Do medo do Alzheimer, de meu não-casamento com Tolstói

Do medo do Alzheimer, de meu não-casamento com Tolstói

Minha mãe teve a doença e sua possibilidade é algo que me assusta, como não? É terrível a convivência e a manutenção de uma pessoa assim. Não quero ser um peso para os outros e a Elena e meus filhos não merecem. Então, trato de exercitar o cérebro. Faço contas de cabeça, leio, busco coisas na memória a cada momento.

E ontem dormi ouvindo a Rádio da Universidade. Eu e meu pai tínhamos um jogo que durou da minha infância até sua morte. Toda a vez que ligavávamos na Rádio da UFRGS — especializada em música erudita –, tratávamos de identificar o mais rapidamente possível qual era a música que estava sendo executada. Isto podia acontecer várias vezes ao dia. Com isto, sou supertreinado em descobrir tudo o que ouço de clássico. Só que, lamentavelmente, hoje brinco sozinho, treinando contra o Alzheimer. Ontem à noite, começou a tocar uma obra complicada de adivinhar, mas eu, após, alguns minutos, pensei ter descoberto: era o Septeto de Franz Berwald. Quando terminou, aumentei o volume do rádio, mas ninguém disse nada. Logo entrou um concerto para violino. Fiquei puto, mas logo lembrei da greve e do direito e da boa razão dos trabalhadores. Então me atirei no meio dos discos e, depois de respirar muito pó, encontrei o Berwald e pus para tocar. Ufa, tinha acertado!

Os primeiros minutos depois de acordar são confusos para mim. Não sei em que dia estou nem o que tenho que fazer. Também a tristeza me invade com muita facilidade nestes momentos. Então, viro-me para o lado a fim de ganhar aquele “chorinho” de sono que me é certamente devido. Como complemento e para ganhar ainda mais tempo de consolo, abraço-me na Elena e a aceitação do abraço vai me arrancando da tristeza e dos pensamentos sobre a inutilidade de acordar e da vida. Mas hoje, virei-me, estendi o braço e nada. Tateei. Nada. Abri os olhos. Nada. Porra, mas o que houve? Querem me enlouquecer? Cadê a Elena? Revisei a memória pensando na chegada do alemão. Ela estava em casa ontem, não viajou. Ah, e está se recuperando de uma cirurgia! Será que teve uma crise de Tolstói e está numa estação da Trensurb? Saí da cama meio tonto atrás das alpargatas, abri a porta e lá estava ela, linda, dormindo na sala. Quando me aproximei, ouvi meu querido sotaque russo. Bom dia. Dormi às vinte para as seis e não quis te acordar. Vi toda a primeira temporada de Game of Thrones. Uma maratona. 

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Bom dia, Diego Aguirre

Bom dia, Diego Aguirre

Meu caro Aguirre, o Gre-Nal de ontem teve seu principal fato nas arquibancadas, não em campo. Foi bonito ver o vermelho e o azul misturados nas arquibancadas. Na saída do estádio, enquanto descia a rampa, surgiu um gremista levando um menino colorado nas costas. Recebeu aplausos. Imaginem só. O Latuff, que estava comigo, fotografou. Talvez tenhamos cura.

Foto: Carlos Latuff
Um gremista tranquilo entre colorados. Imagem impossível nos duzentos (ou mais) gre-nais anteriores | Foto: Carlos Latuff

A ideia colorada da torcida mista saiu aprovada com louvor. É incrível, mas os gremistas são seres humanos que pertencem à mesma sociedade que pertencemos. Vestem-se com aquele pijama horroroso, mas são como nós. Trabalho com vários, sou amigo de muitos e até o aumento das tarifas de energia será sentido por eles. Olha só que linda estava a torcida mista.

Foto: Carlos Latuff
A torcida mista | Foto: Carlos Latuff

Em campo, o Gre-Nal foi entre os reservas do Inter e os titulares do Grêmio. Jogo trancado, de pouca emoção. Nosso time reserva é um total desentrosamento, Aguirre. Isso só aumenta quanto jogadores que aspiram vaga no time titular tentam resolver tudo sozinhos, casos de Valdívia, Anderson e Vitinho. Nilmar esteve mal, mas há que considerar sua solidão entre os zagueiros tricolores.

Num time bagunçado, a gente mal consegue analisar as individualidades. Nico Freitas é um achado teu, Aguirre. O uruguaio joga demais e acabará empurrando algum Nilton ou um dos armadores para fora do time. Alisson Farias entrou muito bem. Géferson parece ser bem melhor do que o famigerado Alan Ruschel. Rodrigo Dourado é outro bom jogador e Luque aprontou algumas com sua velocidade.

Mas foi uma partida jogada por nossos reservas. Não dá para criar teses. O Gre-Nal serviu para um público de 30 mil pessoas ver que colorados e gremistas podem conviver civilizadamente mesmo num ambiente de disputa. O jogo em si será esquecido. A torcida mista e sua lição, não. Ao menos é o que espero.

Foto: Tales Venâncio
Imagem fófis da tarde: os sulvinteumenses Carlos Latuff, Milton Ribeiro, Igor Natusch, Caio Venâncio e Filipe Castilhos | Foto: Tales Venâncio

Paris, 26 de fevereiro de 2014: Morrendo de cansaço no Louvre

Paris, 26 de fevereiro de 2014: Morrendo de cansaço no Louvre

Amigos, uma das tantas coisas estúpidas que um ser humano pode cometer é a de sair do Museu d`Orsay e ir direto ao Louvre. As razões são várias. A primeira delas é o cansaço. A segunda é a de que o Louvre talvez demande mais de um dia de visitação. A terceira é que o Louvre é uma demasia. Há coisa demais lá, dá enjoo. Tem quadros pendurados por todo lado, alguns em locais de difícil apreciação. Às vezes, queria ver algo que estava quase no teto. Dói o pescoço. Para piorar, é lotado. Ou seja, é um Museu imenso, lotado de quadros e de pessoas. Então, meus amigos, vou-lhes dar a real. Precisa-se criar uma estrategia de abordagem ao Louvre.

Talvez minha opinião tenha escorrido para a Elena porque ela também sentiu invencível cansaço no momento em que chegou ao Museuzão. É óbvio que o acervo é maravilhoso, é óbvio que existem salas que criam em nós puro encantamento. Então, como disse, acho melhor planejar a visita. Como o bom turista compra aquele ingresso para todos os museus, este poderá entrar e sair quantas vezes quiser de qualquer um deles. Desta forma, sugiro fazer o que não fizemos. Num dia, duas horas de holandeses e tchau; outro dia para os egípcios e tchau, e assim por diante. Porque ficar muito tempo no Louvre não dá. E nós voltamos lá no dia seguinte, claro.

Não colocarei closes da Elena pois ela estava visivelmente cansada. O Louvre cansa! Na foto abaixo, ela olha um quadro.

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Paris, 26 de fevereiro de 2014: Museu d’Orsay e o Sono da Razão

Paris, 26 de fevereiro de 2014: Museu d’Orsay e o Sono da Razão

No dia 26 de fevereiro, há exato um ano, eu e a Elena acordamos atrasados — demoramos anos para sair do hotel — e extremamente bem-humorados. Tudo era motivo de piadas e digo-lhes, meus amigos, a Elena é extraordinária nisso. Tem uma acidez toda especial que não sei se é de origem soviética ou judaica… Já expliquei que o mapa do metrô de Paris não foi feito para daltônicos e, como eu era o condutor da viagem, acabei nos levando para fora de Paris em vez de nos levar para o Museu d`Orsay, para onde poderíamos ter ido a pé. Acabamos numa cidadezinha da periferia chamada Juvisy-sur-Orge, a 19 Km de Paris. O esquema do metrô tem cor-de-rosa, violeta, vários tons de verde, lilás, púrpura e outras cores sabidamente inexistentes para gente daltônica como eu. Voltamos a Paris e finalmente…

Milton Ribeiro e Elena Romanov 00

Chegamos ao melhor Museu de Paris, o Museu d`Orsay. Lá é proibido tirar fotos dos quadros. Respeitamos, é claro. As coleções do museu apresentam principalmente pinturas e esculturas da arte ocidental do período entre 1848 e 1914. Entre outras, estão presentes obras de Van Gogh, Monet, Degas e Redon  — segundo a Elena, os Renoir estão na Rússia. Situado na margem esquerda do Sena, o edifício era originalmente uma estação ferroviária, a Gare d`Orsay. Abaixo, uma foto geral que deixa clara a função original do prédio.

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Lá em cima, no caminho dos poucos Renoir do museu, tem o relógio da estação, através do qual pode-se ver Montmartre.

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E esta é uma foto tirada através do vidro do grande relógio. Abaixo, vê-se a margem direita e a Catedral de Montmartre ao fundo.

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A próxima foto continha uma mensagem cifrada para o Latuff, mas não lembro qual…

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Pierre-Auguste Renoir, Le Moulin de la Galette  Eu e Elena ficamos minutos e minutos parados observando esta maravilha. Mas foi muito pouco tempo. A lembrança do quadro ficará para sempre ligada a ela.

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Paris, 25 de fevereiro de 2014: Museu Rodin (II – parte interna) e primeira ida à Shakespeare & Company

Paris, 25 de fevereiro de 2014: Museu Rodin (II – parte interna) e primeira ida à Shakespeare & Company

Cabe uma explicação, creio. É que deixei pela metade o registro da viagem que eu e a Elena realizamos há quase um ano e havia certa pressão de uma de meus sete leitores para que eu terminasse a série. Como esta leitora é especialíssima, q u e r i d a como nenhuma outra, acho melhor atendê-la. E correndo!

Na última parte publicada, tínhamos visitado a parte externa, ao ar livre, do Museu Rodin de Paris. Agora, entramos na parte interna. Vamos lá?

Logo na entrada vemos a Jovem Mulher com o Chapéu Florido. Como se nota, é uma obra da juventude de Rodin, lá de 1865.

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Modernizando pero no mucho, temos Bellona, bronze de 1870.

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Pode ser frescura minha, mas achei tocante a figura de O órfão alsaciano (1871).

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A famosíssima O Beijo (1888-89).

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Por outro ângulo.

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Ainda outro ângulo.

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As fofoqueiras, obra de de 1897, de Camille Claudel.

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Festa de despedida do Bernardo

Festa de despedida do Bernardo

Um dia antes, a gente não sabia como ia ser nossa pequena festa de despedida do Bernardo, uma das tantas que ele teve nos últimos dias. Explico: após dois anos trabalhando brilhantemente como fotógrafo estagiário do Sul21 e de se arrastar numa Faculdade de Jornalismo — palavras e opiniões todas minhas — ele está indo para um um curso de Fotografia Documental em Berlim. OK, ele ainda tem que passar na entrevista e tudo, mas acho que vai ser aprovado. Se não for, o que o mundo dirá dos alemães? Mas eu dizia que não imaginávamos como seria a coisa. Então, novamente a Astrid e o Augusto abriram generosamente sua casa, ofereceram-nos um churrasco, eu levei uma população inútil de cervejas — pois o Augusto tem um exército de artesanais –, e a coisa toda aconteceu.

Esta festa aconteceu domingo, 15. Foi pequena para os padrões habituais: estavam lá os donos da casa, eu, Elena, Bernardo e Bárbara (com o namorado Vicente), os filhos da Elena Liza (com o namorado Santiago) e Nikolay e os do Augusto, Pedro e Arthur. Espero que os namorados não se importem por terem sido colocados entre parênteses (encarem, por favor, como estilo). Estava tão bom que aconteceu uma coisa inédita. Começamos o churrasco às 3 da tarde, bebemos, conversamos, conversamos, bebemos e acabamos comendo o carreteiro de Astrid, feito das sobras do almoço. Ficamos tanto tempo lá que duvido que nos convidem novamente.

Ontem, o Bernardo veio aqui em casa para se despedir. Eu pedi para não ir ao aeroporto e ele concordou na hora. Eu sou um chorão; ele me sugeriu que também é. Imaginem, nos últimos dois anos vi-o diariamente na Redação e, além disso, não sei quando o verei novamente. Há fiascos desnecessários.

Abaixo, as fotos do super-churrasco.

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Nikolay, Elena, Liza e Santiago em foto nada pousada. Eles andam assim na rua.

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Bárbara, Bernardo e eu. Minha cara de besta se justifica pelo Festival de Cervejas Artesanais. Notem a camiseta retrô do Benfica anos 60 que Bernardo veste e meu Valderrama by Impedimento.

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Bárbara, Bernardo e Vicente. Vicente encarna um bolchevique qualquer. Terá sua imagem retirada das próximas horas por ordem do Partido.

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Os olhares perdidos de Nikolay e Elena.

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O olhar perdido de Santiago.

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Quem olha a foto pensa que eles estão esperando mais comida. Engano, este é um registro daquela burrice pós-prandial — obrigado, Iracema! — que ocorre a todo ser humano que acaba de engolir um boi.

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O setor intelectual-amoroso do encontro com Bernardo, Augusto, Vicente e Bárbara..

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O último dia: 12h em Florianópolis

O último dia: 12h em Florianópolis

A vida não é mole e, sem amigos, amor e cultura, a coisa não vai mesmo.

Pulo o penúltimo dia — um dia chuvoso em Bombinhas e ao qual devo voltar logo depois num resumão das férias — para ir ao frutífero e mais prazeroso dia final. Tínhamos 12h em Florianópolis e desejávamos fazê-las as melhores. Para conseguirmos, pedimos sugestões a um facefriend da Elena que mora na cidade: o médico, pianista e ciclista gaúcho Henrique Bente. Pedi amizade a ele a fim de conversarmos os três juntos no bate-papo e qual não foi minha surpresa ao saber que ele era um dos sete leitores deste blog e usuário do PQP Bach. Anos atrás, tinha inclusive enviado colaborações musicais ao blog que poliniza a beleza musical pelo mundo. OK, exagerei, mas deixa.

A empatia foi instantânea. Sob os olhares compreensivos de Obama e de Zuckerberg, tivemos um diálogo muito animado e interessante. O Henrique, como conhecedor de nossos interesses, foi cirúrgico ao nos indicar dois locais quase contíguos e perfeitos para quem não iria às praias da ilha: o Café François e o Paradigma Cine Arte. Nossos banhos em Bombinhas foram sensacionais, inesquecíveis mesmo, mas é claro que estávamos saudosos de um bom filme e de um café. Como ele sabia? Então chegamos à cidade e fomos direto para lá. No Paradigma, vimos o bom argentino O Crítico e o esplêndido canadense Mommy, entremeando as sessões com visitas à sublime — sem exagero — boulangerie.

Depois do trabalho, lá pelas 19h, o Henrique veio até nós. Não o conhecíamos pessoalmente. Meio tímido, filho de um casal que mistura sangues japonês e alemão, o Henrique chegou primeiramente desfazendo a impressão inicial. Fez uma reverência oriental e beijou a mão da Elena. Mas logo a impressão retornou. Mais ouvinte do que falante, observador, gentil, inteligente e reflexivo, deixou-nos encantados. Falamos e contamos piadas como velhos amigos. Saímos do François e passeamos por Santo Antônio de Lisboa, acabando no Restaurante Chico.

Por esta razão escrevi “dia frutífero”. Fizemos mais um amigo. Na saída, ainda soubemos que ele tinha pendente uma diária de carro alugado e que decidira utilizá-la conosco. Não adianta, tenho (temos, Elena) muita sorte. É certo que vamos nos reencontrar.

Por isso que a categoria que fala dos amigos, neste blog, chama-se “Amigos, tudo”.

Este é o tiramisu da Boulangerie François de Florianópolis
Este é o tiramisu da Boulangerie François de Florianópolis devorado antes de assistir Mommy. Não é apenas bonito.
Antes do cinema, a Elena Romanov come um divino pão de centeio com geleia
Antes do cinema, a Elena Romanov come um divino pão de centeio com geleia.
Meu croissant de goiabada com minas
Meu croissant de goiabada com minas.
O baguete de pastrame da Elena
O baguete de pastrame montado para a Elena.
Elena Romanov, indócil no partidor
Elena Romanov, indócil no partidor.
Mas por que não come?
Mas por que não come?
Henrique Bente é um hábil abridor de ostras
Henrique Bente demonstrou sobejamente ser um hábil abridor — e um voraz comedor — de ostras.
Quem pagou por isso?
Quem pagou por isso?
Henrique Bente e Elena Romanov apresentam suas ostras a meus sete leitores
Henrique Bente e Elena Romanov apresentam seus troféus a meus sete leitores.
Elena Romanov e Milton Ribeiro em momento visigodo
Elena Romanov e Milton Ribeiro em momento visigodo.
Henrique Bente, Elena Romanov e Milton Ribeiro
Henrique Bente, Elena Romanov e Milton Ribeiro, todos imitando a corujinha querida ao centro.

Últimas horas em Bombinhas

Últimas horas em Bombinhas

Nossas explorações gastronômicas nos levaram a lugares bem interessantes aqui em Bombinhas. Como campeão, podemos deixar empatados os restaurantes Olímpio — simples e boníssimo — e o Berro d`Água — mais chique e também excelente — lá da praia de Zimbros. Num muito honroso segundo lugar, deixamos o César, onde fomos anteontem comer ostras e o café de nossa pousada, onde o raio gourmetizador atingiu apenas a qualidade do que é servido. Os outros a gente não cita. Bem, deixemos a Casa da Lagosta com o terceiro lugar. Lá é muito bom também. Ah, a moleza das férias!

(Por falar em Raio Gourmetizador… Não será ele um filho do Raio da Vida utilizado por Bulgákov em Os Ovos Fatais, que por sua vez é filho do Raio da Morte com que a parte da população de Kiev tentou afastar os bolcheviques há quase 100 anos?)

E manhã, quinta-feira, o “simpático casal do cinza (*)”, que é como soubemos que os funcionários da Pousada Narinari nos chamam, começa seu retorno para Porto Alegre, não sem antes dar uma passada pelo Café François e Paradigma Cine Arte de Florianópolis, onde talvez também conheçamos pessoalmente um amigo.

Abaixo umas fotos tiradas no Restaurante César.

As ostras do César
As ostras do César, devoradas em 2 de fevereiro em homenagem aos aniversários de Jascha Heifetz e James Joyce.
Agora protas com o limão e o molho
Agora prontas para comer, com o limão e o molho
O talharim com frutos do mar que perdeu para o do Berro d`Água
O talharim com frutos do mar que perdeu para o do Berro d`Água
Elena e sua cerveja sem álcool
As mãos de Elena e sua cerveja sem álcool
Em outro ângulo
Em outro ângulo
Dentro do quarto cinza (a Elena gosta de fotos fora de foco...)
Dentro do quarto cinza (a Elena gosta de fotos fora de foco…)

(*) Na Narinari, os quartos são chamados por cores, não por números.

Ainda em Bombinhas, Jack Vettriano, duas cervejas, quatro poemas e um ogro

Ainda em Bombinhas, Jack Vettriano, duas cervejas, quatro poemas e um ogro

Ontem foi um dia perfeito. Sono esticado pela manhã; mar calmo, limpo e lindo, permitindo o namoro dos casais entre ondas que se sucediam como carícias; depois, um belo jantar em nossa varanda, seguido de longo passeio. Um dia amoroso. Tudo isso para comemorar nosso um ano e cinco meses de namoro. Pois, sim, comemoramos mensalmente, ora.

Em meio a isso, numa navegada pela internet, uma tia da Elena postou numa espécie de facebook russo uma série de gravuras do escocês Jack Vettriano, que tem como pano de fundo o mar. Isso justo quando estamos no litoral tirando fotos profundamente amadoras como as de anteontem, com a Elena e eu à beira d`água.

Abaixo, duas imagens de Vettriano e nossas fotos fora de foco, já um pouco tristes porque vamos embora na quinta-feira e aqui estava — puxa, e ainda está — muito bom.

Jack Vettriano - The_Singing_Butler__finished

Jack Vettriano - In Conversation

Abaixo, ontem à noite, eu bebia uma Baden Baden Golden, enquanto a Elena por companheirismo, bebia cerveja sem álcool só para me acompanhar. E sem vodka, amigos.

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Depois as fotos fora de foco, mas das quais gosto muito. É claro que a última foto é uma brincadeira, creiam, mas que revela uma tendência de 2015.

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E ela não gosta de cerveja

E ela não gosta de cerveja

Mas eu gosto, bebo e fotografo…

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Acima e abaixo, duas tchecas e a Maguary e o Del Valle da Elena.

Elena Romanov (2)

E ontem, uma belga e uma tentativa de cerveja alemã sem álcool para a Elena. Não deu muito certo. A Elena achou amarga demais. Mas ela queria sentir-se adulta bebendo comigo… O bom é que depois fomos passear à beira-mar no melhor dos humores. Ah, a vida tranquila, carinhosa e besta das férias!

Elena Romanov

Bombinhas: o 6º Encontro Internacional PQP Bach

Bombinhas: o 6º Encontro Internacional PQP Bach

Em meu vocabulário de ateu, uma única palavra é sagrada: a amizade.
Milan Kundera — A Festa da Insignificância

Já estamos indo para a primeira década do PQP Bach e ainda não conheço todas as pessoas que fazem este grande blog. Um morava no Casaquistão e agora está em Moscou. Não o conheço, apesar de já ter-lhe enviado partituras de autores brasileiros que foram interpretados em recitais moscovitas. (Sim, a coisa é chique). Já jantei com outro de São Paulo e com nosso homem em Vitória (ES). Mas não conhecia nosso agente secreto de Blumenau, assim como não conheço o restante da turma. O Luiz Blasi é a pessoa com a qual mais converso sobre música e as postagens bagunçadas do blog.

Ontem, domingo (25/01), ele e sua esposa Rose desceram até Bombinhas para fazer o reconhecimento mútuo. Para os iniciados na terminologia pequepiana, foi o encontro de PQP Bach com FDP Bach, dois filhos bastardos de Johann Sebastian. Simples assim. O casal visitante chegou secretamente à pequena cidade em carro próprio, por volta das 7h da manhã de domingo, trazendo um pen drive com a integral das Sonatas de Beethoven, tocadas por Maurizio Pollini, e o filme dos 125 anos do Concertgebow de Amsterdam, concerto completo. Sem se anunciarem, é claro, ficaram ocultos na recepção até que eu e Elena descemos às 8h, cuidando para não sermos vistos.

A Andréia, dona de nossa Pousada, recebeu a todos com um belo café. Eu e a Elena comemos pouco devido aos acontecimentos traumatizantes da noite anterior, mas espero que o Luiz e a Rose tenham aproveitado, porque os cafés da Andréia são esplêndidos.

Após o café fomos a Zimbros, uma bela e calma praia ideal para crianças.

A praia de Zimbros | Foto: Luiz Antonio Blasi
A praia de Zimbros | Foto: Luiz Antonio Blasi

Mas lá havia aquilo que nos persegue onde quer que compareçamos: a boa gastronomia. O maestro Tobias Volkmann, através de bate-papo no Facebook, dirigiu-nos de forma firme e afinada ao restaurante Berro D´Água. Meu deus, o que foi aquilo?

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Olha, até agora, 36 horas depois, ainda estamos comentando aquela massa. A boa comida conhece caminhos inescrutáveis para nos alcançar. Eu nem queria comer muito depois da vandalização do dia anterior, mas o que podemos fazer além de aceitar a felicidade que nos chega a um custo adequado?

Depois de várias fotos documentais …

Milton Ribeiro e Luiz Antonio Blasi

Milton Ribeiro e Luiz Antonio Blasi 2

… e de uma uma amizade virtual passada ao mundo real, despedimo-nos de nossos amigos, não sem antes termos um curioso encontro no estacionamento. Ali estava uma família de corujas buraqueiras, hoje raras. A Elena sempre diz que é uma coruja. Refere-se, é claro, ao modo como fica alerta à noite. O encontro dela com os pássaros foi tímido.

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Abaixo, uma foto de Luiz Antonio Blasi mostrando o making off das fotos acima.

Foto: Luiz Antonio Blasi
Foto: Luiz Antonio Blasi

Rose e Luiz, foi um belo encontro. Nada surpreendente que vocês fossem exatamente como nós imaginávamos: de fala mansa, boa e inteligente conversa e muito agradáveis. Não querem se mudar para Porto Alegre a fim de que a gente se veja mais vezes?

Gostei tanto de vocês dois que deixei minha mochila no porta-malas deles… A coisa já está voltando por Sedex…

Bombinhas anteontem, 24/01

Bombinhas anteontem, 24/01

Nós tínhamos passado um grande dia. A tarde foi finalizada com longas confissões dentro do mar. Apesar de nosso tenebroso passado, nenhum de nós tentou o afogamento final. Pelo contrário, foi um daqueles longos e carinhosos banhos que adoramos tomar ao final da tarde. Mas acabamos vitimados por um jantar absolutamente saboroso e… copioso. Todo o nosso atletismo marítimo foi jogado fora e saímos do restaurante alimentados para uma semana e ainda com uma “quentinha” na sacola.

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Simplesmente não conseguíamos parar de comer a maravilhosa muqueca que nos foi servida na Casa da Lagosta, novamente à beira-mar. Depois de comportarmo-nos como falsos hunos famintos, acabamos nos consolando em nossa varanda da Pousada Narinari. Eu com uma cerveja, a Elena com suquinho.

O fotógrafo e a fotografada pensam: para que comer tanto?
O fotógrafo e a fotografada pensam: para que comer tanto?

Bombinhas em dia de sol e água perfeitos

Bombinhas em dia de sol e água perfeitos

Dia de sol e água espetaculares, dia de brincar de pas de deux na arrebentação, dia de um bolo de abacaxi e coco arrebentar o regime, dia da confirmação da visita de um amigo, dia de um banho inesquecível de duas horas sem sair da água, dia de auxiliar a Elena após uma onda e quase retirar-lhe a parte de cima do biquini, dia de terminar um excelente e estimulante livro, noite de comer um linguado sensacional no restaurante Olímpio, noite de comprar cerveja tcheca, noite de passeio.

A chegada na praia, lá pelas 8h, te mete!
A chegada na praia, lá pelas 8h, te mete!
Este que vos escreve, de nome Milton Ribeiro, finalmente em frente às câmeras
Este que vos escreve, finalmente em frente às câmeras
Brincando com um cachorro que apareceu por ali. O cara se animou e começou a me morder carinhosamente. Adoro cães, fazer o quê?
Brincando com um cachorro que apareceu por ali. O cara se animou e começou a me morder carinhosamente. Adoro cães, fazer o quê?
Paisagem com banhistas
Paisagem com banhistas
Elena perdida no mar
Elena foi pro mar e eu fiquei a ver navios
O linguado do Restaurante Olímpio, na beira do mar
O linguado do Restaurante Olímpio, na beira do mar. Pedi para a Elena colocar as mãos ao lado do prato a fim de ficar bem caracterizado o tamanho do filé, que era maravilhoso
Um torcedor do San Lorenzo passou por aqui...
Um torcedor do San Lorenzo passou por aqui

Bombinhas – 3º dia

Bombinhas – 3º dia

No terceiro dia de vida besta, uma extensa rotina de banhos de mar e passeios. Eu e a Elena temos uma antes insuspeitada característica em comum: nós dois gostamos de tomar longuíssimos banhos depois ou bem depois da arrebentação. E ficamos lá por quase duas horas, nadando e boiando. É muito prazeroso e sei que você estava esperando ansiosamente por esta importante informação, caro leitor. Abaixo, deixo as poucas fotos do dia antes de nosso jantar na varanda. Afinal, tenho que liberar esta mesa para os pratos.

Importantes distinções na porta do supermercado
Importantes distinções na porta do supermercado, além do perfeito uso da crase
Nossa vista da janela
Nossa vista da janela
Cansativo de olhar
A varanda e a vista do nosso quarto na Pousada Narinari

Bombinhas, leitura, música, banhos e gastronomia

Bombinhas, leitura, música, banhos e gastronomia

Sei que a maioria de meus sete leitores está trabalhando, então é uma baita sacanagem eu ficar contando como foi nosso 21 de janeiro… Manhã de caminhada na praia antes do lauto café. Leitura de uma aterrorizante novela — falo sério — de Bulgákov. Uma longa estadia no quarto na companhia de Hiromi Uehara, Pomplamoose e Brahms. Depois, um enorme banho de mar antes do jantar abaixo. Sim, apenas tomamos café e jantamos. Foi tudo muito sofrido.

O jantar foi num restaurante em frente ao oceano chamado Delícias do Mar. Olha, nem tanto. A paisagem é deslumbrante, mas não dá para comê-la. Então, a paella que foi para nosso estômago, poderia ter sido melhor. Não sei bem o que faltou, só sei que ela apenas obteve ser corrigida após insistentes testes com azeite de oliva, sal e pimenta. Ah, pois é, complicado.

Eu desconfiava que os restaurantes mais populares da praia eram superiores. Olha, acho que são mesmo. Amanhã, vamos e um que se chama Trem Bão. Aposto que dá de dez no Delícias.

Quando tudo (ou quase tudo) dá certo, a gente fala pouco. É o caso.

A cara é ótima, né?
A cara é ótima, né?
Não canso de postar fotos da Elena.
Não canso de postar fotos da Elena.

Férias em Bombinhas

Férias em Bombinhas

Pois é, férias. Aviso a meus sete leitores que este humilde blogueiro estará em Bombinhas por alguns dias, curtindo as delícias de litoral catarinense.

Durante a noite de terça-feira (20/02), viemos de ônibus leito até Florianópolis, depois pegamos outro ônibus até Itapema e então descobrimos que, por ordem da prefeitura de Bombinhas, os ônibus estão proibidos de adentrar o excelso município. Então, fomos obrigados a pegar um táxi em Itapema para chegarmos até nossa pousada. A coisa, que andou míseros 30 Km, custou-nos o preço de uma das passagens de leito de Porto Alegre a Floripa. Mas, como somos um casal de multimilionários, cadê o problema?

A primeira impressão da Pousada Narinari foi excelente. A recepção dá sensação de conforto. O quarto é grande, o colchão é duro como deve ser, o banheiro é enorme, estamos com Wi-fi e ar condicionado funcionante, há bom espaço para roupas e acho que ganhamos um café só pelo fato de termos chegado antes do horário de entrada. Chegamos às 10h e a diária é a partir das 14h.

Tudo foi tão agradável que nós arrumamos o quarto da pousada exatamente do modo como nunca fazemos em casa: com ordem e lógica. Não estou nos reconhecendo. O que havia no lanche do Japonês?

Por falar em japonês, aqui só se fala argentino. Acho que até o ingeniero Bombita está na cidade que o homenageia. Eles tomaram conta não apenas como turistas, mas como empresários. O café onde tomamos um espresso era de propriedade de um argentino. A invasão vale a pena. Penso que a presença deles em todos os lugares garanta uma melhor e mais variada gastronomia. Há que considerar que viemos também comer aqui… Durante as férias, os regimes ficam suspensos. Esta é uma regra que acabamos — eu e a Elena — de criar.

Por falar nisso, almoçamos muito bem. Comemos um Variado de Peixes para duas pessoas. O tamanho do prato era tão grande que pedimos para levar o que restou. Então voltamos para a pousada a fim de dormir uma horinha antes de tomarmos nosso primeiro banho de mar. Só que o cansaço acumulado nos últimos dias saiu-se facilmente vitorioso e acordamos às 20h após 5h de sono. Não houve despertador que nos erguesse.

Então, partimos para uma caminhada noturna na praia, aquela linda jaula limitada por duas enormes pedras como são todas as praias daqui. Ficamos nisso por quase duas horas a fim de que a fome voltasse, né? E, acompanhado de sucos comprados num super aqui na frente, mandamos bala na segunda parte de nosso almoço.

A previsão do tempo na porta do quarto
A previsão do tempo na porta do quarto
Olhando para a esquerda na praia...
Olhando para a esquerda na praia…
E para a direita...
E para a direita…
Uma árvore atravessa os três andares da pousada. A porta à esquerda é a de nosso quarto.
Uma árvore atravessa os três andares da pousada. A porta à esquerda é a de nosso quarto.

Qualquer coisa sobre o encantamento amoroso

Qualquer coisa sobre o encantamento amoroso
Ela e um bobalhão aí
Ela e um bobalhão aí

Ninguém tem vontade de falar de amor, se não for para alguém.
Roland Barthes — Fragmentos do Discurso Amoroso

O psiquiatra Flávio Gikovate tentou explicar o encantamento amoroso ou aquela mágica que nos dá o clique da fascinação e do arrebatamento. É um assunto que me interessa, pois, quando não esperava mais, tive o maior clique amoroso de minha vida no ano passado, aos 56 anos. Repentinamente, voltei a meus anos jovens. Quando não estava trabalhando ou fazendo algumas dessas coisa chatas a que nos obriga a maturidade, esquecia-me do restante da vida e passava a divagar longa e apaixonadamente sobre o ser amado. E passaram a acontecer coisas que eu quase já havia esquecido, como o prazer de apenas observá-la fazendo qualquer coisa. Ela não precisava estar tocando violino para ser admirada, poderia estar apenas cortando o pão durante o café da manhã ou fazendo outra coisa única e maravilhosa, como amarrar seus tênis. Pois o ser amado insiste em apresentar-se como algo novo e exclusivo. A característica mais marcante do ser amado, seja ele qual for, é ser “totalmente único e totalmente original”, ao passo que o amante, eu, no caso, é sempre ordinário, comum, não merecedor do ser que ama, como talvez tenha dito Barthes.

Flávio explica que o encantamento amoroso “não acontece por acaso e de modo mágico”. E coloca três ingredientes que considera fundamental na escolha sentimental: “o fato daquela pessoa despertar algum tipo de entusiasmo erótico, a presença nela de alguns ingredientes particularmente agradáveis para o aquele que se encanta e também um aspecto claramente racional relacionado com a admiração. Cada um desses elementos tem seu peso e, de alguma forma, todos participam do fenômeno, aparentemente mágico, que faz com que uma pessoa neutra se transforme, em pouco tempo, em alguém essencial e único, longe de quem parece impossível imaginar a continuidade da vida”.

Não vou falar do componente erótico, pois não creio que meus sete leitores estejam preparados para isso. Mas é claro que ele é fundamental e facilmente confundido com o amor. Também costuma ser péssimo conselheiro. Muitas vezes, o interesse que é detonado por uma característica física é pulverizado por um erro crasso de conjugação verbal, por exemplo. Então passemos aos próximos itens.

Às margens do puramente sexual estão a aparência, a voz, o caminhar, o olhar, os gestos, o modo de abraçar, o cheiro. Há outras admirações no campo intelectual. O humor, a resposta inesperada, e tudo que envolve a expressão, incluindo a roupa, que tem de ser colocada no campo da expressão, pois ela nos agrada e desagrada tanto quanto o que diz o ser amado.

Aos itens acima são somados outros ingredientes mais, digamos, psicológicos (ou patológicos). Pessoas com baixa autoestima admiram os mais seguros? Os tímidos admiram os expansivos, os apaziguadores valorizam os agressivos? Não sei. Sempre achei estranha aquela coisa de alguém ver um casal que não tem nada a ver um com o outro e dizer: “Como eles se completam!” Com minha habitual delicadeza interna, costumo pensar: “Se completam uma merda! Vão se detestar em um ano!”. Esse negócio de se completar, de preencher um ao outro, deve ser muito chato fora da cama. Gera atritos. Acho que um casal que cultiva gostos semelhantes deve estabelecer mais e melhores diálogos, tornando a relação mais interessante.

Apesar de seu total desconhecimento — “Um Gre-Nal é Grêmio contra quem?”, perguntou-me ela no ano passado — ela tem suportado até meu futebol. E ajudamo-nos mutuamente. E dividimos os gastos. E vamos muito bem. E não sei como acabar este texto improvisado. Até porque nada acabou e tenho ainda a sensação de que a procurava há incontáveis anos.

Milton Ribeiro faz uma tentativa de conversação em russo (*)

Milton Ribeiro faz uma tentativa de conversação em russo (*)

Então a mãe da Elena, que só fala russo, liga pra cá:

— Kjnskdnamcxnsajjn niad nhiudq dqud hbdiwdsx Liena?

Eu pergunto, rindo:

— Elena, Liena, Liênatchka?

Ela também ri e responde:

– Jjhbxhj wsbsxjha xswjudys.

E eu esclareço, pois sua filha não estava em casa:

— Elena NIET.

Isso parece tranquilizar dona Klara Zlatin, que diz:

— Hyys hsaidk ysgqa djdç oljkls çdlf oifdajdwql, OK?
— OK.
— OK.
— Pacá.
— Pacá.

Olha, acho que me saí super bem na minha primeira conversa com a sogra.

(*) O título deste post é uma modesta homanagem a uma dois maiores capítulos da literatura mundial.
(*) O título deste post é uma modesta e inútil homenagem a um dos maiores romances da literatura de todos os tempos: “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann. Neste livro, há um esplêndido capítulo chamado “Hans Castorp faz uma tentativa de conversação em francês”. Nele, Hans tenta conversar com a bela russa Clawdia Chauchat, a qual costumava bater as portas do Sanatório Berghof com calculada violência… A foto acima é da personagem de Clawdia, vivida por Marie-France Pisier, no filme de Hans Geissendörfer. E o prêmio de maior legenda de foto vai para…