Argel tentou passar por cima de duas Leis Pétreas do Futebol. Sem sucesso, é claro. A de Bielsa e a de Andrade. Foi como lutar contra a gravidade. Vejamos. Reza a Lei de Bielsa:
O time que abdica de jogar com a bola, multiplica o número de bolas que o adversário terá.
Claro, se você não está nunca com a bola e se você defende-se dando chutões para qualquer lado, você está dando a bola e argumentos para que o adversário volte e volte e volte a atacá-lo. Avise Paulão a respeito, Argel. Ensine a todos sobre esta importante Lei do Futebol.
Porém, como se não bastasse, nosso time fora de forma física ignorou outra Lei Pétrea, a Lei de Andrade. O ex-grande jogador e treinador do Flamengo dizia:
O time que está sem a bola corre o dobro.
Há também uma Lei de Cruyff, que diz:
Tem apenas uma bola em campo, então você precisa tê-la.
Então, por mais desfalcado que esteja o teu time, ele não pode errar os passes que erra, nem dar os chutões que dá, nem dar o campo que dá ao adversário. Argel, tu treinas o Internacional de Porto Alegre, não o Figueira. Temos que jogar mais.
Há algo de muito errado no Beira-Rio. Ah, Argel, criei uma Lei pra ti, a Lei de Advertência a Argel :
Todo treinador será cobrado de acordo com a grandeza do seu clube.
E aí tu te ferras, porque a diretoria do clube desmanchou o grupo e tu não tens quase nada nas mãos. Sobre o jogo de ontem, para que falar mais? Ver Wellington onde antes estava Aránguiz… Parabéns, Píffero.
Agora, sirvam três façanhas de nossa direção anterior de modelo a toda terra. Lembra o Euclides Bitelo que Ricardo Goulart foi um dos melhores jogadores do Brasileiro de 2014 e que Lucas Lima é um dos melhores de 2015. O que eles têm em comum? Os dois foram doados pelo Inter como inaproveitáveis. E lembro eu que o autor do primeiro gol do Santos, Marquinhos Gabriel, também.
Parabéns, Luigi.
Após sobrevivermos (mal) à gestão Luigi, veio o Píffero e…
Isso não diminui a notável coleção de erros do PT, porém, se os protestos eram contra a corrupção, por que só vi cartazes contra o PT? E o PP, o PMDB, o PSDB? E o religioso Eduardo Cunha, e Renan Calheiros, presidentes da Câmara e do Senado? E os outros? E, bem, falar em intervenção militar, reclamar de bolivarismo, por favor… Aí já é muita tolice.
Dilma não foi nada inteligente ao ser votada pela esquerda para depois tentar governar com a direita. Desagradou todo mundo que não encara o PT como seu time de futebol. Perdeu seus formadores de opinião e, agora, as ruas.
O resultado é que doravante vamos ter que nos ver com a massa cheirosa. E ainda temos a bancada religiosa no poder. Boa parte deste pessoal de amarelo tem ideias muito primárias e esses evangélicos… Não vou conseguir lhes contar que grande merda de ano será 2015.
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Falei em futebol ali? Pois é. Segunda é dia de futebol neste blog. Como o Gauchão só interessa mesmo na fase final e olhe lá, vamos tratar de um enorme buraco, um rombo recorde.
Meus sete leitores sabem que eu detesto Giovanni Luigi Calvário (seu nome completo) tanto quanto o Roberto Siegmann. Discordo da forma como Luigi pensa, age, fala, caminha, do jeito que ele escova os dentes. Um líder sem ideias tende a cercar-se de outros incompetentes e foi o que ele fez por quatro anos. O organograma parecia uma árvore de incapazes. Quase deixei de pagar a mensalidade do clube quando Luigi se reelegeu sem ir para o pátio. Aquele mês, em mais de duas décadas, foi a única vez em que atrasei o pagamento. Mas pago e, por isso, posso falar.
Daqui alguns dias, Luigi vai entregar o balanço do ano passado. Já se sabe que o déficit será de R$ 49 milhões. Isso só no ano passado. Um resultado verdadeiramente vermelho. O Inter gastava os tubos em contratações, contratos longos e trocas de técnicos, enquanto o futebol era uma verdadeira piada em campo. Tentativa e erro, tentativa e erro, sem uso do cérebro e da observação, sem um projeto.
Claro que isso chegará ao futebol. Os efeitos da administração Luigi durarão anos. Espero que não se tornem nossa Arena.
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O Gauchão segue como se espera. No início de março, com a dupla igualada ao restante dos times no quesito preparo físico, sua qualidade aparece e até o time de reservas do Inter vai a Pelotas e bate o Brasil. É muita diferença, não é um campeonato entre iguais. É Grêmio x Inter, só. Esses regionais…
Abel, eu tinha previsto. Olha só o que eu escrevi ontem ao meio dia no Facebook, horas antes de Chapecoense 5 x 0 Inter:
… acho que os erros e a entrega da partida para o Cruzeiro, no último sábado, desmotivaram todo o grupo de jogadores. Se o jóquei é cagão, o cavalo sente.
Sim, se o jóquei demonstra hesitação e medo, o cavalo toma conta e faz o que quer. Por exemplo, em vez de saltar sobre o próximo obstáculo, vê a porteira aberta e dirige-se para a sombra onde gosta de descansar. Na minha opinião, Abel, tu não és apenas cagão, tu estás certamente brigado com o grupo de jogadores. Pois nada explica o que segue:
1. Alex, protagonista absoluto do time nos últimos jogos, fica no banco contra o Cruzeiro.
2. D`Alessandro é retirado ontem no intervalo para dar entrada a Valdívia. Enquanto isso, Alan Patrick, uma das piores contratações nos últimos anos, permanece em campo.
3. Alan Patrick é escalado no lugar de Valdívia no jogo de ontem.
4. Paulão é titular, enquanto Ernando é reserva.
5. Aránguiz, um dos melhores jogadores sul-americanos, é colocado repetidamente fora de sua posição.
É óbvio que Abel está brigado com Dale e Alex e, provavelmente, em vias de ter um desentendimento com Aránguiz. Num mundo ideal, Giovanni Luigi se demitiria neste minuto e, num mundo que deseja corrigir-se, Luigi acabaria o ano e sua risível gestão sem Abel. Pois não dá mais.
O que Abel faz com seus jogadores comprova o que diz meu amigo Miguel Galbarino: ele não sabe porque estava vencendo e agora também não sabe o motivo das derrotas. Acho que nós não somos mais favoritos para o G-4. Ficaremos na TV, vendo o Grêmio divertir-se na Libertadores 2015, enquanto recebemos o Gauchão em nossa cama, de pernas abertas.
Ah, parabéns à Chapecoense, que viu e se aproveitou de nossas óbvias fraquezas. Foi 5 x 0 e poderia ter sido ainda mais.
Posso te fazer uma pergunta, Abel? Tu ficaste sem o Alex para este jogo em função do terceiro cartão. Mas por que tu o substituis tirando o melhor jogador do time, D`Alessandro, de sua posição no lado direito de ataque, para colocar ali o Eduardo Sasha? Como? Ah, para que o futebol do Sasha possa brilhar? OK, tá, obrigado pela resposta.
Ontem, usamos seis meias no jogo: Dale, Jorge Henrique, Sasha, Valdívia, Alan Patrick e Leandro. Acho que só Dale, Valdívia e Leandro (os dois últimos na qualidade de promessas) merecem vestir a camisa do Inter. É incrível, o Luigi contrata, contrata e faltam jogadores. De outro lado, a formação de novatos é obstaculizada por ti, Abel, um apaixonado pela experiência dos veteranos. Por exemplo, para que colocar o Ygor se há o jovem Bertotto que sempre entra bem?
É por essas e inúmeras outras que tu és o companheiro ideal de Giovanni Luigi, Abel. Ele é um bom administrador de rodoviária que contrata jogadores veteranos a peso de ouro. Tu chegas todo pimpão, escalas os velhinhos e logo fica louco para ir embora. Escrevo isso porque, na minha opinião, só a aposta em uma demissão faz um treinador escalar o time do modo como escalas. Mas sou contra tua saída, sabes? Quero que tu fiques aí mesmo, convivendo com o Luigi.
O jogo de ontem causou sono. Dida tomou um frango no primeiro gol — culpou os refletores, coitados. Depois, tivemos tudo para empatar, mas Wellington Paulista, Sasha e Gilberto não são suficientemente dotados de futebol para nos salvar. Perderam os gols sem nem obrigarem o goleiro do Vitória, Gatito Fernandez, a trabalhar. No início do segundo tempo, tomamos mais um gol de Fabrício. Ele é o jogador que mais fez gols em Dida em 2014. O de ontem veio em bela cabeçada para baixo, indefensável. A única curiosidade é que Fabrício é jogador do Inter e deveria fazer isso na outra goleira.
O Vitória era o lanterna do Brasileiro e apresentamos muito menos futebol do que eles. De minha parte, só quero 11 pontos na próximas 18 rodadas para não cairmos. É o que espero de 2014. A Libertadores vai para o Grêmio novamente. Agora, se tiveres sucesso em tua tentativa de ser demitido, gostaria que o Luigi fosse junto, deixando o vice em seu lugar, abrindo a discussão sobre as eleições para o biênio 2015-16. Mas, sei, é sonhar demais.
Tu disseste ao final do jogo: “É um momento difícil que vamos ter que reverter. Precisamos manter o psicológico forte para voltar a vencer”. Bá, para te aguentar é preciso de muito “psicológico” mesmo!!! Eu tenho.
Hoje, antes de falar contigo, gostaria de fazer uma saudação especial aos 166 conselheiros que não deixaram a eleição ir para pátio e reelegeram Giovanni Luigi. Parabéns, vocês impediram qualquer parceria entre a direção e a torcida. Como escreveu o Alexandre Perin, estamos vivendo “catastróficos 4 anos do futebol colorado, nenhuma semifinal, nenhum G-4 até agora, nenhuma campanha de protagonista, duas Libertadores na 2° fase. Um fiasco para 827 milhões de reais de orçamento, um recorde sucessivos de despesas jogadas no lixo. De acordo com a Pluri, somos um dos times com pior índice de eficiência no futebol nos últimos quatro anos. Em 2010 fomos os primeiros…”. Ou seja, vivemos a pior administração colorada do século XXI. E tal fato terá repercussões nos anos seguintes.
Dito isto, Abel, que merda. Tu não viste que nós tínhamos “achado” dois gols no primeiro tempo, que havia um latifúndio entre os volantes e os zagueiros por onde o Figueirense estava trabalhando, tu não viste o perigo? Pois eu vi e os torcedores entrevistados pelas rádios já tinham apontado o problema. Eram notórias as propostas táticas colocadas pelo bom treinador Argel Fucks, do Figueira. Ficaste cego, meu amigo?
Abel, teus volantes querem sonhar, amar a avançar, quando só poderiam fazer isso após marcar e acertar passes. Quando o Figueira foi para cima no segundo tempo, todo o pessoal da frente se retraiu, temendo pelo pior. E tu fazendo substituições de maquiagem, meu deus! Acho que o ano será de Sul-americana. Nada de G-4.
Estou cansado de investir angústia neste time teu e do Luigi. Larguei de mão. Só irei ao estádio para ver os jogos do ponto de vista histórico, para assistir de camarote o final da mais patética e endinheirada administração colorada. E sempre fui contrário ao Luigi, este homem honesto, porém tolo. Não estou surpreso, mas é impossível esconder a decepção. Espero que tu não sejas demitido, Abel. Seriam mais gastos inúteis. Fica aí até o fim do ano. Afinal, precisamos de apenas 11 pontos para não cairmos.
P.S. — Colorado, não esqueça que o contrato de Rafael Moura só acaba na metade de 2016. O presidente sai sozinho no final do ano.
No próximo, sábado, dia 30 de agosto de 2014, ocorrerá Assembléia Geral de sócios do Sport Club Internacional para aprovar a reforma do estatuto do Clube. Todos os sócios maiores de 16 anos e em dia com suas obrigações até 4 de agosto desse ano podem participar por meio virtual ou presencial.
A votação virtual se dará por meio de inscrição prévia no site do clube, em data a ser publicizada pelo Inter. A presencial, a partir das 8h em primeira chamada, com pelo menos 2/3 dos associados votantes e, em segunda e última chamada, 9h, com a presença de qualquer número de associados.
A votação será secreta, tendo as opções de aprovar (voto sim) ou rejeitar (voto não) a reforma e consolidação estatuária proposta pelo Conselho Deliberativo. O movimento Convergência Colorada recomenda a aprovação da reforma estatutária, pois o novo texto apresenta redução da cláusula de barreira para a escolha do presidente do Clube, restringe as reeleições a presidente e assegura direito a voto do Sócio Patrimonial do Parque Gigante.
(Lembrem de como Luigi chegou à reeleição!). <– Inserção de Milton Ribeiro.
Além disso, a reforma é necessária para atualizações legais de adequação ao Código Civil. Assim, atualiza-se o texto sobre a competência da Assembleia Geral para alterações estatutárias, atualiza-se as possíveis fontes de receitas do Clube, reorganiza o texto e valoriza os Regimentos Internos.
O Convergência Colorada apresentou suas propostas, através de seus conselheiros e institucionalmente como movimento quando foi aberto o trabalho de grupo técnico do Conselho Deliberativo. Ainda que com o Convergência representado neste grupo, nem todas as nossas propostas foram aceitas pela maioria, como a criação de um Conselho de Administração para viabilizar a profissionalização do Clube e a responsabilização para descumprimentos ao estatuto. Seguiremos defendendo nossas propostas em debates futuros, mas entendemos que o importante agora é assegurar o voto do sócio para presidente já para a eleição de 2014.
Esta reforma do estatuto foi a possível para o momento, respeitando as diferentes opiniões representadas no Clube, mas o importante: ela não veda reformas futuras. Ao contrário, facilita. Já conhecendo o rito, Clube e sócios saberão como proceder. Em um Clube Democrático, sempre existirão pontos a serem discutidos e aprimorados, contudo não há porque eternizar a discussão sem avançar, um passo de cada vez. E é por isso que recomendamos a aprovação da reforma, por acreditarmos que este é um primeiro passo de uma caminhada contínua.
Toda a regulamentação e demais atos relativos à assembleia estarão disponíveis no site do Clube. Fique atento e participe.
Saiba mais sobre a Reforma do Estatuto
Como surgiram as propostas de alterações no estatuto?
Um grupo e trabalho foi designado pelo Conselho Deliberativo para adequar o Estatuto do Clube às alterações legais, bem como compatibilizar alterações para uma reforma. Este grupo recebeu as sugestões de conselheiros e sócios, analisou e debateu, sendo levadas adiante aquelas que foram de acordo com a maioria do grupo.
O sócio participa deste processo?
Sim, o estatuto só será alterado se aprovado em assembleia geral, que é formada pelos sócios. Se não aprovada a reforma, permanece em vigor o estatuto atual.
A reforma estatutária prevê alteração na cláusula de barreira da eleição para presidente?
Sim, ela prevê extinção da cláusula de barreira para eleição presidencial que hoje é de 25% na votação de primeiro turno realizada no Conselho Deliberativo, passando com a nova proposta para segundo turno os dois mais votados, desde que nenhum deles alcance uma votação superior a 85% dos votantes presentes no Conselho.
Nosso presidente Giovanni Luigi Calvário voltou a comprovar que é bom de negócio. Se lhe diminuíram o orçamento, se o objetivo era enxugar, ele enxugou. Tanto que livrou-se de Forlán, Scocco, Bolatti, Airton, Damião, Gilberto e Kléber. De novidades, contratou apenas uns jovens, o zagueiro Ernando e o volante Aránguiz, da seleção chilena. O problema é que, sabemos, Luigi só é bom nos negócios. Tanto que, mesmo de cara e mãos amarradas, a ordem de diminuir a folha de pagamento foi cumprida com rara competência. Vendeu todo mundo que estava a mais. Ou quase todo mundo.
A esperança colorada é que a contenção de gastos acabe por fazer com que o departamento de futebol volte a realizar um de seus trabalhos mais nobres: o de descobrir novos talentos dentro do clube. Um dos esportes mais imbecis que os dirigentes recentes e a torcida colorada passaram a praticar era o de sonhar com contratações para todas as posições, sem pensar nos meninos. No momento em que os chamaram, a resposta veio em tom maior: com maior ou menor dificuldade, eles garantiram 5 das 6 vitórias em 6 jogos no Campeonatinho Gaúcho. (Vejam que o Grêmio tem 11 pontos e nós 18). É sempre bom lembrar que em algum lugar do passado, revesávamos Carpegiani, Falcão, Batista, Caçapava e Jair em nosso meio-de-campo.
Sim, tinha muita gente de fora no time dos anos 70, mas, naquela época, as chamadas “pratas da casa” eram melhor tratadas. Sob Minelli, por exemplo, as contratações vinham mais para suprir carências do que para acalentar os sonhos malucos de alguns torcedores. Nem vou discorrer sobre a recente contratação do craque da Copa de 2010 e seus 800 mil por mês, tá? Quem tem a minha idade sabe que Minelli pediu Lula em 74 e Marinho Perez em 76 porque eram as peças que faltavam para montar seu time. Eram caros, caríssimos, mas não consigo lembrar de grandes investimentos sem retorno naquela boa época.
Claro que sou um torcedor e, mesmo que eu reclame da impaciência e dos desejos dos colorados, sou um deles. Claro que minhas teses são ditadas pelo desejo de voltar a ter um grande time. Dentro deste contexto é que acredito que o projeto improvisado e “realizado a contragosto” pelo presidente Luigi possa dar certo. Mas, por favor, creio que Minelli pediria um centroavante JÁ. Lembram que, em 76, ele pediu Dario no meio do ano e o homem foi fundamental? Pois só um milagre tornará Rafael Moura e Wellington Paulista jogadores adequados para o Inter que queremos.
Pouco tenho escrito para o blog. Gosto de postar ao menos um textinho por dia, mas por esses dias está difícil. Há muito, mas muito trabalho a fazer no Sul21 e minha impressão, há muito tempo, é a de estar sempre aquém, em falta. Por exemplo, gostaria de meter cuidadosamente meu bedelho na questão do preconceito (ou ódio) de classe envolvido na discussão a respeito dos rolezinhos — tão parente que é da rejeição sem argumentos à Lula, do nojo às classes ascendentes e aos médicos cubanos. (Uma coisa: os rolezinhos já não eram rotineiros e “tolerados” no Shopping Praia de Belas em Porto Alegre?).
Também acho que deveria fazer comentários acerca do rosário de erros e suspeitas sobre a prefeitura de Porto Alegre. Nosso prefeito, o qual, após um período muito notório, agora trata de fingir-se de Fogaça, ou seja, esconde-se para que ninguém fale dele, usando a lógica do juiz de futebol: se ninguém fala do árbitro é porque vai bem. Mas o aumento das passagens está aí, prefeito. Com ou sem calor, vamos ter dias duros pela frente.
Ah, meu outro blog vai igualmente se arrastando. E ontem — e o fato tem tudo a ver com aquele blog — perdemos o grande Claudio Abbado de tantas gravações de invulgar qualidade, inclusive aquela que foi a última obra que meu pai ouviu e que não está comigo por motivos nada claros.
E o futebol? Também acharia interessante fazer uma pergunta que não é feita: por que ninguém parece desconfiar daquele cidadão da Portuguesa — quem será? — que avalizou aquela substituição faltando dez minutos para acabar o campeonato? Parece que a Lusa é apenas vítima quando foi agente de um ato pra lá de suspeito… Coitadinha, né? Para mim é óbvio que tinha inimigo na trincheira.
Ainda no futebol, relaxei a pressão sobre nosso meigo presidente Luigi. Digo isso com alguma arrogância porque sei quem me lê lá dentro do Internacional. Entendo que ele queira reduzir os custos inchados por suas próprias contratações infelizes, mas por favor, mantenha um time para entregar o clube na primeira divisão em 2015, certo? Em 2012, Luigi teve receitas extras, gastou horrores e não obteve nada com elas dentro de campo. Talvez seja bom deixá-lo sem grana. Ao menos ele não aumenta as dívidas…
O problema, repito, é que há muita coisa para fazer no Sul21 e a correria só vai parar no dia 13 de fevereiro, quando devo entrar em férias, espero. Nunca fui desses caras que dizem que precisam de uns dias para se recuperarem, sempre gostei de trabalhar e é difícil me ouvir reclamar, mas 2013 foi um exagero de emoções e desta vez sou obrigado a dizer que já estou batendo biela, precisando de manutenção. Foi um ano vasto e complicado que acabou perfeito do ponto de vista sentimental, mas talvez despojado demais sob alguns outros pontos.
Nossa! São 8h27, já publiquei algumas colunas, mas já estou atrasado nas coisas daqui. Fui!
Abel Braga voltou ao Internacional. É um vencedor dos mais chatos e teimosos. Lembro que ele amava de paixão o jogador Michel, o que deixava a arquibancada doida. Após Abel, Michel foi do Inter para o limbo, claro. Mas é um treinador que normalmente dá padrões interessantes de jogo a seus times. E que costuma dar certo no Inter. Basta dizer que faltam 62 jogos para que se ele se torne o técnico com mais partidas disputadas em toda a história do clube. Mas devagar, né?
Certamente pilhado por Luigi Calvário — que adora a História do Futebol, apesar de entender tão pouco a respeito dele –, Abel saiu falando num monte de jogadores velhos. Não vamos palmilhar o mesmo caminho dos últimos anos, com o time se arrastando lamentavelmente em campo puxado por atletas de vasta biografia, sem mais nada a provar ou ambicionar. Na boa, a política de trazer os velhos ídolos nos deu pouco. Para que falar em Edinho? É bom jogador, mas começa a decair. Chega, Abel. Precisamos de volantes cumpridores, mas talvez o ideal não seja mais um jogador passado dos 30 anos. Outro fato a ser considerado é que agora podemos ter até 5 estrangeiros em campo. Ora, se olharmos os nossos, temos só D’Alessandro. Scocco é uma incógnita, Forlán só jogou bem no estadual — o que significa absolutamente nada — e Bolatti é um fracasso ainda maior. A preços e salários menores que os praticados no Brasil, há argentinos, uruguaios e colombianos a serem observados. E, cheios de vontade, deve haver joias nas divisões inferiores do clube. Dali saem e saíram nossas maiores vendas, inclusive. Então, por favor, chega de seguir a tola cabeça nostálgica de nosso presidente Luigi Calvário. Ou, quem sabe, a gente traz Figueroa para acertar a defesa e Valdomiro e Lula para dar velocidade ao ataque? Não Abel, vamos chegar ao futuro não pelo passadismo, mas pela perspectiva de uma nova geração vitoriosa. Pense no nosso time de 2005 e 2006. Era velho? Não, de modo algum. De velhos, bastamos eu e tu.
De forma talvez involuntária, dormi das 15 às 19h de ontem. Digo “talvez” porque acho que foi o modo como que me protegi de ver Inter x Ponte Preta. Mais preocupada com a Copa Sul-Americana e já rebaixada, a Ponte jogaria com os reservas, mas nada indicava que o Inter pudesse sequer enfrentar esse time. Em verdade, tudo indica que o Inter não pode, hoje, enfrentar qualquer time. Como escreveu alguém no Impedimento, “O Internacional só não foi rebaixado porque não havia mais campeonato”. A degradação da qualidade do futebol tornou-se inexorável no segundo turno. Em outras palavras, o discurso vago e tolo da direção entrou no vestiário e lá permaneceu.
O ambiente é de pasmo. A direção do clube fica abismada e diz que gastou, que contratou e que pagou em dia, passando — para quem é bom entendedor — o bastão da culpa aos jogadores e à comissão técnica. Tudo o que foi previsto pelos múltiplos avisos de gente como eu, que anunciei no twitter — coisa que não cumpri — uma demissão do cargo de torcedor pelo prazo que durasse a segunda gestão Luigi, aconteceu. Tudo, tudinho, pois nunca acreditei numa Segundona Vermelha. O homem não entende nada de futebol, mas não se afasta dele. Ontem, já declarou que novidades virão, que 2014 será um grande ano.
A única novidade que Giovanni Luigi Calvário poderia trazer e que encheria de felicidade os colorados seria a que segue. Com a palavra, Giovanni Luig):
Colorados! Vou passar 2014 só administrando as finanças e nosso novo e belo estádio. Foi minha maior e única realização. Já que nos 36 meses em que estou no cargo, minha gestão futebolística mostrou-se deletéria, entregarei o futebol para quem dele entende. Afinal, está na cara que, sob minha influência, acabaremos na Segunda Divisão e não desejo isso. Aliás, nas minhas entrevistas nem vou mais falar sobre futebol a fim de não criar desassossego em nosso torcedor. Cumpra-se!
Os colorados devem iniciar logo sua preparação para 2014. Será um ano duríssimo. Por um lado, teremos a grande alegria de rever o Beira-Rio lotado; por outro, teremos o ocaso de uma das administrações de futebol mais pífias e caras de todos os tempos. Pois nosso presidente Giovanni Luigi Calvário (sim, seu nome completo é muito mais transparente) é apenas bom nos negócios extra-campo. Fechou lentamente e de forma competente o contrato de reforma do Beira-Rio com a Andrade Gutierrez e costuma — apesar da morosidade — aplicar bastante dinheiro no departamento de futebol. Também é educado e honesto. É um bom homem para administrar uma empresa convencional, sem dúvida. É cuidadoso, não se atira. Não serve para o futebol.
Seus principais problemas são os fatos de que gasta muito e mal, de que fala muito e mal, de que centraliza muito e mal, de que rumina muito. Dentro do vestiário é igualmente calmo e tragicamente centralizador. O problema de colocar um sujeito lento no futebol do clube é que ele tratará de fazer-se cercado por pessoas do mesmo estilo. Pessoas que jamais criticarão seu ritmo adágio, sua indireção e falta de critério. Afinal, o sistema é presidencialista. Ele está protegido pelo cargo. No vestiário, Luigi é tipo do cara que espera que as coisas se resolvam por si mesmas, gosta de sentar sobre os problemas para refletir e, eventualmente, dormir. Isso talvez funcione na Rodoviária de Porto Alegre — também administrada por ele e onde a pressão é ínfima, comparada a de um clube de futebol. Quando resolve agir, costuma jogar dinheiro fora. O nosso dinheiro, aquele que é pago por sócios como eu.
Uma pena que Roberto Siegmann tenha agitado a coisa de tal forma que se tornou o Inimigo Nº 1 do mais tranquilo dos mandatários. O melhor caminho para um bom 2014 — caminho no qual não acredito — seria a renúncia de Luigi. Em três anos e mais os que foi diretor de futebol, só conseguiu demonstrar sua falta de critério. Não conhece futebol, simples assim. O que determinou que Roth recebesse de presente uma renovação de contrato dias depois do episódio Mazembe? O que norteou a contratação em sequência de Falcão, Dorival, Fernandão, Dunga e Clemer? E o que dizer de sua mania de trazer velhos ídolos de volta a fim de serem massacrados? Mesmo que a negociação com a AG tenha sido um sucesso, seu atraso deixou o Inter sem jogar todo o ano de 2013 no Beira-Rio. Como escreveu o Blog Vermelho “O mais básico em futebol é entender um pouco do assunto. Quem é bom, quem é ruim, quem está velho, quem ainda joga, onde estão as carências. Claro que tudo isso é subjetivo pois o “entender de futebol” depende do ponto de vista de cada um. Mas quando os resultados não acontecem em um, dois, três anos se percebe claramente onde está a origem do problema. Não posso dizer que esse ou aquele dirigente não entende do assunto, mas os resultados sim”.
Os méritos de Luigi são sua educação e honestidade — não é um cara louco por vender jogadores, não é louco por comissões e beiras… Mas seus deméritos são muito maiores: não sabe contratar jogadores nem comissão técnica, é totalmente destituído de senso de urgência e de ideias para o futebol. Não serve para o cargo. Seria uma bênção de renunciasse. Espero um 2014 morno. Se for quente, talvez seja a Segundona. E voltemos logo para o Beira-Rio, por favor.
Eu não tinha muita fé na coisa. Domingo passado, no início da noite, fui ao Concerto de Aniversário de 80 anos de uma comunidade luterana ali na João Obino. Tudo porque estavam tocando um Bach que eu adoro – a Cantata BWV 137 – , mais a Glória de Vivaldi, um Telemann e uma pequena e expressiva obra coral de Mendelssohn. Também tinha um interesse extra e nada secundário que devo declinar ao longo do texto, mas, enfim, lá fui eu, apesar de estar perdendo mais um jogo do time de giovanni luigi Calvário.
A primeira surpresa é que, apesar de ter chegado quinze minutos antes do horário, a igreja estava lotada. Sentei numa cadeira extra, dessas brancas, de plástico, que parecem que podem cair a qualquer momento. A função iniciou pontualmente. A congregação – é assim que chamamos a plateia de uma igreja, os fiéis, não? – começou a cantar um hino onde reconheci a melodia-base da Cantata de Bach que viria logo a seguir, certamente uma tradicional melodia luterana. A surpresa é que a plateia cantava com entusiasmo e estranha afinação. Será que os alemães ou os luteranos já vêm com afinação e espírito bachiano pré-instalados? A verificar. Claro que eles cantam melhor que o comum dos mortais. A segunda surpresa é que a acústica da pequena igreja era boa, uma raridade em Porto Alegre.
Passados os primeiro e bons sustos, veio a Gloria, RV 589, de Vivaldi. A música é bonita, conhecidíssima e foi muito bem tocada. Mesmo com uma orquestra formada de improviso, o trabalho do regente Manfredo Schmiedt voltou a aparecer. A orquestra desempenhava bem seu papel e os cantores Elisa Machado, Rose Carvalho, Eduardo Bighelini e Ricardo Barpp mostravam suas habituais competências. Sobrava cantor.
Depois veio Jauchzet ihr Himmel, de Telemann, uma obrinha curiosa que não conhecia. E o filé estava logo ali, vindo.
E chegou. A Cantata BWV 137 Lobe den Herren, de J. S. Bach, recebeu minha admiração mais profunda desde que a conheci naquele vinil da Harmonia Mundi alemã com o Tölzer Knabenchor e a compreensiva regência de Franzjosef Maier. É daquelas pequenas joias que Bach deixou escondidas entre obras maiores. Não há nada que não seja absolutamente perfeito nela. Cioran não disse que foi Bach quem inventou Deus? Deve ter sido mesmo. O primeiro coral saiu belíssimo , mas estava me preparando para a ária para contralto, violino solo e contínuo que viria logo a seguir.
E aqui completo o motivo de minha ida ao concerto, de meu abandono do futebol e da leve indireção da qual sou refém aos finais das tardes de domingo. (Ah, o dia seguinte, a segunda-feira… Como voltar ao trabalho? De onde recomeçar e para quê? Por que não seguir desfrutando a vida e descansando como a mente e o corpo pedem de forma tão persuasiva?)
Mas tergiverso. A linda voz de contralto de Rose Carvalho foi acompanhada pelo solo de Elena Romanov. A Elena – spalla da orquestra e, para quem não sabe, minha namorada, o que me torna certamente suspeito – já tinha me dito: “Coube a mim acompanhar a Rose, que tem uma voz incrível, gosto muito”. A mim cabia apenas ouvi-las. A ária é realmente estupenda, com o solo de violino ornamentando a melodia cantada pelo contralto, que é uma variação do coral inicial e da melodia entoada pela congregação lá no início. Fechei os olhos e realmente fiquei feliz com o que ouvi. Foi maravilhoso e um ateu sabe a quem agradecer aqui na terra. Obrigado, Manfredo, Rose e Liênatchka – sim, este é o “diminutivo” de Elena em russo. Afinal, fui eu quem encheu o saco da Lienka – outro diminutivo, menos carinhoso – para que ela aceitasse o convite…
Depois veio a ária para soprano e baixo acompanhados pelos oboés de Rômulo Chimelli e Anelise Kindel e a ária para tenor com o Bighelini, os violoncelos e os comentários do Elieser Ribeiro no trompete. Tudo foi muito bonito até o coral que fecha a Cantata.
No final, o coral envolveu a congregação e cantou o Verleih uns Frieden gnädiglich, de Mendelssohn, que tem início soturno a cargo do operoso violoncelo de Fábio Chagas e do contrabaixo de Renate Kollarz até que o coral alivia o peso.
Na saída, eu esperava por Elena e via na cara das pessoas o sucesso do concerto. E tudo isso que aconteceu em Porto Alegre será repetido amanhã (sábado, 30/11) na Capela da Ulbra, em Canoas, às 20h. Vão lá! Quem for, não vai dizer que eu sou suspeito e menti, tenho certeza.
(A Elena detesta aparecer fora do ambiente musical– “Milton, tu não és nada discreto. Liênatchka, por exemplo, pra quê?” – e vai querer me matar por este merecido texto. Intimamente, desejo-me sorte nos momentos da pós-leitura dela…)
Depois do amadorismo e da acomodação, representados por Falcão, Fernandão e Dorival Junior, Luigi acabou acertando. Acertou sem querer, pois Dunga era tudo que nosso presidente entendido em futebol não desejava. Luigi aspirava continuar no cargo de presidente-palpiteiro, mas o péssimo resultado nas eleições do Conselho fez-lhe dar alguns passos atrás. Ontem, nas entrevistas após a partida, notei certo BANZO e inveja em Luigi. Acho que nosso Giovanni Luigi Calvário está louco para mexer no time e não se enganem: se Dunga pestanejar, voa.
Mas tudo o que não tem feito é pestanejar. Dunga não apenas diz o que pretende como consegue demonstrá-lo depois. Queria saídas rápidas para o ataque, queria que a defesa parasse com os chutões, queria marcação, jogadas ensaiadas e controle da bola alta. Disse tudo isso e depois demonstrou em campo. Esta é uma rara qualidade. Afinal, identificar o problema, eu, o Falcão e monte de gente identifica. O complicado é ir ao campo e inventar treinamentos que deem ao time o que lhe falta. E aí está o trabalho de Dunga, técnico de futebol.
O campeonato é o gaúcho, competição fácil e crepuscular do futebol mundial, mas nós sabemos que, quando a coisa não está ajustada, aqui e ali alguns jogos são vencidos com dificuldades e dor. Às vezes também se empata ou perde. Porém o time de Dunga, apesar de ele se escabelar na casamata como se estivesse 0 x 5, já vai fazendo seus gols no primeiro tempo e vence os jogos sem nenhum estresse. E não toma gols mesmo relaxando um pouco no segundo tempo. Ou seja, faz o que deveria fazer com extrema naturalidade.
Juan acertou a defesa; com ele, Moledo adquiriu segurança e não estranhem se acabar morrendo abraçado com Felipão em 2014. Gabriel e Fabrício vão muito bem, obrigado. Nossos volantes têm apresentado mais argumentos do que cometido faltas; a prova disso está no número de cartões. Na armação estão Fred, que erra muitos passes mas se esforça como um louco, e D`Alessandro, o único que é afagado publicamente pelo técnico. Aí está mais qualidade de Dunga: a de ter identificado o argentino como um caráter mimado, que deve ser elogiado até quando erra. Se D`Alessandro precisa ser amado, então amemo-lo! D`Alessandro, tu és o melhor armador que vi jogar desde Maradona…
No ataque, Forlán só me apaixona quando chuta, mas bastou Rafael Moura recuperar-se de sua cirurgia e fazer três gols num jogo-treino para Damião acordar. Se D`Alessandro precisa de carinho oral, Damião precisa de alguém que lhe chegue por trás, tipo avalanche. Acho compreensível que ele passe a jogar melhor; afinal, o apelido do cara é HE-Man. E tudo isso só possível porque, durante a semana, Dunga treina seus jogadores de forma consistente, bem diferente daquele Dorival que ficava à beira do gramado, treinando a diretoria que o amava.
Ah, junto a Dunga há o preparador físico Paulo Paixão, um sujeito que costuma fazer seus times voarem em campo. Então, não obstante Luigi, nosso vestiário é profissional.
Luigi, deixe os caras trabalharem, por favor. Preocupe-se com o Beira-Rio, com a contabilidade, faça um curso de dicção, mas fique longe do vestiário!
O mês de dezembro nos mostra o Inter em velocidade subluígica, ou seja, ainda mais lento do que o costume. A última notícia diz que o lateral direito e o atacante de velocidade prometidos talvez venham no final do Campeonato Gaúcho. Desta forma, a montagem do time ficaria para o segundo semestre. Talvez seja bom. No ano passado, o Inter contratou 14 jogadores. Destes, só aprovaram três, todos com caras assim de reservas: Ygor, Jackson e Cassiano. Dátolo fez um belo primeiro semestre, mas afundou no segundo.
As contratações mais espetaculares fracassaram até agora: Forlán não joga desde a Copa de 2010, Juan segue acumulando lesões desde 2011 e Dagoberto adotou o mesmo estilo em 2012. Ainda bem que Ratinho e Nei saíram. Dizem que Bolívar também estaria arrumando as malas, mas só acreditarei quando ver Bolívar com outra camiseta ou de pijamas por 24h. Luigi Calvário quer dar uma saída honrosa para o ex-zagueiro. Se procura palavras, sugiro que ele veja os jogos da Libertadores de 2006, quando Bolívar jogava muito. Então, encontrará argumentos para um belo elogio. Depois, ele deve pensar nas cagadas que General têm feito para justificar o pé na bunda.
Meu consolo é que as coisas andarão mais rapidamente no vestiário com Dunga e Paixão. Mas acho melhor evitar que o Calvário arraste sua cruz até lá. Pois se for, sabemos que fica.
O natural e lógico de um time de futebol bem sucedido é ter um técnico que treine, dê dinâmica, escale e, enfim, seja o responsável pelo vestiário. Porém, o mais comum nos times brasileiros é que os dirigentes fiquem dando pitacos, constrangendo o técnico a escalar os jogadores da preferência da diretoria. É o caminho para o caos. E, com efeito, as reações da diretoria do Inter às exigências de Dunga indicam não um problema de ordem financeira, mas uma discordância sobre o futuro modus operandi. Ou seja, Luigi não quer dar o vestiário para Dunga, quer seguir enchendo o saco.
Participo de dois grupos de discussões do Inter e em ambos as pessoas, algumas delas conselheiros de oposição — às quais estão muito atentas a todo o noticiário esportivo — estão juntando declarações daqui e dali a fim de montar a esfinge da hesitação sobre Dunga. Grosso modo, aqui está o resumo: Dunga declarou-se um japonês e quer saber de todas as funções prévia e minuciosamente. Em outra entrevista, ele disse que a Comissão Técnica é a dona do vestiário… Já Roberto Siegmann, ex-diretor de futebol e homem que não tem limites em sua franqueza — e que também nunca foi pego numa mentira — diz que o banana do Luigi (expressão minha) acha que entende de futebol e que gosta de mexer no time. Enquanto isso, logo após o Gre-Nal de domingo, o presidente Giovanni Luigi Calvário surpreendeu o mundo ao acusar Dunga de pedir um salário muito alto para os padrões de um clube que renova com Bolívar e outras mediocridades. Tal acusação foi peremptoriamente negada por Dunga.
Este é o presidente que o Conselho Deliberativo reelegeu para dois anos. O papel de manter tal sumidade foi assumido por um Conselho formado por pessoas que estão mais para o high society porto-alegrense do que para o interesse futebolístico. Por essas e outras, muitas outras, e por não aguentar mais é que vou de Chapa 3 no próximo dia 15, data da eleição para o CD. Chega de amadorismo. Estou cheio.
Ah, e Dunga só virá se não houver outro que a torcida aceite.