Irritados com as convocações de Mano? Rebelem-se, ora.

Grêmio, Fluminense, Santos, Atlético-MG, Vasco, Botafogo, São Paulo, Corinthians e Inter  perderão jogadores por duas rodadas do Brasileirão? Alguns deles estão irritados? O Santos gostaria de usar Neymar, que recebe mais de 1 milhão por mês? Mas que coisa… Há anos digo que a CBF deve respeitar as datas Fifa parando seus campeonatos e que a única forma de fazer isso é RETIRAR OS CAMPEONATOS REGIONAIS DO CALENDÁRIO DOS GRANDES CLUBES. A CBF é a única Confederação do mundo que promove e boicota seus campeonatos.

Bem, em 2013, com os amistosos e a Copa das Confederações, tudo vai piorar. Mas as excrescências continuarão, sem dúvida. São puro entulho autoritário não removido desde o Golpe, quando o Almirante Heleno Nunes era presidente da CBF e gostava de ver suas federações regionais satisfeitas. Fodam-se os clubes que não fazem nada.

É isso.

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Libertadores é coisa muito boa

Para se ganhar uma Libertadores é preciso futebol, mas apenas isto não basta. É preciso também certo espírito que costuma ser conhecido pelo nome de “copeiro”. O time copeiro é aquele que às vezes nem é o melhor, mas é o que chega a seus objetivos. O Grêmio foi copeiro, assim como o Liverpool e o Boca Juniors, mas hoje o cetro passou ao Internacional, ao menos na América do Sul. Sejamos francos, se a Libertadores fosse só futebol, se ela fosse só bola, o Estudiantes de La Plata teria eliminado o Inter nas quartas-de-final da Libertadores de 2010. Era mais time e jogou mais. Como Giuliano logro hacer aquele gol inexplicável na Argentina, foi criado o monstro que acabou por eliminar o São Paulo nas únicas grandes apresentações do Inter naquele ano — e ainda assim com direito a frango de nosso goleiro — e que ganhou do fraco Chivas na final.

Na verdade, todos querem a Libertadores com uma vontade a mais. Times que achamos bons são desmascarados no torneio. Nos primeiras primeiras rodadas desta ano, dois de nossos favoritos — Fluminense e Santos — tiveram enormes dificuldades por faltarem-lhe este esforço a mais. Os jogos Fluminense x Nacional e Flu x Argentino Juniors, mostraram ao flamante campeão brasileiro que ele sofria de falta de cojones. O tricolor carioca ficou tão brocha que entrou me crise. E o mesmo vale para os saltitantes meninos do Santos. A Libertadores dá preferência aos times sérios e pragmáticos, sem dúvida.

As arbitragens do torneio também ajudam os times menos firulentos. Os juízes não dão qualquer faltinha, não interrompem o jogo só porque Neymar atirou-se ao chão rolando e fazendo cara de quem sofreu uma tentativa de assassinato. Para a falta ser marcada, é necessária… a falta, coisa que nossos juízes teimam em não obedecer. Deveria dizer que é jogo pra macho? Olha, não sei, o que sei é que times que utilizam esforço médio ou residual não vão longe no torneio.

A posição do Peñarol em seu grupo — lider e classifcado por antecipação com uma rodada de antecedência — mostra bem isso. Perdeu de 5 x 0 para a LDU em Quito, mas em todos os jogos, mesmo nesta goleada a qual me referi, jogou à morrer, à uruguaia, e conquistou 3 vitórias, apesar de ser um líder com saldo -4. Maravilhosa Libertadores.

Hoje o Inter pega o mexicano Jaguares na cidade de Tuxtla Gutiérrez. Os caras vem mordidos, mas são mexicanos. Os mexicanos não dão a impressão de terem entendido a índole futebolística suicida do campeonato. Espero que não demonstrem terem-na descoberto hoje. E espero que nos comportemos como o habitual: jogando mal — com a torcida passando a noite inteira a cornetear Celso Roth — e ganhando na base de nossas caríssimas individualidades.

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Indo à Bombonera

A decisão de ir à Bombonera ver Boca Juniors x São Paulo foi tomada na própria quarta-feira, 19 de setembro. Meu amigo Dario e seu filho Frederico chegariam aquele dia para que o guri (10 anos) participasse de um campeonato infantil de futebol. O Fred acabou a competição como campeão, foi escolhido o melhor jogador e ainda foi o goleador. Conhecendo o Dario há anos e tendo jogado futebol com ele, nunca imaginaria que seu filho pudesse ser um craque. Às vezes, até o Barão de Itararé erra: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”. Saiu. O garoto joga, teve a sorte de nascer canhoto – quem joga futebol sabe das vantagens disso – e já há até fotos do Fred dando entrevistas. O Dario é um bom pai e não se ufana para todo mundo das habilidades do filho e nem pressiona o guri. Apenas dá o acesso, dando vazão ao possível talento do menino.

Mas, voltemos a meu assunto: o Dario deixou um comentário aqui no blog “mandando” eu comprar os ingressos. Comprei três na platéia superior ao preço de 70 pesos cada (algo em torno de R$ 52,00 por ingresso). Antes, tomamos precauções para não sermos confundidos com bambis. Eu comprei uma camiseta com o símbolo do Boca e com a famosa inscrição “La mitad más uno”, indicando que a torcida do Boca é formada pela “metade mais um” dos argentinos. Mais quatro, provavelmente, porque meus três acompanhantes também trataram de comprar camiseta, boné, etc.

Todo brasileiro acha que os argentinos costumam divertir-se linchando alguns torcedores por jogo, servindo-os depois em animadas parrillas. Temíamos que nosso sotaque nos denunciasse não apenas como brasileiros, mas como autênticos bambis potenciais candidatos ao fogo (bambi significa torcedor do São Paulo FC). Queríamos ser identificados como xeneizes e fomos para a lendária Bombonera.

O estádio com formato de caixa de bombons tem uma curiosa história. Nos anos 30, o Boca Juniors quis ampliá-lo, mas desejava mantê-lo no mesmo local. Pediu à prefeitura um espaço maior, porém só obtiveram negativas. Havia trilhos de trens circundando as paredes do estádio – aliás, circundam até hoje – e a Ferrocarril Buenos Aires não aceitava desviar a rota. Depois de muita discussão, um arquiteto que esqueci o nome, apareceu com a solução: crescer para cima. No Museu do Boca, há desenhos de cortes laterais das arquibancadas. O que se vê são arquibancadas notavelmente íngremes, uma sobre a outra, formando três andares altíssimos. A analogia que posso fazer é a de que a disposição de tais arquibancadas parece uma basculante semi aberta. Das arquibancadas inferiores – plateias baixa e média – não se vê o céu, vê-se apenas o campo e na platéia alta, atrás do gol, onde estávamos, temos que levantar e olhar para baixo se quisermos ver uma cobrança de escanteio batida em nosso lado. A bandeira de escanteio está quase sob nossa arquibancada, só isso. É muito alto, não há elevadores e mesmo eu, acostumado com escadas, cheguei cansado lá em cima.

Quando se entra, vê-se que as plateias formam uma ferradura, completada por um edifício que a tapa. O edifício, uns vinte metros mais baixo que a ferradura, é onde ficam os camarotes e Diego Maradona, quando vai ver seu time. É um estádio antigo, velho, gasto, quase tacanho não fosse sua enorme altura. Não há local para os jogadores fazerem aquecimento; acaba o campo e já temos as paredes da caixa de bombons. Ou seja, é uma autêntica arena, tal como o Coliseu de Roma e sua irmã menor, mais bela e ainda em funcionamento pleno: a Arena de Verona. Eu e a Claudia fizemos um teste em Verona: ela desceu até o meio da arena – hoje palco de muitas óperas – enquanto eu permanecia lá cima, na última arquibancada. Ela falou baixo, mas eu a ouvi; ou seja, a Arena de Verona, ao lado da Piazza Bra, na cidade tão amada por mim, por ela e pelo Ubiratan Leal do Balípodo e da Trivela, tem incrível acústica.

Quando o jogo começou, houve momentos de silêncio da torcida e o Dario me disse uma coisa meio maluca, que pude comprovar logo depois: ouvíamos os gritos dos jogadores! Sim, todos os “Porra”, “Vai”, “Chuta” dos brasileiros e, de repente, um berro do goleiro do Boca (“Leandro!!!”), chamando seu companheiro, o número 10 Gracián. Quando a torcida grita, a amplificação do som é algo impressionante, mesmo considerando-se que o estadinho recebia só 20 mil pessoas aquela noite; é algo atemorizante, muito alto e que, pior, ecoa.

Ah, outra coisa inacreditável: o estádio não treme como os nossos, ele balança mesmo. O balanço é sentido nas pernas, no pescoço – temos que impedir que a cabeça caia, certo? – e é visualizado claramente. Pensei que minha cadeira balançasse por obra de algum “hincha de Boca” nervoso em nossa fila, mas não. Olhamos para a frente e observamos que toda a arquibancada balançava contra um gramado parado. Não sei como La Bombonera está em pé, mas está e… balança como se fosse articulada. O Dario sentiu-se tonto e eu pensei que, se os argentinos estavam tranquilos, não seria adequado sair correndo histericamente.

Todo o nosso receio quanto ao comportamento da torcida foi infundado. Lá fora, bom número de policiais; dentro do estádio, bom comportamento e nenhuma provocação aos brasileiros que torciam contra o São Paulo e que gritavam e faziam suas piadas em português. Sei que os barras bravas têm que ser evitados, mas só os vi dentro do estádio, em seus lugares, atrás das duas goleiras, assistindo o jogo em pé (ali não há arquibancadas ou cadeiras). A surpresa é que a torcida do Boca faz menos cantoria e grita menos que a colorada e que seus barras se mexem menos do que a Alma Castelhana do Grêmio. Prova de que não os copiamos, apenas achamos que os copiamos. Todos assistem ao jogo parados, inclusive a barra. O resto é lenda trazida por brasileiros exagerados. O que eles não fazem em hipótese alguma é vaiar seu time. A tranquilidade na torcida era como a de qualquer partida realizada no Brasil quando há torcedores de apenas um time. Mas quando gritam é aquilo…

Talvez o jogo tenha sido fácil demais e por isso estavam tão quietos, mas não sei não.

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Candidatura de José Serra vai nos fazer morrer de rir

O Terra Magazine também se diverte. É uma continuidade deste post.

PM: Policial à paisana que socorreu colega estava “passando”
Carolina Oms
Especial para Terra Magazine

A Polícia Militar de São Paulo mudou de versão nesta segunda e disse a Terra Magazine que o policial militar à paisana que socorreu sua colega ferida em manifestação dos professores da rede pública estadual, em São Paulo, “estava passando por lá”.

A informação, fornecida depois que Terra Magazine enviou à assessoria da PM um email solicitando esclarecimentos sobre a identidade e função do policial à paisana, contraria posicionamento anterior, de que o PM não-identificado “era um dos policiais da região, que estavam empenhados na operação”.

A assessoria da PM justificou a falta de informações de duas maneiras:

– Não vamos dar mais informações sobre o policial porque ele mesmo não quer ser identificado.

E, diante dos questionamentos sobre a barba do PM, incomum em policiais militares, exceto os do Serviço Reservado, limitou-se a declarar:

– O comandante falou que era pra gente informar só isso, mesmo.

Na última sexta, 26, professores da rede estadual paulista entraram em confronto com a polícia durante uma manifestação realizada nos arredores do Palácio Bandeirantes, sede do governo paulista. De acordo com a PM, os manifestantes teriam jogado pedras contra a PM, que revidou com a Tropa de Choque.

Uma PM foi ferida por uma paulada no rosto – segundo nota oficial da Polícia Militar publicada dia 29 -, durante manifestação dos professores em São Paulo e foi socorrida por um policial militar à paisana. A informação é da mesma nota oficial da PM.

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Os jogos de domingo

Haverá disputa, e disputa sensacional, entre Fluminense, Botafogo, Coritiba e o vegetativo Santo André. Haverá outra decisão entre São Paulo, Palmeiras e Cruzeiro pelas últimas vagas na Libertadores. Mas acredito que não haverá disputa pelo título.

Eu nasci e vivo no Rio Grande do Sul. Gremistas e colorados vivem na mesma sociedade, são semelhantes étnica e religiosamente e acho que posso me colocar na pele dos gremistas com naturalidade. Basta inverter a situação e imaginar como eu reagiria. Eu nunca, mas nunca mesmo, desejaria ver o Grêmio campeão brasileiro. Então, por que o auxiliaria? É claro que eu torceria e aconselharia os jogadores e o clube a perderem o jogo de domingo logo nos primeiros minutos, para não deixar dúvidas nem esperanças ao outro lado. Porém, há outros clubes envolvidos e nem Souza nem a direção do Grêmio tiveram inteligência para notar onde estavam se metendo ao declararem abertamente que entregariam o jogo.

O jogador Souza, o qual não costuma primar pela reflexão, saiu de campo prometendo vingança ao Inter: entregariam o jogo pois o Inter fizera o mesmo no ano passado. Como colorado, admito que desejava que o São Paulo nos vencesse de forma a ultrapassar o Grêmio na liderança. Só que o Inter, muito mais malandro e marqueteiro, tratou de justificar a utilização do time reserva naquele jogo em São Paulo. Ah, temos jogo contra o Boca quarta-feira em Buenos Aires; ah, o temos que poupar nossos atletas porque só nos resta a Sul Americana; ah, pobres de nós que não temos mais chance de Libertadores e vamos lutar por um título de consolação, de segunda linha — afirmação que mudou logo após a conquista: ah, conquistamos um título INÉDITO para o Brasil, agora somos (nós, o Inter) campeões de TUDO.

Então, meus amigos, o jogo do Maracanã será uma farsa como foi São Paulo x Inter em 2008. O absurdo desse jogo foi o fato do Grêmio ter limpado a área dizendo que ia entregar MESMO. É claro que, durante a semana, sob protestos de Inter, São Paulo e Palmeiras, teve de recuar. Agora as vozes do Olímpico prometem luta, honra, dedicação, seriedade e… time reserva, provavelmente. Pois a forma politicamente correta de entregar um jogo é escalando um time fraco, mandando-o vencer o jogo. O que a tola direção gremista não pensou é que esta partida será transmitida para o mundo inteiro como a Decisão do Brasileiro de 2009 e que há uma grana grossa envolvida. Os donos dos direitos de transmissão querem vender o campeonato como um bom produto, como uma disputa séria e hasta la muerte, não como uma farsa. Me desculpem os amigos gremistas, mas que diretoria imbecil vocês têm.

A declaração lapidar (literalmente) sobre a situação foi dada pelo jogador Giuliano, 19 anos, do Internacional:

Se não perderem para o Flamengo, os jogadores ficarão marcados pela própria torcida. Se forem mal, serão lembrados por terem entregado a partida. Ficarão em situação ruim de qualquer jeito.

Óbvio, uma ação que teria de ser feita justificando a ausência de cada jogador — estes dois se machucaram durante os treinamentos, aquele perdeu a avó, o outro já tinha uma dispensa prometida previamente — foi feita à vista de todos. E digamos que o Brasil tenha certa dificuldade em compreender ou admitir nossa rivalidade sem tréguas. Um argentino, torcedor de Boca ou River, entenderia facilmente. A gente prefere mil vezes ver nosso time perder a imaginar o outro feliz. Somos irracionais? Mas é claro! Qual foi o idiota que disse que NÃO SOMOS IRRACIONAIS?

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Mengo, campeão de 2009

Conforme, já tínhamos anunciado, o Flamengo é o campeão de 2009 e o Inter chegou a seu máximo: a classificação para a Libertadores. Imitaremos a imprensa, ignorando o que erramos em nossas previsões. Não encham o saco, acertamos o que interessa!

Se as malas brancas realmente existem, o Goiás foi o maior beneficiário. Recebeu do São Paulo para empatar com o Flamengo e deste para vencer aquele. Tal vitória decidiu o campeonato, pois colocou o time do Rio de Janeiro na liderança e o Flamengo, na última rodada, enfrentará o Grêmio, o qual já anunciou que dará férias a seus principais jogadores. Não sei se eles terão a coragem de fazê-lo, mas eu espero que façam. Gostaria que o Flamengo fizesse 8 x 1, que é como os Campeonatos Gaúchos terminam.

Motivos? Ora, em primeiro lugar, porque seu mais qualificado adversário, o Inter, não mereceu ganhar. Ontem, Mário Sérgio jogou todo o primeiro tempo com Guiñazú na lateral e Kléber no meio de campo; no intervalo, recolocou-os em seus lugares. Que mexida! D`Alessandro foi o de sempre, ou seja, nunca se sabe se estará num bom dia ou não. Não serve. O Inter tem um problema. Foi substituído por aquele que seria seu salvador, o eterno reserva Andrezinho. Na semana passada, falei com um alemão: ele disse que nos seus 2 anos de Wolfsburg, D`Alessandro alternava uma partida espetacular com outra mais ou menos e três ruins. Que coincidência! E o árbitro, que não viu o pênalti mais claro do ano, como nosso goleiro empurrando o terrível Vandinho após este ter-lhe dado um chapéu. Foi lance dos mais engraçados: o cracaço do Sport estava entrando com bola e tudo e Lauro empurrou-o em direção à linha de fundo, num dos lances mais patéticos e bem realizados do Enganão 2009.

Em segundo lugar, porque tais confusões tornam o Flamengo é o melhor time do Chinelão 2009 e, em terceiro lugar, porque a atitude do Grêmio atrairá o ódio de dois times times bastante influentes — São Paulo e Palmeiras serão igualmente prejudicados — e de todo o país menos os corintianos e os flamenguistas, que os desprezarão. E tudo isso… de graça.

Por quê? Ora, o Grêmio ganhou apenas uma partida fora de casa campeonato. E foi do Náutico, seu velho freguês, agora em versão rebaixada para a Série B. Por que ganharia do Flamengo, que é muito mais time? Por que empataria no Maracanã, sem Tcheco e se seus jogadores não podem ver a torcida adversária? Suas chances seriam mínimas, porém, em vez de fazer isso com o habitual pudor, o Grêmio resolveu anunciar a futura derrota, antecipando o nome do campeão. A torcida adorou, a diretoria achou engraçado. O presidente disse que “Ninguém vai escalar o time do Grêmio”. Como se fizesse diferença…

Sim, sou colorado, mas sei que o Entregão 2009 já tem vencedor. Eu espero que o Grêmio entre na história como o time que deu férias a seus jogadores na rodada final de um Brasileiro, mesmo jogando contra um player. Sempre aparecerá alguém para lembrar disso. É óbvio que sei que o campeonato foi decidido em 38 rodadas e que a rodada final vale os mesmos pontos de qualquer uma das rodadas anteriores. Só que este anúncio inédito fala tão mal de uma instituição que, como colorado, acho que fica bem ao Grêmio. Além disso, sou daqueles que se divertem quando vejo algo grande agindo de forma tola. O Grêmio insiste quer ser protagonista de alguma coisa, nem que seja de um absurdo. Penso que suas participações opacas já estejam irritando seus dirigentes e torcida.

Já o Juventude voltou para onde a Parmalat nunca deveria tê-lo tirado. Que lá fique em definitivo. Espero que o nome do próximo participante gaúcho da Série B atenda pelo nome de Brasil de Pelotas. É o time da maior torcida e o mais importante do interior. Mas há muito a fazer, ainda mais depois de 2009, o pior ano de sua história.

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Tudo decidido

Milton Ribeiro traz de volta seu amor, desata macumbaria, doenças mandadas e da carne. Traz seu emprego de volta — assim como o desejo — , cura doenças e faz com que ela chame seu nome durante o orgasmo com outro homem. Faz tudo ao contrário e vice-versa se você for mulher. Por isso, sei que o Campeonato Brasileiro de 2009 está decidido: o Flamengo é o campeão, o Cruzeiro surpreenderá ao não entrar no bolo, o Avaí dará o ar de sua graça na Libertadores e Palmeiras e Atlético-MG seguirão os ridículos de sempre. Na Hora H, seguindo o determinismo atávico que os rege, abrirão as pernas.

Vejo o Parmera como 7º colocado do Brasileirão 2009. O Palmeiras parece tudo, menos um time italiano. Os times italianos tomam poucos gols, têm esquema tático rígido, marcam e batem muito. O Palmeiras só ficou com o histrionismo. Primeiro, perderá para o Grêmio no Olímpico; depois, em jogo de peculiar melancolia, empatará com o Atlético-MG e verá seu ocaso no Engenhão em novo empate.

O 6º colocado ainda conquistará 5 pontos. Isso só servirá para gáudio de sua imensa torcida e para Sexy Hot dizer que as circunstâncias não favoreceram a seu time. Não ignoramos: as circunstâncias só estão a favor do Atlético-MG quando, concomitantes, os búzios dormem, os morcegos voam nas praias e Douglas Ceconello fica só no suco de laranja. Nestas — e só nestas — circunstâncias coisas boas acontecem. Num desses raros dias, vimos um goleiro com uma chupeta na boca buscar ao mesmo tempo duas bolas dentro de seu gol e aquilo valeu por dois.

O 5º colocado será o Cruzeiro, que conquistará 6 pontos, o que fará Sexy Hot reclamar que número de vitórias é critério de jirico. Depois, consolar-se-á ao ver que o Avaí ultrapassou também os azuis em seu sprint final. Adilson Batista, sonhando com os R$ 230.000,00 mensais que o Grêmio lhe ofereceu, será o grande vilão cruzeirense. Nos jogos finais, abandonarão aquela bichice degradê que utilizaram sábado passado. Credo, que lixo! (Ler a frase anterior com entonação guei.)

O 4º colocado fará com que a manezada enlouqueça e o valor de Silas suba às alturas. Três vitórias nas últimas três rodadas! O Olé fará muitas piadas com o nome do clube, mas ele irá longe na Libertadores. Jogará um jogo das semifinais e outro das finais no Beira-Rio. Haverá uma invasão de manés que, enfim, conhecerão Porto Alegre. Vão achar ridícula.

Por falar em lixo, o 3º colocado será a prova de que é importante reciclá-lo sempre. Marquinhos será vendido, assim como Sandro, D`Alessandro e Alecsandro. Luxemburgo atuará como empresário e o time será eliminado na primeira fase da Libertadores.

O São Paulo — o verdadeiro clube italiano daquele estado, pois tem boa defesa e futebol chatíssimo — tomará apenas mais um gol neste ano, mas este, de Lúcio Flávio, será fatal. Fará a semifinal da Libertadores contra o Avaí. Será goleado em Porto Alegre. Rogério Ceni culpará a arbitragem.

O Flamengo vencerá o Brasileiro com um pé nas costas. Digo desde o primeiro semestre que é o time de melhor futebol no país. Tudo bem, me hostilizaram quando eu dizia que o Flamengo era um grande time sem ataque. Agora, ele tem Adriano e vocês vão ter de engoli-lo campeão.

A seguir, tudo o que os búzios me contaram, rodada a rodada. O vencedor de cada partida está em negrito.

Como está hoje:

1º São Paulo 62 pts -17 v – 14 g
2º Flamengo 60 pts – 17 v – 11 g
3º Palmeiras 59 pts – 16 v – 14 g
4º Internacional 56 pts – 16 v – 16g
5º Atlético-MG 56 pts – 16 v – 5 g
6º Cruzeiro 55 pts – 16 v – 1 g
7° Avaí 53 pts – 14 v – 10 g

36ª Rodada

Grêmio x Palmeiras
Atlético-PR x Cruzeiro
Botafogo x São Paulo
Flamengo x Goiás
Atlético-MG x Internacional
Santo André x Avaí

1º Flamengo 63 pts – 18 v – ? g
2º São Paulo 62 pts -17 v – ? g
3º Palmeiras 59 pts – 16 v – ? g
4º Internacional 57 pts – 16 v – 16 g
5º Atlético-MG 57 pts – 16 v – 5 g
6º Avaí 56 pts – 15 v – ? g
7º Cruzeiro 55 pts – 16 v – ? g

37ª Rodada

Corinthians x Flamengo
Palmeiras x Atlético-MG
Goiás x São Paulo
Sport x Internacional
Cruzeiro x Coritiba
Avaí x Santos

1º Flamengo 66 pts – 19 v – ? g
2º São Paulo 65 pts -18 v – ? g
3º Internacional 60 pts – 17 v – ? g
4º Palmeiras 60 pts – 16 v – ? g
5º Avaí 59 pts – 16 v – ? g
6º Cruzeiro 58 pts – 17 v – ? g
7º Atlético-MG 58 pts – 16 v – ? g

38ª Rodada

São Paulo x Sport
Santos x Cruzeiro
Internacional x Santo André
Flamengo x Grêmio
Atlético-MG x Corinthians
Botafogo x Palmeiras
Náutico x Avaí

1º Flamengo 69 pts – 20 v – ? g
2º São Paulo 68 pts -19 v – ? g
3º Internacional 63 pts – 18 v – ? g
4º Avaí 62 pts – 17 v -? g
5º Cruzeiro 61 pts – 19 v – ? g
6º Atlético-MG 61 pts – 17 v – ? g
7º Palmeiras 61 pts – 16 v – ? g

E assim terminará o Brasileiro de 2009.

Obs.: Se houver erros nas pontuações, é que as fiz apenas uma vez.

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O caso Geisy Arruda ou O Taliban da Uniban

Eu passei boa parte da manhã de hoje lendo a respeito do caso de Geisy Vila Nova Arruda, a moça que foi enxotada, quase linchada e agora expulsa da Uniban de São Bernardo do Campo. Geisy, de 20 anos, apareceu na universidade para assistir aulas do curso de Turismo vestida com um micro vestido rosa-choque, fato que provocou a ira da estudantada, que desejava vê-la fora dali. A moça teve de se retirar sob proteção, aos gritos de “puta, puta”. Nem tudo deve ser tão simples. Os estudantes a acusam de mostrar a bunda no corredor, de provocar, de atuar como prostituta fora das salas de aula, etc. E daí?

Bem, aqui, peço licença para utilizar minha experiência… Sabe-se que há moças atraentes de baixa classe média como Geisy — e também de quaisquer classes sociais — que reforçam seus orçamentos com atividades em casas noturnas. Algumas pagam não apenas seus provocantes vestidos com tais rendimentos, mas também as caras universidades particulares. Creio que isto não seja um fenômeno exclusivamente brasileiro, creio ainda menos que os estudantes da Uniban devam ter o direito de expulsar e linchar uma colega por causa de suas roupas e creio os estudantes da Uniban não desaprovem inteiramente as casas que oferecem sexo, assim como a Playboy, a dança da garrafa, as piadas bagaceiras ou as emissoras de televisão. Porém, se ela realmente os provocava mostrando-lhes o traseiro, a universidade deveria ter agido, pois acho que mostrar o traseiro é demasiado para nossa cultura que apenas permite que o traseiro seja visto “casualmente” ou em seus contornos.

Claro, nada é simples. Geisy parece ser uma dessas mulheres que querem desesperadamente aparecer; trata-se de uma candidata natural a um BBB, lutando contra sua origem pobre com as armas que têm (as quais nem são tão letais, pelo que vi). Ou seja, a sociedade chocou-se contra a expressão paroxística daquilo que promove: a escalada social de pessoas de pouco preparadas através da beleza, a sexualização de tudo, a hiperexposição, coisas que são suportadas diariamente. A história natural de Geisy seria ou arranjar um emergente rico que gostasse de seu jeitinho ou as casas noturnas ou o BBB ou a Playboy ou a depressão por não ser bonita o suficiente para nenhuma das opções anteriores. Talvez desconfiada da última opção, estudava. Ora, tudo está no direito dela!

O que é inaceitável é a atitude da diretoria da Uniban ao expulsar a moça da universidade pelos conflitos que criou. Ora, meus caros, quem criou o conflito foi a própria diretoria ao omitir-se quando do aparecimento da estudante e das reações que sua presença provocava. Não acredito que Geisy mostrasse o traseiro se não houvesse filas para vê-la… Todos nós sabemos que o anonimato da multidão faz com que cada um de seus membros masculinos fiquem não apenas eretos, mas que sufoquem seus respectivos superegos. Ela não era uma santa e devia ir vestida daquele modo com a finalidade de produzir o efeito que efetivamente alcançava. Neste momento, quando a confusão começou, é que a diretoria da Uniban deveria ter intervindo. A universidade tornou-se uma extensão da casa noturna, o que é um evidente equívoco de Geisy, dos alunos e da universidade. Ora, os estudantes se sentiram atraídos por aquelas formas do mesmo modo que os neonazistas sentem-se atraídos pelo homossexuais. E como Geisy provavelmente ultrapassou o socialmente aceitável, como suas colegas presumivelmente se sentiram agredidas, a consequência natural foi a passagem para a violência. Culpa de quem? Ora, culpa de quem não controla minimamente seus corredores e que, agora, pensa resolver o problema com a simples expulsão.

Não, meus caros diretores! Isto não é solução. No momento em que vocês criaram a situação, vocês, uma universidade (qualquer universidade deveria estar na ponta-de-lança da tolerância e da democracia), teriam que abraçar, tratar civilizadamente e conversar com Geisy, acalmar a turba e torcer nas internas, mas bem nas internas, que ela seja logo recrutada pela Record e desapareça — fato que, garanto-lhes!, vai ocorrer. Porém a Uniban é tola, mas tão tola, que conseguiu obter foi a ira da sociedade, das feministas e das maiores vítimas da violência e intolerância sexual, os gays. Esses moços, pobres moços, não são nada espertos.

Royalties para ele.

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Fiasco futebolístico familiar com final feliz (5F)

OK, hoje Inter x Corinthians fazem somente uma decisão de Copa do Brasil, não é uma Libertadores; mesmo assim, aguardo histórias como as geradas por aquele Inter x São Paulo de 2006. Às vezes, acho que somos uma família fadada ao fiasco (3F). Algumas histórias daquela última noite de grande decisão no Beira-Rio, o memorável 16 de agosto de 2006:

1

Eu e Bernando (juntos, chegaremos aos 1000 jogos!) no finalzinho do jogo.

— Dado, quantos minutos?

Ele consulta o relógio.

— 42.

Depois de meia hora e de uns duzentos ataques do São Paulo, pergunto novamente:

— Dado, quantos minutos?

Ele consulta o relógio.

— 43.

— Não pode, merda! Tu não sabe nem controlar o tempo, bosta!

(Existe um “tempo emocional”? É uma maneira de prolongar a existência, não?)

2

Meu sobrinho Filipe — na época um adulto de 22 anos — não suporta a tensão e resolve “ver” o final da partida fechado no banheiro. Entra no malcheiroso recinto com o rádio a todo volume. Como consequência, vê saírem das privadas e de todos os cantos pessoas gritando para ele desligar aquela porcaria. O banheiro estava lotado.

— Aqui ninguém ouve rádio, caralho! Se quiser ficar com a gente, desliga!

Filipe desligou. Todos ouviam o som do estádio, esperando os gritos da comemoração do título. Sim, é uma espécie de seita da qual ignoramos a existência. Enquanto isso, aspiravam à América e a inolvidável fragrância de um banheiro masculino de estádio de futebol.

3

Durante a madrugada, eu fui para casa dormir, claro. Enquanto isso, Filipe, Bernardo e o amigo Guilherme iam na casas dos gremistas mais nojentos que conheciam. Na frente de cada uma delas, gritavam como loucos, soltavam foguetes, buzinavam, sopravam cornetas e eram ameaçados pelas famílias e vizinhos. Então, partiam para a próxima. Fizeram isso ao longo de toda a noite.

4

Claudia, minha mulher, é gremista e estava trabalhando em São Paulo naqueles dias. Dormia no hotel quando ouviu o foguetório na cidade. Abriu os olhos, levantou-se e foi à janela do quarto. Como estava no 12º andar, teve o que pensou ser uma bela visão dos são-paulinos comemorando a vitória. Ligou a TV para curtir a tragédia colorada. Só viu colorados comemorando. Aqueles, os que soltavam foguetes e buzinavam por São Paulo, eram corintianos, palmeirenses, santistas e todo o resto. Ela reclama até hoje.

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O poder dos extremos


Ronaldo: “Hoje posso ir tranquilo pra balada”

Desde sempre digo que os jogadores que mais admiro e os mais importantes do futebol são o goleiro e o centroavante. Ali, a coisa se decide. Se o miolo do Inter foi melhor, este foi morto pelos jogadores que iniciam e terminam o Corínthians. De um lado, o goleiro Felipe; de outro, Ronaldo Fenômeno. Eles tiveram poucas mas decisivas participações. Enquanto Taison perdia gols, Ronaldo, aproveitava uma de suas duas chances. Do outro lado, Felipe fez imensa defesa na falta batida por Andrezinho e salvou a bola de Taison, que resolveu chutar bem no canto que o goleiro cobria, sem ver que este deixara o lado direito aberto.

Será muito difícil reverter a situação aqui no Beira-Rio. Estarei lá sofrendo e me irritando. Do outro lado está nosso velho conhecido Mano Meneses: prevejo um jogo truncado, enrolado — o Corínthians sabe que, se fizer um gol, o Inter terá de responder com quatro. Foi um péssimo resultado que só poderá ser dobrado com uma atuação heróica, daquelas que depois serão vendidas em DVD. É altamente improvável. Se fosse corintiano, convidaria os amigos para verem o jogo e compraria bastante cerveja, pois a coisa está fácil.

De bom, tivemos o triste consolo de uma atuação digna, até ofensiva.

(Será que algum empresário bondoso não arruma um negócio para Alecsandro, Leandrão e Danilo Silva? E se o Napoli levar Nilmar, ficamos com o primeiro citado? Não quero nem pensar na possibilidade…)


Barbie mostra sua face mais terrível

Já a sorte sorriu ao Grêmio. Pegou o inexistente Caracas, empatou os dois jogos e classificou-se no regulamento pelo gol que marcou fora. Observo a Libertadores e, olha, são todos japoneses. Minha esperança é o Estudiantes de La Plata. É um time corajoso que possui o melhor jogador em ação no campeonato. É um velho meio-campista, outros terão de fazer os gols e as defesas por ele, mas é a única gema no mar de claras de uma Libertadores anormalmente fácil.

(Não digo isto para irritar os gremistas. Já houve outras Libertadores até mais fáceis. Aquela que o Once Caldas venceu parecia uma brincadeira).

Gostaria de ver um São Paulo x Cruzeiro de bom nível, mas será difícil. O São Paulo aposta nos seus grandalhões e o Cruzeiro num toque de bola previsível e que me causa sono. Acho que em La Plata o Defensor morrerá sem grandes dramas. A conferir.

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A privada metafórica e seus efeitos colaterais

Às vezes, uma voz feminina me sussurra ao ouvido: “ Faltam seis jogos para o Inter ser campeão da Copa do Brasil. Acho que vai dessa vez”. Mas logo vem outra voz, agora masculina, e responde: “ E sete para o Grêmio ser campeão da Libertadores”. Se eu pudesse ligar os dois fatos, fazendo um consequência do outro, se pudesse assinar um contrato garantindo as duas vitórias… Acho que não o assinaria.

Pois a Copa do Brasil é o meio, a Libertadores é o fim. A conquista de uma Libertadores é algo que marca e muda um clube e meu coloradismo seria cruelmente atacado com um terceiro título tricolor, enquanto que a Copa do Brasil, pfff… Acho que nem deveria dar vaga direto à Libertadores, mas aquela vaguinha que deve ser confirmada contra um sul-americano fraco. Então, já que rasgamos o contrato, separemos Grêmio e Inter. O Inter ganha a Copa do Brasil e o Grêmio perde a Libertadores. Brilhante! Mas quem fará o Grêmio perdê-la?

Ai, jisuis. Vamos combinar que o San Martín é uma piada. E o próximo adversário do Grêmio está entre Caracas e Cuenca. Vi todos jogarem. São zumbis. Todo o mundo sabe que o Grêmio já está nas semifinais e o que me desespera é que, antes das delas, o São Paulo brigará com o Cruzeiro, o Sport com o Palmeiras, o Boca com o Estudiantes; ou seja, o Grêmio chegará sem cansaço e luta para enfrentar apenas dois times. Como não creio que vá me matar, resta esperar que os melhores vençam.

O entusiasmo do São Paulo me parece o daquele cara que come a Scarlett Johansson e vê que a estagiária gorda e cheia de acne está a fim de “fazer amor”. Além do mais, o time do Morumbi só ganha em Porto Alegre quando traz o Atlético-PR (obrigado, Prestes). Contra o Grêmio, é galinha morta. O Cruzeiro é uma instituição bipolar e, de uma forma que deixaria muitos psiquiatras ruminativos, contratou Kléber, um centroavante com tantos desvios de comportamento que seria o pupilo ideal do Capitão Nascimento. O Boca Juniors tem fama e resultados, mas a formação atual se esforça, corre, berra, bate e sua um rio para parir algo como uma mosca, das pequenas. Sim, estou cagado.

Falam em mudar os cruzamentos. Ah, eu quero, mas não tirem o Cruzeiro do caminho!

A vida do Inter é parecida com a do Grêmio. Enfrenta o Flamengo, depois, se passar, diverte-se com Ponte Preta ou Coritiba – babas dignas de um San Martín da vida — e pega o Vitória do Franciel (dois links) ou o Corínthians do Mano Menezes ou o Fluminense do Fred. Eu prefiro enfrentar o Corínthians. Seria muito mais “temático” ganhar um campeonato deles depois que quase roubamos o Brasileiro de 2005, comprado por eles. Eles se tornariam bi-vices da competição. O Vitória é o time do Carpeggiani, não gostaria de torcer contra ele que foi meu ídolo e o Flu seria também legal, pois seria bi-vice para o Inter. Também seria divertido.

Mas olha, estou preocupado é com quem ganhará do Grêmio. Se apostasse, vocês já sabem, cravaria Cruzeiro. Todo cagado.

P.S. importante: o jornalista Jones Lopes da Silva está escrevendo uma biografia de Escurinho. Quem tiver boas histórias e curiosidades que não as usuais, marque um papo com ele pelo e-mail [email protected]. Falei longamente com ele e o livro sairá bonito e bom.

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Ufa!

Enfim, a rodada perfeita. Estamos livres de ver o Grêmio campeão brasileiro. Apoiado no excelente trabalho de um técnico que é detestado pelos torcedores e envergonha a diretoria do clube — tanto que os dois candidatos à presidência evitaram o menor elogio ao técnico antes das eleições –, o Grêmio foi muito além do esperado pelo razoável. Teve resultados que só podem ser atribuídos ao Sobrenatural de Almeida: 2 x 1 no Botafogo, 1 x 0 no Santos, 1 x 0 no São Paulo, 1 x 0 no Ipatinga, 1 x 0 no Sport, 1 x 0 no Palmeiras e 2 x 0 no Coritiba. Foram 14 pontos ganhos com gols casuais. Todas estas vitórias, foram conseguidas através de gols contra, um gol em completo impedimento e muitas bolas que batiam em zagueiros, enganando os goleiros.

Claro que tudo isto é normal — até os erros de arbitragem são normais –, não houve corrupção nem roubo e não é proibido ter sorte, só que ela estava beneficiando sempre o mesmo time. Imaginem se o time fosse bom! Ontem, o Grêmio mereceu fazer o primeiro gol, mas é óbvio que ele só aconteceu quando um zagueiro do Vitória desviou a bola de seu goleiro. Quase enlouqueci. Para ficar maluco de vez, botei o Like Evil do Miles Davis a toda altura e ainda vi o Vitória perder dois gols incríveis e bem construídos no final do primeiro tempo. Desliguei o som e fui comprar um remédio na farmácia. Levei o rádio e ouvi o comentarista Wianey Carlet, o mais imbecil do Brasil, dizer que a vitória era merecida e que o Grêmio estava “encaminhando um importante triunfo”. Acho que ele não viu o final do primeiro tempo, algo muito promissor que só poderia ser impedido por quantidades colossais de sorte.

Ainda estava na rua quando o Vitória manteve a tendência do final do tempo inicial e, em 3 minutos, o jogo já estava empatado e logo depois já estava 4 x 1. Ufa!

Mas a rodada também teve uma vitória do maior adversário do tricolor gaúcho, o tricolor paulista e, para deixar tudo mais colorido, houve um raríssimo erro de arbitragem, pois foi contra o Flamengo, instituição sempre aquinhoada pelos homens de preto sempre temerosos de críticas. Parabéns a Carlos Simon, que nos deu a alegria de ver ontem à noite a inédita película “Eu, C. R. F., 113 Anos, Roubada, Drogada e Prostituída”.

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