Pras viúvas de Abel, de uma viúva de Coudet

É sempre bom lembrar que o Inter nunca ganhou absolutamente nada com o futebol reativo.

Nem Gauchão. Desde 2016 estamos jogando aquele futebol cagado de se defender, rezar por uma bola e recuar. Desculpem, mas gosto de futebol. Acho que a mudança de filosofia de jogo urge. Tem que ser propositivo e tem que ser projeto de clube. Agora não adianta, depois de começar, aceitar a intervenção do Carvalho e voltar a “fechar a casinha e sair na boa”. Agora não adianta, depois de começar, lotear a base com os amigos empresários com o Cianorte e Cia, e depois reclamar que o time é uma merda há anos.

E fazer isto, mudar a proposta, como disse o Medina em 2000, demora uns 4, 5 anos. Só que alguém terá de fazer.

O treinador ideal para a transição era Coudet. Todo mundo viu o que aconteceu e a fritura que lhe fizeram os burros e a imprensa. Então, se o Ramirez sentiu a pressão — e sentiu — tem que ir para o Plano B, mas sem mudar a filosofia. Acho que o Ramirez é um mau técnico. Com aquele time, o resultado de ontem não chegou a surpreender chegou? O problema é como substituir o MAR. E mais, o problema é que temos que nos livrar de alguns caras. Afinal, o Inter está refém de jogadores que jamais ganharam um título. Dá para conceber que Lomba, Danilo, Dourado e até Uendel estão — ou estavam, no caso do Uendel — inscritos entre os líderes do grupo? E há ainda a pressão dos empresários que foram escanteados e dos jornalistas que, sabemos, tiveram sua mesada cortada e que farão tudo pra derrubar o modelo que está sendo implantado e resgatar seus pilas.

Eu acho fofo quando o pessoal cita os 9 jogos invictos para justificar que um “trabalho foi destruído”. Dos 9 jogos, dois foram bons (Palmeiras e São Paulo), os outros tiveram aquele abençoado gol cagado, sofrimento até o fim e oração pra manter o resultado. Parece até que aquilo era o Nirvana, mas bastou o Sport botar 3 zagueiros, a bola alta não entrar e o Inter sumir. Lembram? Bastou o Corinthians — sim, esse mesmo time lastimável que vemos hoje — se fechar para dar o título ao Flamengo. Mas parece que vivíamos muito bem no melhor dos mundos. Nossa, que falta de memória.

Se o MAR realmente seguir, tenho um conselho para ele TENTAR a voltar a jogar futebol: Daniel; Saravia, Lucas, Cuesta e Moisés; Johnny, Edenílson, Taison e Patrick; Galhardo e Yuri. No 4-1-3-2. Ah, e com Lindoso e Zé Delivery fora do banco para não corrermos o risco de eles entrarem. E um conselho para o João Patrício: tira o MAR se fizermos 0 ou 1 ponto contra Bahia e Atl-MG. Te arranja com o nome do escolhido, ganhas para isso. Não queremos um novo 2016.

Pô, considero que não vamos perder para o Vitória, né? Sou um otimista…

Bom dia, Miguel Ángel Ramírez (com os lances de Inter 0 x 0 Always Ready)

Bom dia, Miguel Ángel Ramírez (com os lances de Inter 0 x 0 Always Ready)
É, Taison, pensa que é mole? | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

Não sei é ele o cara certo para isso, mas a mudança que Miguel Ángel Ramírez está tentando implantar é necessária. Esta é apenas a MINHA opinião. Sim, sei, não é muita coisa.

Eu preferia ser mais jovem, só que realmente vim de outra época e não suporto ver meu time medroso, reativo, jogando por uma bola, como fazíamos desde Argel até Abel. Marcávamos um gol e corríamos para “fechar a casinha”, ganhando por diferença mínima ou deixando o adversário empatar ou virar ao chamá-lo para o nosso campo. E gosto de futebol, não somente de resultados.

MAR não me parece ser o cara para isso, mas está tentando. Não ganhamos o Brasileiro por vários pontos perdidos ao longo do campeonato, mas os mais claros foram aqueles não ganhos contra o Corinthians, quando vimos um time acostumado a se fechar sendo obrigado a atacar pela proposta de jogo do adversário. Lembram? Quase perdemos o jogo no primeiro tempo. E o que estávamos decidindo era uma taça que não vemos há 41 anos. Agora são 42.

O Corinthians não é muito melhor do que o Always Ready. Nem o Sport é.

O problema maior não é a intenção de Alessandro Barcellos de bancar a ruptura — acho que isto é correto –, mas sim a falta de dinheiro. Lomba e outras ruindades deveriam estar longe do Beira-Rio, só que não conseguimos contratar chegando aos outros clubes com o pires na mão. Também os jovens estão vindo MUITO mal formados. Peglow, Caio, Johnny, Roberto, Zé Gabriel e outros não respondem, deixando jogadores de postura duvidosa, como Edenílson, Dourado e Galhardo, surfando em suas titularidades.

O caminho será um longo e difícil e espero que Barcellos não recue. É claro que eu chamaria Bielsa ou Guardiola e contrataria um monte de caras bons, mas nego-me a pedir cabeças quando é impossível contratar e mesmo dispensar — pois dispensar também é caro.

Acho que o período que vem pela frente não nos levará à segunda divisão, só que, concordo, finalizar 20 vezes e perder 5 gols cara a cara num joguinho contra o Ready é para irritar mesmo. E quem toma na cabeça, no Brasil, é o técnico, não o Galhardo e outros.

Agora o Inter vai jogar só contra nordestinos: Sport (C), Vitória (F), Fortaleza (F), Vitória (C) e Bahia (F).

Se não aprender a jogar, talvez aprenda a votar.

Bom dia, Miguel Ángel Ramírez (com os melhores lances de Olímpia 0 x 1 Inter)

Bom dia, Miguel Ángel Ramírez (com os melhores lances de Olímpia 0 x 1 Inter)

O Inter voltou a jogar mal, mas venceu novamente o péssimo Olímpia, agora em Assunção. Foi 1 x 0 — golaço de Yuri — e agora pega o igualmente fraco Always Ready, em Porto Alegre, para terminar a fase de grupos em primeiro lugar. Será uma classificação sem brilho e com pouco futebol, uma classificação triste, apertada e entremeada por atuações ruins no Campeonato Gaúcho. O jogo contra os bolivianos será na próxima quarta-feira (26/05), às 19h. Antes disso, devemos perder o título gaúcho para o Grêmio, na Arena, às 16h deste domingo (23/05), contra um time que atua com 4 jogadores que farão 36 anos no segundo semestre, dois destes de quase 100 Kg, sendo que ambos não aguentam uma partida inteira e um deles brinca de fazer gols na gente. Ou seja, tudo indica um domingo medonho para nós, colorados.

Após perder um gol que não costuma errar, Yuri marcou um golaço em um chute difícil | Foto: Ricardo Duarte – SC Intarnacional

Como disse um amigo, o Inter é aquele pirralho de bairro que eventualmente bate num amiguinho aqui, noutro ali, mas que invariavelmente apanha do valentão do pedaço.

Iniciamos bem os dois tempos, mas, após 10 minutos, voltamos à lenga-lenga da lentidão. Taison ainda está desambientado e não faz a esperada diferença. Lucas Ribeiro dá mais segurança à defesa do que Zé Delivery e nem vou dizer que o gol nasceu em jogada de Moisés, complementada por ótimo passe de cabeça de… Marcos Guilherme. OK, hoje daremos uma folga a MG, porém não a Lindoso. Este entrou e logo cometeu uma falta que por milagre não deu o empate ao Olímpia. E, pô, Yuri, temos que parar com esse negócio de receber cartões bobos. Pra que tirar a camisa? Não sabe que dá amarelo?

Tarefa árdua | Foto: Ricardo Duarte – SC Internacional

A tarefa de Miguel Ángel Ramírez (MAR) é complicada: ele precisa mudar um modelo de jogo que existe no Inter há um bom tempo com o agravante de que o clube não tem condições financeiras de suprir as carências do grupo. Sim, prefiro meu time propondo o jogo ao esquema reativo de Odair-Abel. Mas gostava muito da rapidez do ataque do segundo filho de Adão e Eva, coisa que MAR não está obtendo. O time do MAR espera e espera que os espaços apareçam. Ainda bem que espera com a bola no pé, só que a lentidão do time irrita. Há duas formas de se abrir espaços, (1) com deslocamentos e bons passes para a frente e (2) à dribles, também para a frente. Parece que a segunda é proibida no Beira-Rio. As vitórias pessoais só ocorrem em jogadas de Yuri e, pasmem, de Moisés. É claro que o esquema geral é o de tocar a bola, mas e aquele drible oportuno?

E vamos ao Gre-Nal de domingo. Eu estou certo da derrota. Acho que a ESPN exagerou abaixo. Gigantesca foi a consequência.

O Estado das Coisas Coloradas

O Estado das Coisas Coloradas

Inter terá que jogar a vida no Paraguai, contra o Olímpia, na próxima quinta.

E que não reclamem de desgaste físico. Afinal, isto foi gerado pelo próprio time com seus fiascos na Bolívia e na Venezuela.

Ontem, o Olímpia venceu o Always Ready na “terrível altitude”. Fez gol nos acréscimos, pondo no ridículo a histeria colorada com as alturas.

Quem escala Marcos Guilherme e Zé Gabriel, quem brinca de vai não vai, que resolva agora.

Zé Gabriel treinando para entregar o jogo para Ferreirinha domingo | Foto: Ricardo Duarte / Internacional

Bom dia, Miguel Ángel (com os maravilhosos lances do delivery de ontem)

Bom dia, Miguel Ángel (com os maravilhosos lances do delivery de ontem)
O teimoso MAR | Foto: Ricardo Duarte

O Inter pegou disparado a chave mais fácil da Libertadores. Táchira, Always Ready e o atual Olimpia são times realmente muito fracos. Só que não estamos conseguindo nos destacar. Isto acontece em boa parte por culpa de Miguel Ángel Ramírez (MAR) que, não obstante as boas ideais táticas, insiste em escolher jogadores inferiores a seus reservas imediatos. E justo ontem Zé Gabriel abriu caminho para a virada dos venezuelanos no Táchira.

Zé Gabriel é uma escolha incompreensível desde Coudet. Dizem que ele sabe sair jogando, que tem bom passe, que é hábil. O que eu não entendo é porque ele dá tantas roscas, botes errados e erra tantos passes. O que ele fez ontem foi disparate técnico. O que ele fez foi algo para não vestir mais a camiseta do clube. Vejam abaixo como ele lança o jogador do Táchira para empatar um jogo que ganhávamos.

Para completar, seu reserva é Lucas Ribeiro, um zagueiro comprovadamente muito mais seguro do que Zé. Como entender?

Outra coisa incrível é a escalação de Marcos Guilherme, jogador cujo tratamento para depressão parece que tem que ser feito dentro de campo, sob os olhos da torcida. Que sorte que ele tem de estarmos com o estádio vazio! Já imaginaram a vaia que MG levaria cada vez que seu nome fosse anunciado? Bem, ele se mataria! Acho melhor mandar ele logo para um psiquiatra.

E há mais. O Inter perdeu o Brasileiro do ano passado por várias razões, mas o motivo mais claro foi aquele jogo contra o Sport. Muita gente lembra de Uendel falhando, mas esquece do segundo gol do Sport, quando Lomba abdicou de ir na bola porque achou que ela tinha saído pela linha de fundo. Se saiu ou não é coisa que um goleiro deve ignorar até que o juiz apite. Lomba ficou olhando e o Sport fez o segundo gol. Bem, ontem ele achou que a jogada estava resolvida mesmo com Edenílson erguendo os braços, demonstrando que a bola era dele. Lomba saiu trotando e, quando viu, o cara do Táchira já tinha passado e ele cometeu o pênalti. Edenílson também errou, mas o goleiro tem que vir rasgando.

Não, é muita cagada junta, seu MAR. Falta orientação e tesão.

Perdemos muitos gols mesmo jogando mal, estávamos levando a vitória contra um time ruim, mas as tuas escolhas nos mataram. Outra ruindade absurda é Moisés. Mal preparado fisicamente, morreu no segundo tempo, mas não tem reserva. Só se salvaram Cuesta, Galhardo e Taison. O resto…

Se tivesse torcida no estádio, é provável que tu, MAR, estivesse na marca do pênalti.

Abaixo, a virada surreal de ontem, conforme expressão da ESPN:

O terrível calendário do Inter nos próximos 30 dias

O terrível calendário do Inter nos próximos 30 dias

Um mês, quatro competições e nove jogos para o Inter:

11/05 – Táchira x Inter – Libertadores
16/05 – Inter x Grêmio – Ida da final do Gauchão
20/05 – Olimpia x Inter – Libertadores
23/05 – Grêmio x Inter – Volta da final do Gauchão
26/05 – Inter x Always Ready – Libertadores
30/05 – Inter x Sport Recife – Brasileirão
03/06 – Vitória x Inter – Ida da terceira fase da Copa do Brasil
06/06 – Fortaleza x Inter – Brasileirão
10/06 – Inter x Vitória – Volta da terceira fase da Copa do Brasil

Ser colorado

Tive que explicar para um carioca, o Guto Leite, o que é ser colorado. É incompreensível mesmo.

“Nós somos assim: quando estamos no auge, pensamos no futuro negro que nos aguarda. Quando afundamos, jamais vamos subir. Já os gremistas são uns bobos alegres, imortais e perfeitos. Quando estão mal, a culpa é dos juízes ou da federação. Quando são criticados, a imprensa é injusta e exagerada. Até hoje, nunca perderam uma partida. Estão invictos desde 1903, algo increíble. Nós perdemos todos os dias ao acordarmos. Aliás, vamos perder hoje para o Juventude e seremos eliminados do Gaúcho. Já estou deprimido.”

Guerrero fica

Guerrero fica

Depois de espernear e dizer em Nota que estava sendo desrespeitado, Guerrero decidiu ficar no Inter. Tudo porque a diretoria do clube resolver cobrar a clausula de rescisão de contrato, cujo valor estaria entre 12 e 24 milhões — não foi informado o valor exato.

Ele tem contrato por 8 meses, até o final do ano, e jamais receberia este dinheiro em outro clube no mesmo período. Porém, o mais importante é o recado aos empresários do meio futebolístico: acabou a história de jogador e empresário fazendo o que querem. Jogador sai por acordo das duas partes.

Se o treinador quer Guerrero, ele precisa pagar para sair, coisa que não sei se ocorreria nos tempos de Carvalho-Luigi-Píffero-MIG. Eram tempos bem mais fáceis para tirar dinheiro do clube. Seja para empresários, seja para influencers.

Gosto do fato do presidente Alessandro Barcellos estar efetivamente preocupado com as finanças e que endureça nestes casos de acusações infundadas. O contrato foi assinado, o clube quer que o cara fique, então ele fica. Ponto.

Se Guerrero fizer corpo mole, vai prejudicar sua carreira. Se começar a jogar mal aos 37 anos, quem o contratará em 2022?

Ele que dispute espaço com Yuri e Galhardo e siga bem na vida.

Bom dia, Miguel Ángel (com os lances de Inter 4 x 0 Táchira)

Bom dia, Miguel Ángel (com os lances de Inter 4 x 0 Táchira)
Cuesta mostra o caminho | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

O Inter goleou o Deportivo Táchira por 4 x 0 com gols de Victor Cuesta, Patrick, Thiago Galhardo e Yuri, em noite de bom futebol e palhaçadas.

Comecemos pelas palhaçadas. Galhardo comemorou o terceiro gol tirando a camisa para mostrar uma santa qualquer e recebeu merecido cartão amarelo. O mesmo ocorreu com Patrick no segundo gol. O moço colocou a máscara de um super-herói e recebeu outro cartão. Olho neles, seu Migué, pois o capitão Dourado não fede  nem cheira — como capitão. Um dia, esses caras recebem um segundo cartão e acabam expulsos por este tipo de bobagens com personagens imaginários.

Quanto ao bom futebol, dá para dizer que o trabalho de Ramírez começa a aparecer. O time acelerou os passes, Patrick começou a entender como deve jogar, Maurício apareceu bem e parece ser uma convicção do treinador.

O primeiro tempo foi muito bom. Dominamos e criamos situações que foram aproveitadas. Fizemos 3 x 0 e o pudemos jogar um segundo tempo mais relaxado. Se seguirmos assim contra o Juventude e o Olímpia ficará claro que o esquema está sendo absorvido. As triangulações pelas pontas funcionaram. Os lançamentos também, além de terem diminuído os passes inúteis para os lados.

A saída de bola com o goleiro é meio enervante, mas ontem vi vantagem em sair de trás com o campo mais aberto devido à marcação alta do adversário.

Como é mais gostoso falar mal do que bem em futebol, Marcos Guilherme voltou a jogar mal e torcemos por uma negociação em definitivo que o mande para a Coreia ou para a China. Já Carlos Palacios precisa de ajuda.

Houve vários impedimentos mal marcados, mas é maravilhoso um jogo sem VAR!

Voltamos a jogar pela Libertadores na quarta-feira da próxima semana (05/05). O adversário, no Beira-Rio, será o Olímpia, em partida marcada para as 21h. Antes disso, vamos a Caxias para nos enjoarmos com o Juventude às 16h de domingo (02/05), na abertura das semifinais do Picanhão.

Uma curta observação sobre burrices: a de Miguel Ángel Ramírez e a nossa

Uma curta observação sobre burrices: a de Miguel Ángel Ramírez e a nossa

Miguel Álgel Ramírez iniciou muito mal no Inter. Não é caso para demitir, claro, mas as estranhezas de ontem dão o que pensar. Ele vem com um time e, de repente, muda. Nos jogos dos titulares, Praxedes e Patrick estavam sempre presentes. Não eram nada espetaculares, mas jogavam sempre. No dia da estreia da Libertadores, eles somem. Como obter entrosamento? Não entendo. E o entregador Zé Gabriel em vez de Lucas Ribeiro? Thiago Galhardo no lugar de Yuri? Rodinei na lateral esquerda? Não são muitas bizarrices e aberrações para um só jogo, Miguel Ángel?

A não ser que ele pense que a Libertadores seja uma competição onde caibam testes.

E não me venham com Abel. Este perdeu o Brasileiro em casa para Sport e Corinthians. E foi desclassificado por Boca e America-MG também em casa.

Como se vê, a rejeição a Miguel Ángel é quase geral. Eu acho que nós somos uns burros. Nós e Miguel Ángel Ramírez. Nós — torcedores, comentaristas e jogadores — porque não entendemos o futebol moderno, flagrantemente superior. Ele porque não considera nosso atraso e não faz um gesto para adaptar -se. Tem que ir mais devagar. Se MAR tentar enfiar o jogo de posição de um dia pro outro, vai dançar.

Pois o principal erro é de orientação: implantar o tal “modelo posicional” fazendo tábula rasa do que havia. O time do Inter que foi vice tinha virtudes que deveriam ser observadas. Por exemplo, sabia fazer contra-ataque uma vez recuperada a bola, seja no campo de defesa ou por pressão. Agora, ficam ali na frente da área, trocando bola até perder ou dar um balão. E essa de botar jogadores piores no campo e melhores no banco deixa qualquer grupo de boleiros sem rumo. Tomara que melhore.

Bom dia, Miguel Ángel

Bom dia, Miguel Ángel

É muito ruim esse negócio de a gente só saber a escalação minutos antes da partida. Desse jeito, só podemos escrever a respeito após o resultado. Quando li no twitter que íamos com Maurício e Patrick nas pontas, logo pensei em lentidão e pouca criatividade. Nada contra os dois, são bons jogadores, mas tudo contra eles entrarem fora de suas posições. Miguel, eu vejo estes problemas no Inter:

1. Patrick na ponta. Quem viu grandes pontas jogarem, sabe que eles são ou rápidos ou habilidosos. Patrick não é nenhuma das duas coisas. Patrick é um excelente armador — fez um esplêndido 2020 — que deveria estar disputando posição com Edenílson e Praxedes. Ademais, fica ao lado da linha lateral e ali pela esquerda não tem nem bandeirinha para uma conversa. Ele fica sozinho, deprimido. Se eu tivesse acesso a ti, Miguel Ángel, te explicaria o significado de peladeiro. Patrick é um deles. E dos bons.

Patrick: em um relacionamento difícil com a linha lateral | Foto: Ricardo Duarte / SC Internacional

2. Maurício na ponta. O mesmo acima, sem o esplêndido 2020 e sendo menos peladeiro.

3. Saída de bola. Dou risada quando vejo Lomba sair no toque e, quando a bola chega no Cuesta, este dá um bago pra frente, entregando a bola pro adversário. Qual é o sentido disso? Se Cuesta sabe lançar, que acerte. Ah, tenho que te explicar também o que é bago pra frente!

4. Quem são os nossos pontas. Eles são Palacios, Caio Vidal e, com o perdão da palavra, Marcos Guilherme. Peglow?

5. O centroavante abandonado. Com os pontas jogando lá nas linhas laterais, com os meias não chegando e os laterais muito menos — Yuri ou Guerrero ficam sós. Coitados. O peruano tem 37 anos e não vai aguentar o tranco.

6. Lomba. Por favor, acho que chega de Lomba. Ele é mesmo o preferido do Pavan?

7. Rodinei. Não sou um crítico do cara, mas se ele ele vai embora, deixem o Heitor jogar para sabermos até onde ele pode ir. Já sabemos tudo sobre Rodinei. Ademais, o lugar é do Saravia.

8. Dourado. Suas declarações após o jogo não são as de um capitão. Ou ele faz uma autocrítica ou mudamos de capitão. Detalhe: acho que é excelente jogador. Penso que ele estava muito puto com a derrota. Sendo assim, não deveria ter falado.

9. Detalhes. O guri Praxedes não ter passado aquela bola para o Yuri… O gol que perdeu o Lucas Ribeiro… Perder gols assim em clássicos…

A homenagem que o Inter não conseguiu prestar a seu ex-ponta João Goulart

A homenagem que o Inter não conseguiu prestar a seu ex-ponta João Goulart

Na final do Campeonato Brasileiro de 1976, o Inter foi proibido de prestar homenagem a João Goulart, seu ex-jogador. Jango morreu em 6 de dezembro de 1976 e a final foi em 12 de dezembro.

João Goulart foi ponta esquerda do time juvenil, mas foi obrigado a parar em 1935 devido a uma lesão na perna esquerda.

Bom dia, Miguel Ángel (com os lances de Inter 2 x 0 Caxias)

Bom dia, Miguel Ángel (com os lances de Inter 2 x 0 Caxias)
Edenílson: ontem teve gol de craque | Foto Ricardo Duarte / SC Internacional

Miguel Ángel Ramírez está fazendo testes bem interessantes. Ontem, ficou claro que ele não está muito preocupado com o placar, que quer mais a assimilação dos novos conceitos. Por exemplo, ontem tirou Guerrero e colocou Galhardo e Maurício, nada de Yuri. (Maurício entrou muito bem). Miguel Ángel está seguindo um planejamento que não é claro para nós, mas que já pode ser auscultado.

O time mudou muito em pouco tempo. Agora jogamos com dois pontas bem abertos, os laterais avançam preferencialmente pelo meio, o time chega tocando bola com os jogadores muito próximos um do outro e com um ou dois afastados, todos pedem a bola e a recuperação da mesma é tentada onde ela foi perdida. Mais: a saída de bola é feita pelos dois zagueiros e mais o volante, mas quem sai para o ataque não é necessariamente o volante. Muitas vezes quem saiu foi Lucas ou Zé Gabriel. As viradas de jogo — fundamentais do esquema — também foram raras.

É o tal jogo de posição em que a posse de bola é fundamental.

Eu estou gostando, apesar de que criamos e chutamos muito pouco e nada, por exemplo, de fora da área. A falta dos chutes de longe pode ser justificada pela incrível retranca do Caxias. Nossos zagueiros iam até a intermediária adversária, demonstrando o absoluto encolhimento do pessoal da Serra. Não havia espaços, mas sou torcedor e sempre quero mais. E, insisto, criamos pouco.

É um início promissor que apresenta ainda muitos erros. Acho que se houver calma da torcida e pouca RBS vai dar certo.

Times de esquerda / Times de direita

Times de esquerda / Times de direita

Fazendo um resumo de algumas colunas do jornalista Rafael Reis, do Uol.

Times de esquerda:
— ST. PAULI (ALE)
— LIVORNO (ITA)
— LIVERPOOL (ING)
— BARCELONA (ESP)
— BORUSSIA DORTMUND (ALE)
— OLYMPIQUE DE MARSELHA (FRA)
— AEK ATENAS (GRE)
— RAYO VALLECANO (ESP)
— CELTIC (ESC)

Torcida do St. Pauli, da Alemanha, em dia de protesto em favor do movimento LGBTQ+

Times de direita:
— LAZIO (ITA)
— LEGIA VARSÓVIA (POL)
— REAL MADRID (ESP)
— ZENIT SÃO PETERSBURGO (RUS)
— BEITAR JERUSALÉM (ISR)
— PARTIZAN BELGRADO (SER)
— RANGERS (ESC)
— PARIS SAINT-GERMAIN (FRA)
— CHELSEA (ING)
— HANSA ROSTOCK (ALE)
— SCHALKE 04 (ALE)

Torcedores da Lazio fazem ato em homenagem a Mussolini, ex-ditador italiano

Da ignorância do próprio o ofício

É inadmissível que um jornalista que trabalhe com futebol diga não saber o que significa “jogo de posição”. Há pouca bibliografia futebolística no Brasil e é fácil conhecer as principais obras. Incrível que Pedro Ernesto desconheça coisas tão bem explicadas nos livros de Guardiola.

Em minha ingenuidade, achei que todos os jornalistas esportivos liam as matérias de seu ofício. Mas eles preferem a xenofobia.

VAR, cafezinho e profissionalização dos árbitros (por Alessandro Barcellos, presidente do Inter)

VAR, cafezinho e profissionalização dos árbitros (por Alessandro Barcellos, presidente do Inter)

A cena se tornou corriqueira nos corredores da Confederação Brasileira de Futebol: toda semana, rodada a rodada, presidentes de clubes largam seus afazeres para reclamar, em vão, da performance de árbitros no torneio mais importante do calendário nacional.

Para além do clubismo, o Sport Club Internacional entende que é hora de discutir profunda e seriamente como mudar este quadro que afasta torcedores e patrocinadores do futebol. Que coloca em xeque permanente a credibilidade de nossa maior paixão. Que dá asas a teorias conspiratórias. Que serve como cortina de fumaça para justificar erros técnicos e táticos de atletas e treinadores. E que pune, aleatoriamente, clubes que fazem um trabalho sério – e premia o jogo sujo dos bastidores.

Não, não se trata de choradeira após o dolorido desfecho que deixou a torcida colorada e, nós, dirigentes, com a sensação de que nos tiraram algo que nos pertencia. Trata-se de discutir até quando um esporte que, segundo a EY, movimenta R$ 52,9 bilhões por ano será decidido por árbitros que não têm dedicação exclusiva ao futebol.

Trata-se de levar a sério a paixão dos nossos consumidores. Ou fazemos isso ou o futebol irá por um caminho sem volta de esvaziamento, o que já se nota entre os mais jovens.

É incompreensível que a CBF, as federações e as agremiações não se movimentem fortemente no sentido de cuidar com zelo das equipes de arbitragem e tenhamos um quadro de profissionais que estude, treine e respire futebol 24 horas por dia.

Hoje, temos fuzileiros navais, dentistas, médicos legistas, vendedores, personal trainers e assistentes administrativos trabalhando em suas profissões em horário comercial e decidindo o destino e a alegria de milhões de torcedores como juízes.

Os dados estão à mesa. Não enxerga quem não quer. Nada menos que 16 dos 20 participantes da Série A de 2020 reclamaram formalmente do departamento comandado por Leonardo Gaciba. São incontáveis lances com falta de padronização de critérios, com falhas de interpretação, com intervenção clara e comprovadamente erradas nas decisões de campo.

O VAR, que foi vendido como panaceia para a arbitragem, virou instrumento para colocar ainda mais sombra sobre a credibilidade do nosso futebol.

Aqui não está em discussão apenas o pênalti claro contra o Corinthians, que tirou nosso tetracampeonato nacional, a falha grotesca na marcação de um pênalti fantasma para o Vasco – que nos rendeu a absurda suspensão de Cuesta – ou da intervenção externa que praticamente obrigou o juiz de campo a expulsar Rodinei contra o Flamengo.

Sem a camisa vermelha, meu propósito trabalhar incessantemente ao lado de outros presidentes de clubes e agir para garantir um espetáculo mais limpo.

A era do amadorismo acabou entre os jogadores há quase cem anos. Se a CBF não se mexer espontaneamente para mudar este cenário, os times precisam atuar em bloco no sentido de proteger a integridade do esporte. A mudança, está cada vez mais claro, terá de ser feita de fora para dentro, sem casuísmo.

Chega de cafezinho, coletivas irascíveis, desculpas esfarrapadas e notas oficiais. Chega de só reclamar quando há um erro contra seu time e de falar que faz parte do jogo quando se é beneficiado. É hora de os clubes arregaçarem as mangas, estudarem o que se faz lá fora, padronizarem critérios e trabalharem, juntos, para que o VAR nunca mais seja o craque do Brasileirão.

Alessandro Barcellos