A melhor roupa, a mais elegante

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Porque hoje é sábado, Dina Sfat

Eu amava Dina Sfat (1939-1989). Ela foi, primeiro que tudo, um grande rosto de atriz.

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Filha de judeus poloneses, foi também uma bela, lindíssima mulher, porém

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sua essência jamais obteve ser captada por câmeras fotográficas,

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pois as câmeras mostram cristalizações do fugidio, figuras imóveis,

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enquanto Dina só podia ser apreendida no somatório

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de gestos, voz, maneiras, expressões, movimentos, charme e por um fato único

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(e talvez inexplicável): Dina tinha uma presença assombrosamente sensual e sedutora.

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A incrível aventura do Endurance de Shackleton e de Hurley, seu fotógrafo

A incrível aventura do Endurance de Shackleton e de Hurley, seu fotógrafo
Parte da tripulação do Endurance aquece-se frente ao fogo — CLIQUE PARA AMPLIAR

Publicado em 5 de janeiro de 2013 no Sul21

A celebridade do explorador irlandês Ernest Henry Shackleton, nascido em 15 de Fevereiro de 1874 e que morreu em 5 de Janeiro de 1922, é devida à incrível aventura do Endurance, mas também ao fotógrafo australiano Frank Hurley. Foram dele as fotos que imortalizaram a expedição, uma daquelas pioneiras viagens suicidas ao continente antártico, realizadas no início do século XX. Na verdade, o grande herói polar — norte e sul — não foi Shackleton e sim o norueguês Roald Amundsen, mas a documentação do Endurance é muito mais rica, graças a Hurley. Enquanto que as fotos de Amundsen são prosaicas, apresentando homens em fotografias posadas, Shackleton levou um artista entre os 27 tripulantes do barco, como os leitores do Sul21 poderão comprovar. Hurley capta a beleza das paisagens, a vida possível na Antártida e a tragédia.

A edição desta sexta-feira (4) do Guardian informa que um grupo australiano, aproveitando o aniversário de morte de Shackleton, anunciou que irá refazer a clássica viagem que vamos resumir aqui, uma das mais incríveis jornadas de sobrevivência conhecidas.

Sir Ernest Shackleton — CLIQUE PARA AMPLIAR

Assim como Amundsen, Shackleton foi tema de diversos livros que se assemelham às narrativas modernas de Amyr Klink e de alpinistas que arriscam tentativas de chegar ao topo do Everest, por exemplo. São atos aparentemente inúteis e perfeitamente humanos, como ressaltou o montanhista George Mallory (1886-1924). Numa conferência, ao ser questionado sobre o motivo pelo qual desejava tanto escalar o monte Everest, Mallory replicou a um repórter: “Quero porque ele está lá”. A Antártida também estava lá para Shackleton e ele desejava ser o primeiro a chegar ao Polo Sul. Na primeira tentativa, em novembro de 1902, numa expedição comandada por Robert Scott,  alcançaram 82°16 S, o ponto mais austral alcançado pelo homem até então. Doente de escorbuto, Shackleton viu a expedição ser abortada. Motivado com a experiência, organizou sua própria expedição e, em 9 de janeiro de 1909, após muitas dificuldades, alcança o recorde de latitude, 88°23 S, porém é forçado a abandoná-la a apenas 150 km do Polo Sul. O motivo de ter virado as costas à glória foi a segurança de seus homens. Após  percorrerem 3000 km na Antártica, ele regressaram à Inglaterra.

Amundsen: o maior de todos não tinha um fotógrafo à altura

Dois anos depois, em dezembro de 1911, o imbatível Amundsen, seus cães e trenós, alcançaram o Polo Sul. Naquele ano, o norueguês e Robert Falcon Scott protagonizaram uma verdadeira corrida pelos 90 graus: partiram com apenas duas semanas de diferença em outubro de 1911, ambos da plataforma de Ross. Amundsen atingiu o polo em 14 de dezembro, iniciando o retorno no início de janeiro. O grupo de Scott chegou ao mesmo local em 17 de janeiro, encontrando lá a bandeira norueguesa. No caminho de volta, Scott e seus cinco expedicionários morreram de fome e exaustão.

(Parêntese sobre Amundsen: já dissemos que este norueguês liderou a expedição à Antártida (1910-1912) que descobriu o Pólo Sul em dezembro de 1911. Também foi o líder da expedição que chegou pela primeira vez ao Polo Norte em 1926. Como se não bastasse, foi o primeiro a atravessar a Passagem do Noroeste, entre os anos de 1903 e 1906. A Passagem do Noroeste consiste em, de navio, entrar pelo oeste do Alaska, fazendo o contorno pelo norte da América, rente ao Polo Norte, até chegar à Groenlândia).

Já presos na neve, os tripulantes passeiam com os cães — CLIQUE PARA AMPLIAR

Perdida a corrida ao Polo Sul, Shackleton impôs-se um novo desafio: o de atravessar o continente a pé, passando sobre o Polo. Em agosto de 1914, partiu da Inglaterra no Endurance (palavra que significa resistência) com 27 homens. Eles viveriam uma das histórias mais complicadas da exploração polar. O resultado foi mais um fracasso. Após perderem o Endurance, foram resgatados pelo Yelcho, graças à generosidade do comandante chileno Luis Pardo Villalón. Ao voltar à Inglaterra, em 1917, Shackleton e seus homens foram recebidos como heróis.

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Morre um grande artista

Morre um grande artista

Leon_FerrariNesta quinta-feira, morreu aquele que era considerado maior artista plástico da Argentina, León Ferrari, cuja obra de crítica à Igreja irritou o papa Francisco, quando Jorge Mario Bergoglio ainda era cardeal. Ferrari faleceu aos 92 anos.

Ferrari precisou se exilar no Brasil por ser perseguido pela ditadura argentina (1976-1983), que sequestrou seu filho Ariel, um dos milhares de desaparecidos. Tão provocador e polêmico quanto reconhecido por seu talento nas artes, Ferrari foi o fundador do clube antirreligioso dos ímpios, hereges, apóstatas, blasfemos, ateus, pagãos, agnósticos e infiéis.

Uma exposição que apresentava uma retrospectiva da obra de Ferrari, em 2004, no Centro Cultural Recoleta (CCC), o mais importante da capital da Argentina, provocou uma forte reação de setores católicos e uma carta pastoral em que o atual papa se posicionou contra o teor das obras.

“Hoje me dirijo a vocês bastante magoado pela blasfêmia promovida no CCC nesta exposição de artes plásticas, evento realizado por um Centro Cultural que é financiado com dinheiro de cristãos e pessoas de boa vontade, através dos seus impostos”, escreveu o então cardeal de Buenos Aires.

A Civilização Ocidental e Cristã, de León Ferrari
A Civilização Ocidental e Cristã, de León Ferrari

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Três coisas que não têm nada a ver uma com a outra

Três coisas que não têm nada a ver uma com a outra
Renasceu. Abbado e músicos de Bologna | Foto:  Raffaello Raimondi
Renascido: Abbado e músicos de Bologna | Foto: Raffaello Raimondi

A Filarmônica de Berlim é atualmente um túmulo de maestros. Claudio Abbado, 80, depois que saiu de lá, tornou-se leve e criativo, deixando de lado o ser apocalíptico (e doente) da época berlinense. Criou a Orchestra Mozart em Bologna, onde nos brinda com luz, leveza e ousadia. Ouçam as gravações das sinfonias de Mozart para conferir. Já Simon Rattle, que era um monstro em Birmingham e foi para Berlim, lá tornou-se um regente crepuscular e rotineiro. O que fez? Ora, pediu demissão. Como o contrato é longo, retira-se em 2016, salvo engano. O próximo a adentrar a caixa mortuária de Berlim deverá ser Christian Thielemann. R.I.P. e depois saia correndo, Christian.

Na verdade, o que engessa a orquestra é o compromisso com um passado conservador, já enterrado. Se não mudar, ver a Berliner vai tornar-se mera atração turística.

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De Danielle Magno no Facebook:

Me deixa triste ver feministas pedindo censura à pornografia, dizendo que é objeto de submissão feminina e direito do homem sobre o corpo da mulher. Acho nada disso, que sociedade chata que regula nudez e sexo sob paradigmas tão autoritários.

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Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga
Dunga, dá um carrinho por trás no Luigi? | Foto: Divulgação
A última bobagem. Dunga, dá um carrinho por trás no Luigi? | Foto: Divulgação

Ontem foi um dia muito cheio e não pude te cumprimentar pela vitória sobre o Flamengo. Grande resultado, Dunga, parabéns. Teu time é de luta e a gente gosta disso. É importante ressaltar que o Flamengo é hoje um time de Mano Menezes e isso significa dizer que sabe marcar, contra-atacar e que irá longe, apesar de estar mal colocado no Brasileiro. Mesmo jogando em casa, nem todos os times grandes vencerão o Flamengo, que tem ons jogadores e um líder no banco.

D`Alessandro e Forlán não conseguiram jogar, tal foi a marcação. Aliás, qualquer e nenhum dos dois times poderiam marcar gols. Tivemos sorte, Dunga, e isso é importante. Também gostei da postura gelada do Juan ao não comemorar o gol feito por ele nos descontos, quando tudo contribuía para que ele corresse para a torcida entusiasmado. A gratidão é um belo sentimento, mas a gente quase trincou de expectativa pensando que o gol tivesse sido anulado. Lembro de Gamarra, Iarley, Sóbis e de outros ex-jogadores nossos que marcaram gols contra o Inter. Os dois primeiros baixaram a cabeça, o terceiro pôs as mãos na boca, como se tivesse cometido um crime involuntário. Acho bonito, repito.

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Alerta aos goleiros: Scocco e Alex chutam muito

São compilações, claro. Tudo o que eles fazem dá certo. Mas mesmo assim é impressionante.

http://youtu.be/45kYoqweV4Q

http://youtu.be/Ah9xV13QB_s

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Porque hoje é sábado, Jenna Jameson

Porque hoje é sábado, Jenna Jameson

Esta é a 259ª edição do PHES e, pela primeira vez,

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nossa única homenageada será uma atriz pornô.

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Não é nossa especialidade, mas também não estamos falando de

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uma pornstar comum — estamos falando da aposentada Jenna Jameson.

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Uma mulher efetivamente bonita,

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que talvez fizesse sucesso em outra carreira

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menos explícita de modelo.

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Proposta ao Sul21: a viagem do repórter coroinha Milton Ribeiro

Proposta ao Sul21: a viagem do repórter coroinha Milton Ribeiro
O segundo milagre de Pio XII
Um segundo milagre de Pio XII?

A piada ontem no Sul21 era a de que eu faria a cobertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) entre os dias 23 e 28 de julho. Sim, aquele mesmo que promoverá o encontro de jovens de todo o mundo com o Papa Francisco. Seria um repórter gonzo, participando intensamente e até dividiria o quarto com um bispo. Mas não correria risco nenhum porque não sou mais garotinho. Como sou um coroa pra lá dos 50 anos e não sou muito alto, seria chamado de O Repórter Coroinha. Quero tanto conviver com os peregrinos, participar das vigílias, conhecer as católicas mais fervorosas…

Existem diversos pacotes disponíveis, mas o que eu quero mesmo é um kit peregrino “com diversos acessórios inéditos e exclusivos que auxiliarão em sua peregrinação e ficarão de recordação”. Como posso seguir vivendo sem um? No link acima, há também propostas de hospedagem até o dia 30 de JUNHO. Esses católicos são perturbados, né? Tanta fidelidade, casamento e virgindade confunde até o passar do tempo.

O que me interessa é fazer a reportagem gonzo deste verdadeiro sonho do coração de Deus. Na boa, estou preparado e de coração aberto para as maravilhas que Deus tem reservadas para cada um de nós. Para mim, principalmente.

Mas também vou protestar. Afinal, querem canonizar Pio XII ao arrepio da Lei Divina. Este Papa só fez um (1) milagre — um tumorzinho que sumiu numa beata — , não dois (2) dos grandes como manda a lei. Até aceitaria a canonização se o Grêmio ganhasse um campeonato em 2013, mas para sabermos teríamos que esperar até o fim do ano. Se bem que até setembro já saberemos, creio.

Um outro milagre de Pio XII pode ter sido realizado ao final da 2ª Guerra Mundial. Instado pelos aliados a fazê-lo, o Papa Pio XII negou-se a condenar as atrocidades praticadas pelos nazistas contra judeus, acentuando o número de mortes. É um milagre! Vou propor. Quero ir!

Heil!
Heil!

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Oh!

Oh!

A vereadora Mônica Leal (PP) ficou irritada ao verificar que seu quadro não estava no mural das vereadoras e acusou os manifestantes de o terem roubado. No entanto, um funcionário da Câmara de Vereadores de Porto Alegre a avisou que o retrato havia sido guardado por seus assessores pois estava com o vidro quebrado. A vereadora, então, solicitou ao presidente da Casa, Thiago Duarte (PDT), que fosse aberta uma queixa-crime por conta do vidro danificado.

Foto: Bruna Andrade - Jornalismo B
Texto e fotos: Bruna Andrade – Jornalismo B

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Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga

imagesCaríssimo!

Não houve sofrimento ontem, né, Dunga? Não jogamos bem, mas foi uma classificação controlada, quase uma formalidade para um ato antecipadamente decidido. Quando fizemos o gol do América-MG (por favor, Dunga, Jackson dá de dez em Ronaldo Alves), foi só trabalhar um pouquinho para empatar e repor as coisas em seus lugares. Sim, claro, suamos, mas agora é que virão os maiores adversários da Copa do Brasil. Quer saber? Estou mais preocupado é que contratemos logo este excelente Ignacio Scocco, que viria em boa idade (28 anos) e que é um baita jogador.

Scocco tem aquelas características simpáticas: marca gols e é criativo. Precisamos de gente assim, que saiba colocar as bolas nas redes adversárias, que tenha intimidade com o fato, que ache anormal aquele faniquito que dá em alguns na hora do chute final, da alegria. Sempre digo, Dunga, os artilheiros não valem mais por acaso, valem mais porque são raros e poupam trabalho. Os times que têm de parir uma bigorna para fazer um golzinho são deprimentes.

Agora é preparar o time para o jogo contra o Flamengo. Precisamos ganhar e nos despedir definitivamente de Caxias, Dunga. É muito longe, frio e os gringos nos veem com reservas. Vamos para NH, onde fica mais fácil pra gente ir. Estou com saudades de ir aos jogos, Dunga.

Posso te dizer um segredo? Não vi nenhum jogo do Inter de Fernandão, nem do de Dorival. Não eram treinadores de futebol como tu. Detesto times bagunçados. Faz dois anos que só vejo meu time pela TV. Não dá mais, chega.

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8 kg a menos

Perdi 8 kg desde o último dia 13 de junho. Não que eu tenha planejado. Crescentes fatores enervantes tiveram preponderância e não os indico ao pior de meus inimigos. Com boa dose de ironia, minha filha elogia o resultado. Os chineses também, pois… Não, antes dos chineses, mais uma coisinha. Fui fazer uma corrida domingo. Os 11% a menos de peso fizeram enorme diferença. Fiz 8 km em tempo recorde, mas falemos dos chineses.  A matéria é do publico.pt.

Restringir a quantidade de alimentos ingeridos pode ser a chave para uma vida prolongada, segundo dados de uma equipa de cientistas chineses que acabam de publicar um estudo na revista científica Nature Communications.

A equipa da Universidade de Jiao Tong, em Xangai, explica que fez uma série de experiências em 150 ratos ao longo de três anos e que foi possível estabelecer uma relação entre comer pouco e viver mais tempo nos ratinhos que foram sujeitos a uma restrição das calorias ingeridas por dia.

Zhao Liping, coordenador do estudo e investigador da Escola de Biotecnologia e Ciências da Vida da universidade chinesa, em declarações ao jornal Shanghai Daily, citado pela Lusa, adiantou que as conclusões se podem aplicar a outros animais e também a humanos – ainda que sejam necessárias investigações adicionais já que os resultados em pessoas devem ser personalizados. Além disso as experiências decorreram apenas em ratinhos machos, já que o sexo poderia ser um fator que poderia influenciar os resultados.

De acordo com o cientista, a restrição calórica favorece a expansão da flora bacteriana saudável presente no sistema digestivo, nomeadamente os lactobacilos, o que ajuda a combater e a reduzir o número de bactérias nocivas para o organismo. Zhao assegura que estas bactérias “boas” são um elemento determinante na saúde e tempo de vida.

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Educação sentimental

Educação sentimental
Natália, Bernardo e aminha máquina fotográfica, que sempre me prega peças
Natália, Bernardo e minha máquina fotográfica, esta sempre pregando peças

Minha sexta-feira à noite foi em casa, tranquila, preguiçosa, com gente um pouco cansada, mas com muito carinho envolvido. Meu filho Bernardo fez o jantar para mim, sua namorada Natália e sua irmã Bárbara. Um bom vazio numa panela de pressão com uma garrafa e meia de cerveja preta Kalena, mais cebola e alho. 60 minutos depois, abriu-se a panela, desfiou-se a carne, que voltou para a panela e esta para o fogo, recebendo o restante da segunda garrafa de ceva, mais creme de leite, sal e nhoque. Tudo saiu no ponto, perfeitíssimo. A melhor refeição, a mais querida.

No dia seguinte, nós e os vizinhos do andar de cima seguimos comendo. Eles faziam hums e ohs a cada garfada. Não, não é exagero de pai. O afeto espraiava-se naturalmente.

Foram momentos especiais. Muito obrigado.

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Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga

dungaCaríssimo!

Parabéns pela grande vitória. São três pontos que poucos times obterão ao longo do campeonato. Fazem a diferença e, de certa forma, compensam aquela inexplicável derrota para o Bahia lá em Caxias. Aliás, espero que nossos jogos logo possam ocorrer aqui em Novo Hamburgo, muito mais perto.

Meus parabéns se estendem ao fato de que hoje houve volantes na frente de nossa zaga, hoje tu deste proteção para nossos velhinhos. Dunga, gostei muito da providência. Josimar e Fabrício ficaram ali. Está correto.

Esta vitória foi tua. O time estava todo esbodegado, cheio de improvisações. Eram 8 desfalques: Willians, Caio, Leandro Damião, Maurides, Otávio, Ygor, Airton e Mike. O lateral Fabrício de volante, o atacante-armador Jorge Henrique — como jogou este baixinho! — como terceiro homem, etc. E só tínhamos seis caras no banco e, olha…

Dunga, não te estressa com o Luigi. Nosso presidente é um banana e é claro que mais problemas do tipo do que sucedeu com o Willians acontecerão novamente. O Luigi é lento e meio desatento, mas é bom para segurar jogadores. De resto, nós sabemos que o melhor é blindar o vestiário — deixemos o Luigi lá no escritório pensando que entende de futebol.

O Abel está reclamando da cera do nosso goleiro Muriel. O Abel é muito cômico. Se ele não quisesse ver cera, era só pedir a seus jogadores pararem de levantar a bola pro Fred ganhar as jogadas no corpo-a-corpo, né? “Ele atrapalhou nossa reação”. E tu estavas lá para quê? Ele também não viu justiça no resultado. Esse troço de justiça é algo curioso. Parece que concluir bem em gol não é uma qualidade. Mais: o Flu não pressionou, não houve bolas na trave nem grande defesas de Muriel. Ou seja, o merecimento do Flu teria sido o de ter maior posse de bola. Bem, isso o Barcelona também teve contra o Bayern e o resultado foi o que se viu…

A imprensa é chata, né, Dunga? Estão falando que a gente toma muitos gols. Até tomamos, mas isso é uma decorrência de um time ofensivo. O que a imprensa não pensa é sobre a efetividade de Forlán, D`Alessandro e companhia. O Forlán é todo confuso e atrapalhado, mas algo acontece na hora de chutar a gol. O cara tem o DNA do gol. Ele faz, e de qualquer distância. Ponto. Com este efetividade, retirar alguém lá da frente seria loucura. Claro que a defesa tem problemas na bola alta, etc. Mas acho que tu não deves acumular defensores para fazer esta correção, tens que seguir apostando no punch, na potência do pessoal lá da frente. Se tomarmos muitos gols, que sigamos enfiando ainda mais lá na frente. E acho super legal torcer para o time que mais faz gols no campeonato e também para um dos que mais toma. Os jogos são divertidos — vai dizer? — e os paulistas ficam doidos com um time ofensivo vindo de ti. Eles não te conhecem mesmo, deixam-se levar pelo preconceito do Dunga turrão.

Eu sempre disse que tu eras técnico de futebol. Sabia desde a Seleção e espero que a gente possa seguir trocando ideias por muito tempo, meu amigo.

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Porque hoje é sábado, vários motivos para você amar o iPhone *

Porque hoje é sábado, vários motivos para você amar o iPhone *

Quando as mulheres se arrumam, se preparam,

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costuma ser demorado.

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Elas se observam,

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testam variações,

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combinações,

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A extinta União Soviética completa 90 anos. Tal país, qual arte?

Publicado em 30 de dezembro de 2012 no Sul21

Nicolau II em 1898: um país de grande literatura, mas em convulsão

A ensaísta Flora Süssekind, num livro sobre literatura brasileira, criou o belo título Tal Brasil, qual romance? É com este espírito — apenas com o espírito, pois nossa pobre capacidade nos afasta inexoravelmente de Flora — que pautamos para este domingo o que representou (ou pesou) a União Soviética em termos culturais. Sua origem, a Rússia czarista, foi um estado que mudou o mundo não apenas por ter se tornado o primeiro país socialista do planeta, mas por ter sido o berço de uma das maiores literaturas de todos os tempos. Quem lê a literatura russa do século XIX, não imagina que aqueles imensos autores — Dostoiévski, Tolstói, Tchékhov, Turguênev, Leskov e outros — viviam numa sociedade com resquícios de feudalismo. Através de seus escritos, nota-se claramente a pobreza e a base puramente agrária do país, mas há poucas referências ao czar, monarca absolutista que não admitia oposição e que tinha a seu serviço uma eficiente censura. Na verdade, falar pouco no czar era uma atitude que revelava a dignidade daqueles autores.

No início do século XX, Nicolau II, o último czar da dinastia Romanov, facilitou a entrada de capitais estrangeiros para promover a industrialização do país, o que já ocorrera em outros países da Europa. Os investimentos para a criação de uma indústria russa ficaram concentrados nos principais centros urbanos, como Moscou, São Petersburgo, Odessa e Kiev. Nessas cidades, formou-se um operariado de aproximadamente 3 milhões de pessoas, que recebiam salários miseráveis e eram submetidos a jornadas de até 16 horas diárias de trabalho, sem receber alimentação e trabalhando em locais imundos. Ali, havia um ambiente propício às revoltas e ao caos social, situação que antecedeu o nascimento da União Soviética, país formado há 90 anos atrás, em 30 de dezembro de 1922.

Os trabalhadores foram recebidos pela artilharia, sem diálogo

Primeiro, houve a revolta de 1905. No dia 9 de janeiro daquele ano, um domingo, tropas czaristas massacraram um grupo de trabalhadores que viera fazer um protesto pacífico e desarmado em frente ao Palácio de Inverno do czar, em São Petersburgo. O protesto, marcado para depois da missa e com a presença de muitas crianças, tinha a intenção de entregar uma petição — sim, um papel — ao soberano, solicitando coisas como redução do horário de trabalho para oito horas diárias, assistência médica, melhor tratamento, liberdade de religião, etc. A resposta foi dada pela artilharia, que matou mais de cem trabalhadores e feriu outros trezentos. Lênin diria que aquele dia, também conhecido como Domingo Sangrento, foi o primeiro ensaio para a Revolução. O fato detonou uma série de revoltas internas, envolvendo operários, camponeses, marinheiros (como a revolta no Encouraçado Potemkin) e soldados do exército.

Se internamente havia problemas, também vinham péssimas notícias do exterior. A Guerra Russo-Japonesa fora um fiasco militar para a Rússia, que foi obrigada a abrir mão, em 1905, de suas pretensões sobre a Manchúria e na península de Liaodong. Pouco tempo depois, já sofrendo grande oposição interna, a Rússia envolveu-se em um outro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), onde também sofreu pesadas derrotas em combates contra os alemães. A nova Guerra provocou enorme crise no abastecimento das cidades, desencadeando uma série de greves, revoltas populares e fome de boa parte da população. Incapaz de conter a onda de insatisfações, o regime czarista mostrava-se intensamente debilitado até que, em 1917, o conjunto de forças políticas de oposição (liberais e socialistas) depuseram o czar Nicolau II, dando início à Revolução Russa.

Lênin trabalhando no Kremlin, em 1918

A revolução teve duas fases: (1) a Revolução de Fevereiro, que derrubou a autocracia do czar Nicolau II e procurou estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal e (2) a Revolução de Outubro, na qual o Partido Bolchevique derrubou o governo provisório. A Revolução Bolchevique começou com um golpe de estado liderado por Vladimir Lênin e foi a primeira revolução comunista marxista do século XX. A Revolução de Outubro foi seguida pela Guerra Civil Russa (1918-1922) e pela criação da URSS em 1922. A Guerra Civil teve como único vencedor o Exército Vermelho (bolchevique) e foi sob sua liderança que foi criado o Estado Soviético. Lênin tornou-se, assim, o homem forte da Rússia, acompanhado por Trotsky e Stálin. Seu governo foi marcado pela tentativa de superar a crise econômica e social que se abatia sobre a nação, realizando reformas de caráter sócio-econômico. Contra a adoção do socialismo na Rússia ergueu-se uma violenta reação apoiada pelo mundo capitalista, opondo o Exército Vermelho aos russos brancos (liberais).

Canibais com suas vítimas, na província de Samara, em 1921.

O país que emergiu da Guerra Civil estava em frangalhos. Para piorar, em 1921, ocorreu a Grande Fome Russa que matou aproximadamente 5 milhões de pessoas. A fome resultou do efeito conjugado da interrupção da produção agrícola, que já começara durante a Primeira Guerra Mundial, e continuou com os distúrbios da Revolução Russa de 1917 e a Guerra Civil. Para completar, houve uma grande seca em 1921, o que agravou a situação para a de uma catástrofe nacional. A fome era tão severa que a população comia as sementes em vez de plantá-las. Muitos recorreram às ervas e até ao canibalismo, tentando guardar sementes para o plantio. (Não terá saído daí a fama dos comunistas serem comedores de criancinhas? Num documentário da BBC sobre o século XX, uma mulher, ao lembrar-se da fome, conta que sua mãe tentou morder sua filha pequena e que ela precisou trancar a mãe e fugir da casa. Bem, continuemos).

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Bom dia, Dunga

Bom dia, Dunga
Foto: Eduardo Moura
Foto: Eduardo Moura

Caríssimo!

Sabe, Dunga, sou colorado roxo, mas ontem vi mais o jogo do Atlético-MG pelas semifinais da Libertadores do que o nosso. Mesmo assim, deu para rever um defeito muito grande no nosso time. Um escândalo. Olha Dunga, domingo passado tu, que foste volante dos bons, deixaste o Rafael Vaz do Vasco correr 30 metros em direção à nossa zaga sem ser incomodado para disparar um torpedo no segundo gol do Vasco. Onde estava este Airton — de que tanto gostas — naquele lance?

E ontem? Viste como sofremos com o terrível Rodriguinho do América-MG? O cara vinha sempre livre com a bola. Quando o Índio vinha, ele dava na esquerda para aquele Tiago Alves perder o gol. Foram três gols perdidos só pelo Tiago, fora os outros. Onde estava nosso volante Jackson (ou o Josimar) naquelas bolas?

Será que tu consegues arrumar essa bosta até o jogo contra o Fluminense?  Nós vamos tomar muitos gols desse jeito. É claro que, se qualquer zaga recebe proteção, imagina do que precisa a nossa, de 72 anos. Ô, Dunga, tu que tens um belo projeto social lá na Restinga, dando um lar e educação às crianças carentes, poderias dar uma força pros velhinhos, né? Coloca uns cães de guarda ali na frente, pelamor.

Era isso. Tchau.

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A Ospa e a Arca Russa

A Ospa e a Arca Russa
Maxim Fedotov, grande estrela do concerto de ontem à noite
Maxim Fedotov, grande estrela do concerto de ontem à noite

O concerto é um gênero de composição que tem por uma de suas características principais a oposição entre a orquestra e um ou diversos solistas. O solista não necessita ser um virtuose absoluto, mas é bom que esteja à altura da música e do “enfrentamento” com a orquestra. Ontem à noite, nas brumas da acústica e no barulho do ar condicionado do Auditório Dante Barone da Assembleia Legislativa, tivemos dois concertos mais do que clássicos: o Concerto Nº 1 para piano e orquestra, Op. 15, de Beethoven, e o Concerto para violino e orquestra, Op. 35, de Tchaikovsky. À frente da orquestra, o casal russo — são mesmo casados — formado por Galina Petrova (piano) e Maxim Fedotov (violino). Vamos abrir e ver o que nos trazia a arca russa.

Se Beethoven tivesse parado no Op. 15, sua imortalidade não estaria garantida. Este concerto para piano de Beethoven é bem mais ou menos — uma assimilação meio confusa de Haydn e Mozart com uma voz própria nascente — e Galina Petrova obteve empurrá-lo mais para baixo. A pianista levou o concerto sem nenhuma sutileza e de forma bastante errática. O Allegro com Brio é solene e chato, mas a música melhora muito no belo e lírico Largo e no zombeteiro Allegro scherzando. Este é um tipo de música cheia de repetições, onde os temas apresentados pela orquestra são muitas vezes revisitados pelo piano e vice-versa. Petrova deixava claras suas limitações ao não conseguindo realizar as denunciadoras repetições ou ver-se repetida pela orquestra de forma ligeiramente diferente. Ela também não se salvava pela interpretação… Então, a primeira surpresa da arca russa foi decepcionante, mas…

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Dossiê Jango, de Paulo Henrique Fontenelle

Dossiê Jango, de Paulo Henrique Fontenelle

“Tudo que pensamos ser verdade um dia muda”, diz uma voz em off na abertura de Dossiê Jango. Talvez para as pessoas de minha geração — nascidas ali pelo final dos anos 50, início dos 60 — , a estranha morte de João Goulart e as repetidas acusações de Brizola de que Jango fora assassinado fossem há muito conhecidas, mas nunca é tarde para fundamentar tais suspeitas, ainda mais em época de Comissão da Verdade, mesmo que de mentirinha.

O excelente filme de Fontenelle inicia com uma contextualização de uns 40 minutos. Claro que ela é necessária, considerando-se o nível heterogêneo de informação dos espectadores. Ela não incomoda em nada, é elegante e interessante. Depois o filme entra de forma consistente na questão da morte de Jango. Não vou contar aqui o desfecho porque também Fontenelle faz uma espécie de suspense até revelar o motivo e o calibre das suspeitas. Mas, olha, é chumbo grosso, não são palavras ao vento. Os milicos viam três figuras como muito ameaçadoras nos anos 70: o rei posto João Goulart, o ex-presidente Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda. Não foi por acaso que o trio morreu em datas tão próximas, assim como mais 15 importantes políticos argentinos e uruguaios. Como morriam? Vejam o filme.

O filme  não somente confirma o talento do cinema brasileiro para o gênero documentário, como deveria ser obrigatório para estudantes secundaristas. Afinal, tenho visto muita gente que parece não saber bem o que é uma ditadura.

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Sobre Nietzsche e “O Cavalo de Turim”, obra-prima de Béla Tarr

Sobre Nietzsche e “O Cavalo de Turim”, obra-prima de Béla Tarr

Philip Gastal Mayer escreveu o que segue em seu Facebook. E me mandou ler, escrevendo apenas Milton Ribeiro. Maiores detalhes sobre o filme aqui. O Philip, além de bom amigo e excelente violoncelista da Ospa, é um grande leitor de Nietzsche e chega matando a pau.

Elena Romanov, esse é o trecho que te falei do eterno retorno de Nietzsche, é do livro “A Gaia Ciência”, foi o que me veio à cabeça quando assisti o filme:

“E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!”. Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: “Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?” – F. Nietzsche

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