgo e Holanda – e em razão da universidade de Louvain, onde fui aluno do professor Ernest Mandel. Mas não terminei o curso porque estourou a Revolução dos Cravos em Portugal. De todas as da minha vida, foi a revolução mais linda que eu assisti. Fracassou porque Portugal entrou no jogo da Guerra Fria, das superpotências e foi trocado por trinta moedas em uma mesa de negociações. A União Soviética ficou com Angola, que tem alguns dos maiores poços de petróleo do mundo e é um território dos diamantes por excelência. E eu fui para Guiné, porque era muito amigo do Amílcar Cabral, tinha feito amizade com ele em Cuba.

“‘Quantas vezes tu já estiveste aqui?’ e eu respondi que tinha perdido a conta. ‘Então tu não volta mais, porque eu não vou mais te atender.’”

Foto: Ramiro Furquim / Sul21

MR – Guiné foi uma época feliz de sua vida, não? Lá o sr. sossegou o “pito”?

Diógenes – (risos) Sim, foram oito anos. Guiné era muito pobre, tinha pouquíssimas estradas e ruas asfaltadas, poucas riquezas naturais. Arrumei um emprego no Ministério do Planejamento. Eles tinham um Estado a ser organizado, uma população a ser alfabetizada. Havia alguns cubanos lá, o hospital central era gerido e assistido por médicos cubanos. Guiné só tinha um médico guineense formado. Minha vida era razoavelmente boa lá. Eu me informava das coisas do mundo pelo rádio, não me estressava com horários, a comida era muito boa. Mas fui derrotado pela malária. Fizemos um belo trabalho no governo. Mas, nos últimos tempos da minha presença em Guiné, eu tinha uma média de dois ataques de malária por mês. Eu ia a toda hora para o Instituto de Medicina Tropical de Lisboa a fim de fazer tratamento. Esse instituto tem fama mundial. Foram eles que conseguiram erradicar a doença do sono, a da mosca tsé-tsé. Mas para a malária não conseguiram fazer uma vacina. Então o diretor me chamou e perguntou “Quantas vezes tu já estiveste aqui?” e eu respondi que tinha perdido a conta. “Então tu não volta mais, porque eu não vou mais te atender. Tu não tens cura, tens é que sair da zona infestada”. Não tinha outra solução senão sair. E voltei para o Brasil.

MR – Em que ano voltou?

Diógenes – Muito depois da anistia. A anistia foi em 79, eu voltei para cá no Natal de 83.

“Os funcionários viviam em um regime de escambo, não ganhavam salário, ganhavam mercadoria”.

Foto: Ramiro Furquim / Sul21

MR – E entraste no PT.

Diógenes – Aqui em Porto Alegre, me contaram que tinha uma gente nova, de um bancário aí. O bancário era o Olívio e eu fui para o PT. Aí, o Olívio acabou eleito prefeito e eu fui por quatro anos Secretário de Transportes. Foi uma época muito agitada. Fizemos a intervenção no sistema de transportes. O sistema estava podre. Um toco de cigarro furava os pneus dos ônibus. Constatamos que aquelas empresas eram tudo, menos empresas de ônibus. Os ônibus eram um interesse periférico. Eu fui nomeado interventor da Trevo. Os funcionários viviam em um regime de escambo, não ganhavam salário, ganhavam mercadoria. O sistema era de vales. O funcionário pegava um vale para comprar remédio, por exemplo. Eles davam o vale e cobravam juros de 30, 40% ao mês.

MR – O sindicato?

Diógenes – Patronal e pelego. Então o Olívio renovou o sistema. As maiores obras da administração do Olívio na prefeitura foram a renovação do sistema de transportes e o Orçamento Participativo. Ao final do governo Olívio, fui trabalhar na iniciativa privada, abri uma pequena agência de viagens. E veio aquela eleição do Olívio para governador. Quando ele foi fazer a campanha, me chamou pra ajudar a catar dinheiro. Não tínhamos um tostão. Ninguém faz ideia de quanto custa uma campanha política. Por isso, quando ouço falar dos caras que querem o financiamento público de campanha, não digo nada. Isso é pura balela.

MR – Tu foste visto como o grande financista da campanha do Olívio. A agência de viagens era grande? E o Clube de Seguros?

Diógenes – Não, eu apenas sobrevivia daquilo, era uma agência pequena. Hoje, turismo e seguro não são bons negócios. As pessoas fazem tudo no computador. O problema é que o governo do Olívio foi um governo de minoria, de conflito. O Clube de Seguros, ah, o Clube de Seguros! Um companheiro nosso, Daniel Gonçalves, que trabalhava com seguros, disse que “se a gente montar um clube, se fizermos estipulações de seguros, dá pra ganhar bem”. Queríamos fazer apólices em grande escala. Foi assim que o Caburé ficou biliardário. Se eu montar uma apólice de seguro de vida com 200 caras e levar para uma companhia, eles remuneram muito bem.

“Olívio resolveu distribuir essas verbas de forma mais equitativa, mandando-as para os pequenos jornais e rádios do interior do estado. Isso equivaleu a uma declaração de guerra”.

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MR – Como começou o rolo?

Diógenes – Tu sabes… As verbas de publicidade são disputadas a tapa pela mídia. Os barões das grandes cadeias acham que seus quinhões devem ser proporcionais aos índices de audiência que são, como sabemos, uma caixa preta. O governo Olívio resolveu distribuir essas verbas de forma mais equitativa, mandando-as para os pequenos jornais e rádios do interior do estado. Isso equivaleu a uma declaração de guerra. Eles queriam tirar o Olívio algemado do Palácio. E o bode expiatório de plantão era eu e o Clube. Nunca fui tesoureiro do partido e nem participei do Comitê Financeiro. Inventaram uma CPI da Segurança Pública. Forjaram uma fita onde havia uma imputação, feita pelo Jairo Carneiro, ex-tesoureiro do PT cooptado por eles, de que eu estava envolvido com o jogo do bicho e o crime organizado. Jairo era o inquirido na fita. Esta fita foi montada por três jornalistas da RBS, uns gurizinhos recém contratados. Um dia, eles resolveram que, para fechar a coisa, faltavam algumas informações. Então mandaram o Jairo Carneiro ao escritório do Daniel Gonçalves com o celular ligado para os caras da RBS ouvirem. O Jairo depois disse para a Justiça que, quando entrou no escritório do Daniel, sentiu-se pegajoso, sujo, nojento, fazendo um trabalho indecente. Afinal, o Daniel é um sujeito digno que sempre o tratara com decência. E ele desistiu. Chegou lá e desligou o celular. Depois mentiu pros caras que tinha acabado a bateria. Mas eles foram ao Ministério Público entregar a fita. E o pessoal do MP respondeu: “Olha, doutor Vieira da Cunha, nós queremos ajudar nessas investigações, são denúncias gravíssimas. Mas o senhor sabe que temos que reduzir a fita a um termo e assinar. O senhor é membro do Ministério Público e sabe que nós não podemos trabalhar só na oralidade. O dono da fita tem que degravar e assinar. Façam isso com urgência e “tragam ontem” para mim.

“O Jair perdeu a compostura e, aos berros, com o auditório da CPI lotado, pedia um ‘detector de mentiras’”.

Foto: Ramiro Furquim / Sul21

MR – E eles não entregaram nada…

Diógenes – Claro! E cometeram um grande erro. Em vez de levar a fita para a CPI, falaram com o Jair Krischke, que era o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos. Ele estava no esquema contra o Olívio. E ele se auto-convocou para uma entrevista com o jornalista Lasier Martins, e disse “Dr. Lasier, quero fazer um comunicado importante ao povo do Rio Grande, mas não vou levar a fita com a comprovação das denúncias”. “Mas como, Dr. Jair?” respondeu o Lasier, “O senhor divulga um caso desses e depois frauda a expectativa criada?”. E o Jair: “Não, vou fazer melhor, vou levar o autor da fita na CPI”. Que era o Jairo. E aí diz o Lasier, “Mas Dr. Jair, não será temerário?”. E ele respondeu “Não, está tudo sob controle”. Foi então que o Jairo chegou lá e desmentiu tudo, revelando a armação da RBS. Eles literalmente enlouqueceram. Ele desmentiu a fita em alto e bom som. O Jair perdeu a compostura e, aos berros, com o auditório da CPI lotado, pedia um “detector de mentiras”. Tudo está contado com detalhes documentais no livro, que termina depois com um capítulo só sobre poesia, para aliviar o leitor dessa sujeira.

MR – E como a Clube de Seguros da Cidadania tinha a sede do Comitê Eleitoral do Olívio?

Diógenes – A sede do Clube foi comprada por nós. O Clube se propunha a fazer estipulação de seguros, que é algo legítimo e legal. Com a receita, nós conseguimos comprar aquela casa na Farrapos e fizemos um comodato com o PT para colocar o comitê do Olívio em nossas salas. Comodato é um aluguel sem ônus: tu te comprometes a manter a casa e pagar os impostos, mas a casa é do outro. Como nós fizemos o comodato, bastava só declarar, porque não entra dinheiro. Eles ficaram malucos, achando que era impossível.

MR – Como se encaixam o jogo do bicho e o crime organizado? Que crime organizado era esse?

Diógenes – Olha, fomos acusados de tudo o que tu possas imaginar. Quando o Jairo Carneiro saiu do PT, antes simulou um assalto ao comitê de campanha. Roubaram só o disco rígido. Imaginem, não pegaram nada, nem a CPU ou monitor quiseram, só o disco rígido. Ali havia orçamentos. Um deles era o dos custos do programa eleitoral na TV, que fora feito junto à Casa de Cinema. Dava um valor redondo de 700 mil reais para o primeiro turno. Claro que nós não tínhamos o dinheiro e pedimos um parcelamento. E a planilha tinha diversas entradas com os nossos pagamentos. Eles mudaram a título da planilha para “Arrecadação do JB (jogo do bicho)”… Veja bem, a CPI tinha como título CPI da Segurança Pública, era pra investigar a situação da segurança pública no estado. E daí derivaram a investigação para cima do Clube, com todas as manchetes em jornais da RBS e a fita gravada. A “prova” era a fita do Jairo, uma montagem. Basicamente, a CPI foi isso.

MR – E hoje?

Diógenes – Hoje tudo passou. Ganhei todos os processos na Justiça e consegui escrever meu livro. Meu advogado me alertou que eles poderiam fazer um mandado de busca e apreensão na sessão de autógrafos em razão da Kalashnikov da capa. Poderiam alegar que é uma afronta ao Estatuto do Desarmamento e apologia à violência. Hoje, sou um velho militante da esquerda e da paz, mas meu livro narra um longo combate, não é um livro água com açúcar para as comadres lerem.

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A estupidez triunfante: o ódio de Sartori e de certa direita à cultura e à ciência

A estupidez triunfante: o ódio de Sartori e de certa direita à cultura e à ciência

O Tribunal de Justiça Militar permanece. Só Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo têm tais maravilhas de notável utilidade. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já sinalizou que poderiam ser extintos para dar lugar à criação de câmaras especializadas nos Tribunais de Justiça dos estados para julgamento de processos de competência militar. O órgão gasta R$ 36 milhões ao ano, 26% de tudo o que o governo da anta Sartori pensa economizar com a extinção de fundações estaduais. Mas são milicos, não fazem pesquisa nem divulgam cultura. São gente boa.

Já a Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), a Fundação Piratini (TVE e FM Cultura), a Fundação de Economia e Estatística (FEE), Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), a Fundação de Zoobotânica (FZB) e a Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas (Corag) têm grande ligação com a produção científica e cultural do estado. Então devem ser extintas.

A burrice do governo olha apenas a despesa, sem buscar novas receitas. Não creio que nosso modelo federativo livre-se das isenções fiscais que somam R$ 9 bilhões por ano — pura e puta renúncia fiscal. Mas o governo recusa-se a ir atrás dos R$ 7 bilhões por ano de sonegação realizada basicamente por empresários. E quando vemos que a economia prevista com a extinção das empresas constantes no pacote de Sartori é de 137 milhões anuais — eu escrevi milhões, não bilhões –, só posso concluir que há um enorme ressentimento e ódio à ciência, à cultura e ao conhecimento.

Por outro lado, não temos uma imprensa plural. Os governos petistas nem tentaram alterar tal situação. Não houve a tão propalada democratização dos meios de comunicação, só o pagamento de alguns blogs. O monopólio da informação permanece e atrapalha qualquer reflexão crítica. A RBS, por exemplo, faz a assessoria de comunicação de todos os governos alinhados com o mercado, com a direita e com o senso comum evangélico. Servidor é vagabundo? Sim, é. Então vamos acabar com esses caras que só mamam na teta do estado.

Se as extinções ocorrerem como parece que vão, certamente haverá uma corrida de CCs vindos dos partidos aliados. Afinal, como ficar sem a FEE, por exemplo? Em substituição, vão contratar consultorias dos amigos, claro.

Eu não votei em Sartori, é claro. Não tenho grande visão política, mas o mundo me ensinou a avaliar pessoas e jamais votaria num cara flagrantemente mais ignorante, inepto e palerma do que eu. Ele está no posto para fazer um trabalho em benefício de grandes empresários. E só.

Fico deprimido de pensar que o local onde hoje está a TVE / FM Cultura talvez vire outra coisa. Fico fulo ao ver empresários e empresas sonegadoras protegidos. Fico desapontado com quem votou neste asno. Paralelamente, sorrio ironicamente com o ridículo discurso de fachada de que tais atos tirarão nosso Estado da situação de calamidade.

Sartori apontando sua falha.
Sartori apontando sua falha.

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A democratização da mídia: um direito como qualquer outro

A democratização da mídia: um direito como qualquer outro

Trabalho como jornalista em um portal da internet e vou puxar a brasa para o meu assado. No dia-a-dia, sou obrigado a tratar de quaisquer temas, mas prefiro os da cultura. E, em qualquer campo, convivo diariamente com as dificuldades de sobrevivência de um jornal que procura falar maduramente sobre política e cultura — e que se mantém fora do discurso único das famílias Marinho, Civita, Frias, Saad, Sirotsky e de mais algumas poucas.

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Estamos no terceiro mandato presidencial consecutivo do PT. Dentre as mídias alternativas, era pensamento geral que um governo de esquerda lançaria mão de uma modesta arma que tinha na mão: a de reduzir as verbas de publicidade para os grandes grupos de comunicação, destinando parte destas para os pequenos veículos.

Ou que, talvez, pudesse investir na melhoria da rede pública nacional de rádio e tevê, dando-lhe melhores condições na disputa de audiência com as grandes redes privadas.

Diferentemente do governo argentino, que enfrenta o grupo “Clarín”, nada disso ocorreu por aqui. A situação não mudou muito. As verbas publicitárias seguem indo para os grandes grupos. Os oligopólios seguem concentrando audiência e verbas publicitárias.

Os outros caminhos são complicados. É difícil falar em alterar a legislação quando se sabe que sequer a existente é cumprida. Por exemplo: uma lei federal fixa que, em cada estado da Federação, uma empresa possa ter até três emissoras de tevê. A RBS tem doze emissoras no Rio Grande do Sul e nove em Santa Catarina, descumprindo a lei há muitos anos. Um edital de licitação para um novo sistema de concessões? Nem pensar.

Num ano de eleições federais e estaduais, é praticamente impossível assistir noticiário das grandes redes de tevê, especialmente os da Globo. A informação vem junto com as posições da emissora, o comentário vem maldoso e a parcialidade ultrapassa os limites do tolerável, na minha opinião.

Porém, o alto nível de desconhecimento público sobre a concentração midiática e sobre como funcionam as concessões públicas deixa as grandes redes tranquilas.

Já é um lugar-comum dizer isso, mas a verdade é que os verdadeiros partidos da direita são os órgãos da velha mídia. As siglas partidárias daquele campo ainda não conseguiram superar o programa neoliberal, privatista, nem seu amor aos EUA. Porém, apesar de sua insistência, não têm conseguido mais fazer maioria no país.

Desta forma, sem obter pavimentar sua volta ao poder, resta-lhes o esporte de tentar desgastar a esquerda.

O Brasil não cabe mais num quintal. A sociedade deve ouvir diferentes vozes. A questão não é restringir ou censurar — não se trata de interferir nos conteúdos –, mas de garantir a existência de mais veículos.

A Argentina tem uma bela história para contar. Antes da sua chamada Ley de Medios, 90% da produção audiovisual argentina vinha da região metropolitana de Buenos Aires, o que tolhia o direito à informação de outras regiões. Hoje, 53 rádios funcionam a partir de universidades, três canais são ligados a comunidades indígenas, e a televisão tem 4.200 novas horas de conteúdo. E, claro, foram gerados mais empregos.

No Brasil, as forças contrárias – em grande parte vinda das redes evangélicas – resistiram e conseguiram prevalecer dentro do ambiente de coligações formadas por um governo que tem receio de descontentá-las.

Acredito que devam ser permitidas e incentivadas a existência de novos meios — públicos, privados e comunitários –, com autonomia para definir suas próprias linhas editoriais, pois são os grupos sociais e de leitores, a partir das análises e de seus contrastes, que devem tiram suas próprias conclusões a partir das informações disponibilizadas pelos meios de comunicação.

Informar e estar informado é um direito como qualquer outro.

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O que querem os protestos?

Por Ramiro Furquim/Sul21
Clique para ampliar | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Tudo. Os protestos querem tudo e… Como fazer para direcionar esse pessoal que se organiza nas redes e organiza protestos imensos como incrível rapidez? Quando eu era jovem, a gente marcava um comício ou um ato público. Estes eram temáticos e, para que pudesse ter gente, nós precisávamos criar panfletos, acertar o desenho e o texto da chamada, reescrever as palavras de ordem (ai, que saco), anunciar em salas de aula, distribuir nas ruas, etc. Não estou falando em tempos de ditadura, estou falando nos tempos das Diretas Já e depois. De tempos efêmeros em minha vida, pois hoje os protestos organizam-se abertamente nas redes sociais, e vai quem quer, não se sabendo o grau de comprometimento de cada um com a pauta inicial.

Pois não são só as passagens. É a frustração de não se ver representado na política, é a péssima qualidade de vida e do transporte em nossas periferias, é um Congresso cheio de personagens de opereta discutindo a cura gay e tantas outras bobagens, são leis novíssimas que são votadas e que já nascem anacrônicas, é a judicialização do estado, é a péssima imprensa — por que os protestos via de regra buscam a Rede Globo e a RBS? — que pensa que pode mudar o protesto para algo “contra a corrupção e a impunidade”, é a editora Abril e sua Veja fascista, são os bancos, são os índios assassinados, é a classe média e seus inarredáveis e incontornáveis probleminhas, é a classe C mais informada, é o mensalão na forma como foi vendido, são as polícias militares sem comando — pois os políticos ainda se cagam quando veem uma farda –, é inclusive a corrupção e a impunidade, mas é muito mais o Planalto desconectado, que vê os manifestantes como incompreensíveis mímicos e financia a mídia que sonha em matá-lo. Read More

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O Inter joga a pré-Libertadores, o Grêmio, a primeira fase

O estranho é que o mata-mata jogado pelo Inter em 2012 é o mesmo que o Grêmio jogará no início de 2013. São tratamentos diversos para exatamente a mesma coisa.

Um abraço.

Com a colaboração de Fernando Guimarães.

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Dois meses após o último escândalo, Prates "deixa" a RBS

Sim, nós não somos trouxas e sabemos que ele foi demitido em função da pressão de tantas piadas. que punham a grande ridículo seus empregadores. O radialista, comentarista,  colunista e fascista Luiz Carlos Prates está deixando a RBS para se dedicar a projetos pessoais. É o que dizem. Estava no grupo há 23 anos. Segundo a RBS de Santa Catarina, Prates deixa incontáveis admiradores. Certamente referem-se aos espectadores do YouTube, onde seus vídeos são bastante populares.

Num deles, acusava o governo Lula pelo aumento do número de acidentes nas estradas. Afinal, qualquer miserável compra um carro agora! Mas há mais. Noutro, fez a apologia do período da ditadura militar, afirmando que nele não houvera censura ou repressão e sim segurança. Para o articulista, desde o fim da ditadura, “o Brasil só andou para trás”. Mas há vários disparates mais. Não vou colocá-los aqui. Basta.

R.I.P.

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Vamos indiciar a mula-alfa Luiz Carlos Prates?

É questão gravíssima mesmo. Acho que devemos pressionar para que este imbecil fascista do Prates ao menos sirva para alguma coisa. O diálogo é entre a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), Magno Malta (PR-ES) e Paulo Paim (PT-RS). Preconceito é crime, não?

Ou clique aqui.

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Plano Nacional dos Direitos Humanos, versão 3

Sem construção de alicerces de conhecimento histórico, a ignorância erige-se em terreno fértil para que os apoiadores da ditadura, fossem eles truculentos ou silentes, voltem a sibilar barbaridades. Estas, por sua vez, tem, cada vez mais, tomado a forma da velha cantilena de que se travava uma guerra desde 1963, de que o Brasil teve que escolher entre uma ditadura de direita ou uma de esquerda, de que o golpe do Castelo Branco foi necessário, sendo que, depois, o regime degringolou por alguns anos, com os generais da linha dura. Barbaridades, que a pesquisa histórica tem desmentido.

Luís Augusto Farinatti (em comentário feito neste blog)

Ululante ou não, é óbvio que este blog defende o diabo, ou seja, o Plano Nacional dos Direitos Humanos, versão 3. Quando vi quem berrava contra ele, fiquei irremediavelmente apaixonado:

1. Os militares consideraram o plano insultuoso e revanchista, temendo uma caça aos torturadores. Ora, não vejo a hora da caçada. Há que se definir o que foi guerra e o que foi tortura e as punições devem ser para todos os que ultrapassaram os limites. Evidentemente, este blog não pensa em punir o militar que deu um tiro fatal num guerrilheiro no Araguaia; este blog gostaria apenas de saber quem trabalhou nos varais de pau-de-araras, quem foi manicure, essas coisas. Como os militares sabem que foram responsáveis por muito mais mortes, temem as investigações. Teria especial curiosidade sobre as mortes mais espetaculares. Como a de Juscelino Kubitschek (09/08/1976) — ocorrida em acidente automobilístico contrário às Leis da Física, na época suspensas pela ditadura — , como a de Carlos Lacerda (22/07/1977) — internado com uma forte gripe e que morreu logo após uma injeção — e como a do enfarto de João Goulart (06/12/1976) — encontrado com um travesseiro sobre o rosto, em posição bastante atípica para sua causa mortis. Vocês não acham essas mortes muito, assim, tipo muito próximas cronologicamente? Os argentinos gostam muito deste esporte, uma das atividades mais dignas que ocorrem em nosso conturbado vizinho. Bem, sou a favor das investigações e das punições antes que estes caras morram. Há uns bem vivos. Há um, inclusive, ex-membro do CCC, que comenta notícias num programa de TV em rede nacional.

2. A Igreja Católica não curtiu muito a aprovação do aborto, as restrições à ostentação de símbolos religiosos, a união civil entre pessoas do mesmo sexo e o direito a adoção para gays. Lula, o catolicão, já começa a recuar nestes pontos que são tranquilos, compreensíveis e razoáveis a quaisquer vertebrados (explico, os vertebrados costumam ter um cérebro numa das pontas da vértebra; a outra ponta costuma estar nas proximidades de coisas menos dignas; mas até os católicos as têm). Alguém poderia informar a eles que o aborto é opcional, que nem todos se ligam em igrejas e que deixem de encher o saco?

3.  A Abert — Associação Brasileira de Rádio e Televisão tem a posição mais cômica de todas, pois vê ameaçada a liberdade de expressão de seus associados. O motivo é incrível: mesmo sendo donos de meras “concessões”, acham repugnante a criação de uma comissão governamental para monitorar suas programações. Querem continuar livres, exercendo a liberdade democrática de bombardear a esquerda e a cultura diariamente. Claro, são empresas privadas, seus donos têm convicções políticas firmes, só que — incrível — trabalham sob “concessões” renovadas periodicamente. Têm uma função social, como não? Tal monitoramento teria como objetivo ranquear as empresas de comunicação dentro de critérios de aderência aos Direitos Humanos. Ora, que absurdo, não? Um ranking! E, olha, estamos falando apenas de rádio e TV. Nada de publicações escritas como a Veja e alguns de nossos bem conhecidos jornais.

Para terminar:

Você sabia… Que em dezembro de 2002, último mês do governo Fernando Henrique, em apenas sete dias foram publicadas no Diário Oficial da União 96 novas concessões por todo o país?

Você sabia… Que em apenas um dia (13 de dezembro), o Diário Oficial publicou 46 novas outorgas? Entre os principais beneficiados pelas novas concessões, destacaram-se a RBS e a Fundação João Paulo II. O grupo gaúcho obteve 21 novas concessões, 21,87% das que foram designadas pelo Ministério das Comunicações.

Fonte dos dois “Você sabia…”.

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RBS está morta de preocupação com o consumo de álcool por parte dos jovens…

… tanto que publicou matéria moralizante no último sábado. Era cheia de dados comprobatórios e o tom era da necessária proteção a nossos adolescentes. Porém, …

… seu principal evento para jovens, o medonho Planeta Atlântida, tem até cerveja oficial. Vai ver que sou eu o trouxa. Afinal, a RBS quer proteger nossos jovens servindo-lhes a pior cerveja do mercado. Só pode ser isso! Afinal, são tantos os jovens que se deslocam para lá em seus carros! Há que protegê-los! Tal anúncio dialoga de forma mui subliminar com as campanhas de Paz no Trânsito! Eu é que não tinha entendido!

Après Diário Gauche. Ici.

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Da arte de escrever absurdos e não admitir

Primeiro, a sumidade escreve este absurdo. Depois, chama todo mundo de analfabeto funcional. Não é de estranhar que suas iniciais sejam WC.

Colaboração de Frederick Martins, do Carta na Manga.

(Ah, por falar em Carta na Manga, isto aqui é antológico).

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Um grande capítulo dos blogs políticos gaúchos

Ontem, numa ação de efeito meramente midiático, segundo Luiz Fernando Zachia, o Ministério Público Federal protocolou uma ação civil de improbidade administrativa contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) e mais oito membros de sua quadrilha: Carlos Crusius (ex-marido), o deputado federal José Otávio Germano (PP…, que se tornou conhecido ao usar o Grêmio como trampolim), os deputados estaduais Luiz Fernando Zachia (PMDB, que se tornou conhecido ao usar o Inter como trampolim) e Frederico Antunes (PP…), o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas, Walna Villarins Meneses (assessora do Yedão), Delson Martini (ex-secretário geral do governo estadual), Rubens Bordini (vice-presidente do Banrisul e ex-tesoureiro da campanha de Yeda). As acusações são as mesmas que a RBS e seus congêneres tentam ignorar: enriquecimento ilícito, dano ao erário e infração de princípios administrativos, crimes relacionados à fraude que desviou cerca de R$ 44 milhões do Detran gaúcho.

A ação pede o afastamento dos denunciados que ocupam cargos públicos enquanto perdurar o processo, o bloqueio de bens dos mesmos, e a quebra de sigilo envolvendo as provas pertinentes ao processo.

Os parágrafos acima forma copiados e levemente alterados deste post do RS Urgente. Lá também, Katarina Peixoto publicou um texto que vem sendo republicado e repassado por e-mails de forma absolutamente irresistível, Dez anos esta tarde. Eu, para variar, estava por fora ontem à tarde. Meu filho me ligou para dizer que não poderia vir aqui em casa pois tinha uma festa e se atrasara acompanhando a repercussão dos fatos nos blogs, twitter e nos órgãos da, digamos, PIG. Nós já estamos treinados em reinterpretar as rádios e os jornais da RBS, Band, Record, etc. É incrível a exatidão que conseguimos agindo assim. Sabemos exatamente em que podemos acreditar. Dá certo trabalho, é necessária experiência, mas a gente acaba entendendo tudinho. Depois, vamos ao RS Urgente e ao Diário Gauche pegar mais detalhes.

Há muitos, mas muitos blogs políticos no RS, porém acredito que os dois citados ocupem a linha de frente. O RS Urgente do Marco Weissheimer é mais informativo e dinâmico, também é mais cuidadoso em suas opiniões; já o Diário Gauche do Cristóvão Feil é opinativo, irônico e muitas vezes nos surpreende com pesquisas, poemas e até música, isso sem falar em suas fotos de abertura, sempre belas e significativas. Marco é mais jornalístico, Cristóvão é o intelectual de esquerda. Hoje, não vivo sem os dois. Não pensem que algum deles é imparcial, nada disso. São pessoas comprometidas como o outro lado é e não diz.

Por que considero que ontem foi um grande dia dos blogs? Ora, porque foram eles quem mantiveram a pressão sobre o governo mesmo quando a Assembléia negou-se a abrir a CPI — agora sabemos que vai sair, claro –, mesmo quando a desgovernadora e a RBS pareciam reagir. Prova disso é que ontem o OPS quase foi ao chão, tamanha era a visitação ao RS Urgente. Cheguei em casa à 17h30 e descobri que meu blog estava praticamente fora do ar; olhei meu e-mails e o pessoal do OPS queria saber o que tinha acontecido. Ricardo Cabral (RJ) reclamava:

É só comigo ou os demais blogs também estão lentos?
Não sei se é por conta dos tais spams em maior quantidade, mas hoje o as páginas principal e dashboard meu blog estão demorando mais para carregar. Acontece o mesmo com vcs?

O Serbão respondeu:

tá esquisito sim. a pagina do defensio, por exemplo, entra toda embolada.

E o Marco, já meio no desespero, ás 19h:

O mesmo aconteceu comigo no final da tarde. Agora, está voltando ao normal.

O Rafael, administrador do condomínio, estava pasmo:

A carga do servidor está um bocadinho alta… Não consegui ver na hora que vocês falaram, mas está baixando. Será que algum dos blogs da rede foi pra capa de algum grande portal?

Mais do que isso, Rafael, mais do que isso. É que estamos quase derrubando a desgovernadora. Simples assim.

Quando a coisa voltou ao normal, comentei no Marco:

Katarina, belíssimo texto.

Marco, num estado em que a imprensa está comprada, onde mesmo a Assembléia Legislativa nega-se a realizar seu trabalho, foram os blogs os meios de comunicação que mantiveram a pressão sobre Yeda. E creio que tu foste o mais informativo, insistente e correto deles. No pé na bunda que esta mulher está levando em suas largas cadeiras, há alguma coisa do RS Urgente.

Abraço e parabéns a todos nós.

E vai roubar na puta que te pariu, Yeda.

O César Kiraly também escrevu a respeito:

parabéns ao trabalho admirável do RS Urgente e envaidecido fico de pertencer ao mesmo grupo. não descanse jamais. e que um dia o RJ tenha a sorte de ter a mesma urgência.

um abraço,

Cesar Kiraly

Houve outras manifestações semelhantes do Serbão e do Ricardo, até que o certamente extenuado Marco voltou:

Muito obrigado, Milton e Cesar. O diabo é que esse governo dá uma trabalheira louca…
Yeda é imparável…mas está encontrando sua tampa.

Bem, mas tenho que ir ao centro comprar umas memórias. Calma, pessoal, são Micro SDs de 2GB dessas que se usam em telefones! Ou vou mais perto do meio-dia e almoço com a Bárbara naquele restaurante japonês bom e barato do 2º andar do Mercado Público?

Não sei ainda. O que sei é que uma empresa estatal que detém certo monopólio em sua área começou a fazer propaganda nas jornadas esportivas da Rádio Gaúcha, da RBS. Quer fazer obras e mais obras para a Copa do Mundo e busca simpatia. Já ganhou capa de Zero Hora dominical E o PP está lá. E eles pensam que são espertos. OK, $ão.

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Exclusivo: Como evitar e curar a IMPOTÊNCIA – Saiba aqui

Você passa anos pensando que as palavras mais horríveis do mundo sejam “pedofilia”, “guerra”, “câncer”, “hitler”, “grêmio”, “racismo”, “médici” para descobrir que a pior de todas é “adrenalina”. São dez letras que agora me causam medo e espanto. Faz poucos dias, durante um churrasco regado a caipirinhas e cervejas, conversava com um urologista a respeito de um excruciante assunto que muito me interessa. Ele me disse frases absolutamente lapidares, afirmativas e decididas; procurarei resumir aqui:

O maior inimigo da ereção chama-se adrenalina. Por exemplo, se eu estou operando um pênis com o paciente anestesiado, é inevitável que manipule seu pênis. Alguns entram em ereção. Então, boto um pinguinho (ele disse um pinguinho) de adrenalina e o troço fica mortinho (oh, yeah, ele disse mortinho).

A conclusão a que chego é bastante óbvia. Esses caras que se atiram de pontes presos por um elástico não se interessam por sexo, se interessam por adrenalina, ou seja, por evitar o sexo; motoqueiros velozes, idem; obviamente, os pilotos de Fórmula 1 só tem aquelas mulheres para mostrá-las — mas quem é que tem quem?, não seriam as mulheres que possuem um mirrado pilotinho em casa? É claro que um jovem pode ser viril e gostar de aventuras, provavelmente os pilotos de Fórmula 1 dão conta, porém, minha amiga, fuja dos aventureiros maduros. Provavelmente, seus frutos estarão irremediavelmente caídos. Aqueles caras que, aos 40-50 anos, fingem-se de jovens, compram motos, disputam corridas de kart, correm perigo, esqueçam. Bom mesmo é quem joga golfe, até pela mira.

Mas voltemos ao Doutor L.:

Quanto mais ansiedade, mais adrenalina. Mas, veja bem, Milton, um cara com muita adrenalina tem um afluxo normal de sangue a seu pênis, mas… é que existe como que uma válvula para prender o sangue lá dentro. Só que com a adrenalina, a válvula não fecha e o órgão sexual masculino não se dá conta de todo aquele sangue que passa por ali; ele fica ocioso. Então, não é só a prática de esportes radicais na maturidade que pode gerar impotência, mas também o estresse, os problemas profissionais, o luto, as separações, o desemprego, as falências, etc. Esses troços acabam (ele disse acabam, lembro bem) com o cara mais cedo.

Mas então os sujeitos ricos são mais felizes também nisso? Porra, mas em que merda de mundo injusto vivemos? Isto quer dizer que os funcionários públicos transam mais? Agora, leiam as palavras LITERAIS (juro) que o Doutor L. me disse:

Então, preste atenção. Você liga a TV de manhã e aparece o Alexandre Garcia: você não sente mais deu um jatinho de adrenalina; você pega o jornal e vê estampada a cara da Yeda: jato médio; tua ex-mulher liga: tu chafurdas em adrenalina; lembra das contas: jato médio e assim vai. É foda, ou antes, é pouca foda.

Bem, aqui e agora, mostrarei a solução para todos os problemas: todos os dias pela manhã, você deve ligar a TV, SEM SOM — de modo a proteger-se das más notícias –, no noticiário matinal Bom Dia Brasil com Renata Vasconcellos. É uma atitude temerária. Quando aparecer Alexandre Garcia falando de Brasília, é melhor desviar rapidamente o olhar. A menor dose do horroroso sifilítico, antes de você estar embebido de Renata, porá tudo a perder. Não desafie a adrenalina ainda. Aquele olhar risonho e vitorioso é um tal acinte a seu cérebro que até a primeira urina que chegará à privada levará consigo altos níveis do hormônio do mal.

A visão matinal desta mulher adrenalina-free salva nossa vida do estresse por largo período da manhã. Se ela estiver ao lado de Renato Machado, não haverá problema, pois Renato é um sujeito do bem, gosta de um bom vinho, uma boa mesa e não costuma alimentar-se apenas das cagadas do PT. De qualquer forma, nem consigo vê-lo direito. Meu amigo, faça o teste:

1. Primeiro, observe bem Renata Vasconcellos, embriague-se dela. Note não apenas a beleza, mas a classe. Veja como ela costuma deixar um sutil decote, deixando-nos espreitar dois argumentos matadores que infelizmente você não poderá utilizar em sua próxima discussão. Note como ela se veste diferentemente das apresentadoras mezzo jecas do Rio Grande do Sul. Ali, há tesão e classe, classe e tesão. Ela, decididamente, não veio da RBS.

2. Depois, corra até o computador e leia o um post de Rein@ldo de Azevedo. Qualquer um deles, só para provocar a adrenalina com vara curta (ops!). Garanto: ainda embebido do Efeito Renata, nenhum hormoniozinho de merda o vencerá.

3. Faça o terceiro teste.

Dará certo. Aposto! E então você poderá urrar de prazer: “Sai pra lá, adrenalina nojenta!”, “Ainda sou aquele rapagão voraz dos bons tempos!”, “Ei, adrenalina, vai tomar no c…”, etc. Nenhum cachorro dotado de osso peniano será mais efetivo do que você! Anotem aí mais uma prova da inexistência de Deus: se Deus existisse, daria um osso peniano aos cães e um problema hidráulico para nós? Hein?

E agora, para que você possa ver sua solução se mexendo ao natural, mostramos um vídeo onde Renatinha brinca com seus colegas num intervalo do Jornal Nacional que “escapou” para o YouTube. Observem detidamente… Mas evitem olhar para a tela nos primeiros 5 segundos do filme. É que aparece o horroroso sifilítico do Alexandre Garcia… A Globo é uma porcaria, mas pode curar. Mais do que o Boston Medical Group.

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