Rubber Soul

Rubber Soul

Este é o melhor álbum dos Beatles? Não sei. Sei que é o que ouço com maior prazer. Há poucas alegrias maiores do que colocar o vinil de Rubber Soul no toca-discos e observar, na maior expectativa, o disco girar até ouvir os acordes iniciais de Drive My Car. É sempre uma pequena implosão de alegria. Faço isso há 50 anos com o mesmo vinil, ainda em perfeito estado.

Mais uma vez, é um álbum de turning point e, para mim, esses são quase sempre os melhores. A lente grande angular ‘olho de peixe’ da capa pressagia a psicodelia que se aproximava.

É esclarecedor que George Harrison, o guitarrista principal, tenha dito que Rubber Soul e Revolver eram um retrato de 1965/66. Isso foi na época em que os Beatles foram forçados a parar de fazer turnês devido à histeria incontrolável e ao caos dos fãs. Hesito em dizer isso, mas um problema para as equipes de limpeza daqueles shows era o de limpar a urina dos assentos, tal era a liberação frenética e descontrolada de emoção. Era 4 caras engraçados, carismáticos — quiçá bonitos — e musicalmente talentosos. O mundo inteiro estava fascinado. Naqueles dias, apenas visitar a América era um distintivo de honra para os britânicos e, quando os Beatles chegaram aos EUA, foi um vendaval de amor e loucura.

Rubber Soul é um álbum de 1965, uma continuação da trilha sonora de Help. Muitos críticos postulam que o álbum Help foi o álbum mais fraco dos Beatles. Eu concordo. E também concordo que ninguém estava preparado para a inventividade e musicalidade do Rubber Soul.

Grande parte da obra vem de Paul McCartney, o músico mais motivado e talentoso de todos. Mas ele não era o líder. A alma dos Beatles era John Lennon, seu contraponto perfeito — mas este é tanto um álbum de Lennon quanto de McCartney; provavelmente o último em que a musicalidade e inventividade melódica de Lennon realmente brilham.

Rubber Soul usa os gêneros musicais mais tradicionais no rock do que qualquer outro álbum. As pessoas apontam que os Beatles estavam imitando o som de guitarra que os Byrds deram a Mr. Tambourine Man de Dylan. Isso é verdade, mas, como sempre, os Beatles não apenas superaram a concorrência, eles a destruíram.

A abertura é Drive My Car. O solo de guitarra é fluido e fácil. George Harrison era um guitarrista de bom gosto que lutava para conseguir um lugar no grupo como compositor. Aqui, ele recebeu duas faixas do álbum… Só que tinha a (in)felicidade de ser o substituto da maior parceria de composição de todos os tempos. Para Rubber Soul, ele escreveu maravilhosa Think For Yourself. Harrison mais tarde comprovaria sua qualidade com Something, While My Guitar Gently Weeps, Here Comes The Sun, etc. e tem o álbum solo mais vendido após a dissolução dos Beatles, All Things Must Pass. No LP seguinte, ele escreveria Taxman com um extraordinário solo de guitarra, que abre Revolver.

Drive My Car é algo. Oasis, Blur e inúmeros outros artistas do britpop copiaram o modelo Taxman e Drive My Car. The Jam fez isso descaradamente em Start. Noel Gallagher foi ainda mais descarado em copiar motivos dos Beatles. Os Stone Roses foram uma das bandas musicalmente mais bem sucedidas e convincentes do final dos anos oitenta, e também fortemente influenciadas pelos Beatles. Eles pegaram essas ideias e as tornaram suas em seu debut. A canção é ótima e apenas compositores de vanguarda como Stockhausen, Cage e Boulez usaram loops de fita de trás para frente, mas George Martin e os Beatles os introduziram na música pop em Drive My Car. O solo de George em Tomorrow Never Knows do Revolver leva isso a um patamar ainda mais alto.

Depois vem Norwegian Wood e Nowhere Man, ambas de Lennon. Qualquer vocalista sabe como é difícil sustentar uma harmonia de três partes com dois outros ao longo de um minuto, quanto mais três. Mas Nowhere Man soa sem esforço. Norwegian Wood é lírica, inventiva e inesperada. Os Beatles estavam agora traduzindo suas aventuras e relacionamentos pessoais em experimentações iniciais de art-rock. Tipicamente Lennon. Suas letras começam a fazer monólogos.

Entre estas duas está um típico e bom McCartney. You Won´t See Me foi um merecido sucesso da época. Difícil não dançar ouvindo esta canção.

Think For Yourself é uma joia de Harrison com uma guitarra que faz, por todo o tempo, uma segunda melodia. Acho que se ouvirmos apenas a guitarra, a canção já será muito interessante. É um belo cartão apresentado por George a Paul e John. “George Harrison, compositor”.

The Word, de Paul, não chega a ser tudo aquilo, mas não compromete, só que é seguida pela obra-prima que é…

Michelle, também de Paul, vem da tradição da canção francesa. Era uma coisa absolutamente inédita, uma prova do esforço sem esforço de McCartney, pulando de gênero em gênero, bem como sua invenção melódica e harmônica.

What Goes On é um excelente rock escrito por Lennon, McCartney e, sim, Ringo Starr, que faz o vocal com grande competência. Todo mundo cantava bem nos Beatles. Era um assombro.

Girl é outro exemplo de harmonias de três partes. É uma bela melodia. Este álbum representa os períodos finais em que Lennon e McCartney escreveriam juntos. Na verdade, cerca de metade das músicas foram escritas por um ou outro por conta própria. No entanto, aqui, a fusão criativa cumulativa ainda brilha.

I’m Looking Through You é um golaço de Paul McCartney. Melodia grudenta de primeira linha.

In My Life é possivelmente uma das músicas mais tocantes e emocionantes dos Beatles de todas. É uma música de Lennon e você pode ouvi-la compartilhando abertamente seus sentimentos sobre um passado trágico. Sua mãe Julia sendo atropelada na frente de seus olhos, sua alma gêmea da escola de arte Stuart Sutcliffe morrendo aos vinte e poucos anos em Hamburgo, onde os Beatles aprimoraram seu ofício em bares decadentes de Reeperbahn.

Paul McCartney, como admitiu abertamente, teve muita sorte em muitos aspectos. Ele teve uma educação estável. Um pai músico e uma mãe amorosa, Mary, que morreu quando Paul tinha 14 anos, a Mother Mary de Let It Be.

John Lennon teve tudo menos uma adolescência fácil. Eu acredito que foi através de suas criações e circunstâncias radicalmente diferentes que eles se uniram.

Musicalmente, In My Life contém um solo de piano com ares barrocos e um acompanhamento de baixo solo executado com grande elegância. Grande parte disso se deve à sensibilidade clássica do produtor George Martin. Ele também traz isso à tona no acompanhamento do quarteto de cordas de Eleanor Rigby de Revolver.

Wait fica no nível de The Word.

If I Needed Someone é mais um pontapé de Harrison na porta de Lennon & McCartney. E que pontapé! Uma melodia longa e inventiva dentro de um arcabouço originalíssimo. As vozes do trio estão sensacionais nesta que é uma das melhores faixas do disco.

Run For Your Life é um rock sensacional de Lennon. Mas aqui temos problemas na letra machista que o próprio Lennon renegou depois. “Well, I’d rather see you dead, little girl / Than to be with another man” (“Bem, eu prefiro ver você morta, garota / a te ver com outro homem”). Isso é inaceitável há décadas, meu caros, mas em 1965 até passava. Que baita música!

Depois de Revolver, o público não conseguia entender o que havia acontecido com os Beatles. Por que a demora em lançar um novo disco? Por que mais de sete meses entre Revolver e Pepper? Hoje em dia, nomes como Coldplay são considerados prolíficos quando lançam um álbum a cada dois anos. Os Beatles se renovavam consistentemente a cada seis meses.

Este é o meu álbum favorito dos Beatles porque nunca uma banda compôs uma música tão atemporal de forma tão convincente. Nunca haverá outra banda para tocá-los. Nem no passado, nem no presente, nem no futuro. Centenas de anos depois, os ouvintes atestarão isso — disso não tenho dúvidas.

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Os 26 dias e as histórias que separam Abbey Road do Led Zeppelin II

Os 26 dias e as histórias que separam Abbey Road do Led Zeppelin II
Ainda em fila, John, Ringo, Paul e George esperam o momento de atravessar Abbey Road de volta

Abbey Road foi lançado em 26 de setembro de 1969 na Inglaterra. Led Zeppelin II saiu menos de um mês depois, em 22 de outubro. Coincidências unem os dois esplêndidos discos (ou LPs, pois estamos na época do vinil) que estão em qualquer seleção que relacione os “melhores de todos os tempos”. Curiosamente, o primeiro parece encerrar uma era, enquanto o segundo inaugura outra. Para quem veio de Marte, informamos que Abbey Road foi o 12° álbum lançado pela fundamental banda britânica The Beatles. Já Led Zeppelin II é o 2°  álbum do importante grupo denunciado no título.

Abbey Road foi o último disco dos Beatles a ser gravado e o penúltimo a ser lançado. As canções do último disco, Let It Be, foram gravadas alguns meses antes das sessões de Abbey Road. Este representou uma trégua nas brigas que levaram Let it be a não ser lançado logo após sua gravação. Foi um breve retorno aos velhos tempos, com a recolocação de George Martin como produtor. Mas há ainda claros ecos da confusão em que estava metido o grupo: o vinil tinha (digamos que tem ainda) dois lados bem distintos entre si, com a finalidade de satisfazer aos egos um tanto inchados e ressentidos de John Lennon e Paul McCartney. Apesar dos dois lados terem canções de ambos, o lado A, que começa com Come Together e vai até I want you (She`s so heavy), é a parte do disco concebida por John Lennon e é uma coleção de canções individuais. Já o lado B, o de Paul McCartney, logo após Because, contém uma sequência de músicas propositadamente inacabadas criadas pela dupla.

Curiosamente, cada um dos lados foi brindado por uma obra-prima de George Harrison: o lado Lennon ganhou Something e o lado McCartney recebeu Here comes de sun.

O Led Zeppelin em 1969

Antes de seguirmos com Abbey Road, vejamos o que acontecia na época com o Led Zeppelin. Em outubro de 69, o Led tinha um ano e um mês de vida. A banda era formada pelo guitarrista Jimmy Page, o vocalista Robert Plant, o baixista e tecladista John Paul Jones e o baterista John Bonham. Page começara sua carreira como músico de estúdio em Londres e, em meados da década de 1960, era o guitarrista mais procurado pelas gravadoras na Inglaterra. Entre 1966 e 68, ele foi um dos Yardbirds. Primeiramente, o nome da nova banda era New Yardbirds. Porém, quando as gravações daquele que seria o Led Zeppelin I viraram coisa séria, a banda concluiu que tinha personalidade para merecer um nome sem cordão umbilical. O nome Led Zeppelin surgiu depois que os amigos do The Who — Keith Moon e John Entwistle — comentaram que o supergrupo seria um “balão de chumbo” (do inglês “lead zeppelin”). A palavra “lead” é propositadamente escrita com erro.

O Led Zeppelin é reconhecido como um dos iniciadores do heavy metal e seu LP de 1969 é o mais pesado de todos. Mas não precisamos ser muito atentos para notarmos que a origem do som do grupo está no blues e no folclore inglês. Diferentemente do LP dos Beatles — todo ele gravado no conforto do estúdio de Abbey Road –, o do Led Zeppelin foi feito de forma cigana. Afinal, o grupo passou o ano de 69 excursionando pela Europa e Estados Unidos e cada canção foi gravada, mixada e produzida separadamente em vários estúdios, alguns dos quais eram tecnicamente bastante pobres. Por exemplo, um estúdio em Vancouver foi creditado como “cabana”, pois tinha um equipamento de oito canais que nem sequer possuía conexões para fones de ouvido.

Contrariamente, Abbey Road é o mais bem acabado de todos os discos dos Beatles, comparável somente a Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Sua estrutura foi bastante pensada e discutida, e as visões discordantes dos integrantes da banda só contribuíram para a riqueza da criação final. Trata-se da última explosão de criatividade do grupo, capitaneada pelo produtor George Martin. Enquanto isso, Led Zeppelin II tem sua unidade advinda justamente da falta de tempo e de reuniões formais. O baixista John Paul Jones, anos depois, disse que “muitos dos riffs que Page executa nesse álbum haviam surgido no palco, durante as longas improvisações que fazia durante a canção Dazed and Confused. Depois dos shows, os membros da banda tentavam recordar os melhores trechos, que eram imediatamente gravados em algum estúdio nas proximidades. A produção do disco é creditada a Jimmy Page.

A capa do Led Zeppelin II

A capa do Led Zeppelin II tem uma história curta, se comparada com a série de interpretações — loucuras absolutas — suscitadas por Abbey Road. O projeto da capa foi baseado em uma fotografia da Divisão Jagdgeschwader 1 (Esquadrão de Combate nº 1) da Força Aérea Alemã, o famoso “Circo Voador” liderado por Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho da Primeira Guerra Mundial. Depois que a foto foi matizada, os rostos dos quatro integrantes da banda — retirados de uma publicidade de 1969 — foram retocados e colocados na foto. Também foram incluídos os rostos do empresário da banda, Peter Grant. A mulher na foto é Glynis Johns, a atriz que interpretou a mãe de Mary Poppins no filme da Disney. A presença dela é uma piada interna. O nome do engenheiro de gravação era Glyn Johns, ou seja, eram quase homônimos. Também foi incluído o astronauta Neil Armstrong, recém chegado da Lua. A campanha publicitária dizia “Led Zeppelin – A única maneira de voar”.

A foto-base da capa.

Como dissemos, o disco é certamente o trabalho mais pesado da banda. Ele inicia com o agressivo riff de Whole lotta love, seguindo com a What is and what should never be, um gênero de canção que se tornaria típica do Led Zeppelin ao alternar momentos suaves com “pauleiras”. Nos anos que se seguiram a seu lançamento, Led Zeppelin II era citado por críticos musicais como um modelo a ser seguido por bandas de heavy metal. Músicas derivadas do blues como Whole lotta love, Heartbreaker, The lemon song, Moby Dick e Bring it on home foram vistas, na época, como grandes novidades, pois os riffs de guitarra definiam e puxavam as canções, em lugar do refrão. A absoluta ênfase no instrumental era atípica na música popular. O solo de guitarra de Page em Heartbreaker, foi uma grande inspiração para o trabalho posterior de solistas de metal. Como tal, o álbum é geralmente considerado como muito influente no desenvolvimento do rock, sendo um dos precursores do heavy metal, inspirando uma série de outros grupos de rock, incluindo Aerosmith, Iron Maiden, Guns N’ Roses e até seu contemporâneo Black Sabbath.

A famosa capa de Abbey Road

Abbey Road tem a mais famosa capa de um disco. A fotografia da capa do álbum foi tirada do lado de fora dos estúdios Abbey Road em 8 de agosto de 1969 por Iain Macmillan. A sessão durou dez minutos. John Lennon estava apressado e queria tirar a foto e sair logo dali, pois “deveríamos estar gravando e não posando para fotos idiotas”. A ideia da foto de capa foi de Paul McCartney. Macmillan tirou apenas seis fotos sobre um cadeira colocada no meio da rua. Paul McCartney escolheu a que achou melhor. Nove entre cada dez turistas vão até aquele bairro residencial ver a rua e repetir a famosa foto idiota com amigos. O estúdio ainda está lá, funcionando, bem na frente do fusca branco.

A capa foi objeto de toda sorte de rumores e teorias de que Paul estaria morto, vítima de um acidente de carro em 1966. Apesar de ter sido apenas uma brincadeira, vale a pena conhecer a lenda. Como se vê ao lado, na capa do LP, os Beatles estão simplesmente atravessando a rua numa faixa de segurança a poucos metros do Estúdio Abbey Road.

Porém… Ela estaria lotada de “pistas” que demonstrariam que Paul tinha morrido. Paul está descalço — segundo ele, aquele dia fazia muito calor, e ele não estava aguentando ficar com nada nos pés. Além disso, estava fora de passo com os outros três e de olhos fechados. Apesar de ser canhoto, leva o cigarro na mão direita. A placa do fusca (“beetle” em inglês) estacionado é “LMW”. É claro que isso significa “Linda McCartney Widow” ou “Linda McCartney (mulher de Paul) Viúva. O complemento da placa é “281F”, referindo-se ao fato de que McCartney teria 28 anos se (if em inglês) estivesse vivo. (O I em “28IF” é um “1”, mas isso é difícil de se ver na capa). Para piorar, os quatro Beatles da capa representariam o padre (John, cabelos compridos e barba, vestido de branco), o notário responsável pelo funeral (Ringo, de terno preto), o cadáver (Paul, de terno, mas descalço como um cadáver), e o coveiro (George, em jeans e uma camisa de trabalho). Além disso, há um outro carro estacionado, de cor preta, um modelo usado para funerais, voltado para o lado do cemitério próximo a Abbey Road. O homem de pé na calçada, à direita, é Paul Cole, um turista dos EUA que só se deu conta de que tinha participado da capa de disco mais famosa de todos os tempos meses depois.

Aparentemente, Paul McCartney está vivo e produzindo até hoje.

E foi uma capa nada planejada. Durante as gravações, o engenheiro de som Geoff Emerick fumava muito os cigarros da marca Everest. Então, ficou decidido que este seria o nome do disco. Eles até pensaram em fretar um jato e ir até o Everest tirar umas fotos. Mas, como estavam em cima do prazo, decidiram atravessar a rua.

Abbey Road é o disco mais vendido dos Beatles. A abertura vem com Come Together, maravilhosa canção de Lennon. Inicia com um “chuuunc!” (na veia) que era a gíria para o uso de heroína. McCartney e o produtor George Martin deixaram o baixo bem alto de forma a evitar problemas com a justiça. Depois vem a célebre Something, de Harrison. Até Frank Sinatra gravou. Outras músicas famosas do disco são a brincadeira anos 50 feita em Oh! Darling, o coral de Because — ambas de McCartney –, e a outra e esplêndida colaboração de Harrison Here comes the sun. Mas o que distingue Abbey Road de tudo o que fora feito antes pelos Beatles é a sequência de nove canções inacabadas no final do disco: You never give me your money, Sun King (com parte de sua letra feita de palavras que não existem), Mean Mr. Mustard, Polythene Pam, She came in through the bathroom window, Golden slumbers, Carry that weight, The end e Her Majesty. Elas finalizam também a história do grupo.

Já o Led Zeppelin seguiria aprontando por mais sete discos. Alguns deles realmente espetaculares. Mas esta é outra história.

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The Rain Song – Jimmy Page & Robert Plant (No Quarter, 1994)

George Harrison e o pessoal do Led Zeppelin eram amigos. Harrison comentou uma vez a John Bonham que o problema que via no Zepp é que eles não tinham muitas baladas. Em resposta, Jimmy Page escreveu a lindíssima The Rain Song, iniciando-a com dois acordes encontráveis em Something, como uma homenagem ao guitarrista dos Beatles. Harrison faria 70 anos na próxima segunda-feira, 25 de fevereiro. Faço-lhe esta homenagem antecipada e atravessada.

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