O Brasil é longe daqui

Eu acredito que os brasileiros tenham cada vez maior dificuldade de identificar-se com sua Seleção. Os representantes da tal Pátria de Chuteiras usam Nike e seus pés pouco pisam o solo nacional. Não pensem que vou defender a indústria esportiva nacional ou tenha me tornado um bobo nostálgico que vá defender a manutenção de nossos craques no Brasil. O que escreverei tem apenas força de constatação. Era assim, hoje é assado.

Acostumado a ver times como a Internazionale de Milão – time que ganhou a Copa dos Campeões após ter entrado em campo sem NENHUM jogador italiano – ; acostumado a ver Lúcio e Maicon, por exemplo, naquela seleção mundial; acostumado a ver a CBF dando-lhes preferência nas convocações – pois seriam mais experientes em âmbito internacional – não há como alguém considerar a Seleção Brasileira sua óbvia representante. Sim, eles irão à Copa jogar por nós – isto é certo – e tornar-se-ão ídolos nacionais se ganharem; porém, se jogarem menos do que em seus clubes serão chamados o mais brandamente de mercenários. Neste caso, há possibilidades de nossa torcida achar mais divertida a Espanha ou a Holanda, por exemplo. O que quero dizer é que perdemos grande parte da emoção e a parceria entre time e torcida é hoje mais discreta, rarefeita. Vemos tanto o Campeonato Brasileiro quanto o Italiano, Espanhol ou Inglês. Nossos ídolos são quaisquer.

Tenho filhos adolescentes e, semana passada, eles discutiam para quem torcer. E, sim, havia os que gostariam de ver Brasil campeão e outros que queriam os argentinos ou holandeses no topo. Discutiam animadamente, com naturalidade. Uns gostavam de Messi e Milito, outros de Snejder e do futebol bonito da ex-Laranja Mecânica. Nada surpreendente. Somos um país estranho, nem nossa direita é nacionalista, muito pelo contrário… Não somos nem um pouco parecidos com nossos vizinhos neste quesito.

Para piorar, a seleção é convocada e administrada pela CBF, vista com antipatia por todos os torcedores que não sejam corintianos ou flamenguistas. Nos últimos anos, foram descobertos escândalos na arbitragem, assim como a entidade realizou mudanças nos jogos do Corinthians de 2005, com a clara finalidade de beneficiá-lo. O Flamengo… Bem, o Flamengo devia erguer uma estátua aos árbitros. Melhor dizendo, várias estátuas.

Mas derivo. A CBF, doida por dinheiro, também não se esforça muito para a identificação do time com a torcida e marca amistosos em qualquer lugar do mundo que lhe pague uma boa cota. Não lembro de um jogo amistoso da seleção em território nacional nos últimos tempos. Tais jogos são sempre vendidos para o exterior. Então, além dos jogadores viverem fora do Brasil, também não movimentam nossas cidades, torcida, hotéis, estádios. É tudo muito frio, distante. Como se não bastasse, há as convocações para estes jogos… Nada vai me convencer de que certas convocações vieram apenas para facilitar a venda de jogadores para a Europa. Sandro, do Internacional de Porto Alegre, foi vendido para o Tottenham logo após uma despropositada (e solitária) convocação e o que dizer dos chamamentos – muito piores – feitos ao loirinho Mozart, ao piadista Eduardo Costa, ao “artilheiro” Afonso, a Vagner Love ou a Hulk? Parece sério?

Para terminar, há a imprensa brasileira. Com esta, convivemos diariamente. E ela é muito chata. Ela não quer apenas resultados. Quer festa e show. Sem show é uma merda. Para ela, o futebol dos times de Mourinho,por exemplo, não servem. O Mundial de 1994 parece hoje ser uma vitória da qual devemos nos envergonhar. O time do Parreira jogava feio – todos jogavam parecido naquela Copa – , então, aquele Mundial tornou-se a vitória de Romário e seus brucutus.

Espero uma boa Copa. Claro, sou louco por futebol. Vou torcer pelo nosso “escrete” e desejo jogos sensacionais, mas sinto em mim aquele germe, aquela vontade que tudo dê bem errado e que um país menor e inédito leve a melhor.

Que venha a Copa — pois não suporto mais ver o Inter jogar / Farinatti comenta a delicada situaçã

Não sou especialmente tarado por Copa do Mundo, sou tarado por futebol e creio que as seleções sirvam mais para um desfile de bons jogadores do que como modelos de boa prática futebolística. Pela primeira vez em muitos anos, anseio pelo início da Copa. O motivo é que não suporto mais ver o Inter jogar, desperdiçando jogadores daquela forma tola. Ontem, eu e todos os comentaristas previram o que ia acontecer, mas Fossati foi em linha reta para a derrota. Não sei o que Fernando Carvalho espera do comandante do futebol. Qualquer interino, hoje, faria um tremendo bem ao time. Que venha a Copa.

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Outro indignado, meu amigo Luís Augusto Farinatti, escreveu uma catilinária num comentário ao post anterior. Não concordo com ele em todos os detalhes, mas indiscutivelmente concordo com o cerne. Discordamos apenas no foco maior que dá à necessidade de jogadores, enquanto minha opinião é a de que poderíamos ter resultados muito bons com este grupo de jogadores mais um centroavante decente e com a simples dispensa de outros (Edu, Kléber Pereira, Nei, Bruno Silva). Também contataria um detetive a fim de procurar o futebol do outro Kléber. Ou seja, meu foco maior é no comando equivocado. O fato é que a derrota para o fraco Vasco da Gama, do modo como ocorreu, é inconcebível e gravíssima:

Há um universo de erros. Dentro dele, cada constelação tem seus protagonistas. Todos me parecem fáceis de perceber. O que explicaria, então, a insistência em não corrigi-los? Creio que as respostas não passam pela simples análise da bolinha que o Inter está jogando. Há mais coisas entre a sala da vice-direção de futebol e os gramados do que supõe o nosso vão sofrimento. Só pode ser, porque não é possível que não notem, entre outras coisas, as seguintes:

1- Só se é campeão com, ao menos, um atacante DIFERENCIADO (Nilmar, Sóbis, Ricardo Oliveira, Luis Fabiano, Adriano, etc.). O Inter não tem nenhum.

2- Fernandão, em forma, é diferenciado. Andava se arrastando quando pediu para sair do Inter. É verdade. Achou que podia voltar quando quisesse e ainda exigir um caminhão de dinheiro. Também é verdade. Tudo isso serviria como desculpa para não trazê-lo se o Inter, repito, tivesse ao menos um atacante diferenciado. Mas, ver aquele ataque que está jogando e ter desprezado Fernandão, parece provocação com a torcida.
Se estivesse no Inter, talvez Fernandão não jogasse maravilhas, mas já tinha dado um chega para lá no Fossati e começado a escalar o time, como fez com o Abel durante a parada para a Copa, em 2006, levando o Inter ao título da Libertadores.
Bem, talvez a coisa passe por aí mesmo. Andei sabendo que a liderança de Fernandão estava desgastada quando saiu. Talvez tenha havido veto de sua contratação por desavença pessoal com alguns jogadores ou com os manda-chuvas da diretoria.
Ou, a hipótese menos provável, FC achou que Fernandão voltaria fora de forma e esculhambaria o grupo querendo ser titular. Achou que Edu era fora de série. Se foi isso, seu erro foi monumental. Maior do que pagar US$ 1.000,00 pelo Bustos. Mas acho que não foi isso. Se fosse, teria trazido algum atacante quando viu que Edu não é possível. Eu gosto do FC, mas acho que, ou ele ficou burro depois de velho, ou há coisas que não sabemos…

3- O Inter não tem zagueiros confiáveis. Talvez Bolívar. É preciso trazer dois. Um, no mínimo. Para ontem.

4- Fossati muda o esquema a cada jogo, o time parece uma geleia. E, pior de tudo, o time dele não tem alma. É uma esculhambação insegura. O Abel, pelo menos, botava coração, mesmo escolhendo táticas absurdas, como aquele 4-2-4 com que perdeu o Gauchão de 2006 para o Pedro Júnior. JÁ DEU HÁ MUITO TEMPO! Em termos de treinador, sou um continuista, mas tudo tem limite. Quando a coisa está desse jeito, merda nova é melhor que merda velha. FORA FOSSATI!

5- O Inter está jogando tão mal, que não precisaria ter um goleiro frangueiro, inseguro e peripatético. Pois foi contratar um desses. Um cara que já foi um grande goleiro, mas que hoje lembra bisonhices como Gomes e Tabarelli (para ficar com dois nomes que me deram muita alegria no passado). O time fica todo cagado com ele lá atrás. Se é por passado, coloquem o Manga, que está no Beira-Rio dando sopa e duvido que ataque pior que nosso atual titular.

6- Muitas, muitas, muitas outras coisas…

Temos jogadores e torcida para reverter o quadro. Mas a direção precisa querer. As mudanças emergenciais devem ser:

1- Trazer um atacante DIFERENCIADO, dois zagueiros confiáveis. JÁ!!!!!!!!
2- Mandar o Fossatti para o Equador ou para a pqp.
3- Pagar para alguém levar os pesos mortos: Kleber Pereira, Abondanzieri e Edu.
4- Reabilitar Marquinhos e Tiago Humberto, ao menos em nível de grupo.

Não sou religioso, mas OREMOS para que os fatores que NÃO SABEMOS deixem de influenciar o julgamento dos dirigentes do Inter. Do contrário, é brigar para não cair.
Já estou secando o Atlético Goianiense…

Estudiantes 2 x 1 Inter

Milton Ribeiro traz de volta seu amor, desata macumbaria, doenças mandadas e da carne. Traz seu emprego de volta — assim como o desejo — , cura doenças e faz com que ela chame seu nome durante o orgasmo com outro homem. Faz tudo ao contrário e vice-versa se você for mulher.

Por isso, EU JÁ SABIA !!!

(Conferir ao final do post abaixo).

Indo à Bombonera

A decisão de ir à Bombonera ver Boca Juniors x São Paulo foi tomada na própria quarta-feira, 19 de setembro. Meu amigo Dario e seu filho Frederico chegariam aquele dia para que o guri (10 anos) participasse de um campeonato infantil de futebol. O Fred acabou a competição como campeão, foi escolhido o melhor jogador e ainda foi o goleador. Conhecendo o Dario há anos e tendo jogado futebol com ele, nunca imaginaria que seu filho pudesse ser um craque. Às vezes, até o Barão de Itararé erra: “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”. Saiu. O garoto joga, teve a sorte de nascer canhoto – quem joga futebol sabe das vantagens disso – e já há até fotos do Fred dando entrevistas. O Dario é um bom pai e não se ufana para todo mundo das habilidades do filho e nem pressiona o guri. Apenas dá o acesso, dando vazão ao possível talento do menino.

Mas, voltemos a meu assunto: o Dario deixou um comentário aqui no blog “mandando” eu comprar os ingressos. Comprei três na platéia superior ao preço de 70 pesos cada (algo em torno de R$ 52,00 por ingresso). Antes, tomamos precauções para não sermos confundidos com bambis. Eu comprei uma camiseta com o símbolo do Boca e com a famosa inscrição “La mitad más uno”, indicando que a torcida do Boca é formada pela “metade mais um” dos argentinos. Mais quatro, provavelmente, porque meus três acompanhantes também trataram de comprar camiseta, boné, etc.

Todo brasileiro acha que os argentinos costumam divertir-se linchando alguns torcedores por jogo, servindo-os depois em animadas parrillas. Temíamos que nosso sotaque nos denunciasse não apenas como brasileiros, mas como autênticos bambis potenciais candidatos ao fogo (bambi significa torcedor do São Paulo FC). Queríamos ser identificados como xeneizes e fomos para a lendária Bombonera.

O estádio com formato de caixa de bombons tem uma curiosa história. Nos anos 30, o Boca Juniors quis ampliá-lo, mas desejava mantê-lo no mesmo local. Pediu à prefeitura um espaço maior, porém só obtiveram negativas. Havia trilhos de trens circundando as paredes do estádio – aliás, circundam até hoje – e a Ferrocarril Buenos Aires não aceitava desviar a rota. Depois de muita discussão, um arquiteto que esqueci o nome, apareceu com a solução: crescer para cima. No Museu do Boca, há desenhos de cortes laterais das arquibancadas. O que se vê são arquibancadas notavelmente íngremes, uma sobre a outra, formando três andares altíssimos. A analogia que posso fazer é a de que a disposição de tais arquibancadas parece uma basculante semi aberta. Das arquibancadas inferiores – plateias baixa e média – não se vê o céu, vê-se apenas o campo e na platéia alta, atrás do gol, onde estávamos, temos que levantar e olhar para baixo se quisermos ver uma cobrança de escanteio batida em nosso lado. A bandeira de escanteio está quase sob nossa arquibancada, só isso. É muito alto, não há elevadores e mesmo eu, acostumado com escadas, cheguei cansado lá em cima.

Quando se entra, vê-se que as plateias formam uma ferradura, completada por um edifício que a tapa. O edifício, uns vinte metros mais baixo que a ferradura, é onde ficam os camarotes e Diego Maradona, quando vai ver seu time. É um estádio antigo, velho, gasto, quase tacanho não fosse sua enorme altura. Não há local para os jogadores fazerem aquecimento; acaba o campo e já temos as paredes da caixa de bombons. Ou seja, é uma autêntica arena, tal como o Coliseu de Roma e sua irmã menor, mais bela e ainda em funcionamento pleno: a Arena de Verona. Eu e a Claudia fizemos um teste em Verona: ela desceu até o meio da arena – hoje palco de muitas óperas – enquanto eu permanecia lá cima, na última arquibancada. Ela falou baixo, mas eu a ouvi; ou seja, a Arena de Verona, ao lado da Piazza Bra, na cidade tão amada por mim, por ela e pelo Ubiratan Leal do Balípodo e da Trivela, tem incrível acústica.

Quando o jogo começou, houve momentos de silêncio da torcida e o Dario me disse uma coisa meio maluca, que pude comprovar logo depois: ouvíamos os gritos dos jogadores! Sim, todos os “Porra”, “Vai”, “Chuta” dos brasileiros e, de repente, um berro do goleiro do Boca (“Leandro!!!”), chamando seu companheiro, o número 10 Gracián. Quando a torcida grita, a amplificação do som é algo impressionante, mesmo considerando-se que o estadinho recebia só 20 mil pessoas aquela noite; é algo atemorizante, muito alto e que, pior, ecoa.

Ah, outra coisa inacreditável: o estádio não treme como os nossos, ele balança mesmo. O balanço é sentido nas pernas, no pescoço – temos que impedir que a cabeça caia, certo? – e é visualizado claramente. Pensei que minha cadeira balançasse por obra de algum “hincha de Boca” nervoso em nossa fila, mas não. Olhamos para a frente e observamos que toda a arquibancada balançava contra um gramado parado. Não sei como La Bombonera está em pé, mas está e… balança como se fosse articulada. O Dario sentiu-se tonto e eu pensei que, se os argentinos estavam tranquilos, não seria adequado sair correndo histericamente.

Todo o nosso receio quanto ao comportamento da torcida foi infundado. Lá fora, bom número de policiais; dentro do estádio, bom comportamento e nenhuma provocação aos brasileiros que torciam contra o São Paulo e que gritavam e faziam suas piadas em português. Sei que os barras bravas têm que ser evitados, mas só os vi dentro do estádio, em seus lugares, atrás das duas goleiras, assistindo o jogo em pé (ali não há arquibancadas ou cadeiras). A surpresa é que a torcida do Boca faz menos cantoria e grita menos que a colorada e que seus barras se mexem menos do que a Alma Castelhana do Grêmio. Prova de que não os copiamos, apenas achamos que os copiamos. Todos assistem ao jogo parados, inclusive a barra. O resto é lenda trazida por brasileiros exagerados. O que eles não fazem em hipótese alguma é vaiar seu time. A tranquilidade na torcida era como a de qualquer partida realizada no Brasil quando há torcedores de apenas um time. Mas quando gritam é aquilo…

Talvez o jogo tenha sido fácil demais e por isso estavam tão quietos, mas não sei não.

Pré-jogo e pré-visões para Estudiantes x Inter

Será no estadinho José Luis Meiszner, de Quilmes, cidade a 27 Km do centro de Buenos Aires, o jogo de hoje. Trata-se das quartas-de-final da Libertadores da América… Após Bolívar comparar o estadinho com o Edmundo Feix (5.000 lugares) de Venâncio Aires (Venâncio Aires, não Buenos Aires), após o Fossati dizer que toda a lateral ao lado da área é um escanteio devido às dimensões do campo, fui ao Google Earth dar uma olhada no local.

Sentiram a panela de pressão onde nos meteram? Vamos precisar de muita catimba e consideráveis porções de Abbondanzieri e D`Alessandro hoje, a partir das 19h45. Meus sete leitores sabem o quanto eu admiro os argentinos e uruguaios, não obstante o fato de eles serem o bando de filhas-da-puta que têm disparado a melhor literatura do continente e que sabem exatamente o que é o futebol: aquela mistura de drama, sacanagem, beleza e vida que se desprende diariamente das páginas do Olé.

Para compensar o grande Estudiantes — atual campeão da Libertadores e com Verón e Boselli e o diabo — , nosso amado treinador ameaça-nos com a Mãe de Todas as Retrancas (expressão do Luís Felipe dos Santos), um humilhante 3-6-1 que mais não é do que um educado convite ao adversário para penetrar em nosso campo. A experiências anteriores demonstraram o profundo amor que Fossati possui à adrenalina e à emoção, proporcionando-nos, nas partidas fora do Beira-Rio, momentos de que nenhuma montanha russa seria capaz.

Apesar de minhas críticas, há duas curiosidades sobre o jogo de logo mais e uma delas fala bem de Fossati:

1. Alejandro Sabella — técnico do Estudiantes — e Jorge Fossati estão no top 10 mundial da IFFHS para treinadores. Espero que o lider tabagista Fossati seja digno da distinção e que eu seja um imbecil…

2. O Inter nunca, mas nunca mesmo, perdeu para o Estudiantes. OK, o gremista que me serve de consciência dirá que sempre há uma primeira vez e o mando tomar no cu, mas por enquanto assim é. Comprove abaixo:

07/03/1948: Inter 3 x 1 Estudiantes – Estádio da Timbaúva – gols de Adãozinho, Tesourinha e Carlitos para o Inter e Infante para o Estudiantes

25/01/1952: Inter 4 x 1 Estudiantes – Estádio dos Eucaliptos – gols de Luisinho (dois), Solis e Canhotinho para o Inter e Barreros para o Estudiantes

03/04/1959: Inter 4 x 1 Estudiantes – Estádio dos Eucaliptos – gols de Zago, Deraldo, Osquinha e Joaquinzinho para o Inter e Alarcón para o Estudiantes

13/07/1969: Inter 4 x 2 Estudiantes – Estádio Beira-Rio – gols de Gilson Porto, Bráulio, Tovar e Valdomiro para o Inter e Rudzki e Verón (papá de La Brujita) para o Estudiantes <— sim, eu vi este jogo, tinha 11 anos

26/11/2008: Estudiantes 0 x 1 Inter – Estádio Ciudad de La Plata – gol de Alex

03/12/2008: Inter 1 x 1 Estudiantes – Estádio Beira-Rio – gols de Alayes para o Estudiantes e Nilmar para o Inter <— também vi

13/05/2010: Inter 1 x 0 Estudiantes – Estádio Beira-Rio – gol de Sorondo <— e este também

Gremistas! Todos quietos hoje, tá? Meu chute: Estudiantes 2 x 1 Inter. Inter nas semifinais.

Santos 3 x 1 Grêmio

O Grêmio fez grande partida. Adiantou a marcação, conteve Ganso através de Adilson durante todo o primeiro tempo, forçou erros de passes do Santos — algo raramente visto — e atuações constrangedoras de Robinho e Neymar. Mas quando Ganso acertou aquele chute impossível, não soube mudar seu estilo e atacar. Estava programado para se defender e não soube encarar o jogo quando este não lhe favorecia. Acontece. Acho que Silas errou ao não colocar Maylson logo após o primeiro gol do Santos. Amanhã, é nossa vez…

Santos x Grêmio — Pré-jogo e Pré-visões

Enquanto o treinador da Universidad do Chile chama Wagner Love e Adriano de gordos e esperamos pelo conflito do Inter contra o Estudiantes amanhã, temos os aperitivos de hoje: Santos x Grêmio e São Paulo x Cruzeiro às 22h. Sou quase indiferente ao jogo do Morumbi; minha expectativa vai toda para a Vila Belmiro. A se acreditar nas escalações anunciadas, teremos muitos, mas muitos gols na Vila.

O Santos, a partir de seu meio-de-campo, iria com Rodriguinho, Wesley e Ganso; Neymar, André e Robinho. E o Grêmio com Adilson, William Magrão, Hugo e Douglas; Jonas e Borges. Ou seja, o Santos tem apenas um jogador tipicamente de marcação em seu meio-campo e o tricolor, dois. Considerando-se o caráter artilheiro de ambos os times, acho que não é grande ousadia antecipar uma chuva de gols semelhante à do Olímpico. Se compararmos as zagas, talvez a vantagem fique com o Santos, mas não esqueçam que a zaga do Grêmio estará protegida por dois volantes e a do Peixe por um. Se compararmos os ataques, o santista é superior — não por causa dos atacantes e sim pela presença de Ganso, que deverá jogar enfiado, ops, que deverá meter bolas no meio da zaga lenta do Grêmio, espero… Só que tudo pode ficar equilibrado pela histórica maior vontade de marcar dos gaúchos. E o Santos é um time sujeito a súbitos desligamentos, coisa estranha e perigosa. O bom é isso: são excelentes times, não há favorito e, se um vacilar, periga tomar vários gols em poucos minutos.

Claro que, como colorado, desejo a vitória santista, conto com o histórico do Grêmio jogando fora de casa e com a depressão do fora-da-lista Victor, mas não levo o jogo de barbada. Meu palpite é num placar de 6 x 4 favorável ao Santos. Ou ao Grêmio.

Qualquer hora dessas proibirão o drible

Pois se trata da mesma coisa…

A FIFA anunciou hoje que a paradinha no momento do pênalti está proibida. A decisão entra em vigor a partir de 11 de Junho de 2010, data do início da Copa do Mundo.

Jerome Valcke, secretário-geral da FIFA, explicou que continuará a ser possível fazer a paradinha durante a corrida, mas que esta será penalizada com cartão amarelo se for realizada imediatamente antes do remate. Torna-se mais uma questão de “interpretação”. Mais material para a gente discutir arbitragem…

Inter 1 x 0 Estudiantes

O Internacional não jogou bem, mas o Estudiantes acabou punido por sua baixa voracidade ofensiva. Quem muito fica atrás pode tomar, sabe-se. Veio uma bola alta, a cabeçada de Sorondo e a vantagem. A surpresa do Inter foi a boa produção defensiva; o ataque permaneceu uma piada. Time por time, o Estudiantes é melhor. Corremos muito atrás dos argentinos tocadores de bola. Eu fiquei cansado só de olhar. Verón ainda é um supercraque, é um prazer e uma aula vê-lo jogar.

A vantagem do Inter é maior do que parece, pois, se fizer um gol na Argentina, obrigará o time de Sabella a fazer três. Foi menos emocionante, mas nosso resultado mostra-se muito superior matematicamente aos 4 x 3 do Grêmio. Viram as vantagens da mediocridade? Bem, como chegamos às quartas-de-final aos trancos, quem sabe não vamos às semis da mesma forma?

Só espero que Fossati não entre em transe místico e escolha jogar com três zagueiros. Toda a segurança defensiva que vi este ano foi obtida com dois, não com três zagueiros. Ah, e Glaydson (belo nome) merece a vaga de Nei na lateral, certo? Na próxima quinta, mais sofrimento. Abaixo, o gol de Sorondo e uma foto do rapaz.

Vai dizer que eu não sei fazer gol?

Os 23 de Dunga — minha aposta (Reloaded)

Acho que Dunga chamará esses 23 jogadores. Minha lista NÃO seria esta. Estou apostando na lista que ele chamará amanhã. Por exemplo, eu não convocaria Josué nem para gandula, Robinho podia ficar pedalando por aqui mesmo, o mesmo para Adriano e Doni é reserva na Roma…

Update de 11/05/2010 (13h45): ATUALIZADO COM A CONVOCAÇÃO REAL

Goleiros:
Júlio César — OK
Victor <— Gomes
Doni — OK

Laterais:
Maicon — OK
Daniel Alves — OK
Michel Bastos — OK
Gilberto — OK

Zagueiros:
Lúcio — OK
Juan — OK
Luisão — OK
Thiago Silva — OK

Volantes:
Gilberto Silva — OK
Felipe Melo — OK
Josué — OK
Elano — OK

Meias:
Ramires — OK
Kaká — OK
Ganso <— Kléberson
Julio Baptista — OK

Atacantes:
Robinho — OK
Luís Fabiano — OK
Nilmar — OK
Adriano <— Grafite

Poucos choram pelo Corinthians e Inter x Banfield

Peço desculpas a meus amigos corintianos, mas não dá para torcer para time deles. Ainda mais sendo colorado. Basta vê-lo em campo para eu me tornar torcedor do seu adversário, mesmo sendo ele o Flamengo. O Corinthians não foi feito para a Libertadores. O raciocínio mais simples é o de que, na competição continental, não há juízes interessados em agradar a “Maior torcida do Brasil-iu-iu”. Para piorar a coisa, o time da Fazendinha é o único Campeão do Mundo que, estranhamente, nunca venceu a Libertadores. Nossa, que várzea.

A Libertadores também não tem Zveiter fora do campo. Uma tragédia.

Ontem, não senti nenhuma pena. Preferia que tivesse sido nos pênaltis ou com um gol de mão, algo assim. O Renato K. escreveu:

O time do Curintia é igual ao Michael Jackson.
Marca o show, vende os ingressos caros, lota estádios.
Mas morre em casa.

E o Serbão:

Corinthians na Libertadores é que nem o Chaves no SBT: você já sabe o final, mas ri quando assiste…

O que o corinthiano faz depois de ganhar o título na Libertadores? Desliga o Winning Eleven no Playstation e vai dormir…

Corinthiano tem só dois dentes: um pra abrir garrafa e outro pra doer o dia inteiro…

Uma comparação com o Bangu…

É duro, Elias, sem juiz é duro.

E, daqui há pouco, irei ao estádio ver Inter x Banfield. O Inter é um time sem comando algum. Pode até surpreender, mas é claro que logo logo alguém o matará na Libertadores. Talvez seja hoje. Não sei como nosso técnico Jorge Fossati foi nascer no Uruguai. Um cara meio inculto e carola… No Uruguai quase não há religião. Deste ponto de vista, é o país perfeito. Do ponto de vista técnico, Fossati não consegue reacertar a bola alta defensiva, coisa que o Mário Sérgio acertara no final do ano passado. Não sei como chegou até aqui. A seleção do Equador quer contratá-lo. Deixa o cara ir, pô!

Abaixo, minha incontrolável alegria ao vencer o Gauchão 2009

(Trecho de crônica publicada no ano passado, em 19 de abril de 2009).

O caricatural placar da decisão do Campeonato Gaúcho revela o quanto os campeonatos regionais são heterogêneos, anacrônicos e antiquados. Na decisão de 2008, Inter 8 x 1 Juventude; em 2009, Inter 8 x 1 Caxias. Parece piada. Quando o Inter resolve VENCER um time do interior do Rio Grande do Sul no Beira-Rio, o primeiro tempo pode acabar em 7 x 0, fato que não acontecia há 68 anos.

Se estou feliz? Claro que estou, ganhar o Campeonato Gaúcho é melhor do que perdê-lo, mas falando sério, preferia não jogá-lo. Queria um Brasileiro de ponta a ponta do ano, uma Copa do Brasil com todos os clubes — os que vão à Libertadores não têm datas para jogá-la, sem os regionais teriam… –, folgas para os clubes nas datas Fifa, etc. Um Gauchão, ganho ou perdido, é a mesma coisa — nada.

(…)

Parabéns, Grêmio…

.

Banfield 3 x 1 Inter

OK, a arbitragem foi absurda, mas nossa defesa é uma gracinha na bola alta. É só botar na nossa área que é gol. O Grêmio fez dois através de dois baixinhos. Ontem, o Banfield fez mais dois. Na verdade, o Banfield não é um bom time — como conseguiu vencer o argentino??? — e até dá para virar em Porto Alegre, só que a nossa defesa é uma tragédia e dificilmente deixa de presentear o adversário com um ou dois gols…

Provavelmente, estamos fora.

Abaixo, Fossati organizando a defesa do Inter (obra anônima…).

Twit de Francisco Luz: Mas um time que não consegue ter vantagem em NENHUMA bola aérea defensiva merece tomar no cu. Voltamos. Dá-lhe Inter que eu sempre amei.

Silogismo para Banfield x Inter

Ontem, durante nosso jantar agora semanal com os amigos Branco e a Jussara, larguei um de meus típicos desafios:

— Se o Inter ganhar a Libertadores, saio nu na rua e dou o rabo para o primeiro candidato.

A frase foi recebida com certo pasmo, mas ninguém construiu o óbvio silogismo:

Tu queres vencer a Libertadores,
E dizes que vais dar o rabo se acontecer,
Logo, tu queres dar o rabo.

Dei-me conta na hora. Fiquei quietinho. O Branco, tão atento a essas minúcias, comeu mosca nessa.

Como me disse o Luís Felipe dos Santos pelo telefone, as pessoas estão levando o Banfield como se fosse uma barbada. Os caras foram campeões argentinos ano passado, têm um estádio bem pequeno, argentinamente opressivo e o Fossati já anunciou um retrancão. Ai, como eu sofro.

Inter 3 x 0 Deportivo Quito

E o Inter acabou fazendo 3 a 0. Colocou-se muito bem, ficando na companhia do Banfield, bem mais tranquila do que a do Cruzeiro de Kléber. Se passar, cruza com o Estudiantes. É, no me gustan los estudiantes. Verón y sus compañeros son muy peligrosos y los corrientes campeones de la Libertadores. Mas enfim, não nos antecipemos.

A escalação do time preferido da torcida deu certo, curiosamente… A base do futebol ensina que um time tem de defender, armar e atacar. Se ficar com a bola bastante tempo, correrá menos, cansará menos e será menos atacado, pois dizem que sem a bola não se joga. Porém Jorge Empati gosta do meio-de-campo defensivo, que desarma muito e joga pouco, rejeitando a utilização de Andrezinho e D`Alessandro juntos. Incrível, ontem, com ambos em campo, o time jogou e até nossa fraca defesa não apareceu tanto, pois permanecíamos mais tempo com a bola. Como detalhes memoráveis do jogo, ficaram os três belos gols de Andrezinho, Bolívar e Giuliano, assim como a espetacular rosca de Sorondo, que quase deu um gol de presente aos equatorianos.

Os oito confrontos das oitavas:

Flamengo-BRA x Corinthians-BRA
Alianza Lima-PER x U. do Chile-CHI

Chivas Guadalajara-MEX x Vélez-ARG
Once Caldas-COL x Libertad-PAR

San Luis-MEX x Estudiantes-ARG
Banfield-ARG x Internacional-BRA

Universitario-PER x São Paulo-BRA
Nacional-URU x Cruzeiro-BRA

Inter x Deportivo Quito — Apresentação do problema

Uma vitória significaria a classificação certa e jogo contra o Alianza Lima (por diferença de um gol), Cruzeiro (por 2 gols) ou Banfield (3 gols). É meio maluco esperar por uma vitória de 3 gols de um time que tem uma defesa que mais parece um coador… Bem, se o Inter empatar, precisará de um improvável empate do Cerro contra o moribundo Emelec e então seus adversários seriam São Paulo ou Corinthians. Se perder, adeus.

Ou seja, nosso treinador Jorge Empati conseguiu nos colocar em dificuldades mesmo estando no grupo mais fácil da Libertadores. Se o Inter não se classificar, será a última partida de Sandro com a camisa 8 colorada. Não sei, ele me parece com vontade de tirar umas férias. Não sei se o escalaria hoje. Eu já vi coisas incríveis acontecerem conosco. Quando vejo que o Deportivo Quito virá com 3 atacantes, sinto que eles sabem muito bem da generosidade de nossa defesa. O fato positivo é a ruindade dos equatorianos, o negativo é que eles parecem não saber disso e gostam de atacar.

Não vou ao jogo. Detesto sentar no molhado e a chuva vai voltar. E o problema está apresentado. Novo post lá pelas 22h30, porque o sofrimento começa às 19h30.

Fossati deve ser racista!

É a única explicação que encontro para a não-titularidade de Andrezinho. D`Alessandro, Giuliano, Edu… todos branquinhos. O time ganha vida cada vez que Andrezinho entra em campo. Ou será que Fossati não viu Inter 2 x 0 Ipiranga? Andrezinho é o única cara contundente naquele time delicado.

Preconceito (Orlando Silva)

Eu nasci num clima quente
Você diz a toda gente
Que eu sou moreno demais
Não maltrate
O seu pretinho
Que lhe faz tanto carinho
Que no fundo é um bom rapaz

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Manga está de volta

Eu sei, são coisas de um louco por futebol: foi sincera minha alegria ao saber que o Inter, hoje, contratou Manga como relações públicas, com a finalidade de buscar novos sócios. Talvez não tenha havido um ícone colorado que tenha criado uma aura de invencibilidade como Manga. Na década de 70, ele foi o mais perfeito, falho, fantástico e problemático dos homens, ganhava tudo o que podia em campo, depois perdia todo o seu salário em torno de uma mesa de jogo. E gostava de uma cerveja como poucos, apesar da forma atlética de guri, mesmo aos 40 anos. A diretoria reclamava dos cobradores. Sei que havia dívidas de jogo que eram pagas pelo presidente Eraldo Hermann em sua loja Hermann — Materiais de Construção, espécie de Tumelero da época. O que fazer? Pagar, ué.

(Vejam os dedos tortos de Manga na foto acima, resultado de fraturas ignoradas pelo grande goleiro). Quando penso nas defesas daquele Inter x Cruzeiro de 1975, feitas bem na minha frente, custo a me dar conta de que aquela partida decidia o primeiro Campeonato Brasileiro de um clube gaúcho. Eu estava na social, próximo à estripolia. Como não tinha levado rádio, ignorava que Manga tinha quebrado um dedo e encarei como uma brincadeira o que mostro abaixo:

Na hora, não achei nada engraçado. Na verdade, fiquei puto com a total irresponsabilidade de nosso goleiro. Lembrei que, em 1966, ele tinha acertado um tiro de meta na cabeça de um russo em pleno Maracanã e que a bola entrara em seu gol. Todos os fantasmas de quem nunca fora campeão passaram pela minha cabeça de 18 anos até que Manga voltou a ser a estrela do jogo. Nelinho ia bater uma falta. Certamente, tentaria dar aquele efeito miraculoso de sempre, só que…

… , caralho, era o dia de Manga. E todas as decisões que o vi jogar no Inter eram dias de Manga. E agora este goleiro monstruoso estará de volta a Porto Alegre. Estará de volta para jogar, vai entrar em campo? Claro que não! Mas a contatação de Manga eleva o clube a outro patamar. É coisa de clube muito grande. Explico.

Se o Inter trará um perdulário problemático para Porto Alegre tanto se nos dá. O que importa é que é uma honra para o atleta e uma atitude de clube grande e grato as contratações de Clemer e agora a de Manga. Um clube que não reconhece sua história começa cada temporada do zero, é um clube pequeno. Manga não fará Abbondanzieri jogar mais e talvez nem consiga tantos sócios, mas quando os jogadores e torcedores o virem, saberão que há gratidão e respeito no clube que amam. Aquele senhor de 72 anos — que parece nunca ter falado direito nossa língua após sua passagem pelo Nacional de Artime — estará lá para comprovar. Dá-lhe Manguita Fenômeno!

Obs.: O Ramiro Conceição me faz lembrar de um fato que não expliquei no post. Manga estava morando no Equador, onde o Inter joga hoje. Estava desempregado, passando por dificuldades financeiras. O Inter soube e criou um emprego útil para o clube e para um de seus maiores jogadores em todos os tempos, o qual estará agora numa melhor situação de vida.