Dois Filmes para o Findi no Guion

Os homens que não amavam as mulheres, elogiadíssimo e surpreendente thriller sueco, e o gaúcho Antes que o mundo acabe, de Ana Luiza Azevedo.  Ambos no Guion Center. E a Brigada andou desobstruindo a Lima e Silva no último domingo. Talvez haja um sinalizador aceso no fim do túnel que permita a chegada do socorro antes do naufrágio. Vamos lá pessoal, o Guion precisa de espectadores. Só solidariedade não basta.

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Em respeito e defesa da vida animal

Minha filha estava me ameaçando de morte. Exigia que eu postasse isso. Então tá.

O Projeto de Lei n. 215/2007, que institui o Código Federal de Bem-Estar Animal, de autoria do Deputado Federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), é um forte instrumento legal de defesa animal. Acompanha as exigências da União Européia, vedando práticas e regulamentando atividades na área de produção animal, experimentação e controle populacional de animais em meio urbano. Aprovar um projeto deste porte no Congresso Nacional é bastante complexo, pois a maioria dos parlamentares não se importa com a vida animal. Por isso, precisamos demonstrar a força das pessoas que amam e defendem os animais com este abaixo-assinado, pedindo urgência na aprovação do Código de Bem-Estar Animal.

Por outro lado, deputado aprova lei de “TORTURA DE ANIMAIS”. O deputado Edson Portilho, do Rio Grande do Sul, teve a desventura de criar um projeto de lei que permite que os animais sejam torturados e sacrificados em rituais religiosos. O parlamentar, sabendo que os protetores dos animais se manifestariam, fez a seguinte trama: marcou a apresentação para votação da lei num dia de julho, mas fez um chamado urgente e marcou a reunião às pressas, mais cedo. Os únicos avisados foram os demais deputados. Ou seja: não havia defesa. Os animais não tiveram oportunidade de ter pessoas que os representassem. Quem poderia responder por eles? E aconteceu o que mais temíamos: houve 32 votos contra os animais e apenas 2 a favor.

Endereço do Abaixo Assinado eletrônico:
http://www.leideprotecaoanimal.com.br/
Não podemos deixar uma barbaridade dessas assim.
Precisamos de 500 mil assinaturas.

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Inter 1 x 0 Estudiantes

O Internacional não jogou bem, mas o Estudiantes acabou punido por sua baixa voracidade ofensiva. Quem muito fica atrás pode tomar, sabe-se. Veio uma bola alta, a cabeçada de Sorondo e a vantagem. A surpresa do Inter foi a boa produção defensiva; o ataque permaneceu uma piada. Time por time, o Estudiantes é melhor. Corremos muito atrás dos argentinos tocadores de bola. Eu fiquei cansado só de olhar. Verón ainda é um supercraque, é um prazer e uma aula vê-lo jogar.

A vantagem do Inter é maior do que parece, pois, se fizer um gol na Argentina, obrigará o time de Sabella a fazer três. Foi menos emocionante, mas nosso resultado mostra-se muito superior matematicamente aos 4 x 3 do Grêmio. Viram as vantagens da mediocridade? Bem, como chegamos às quartas-de-final aos trancos, quem sabe não vamos às semis da mesma forma?

Só espero que Fossati não entre em transe místico e escolha jogar com três zagueiros. Toda a segurança defensiva que vi este ano foi obtida com dois, não com três zagueiros. Ah, e Glaydson (belo nome) merece a vaga de Nei na lateral, certo? Na próxima quinta, mais sofrimento. Abaixo, o gol de Sorondo e uma foto do rapaz.

Vai dizer que eu não sei fazer gol?

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Fernando Monteiro & Anna Akhmátova: Um Diálogo Possível da Poesia Ocidental

Por Luiz Carlos Monteiro (*)

Pode parecer estranho um poeta escrever todo um poema longo estimulado pela visada instantânea e avassaladora de um rosto feminino numa fotografia antiga. A imagem em preto-e-branco deflagra uma viagem ao fundo da herança poética e cultural planetária acumulada, que passa a envolver referências antigas, presentes e em constante progressão resguardadas no seu refluir greco-romano, medievo e iluminista, e somadas aos oráculos orientais nas vastas paisagens de montanha e deserto. Completando esse veio elastecido em verticalidade poética e desdobramento cultural que atravessa os séculos, do 19 em diante são trazidos a lume e em razoável proporção os rumos e descaminhos reinventados e deslindados pela poesia de amor e de guerra no Ocidente.

Antes deste Vi uma foto de Anna Akhmátova, Fernando Monteiro já carregava em seu fazer literário um êxito comprovado por várias obras de ficção e poesia que ultrapassaram as fronteiras locais. A escrita de livros alternando-se numa fatura estética que contemplava certa diferenciação peculiar entre cada um dos volumes lançados, mesmo pensando-se naqueles de prosa seriada. Na elaboração de poesia, cada texto mostrando-se formalmente desvinculado do anterior, o autor não se distanciando da inteireza de seu estilo, permitindo que traços diccionais e itens de linguagem se tornassem reconhecíveis em sua maneira adotada desde os começos.

Para citar sem consulta, lembre-se aqui esse percurso poético a partir de Memória do mar sublevado, sua estreia em 1973, apresentando um canto solene repleto de ancestralidade e dinastia faraônica. Um balanço enviesado de vida pessoal foi Leilão sem pena, publicado na voga pernambucana da Pirata, num tempo de resistência política, culto entusiasmado ao cinema e incursão pelas artes plásticas. Monteiro vai passar por uma experiência de especial inquirição metafísica em A interrogação dos dias. Sem perder de vista o impulso e o empenho empregados no ritmo ágil, mas que às vezes se arrasta, transparente e obscuro ao mesmo tempo, temperado fortemente pelas passagens de melancolia e depressão e pelas tiradas da sensibilidade irônica. E chegará, quem sabe se em simultaneidade, à exatidão centrada na consecução milimétrica de vocábulos, versos e estrofes em cadência matematicamente obsessiva com Ecométrica.

Em Vi uma foto de Anna Akhmátova uma solidariedade surda e rebelada vasculha o lastro histórico de guerras e revoluções repisadas de sangue dos inícios do século 20, trazendo a lume as numerosas e insanas perseguições que sofreram poetas e cidadãos pelos regimes ditatoriais que se locupletavam de sua própria indiscriminação ideológica. A poetisa Anna Akhmátova encontrava-se no rol de censura e cerceamento promovidos pelo Estado russo, que deixou marcas inapagáveis de violência. Os burocratas e dirigentes russos imaginavam que, para a manutenção do regime comunista, seria necessário alinhar ou expurgar os dissidentes, torturando e fuzilando intelectuais, artistas e poetas. Sendo um texto realizado a contrapelo de toda e qualquer tirania, descarta as viseiras da genuflexão política e revela uma faceta social permeada pela constatação corrente, porém sem a amplitude dos resultados práticos, de que qualquer atentado à liberdade do homem sufoca-o e termina por eliminá-lo. Uma opressão sustentada em atos abjetos e excessos de violência difíceis de suportar, faz com que se perca temporalmente a inclinação humana para os desvelos da convivência comum cotidiana e pacífica, na qual, em boa medida, podem ser buscados elos vitais do artístico e do criativo.

A cerveja da Boa Vista não desemboca no chope da Guararapes, e a presença de poetas pernambucanos se afirma indiretamente (Carlos Pena, Bandeira, João Cabral). A inclusão en passant de outros poetas reconhecidos como de alcance nacional reabre velhos problemas, tanto pela absorção questionadora de sentido e matéria abordados, quanto pela negação estética e conceitual que transita nas vias marginais do confronto temático e do modo de expressão de uma época (Drummond e Mário de Andrade). Aqui, na condição interna de leitor crítico, o poeta não resiste e associa sua própria experiência com o poético à experiência desses poetas que se encarregaram de transformar, ao longo de seu tempo, vida em poesia. Há uma transplantação de culturas poéticas em choque para instantes paródicos, miméticos e declinantes únicos, na tentativa de absorção do poema como um todo, afastada do unilateral e aproximada dos sentidos não vistos a olho desprevenido.

Este poema dedicado a Anna Akhmátova, estabelece um diálogo com a poetisa e esmiúça relações pessoais existentes talvez apenas no plano do imaginário da criação. A transferência empreendida flagra sexualidades latentes nas tramas veladas das funções solitárias e desejos indizíveis. Faz aflorar os meandros do prazer algo irracional que consome a sucessão de imagens profusas e apaga os rasgos detalhistas de corpos em solidão ou conjunção carnal, com sua atração irrefreável pelo impossível, o mórbido e o proibido. Morto o corpo, distanciada a alma, os atos se enfronham no presente da imaginação movida pela tremenda insatisfação, compulsão e efemeridade que impulsionam e dominam os jogos sensuais. E Anna vai assumir o papel de Mãe Maior da Poesia, irmã e filha, deusa e mulher, musa e amante.

Fernando Monteiro utiliza largamente esquemas e procedimentos expressivos como associações imagéticas em encadeamentos, enjambements e no palavra-puxa-palavra. Com o sabor diferencial de quem tem fôlego suficiente para manter um ritmo acelerado e eficaz na confecção de recortes, intrusões e incisões no corpo do poema, procura evitar o derramamento baboso e as celulites da fala. Por isso, sua dicção traz uma espécie de contenção cerebral inevitável por ser o autor quem é, por ser quem jamais escondeu sua erudição nem os propósitos de fazer alta literatura.

Neste poema, existem evidências que outros analistas podem facilmente identificar, como os ecos percussivos da “terra arrasada” de Eliot que remetem aos metafísicos ingleses e simbolistas franceses. A visão baudelaireana marginal das ruas que lembram Clarice Lispector e Anna Akhmátova, ambas ucranianas, uma tendo vivido no Recife e a outra fisgada no expressivo da fotografia interna a uma antologia de poesia russa comprada num sebo naquela tarde de setembro de 2001. A aquisição do livro suscita a questão de trocá-lo por cervejas em promoção nos botequins das imediações centrais da cidade, considerando-se a oportunidade de absorver o calor tropical em goles gelados e observando a surpresa indiferente da fauna humana que transita pelos becos, ruelas e praças.

Vi uma foto de Anna Akhmátova não foge da contemplação performática que reconcilia o poeta com o espírito pós-moderno e a alma cósmica. São desencavadas vivências cotidianas e situações particulares somente conhecidas, no andamento da construção do poema, pelo próprio poeta. Paisagens à aparência inalcançáveis e pouco acessíveis a quem está de fora, porém pressentidas em pequenos flashes, que ora se perdem no instante, ora são captadas pela sutilidade da poesia, mesmo que em regime de incompletude. E mesmo que seja assim, o poema continua a ofertar um conjunto de imagens em movimento alternado entre o veloz e o estático. E fornece também uma nova cinética e um novo dinamismo ao olhar que enxerga poesia na escuridão mais cerrada, cuja desfocação persiste sobretudo no encobrimento de estágios sensíveis da fruição humana optante pela não-destruição da vida no mundo.

(*) Poeta, crítico literário e ensaísta, Luiz Carlos Monteiro não é parente de Fernando Monteiro… É formado em Pedagogia e mestre em Teoria da Literatura pela UFPE. Publicou os livros de poesia “Na solidão do neon” (Pirata, 1983), “Vigílias” (Fundarpe, 1990), “Poemas” (Ed. Universitária da UFPE, 1999), “O impossível dizer e outros poemas” (Bagaço, 2005) e de ensaios “Para ler Maximiano Campos” (Bagaço, 2008) e “Musa fragmentada – a poética de Carlos Pena Filho” (Ed. Universitária da UFPE, 2009). Organizou, em colaboração com Antônio Campos, o livro de contos do Prêmio Maximiano Campos nas versões 2, 3 e 4 (IMC/Bagaço, 2008). Também tem publicados em antologias diversas, além de artigos e resenhas espalhados em sites, jornais e revistas de Pernambuco e de outros estados.

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Nosso amor vulgar

Quando fico irritado com minha mulher, o que acontece todos os dias, dedico-me a quebrar alguma coisa. É uma rotina desgastante, mas quem disse que é simples para um casal encontrar seu ponto de equilíbrio? E quem pode ufanar-se de tê-lo alcançado? Ora, nós podemos. Tudo começou com a Lei Maria da Penha. A partir de sua promulgação, direcionei meu ódio às coisas da casa, deixando intocado meu Tesouro.

Ela desenvolveu métodos muito próprios para me acalmar.

O antidepressivo — aplicado diretamente na caixa craniana — tem efeito súbito e largos efeitos colaterais. A Unimed, a EcoSalva, a SAMU, a Golden Cross, o Saúde Bradesco, o Ulbra Saúde e alguns outros já nos conhecem. Pago todos em dia. Preciso de todos.

Tudo para que ela me leve aos hospitais, dando-me beijinhos e pedindo perdão.

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Primeiro amor, de Ivan Turguêniev

Esta é minha segunda leitura desta novela de Turguêniev. Quando a li pela primeira vez, era um adolescente de uns, talvez, 15 anos, e o livro me causou forte impressão. A história é a mais simples possível: Vladimir Petróvitch, um jovem de dezesseis anos, apaixona-se pela filha do seu vizinho, a bela Zinaída, alguns anos mais velha e a quem não faltam pretendentes. O final é surpreendente não pela escolha de Zinaída, mas por seu realismo e violência.

Turguêniev faz parte do intocável G5 dos russos do século XIX: Dostoiévski, Tolstói, Tchékhov e Gógol. É o mais europeu do grupo e sabe levar uma narrativa como poucos. Sua Zinaída é perfeita e serviu de modelo para muitas personagens semelhantes que a seguiram – trata-se da irresistível e bela mulher, atrás da qual há uma multidão de homens servis e alguns adolescentes que não conhecem o significado da palavra inatingível. Estes sentem medo, vergonha, adoração, devoção e coragem, tudo em paroxismo e às vezes ao mesmo tempo…

A novela, narrada na primeira pessoa por Vladimir, é uma obra-prima psicológica e talvez sua autodescrição deste seja o melhor do livro, apesar de que é impossível ao leitor não se apaixonar pela louquinha e coquete Zinaída. Mas o que é efetivamente interessante é a construção lenta e alegre de uma trama que repentinamente despenca sobre nossa cabeça. Turguêniev é um mestre e mereceu a sorte de ter sido traduzido por Tatiana Belinky neste pocket da L&PM. Uma joia.

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Pedofilia

Nossa homenagem à visita de papa Ratz a Portugal.

Obrigado, Natal.

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Os 23 de Dunga — minha aposta (Reloaded)

Acho que Dunga chamará esses 23 jogadores. Minha lista NÃO seria esta. Estou apostando na lista que ele chamará amanhã. Por exemplo, eu não convocaria Josué nem para gandula, Robinho podia ficar pedalando por aqui mesmo, o mesmo para Adriano e Doni é reserva na Roma…

Update de 11/05/2010 (13h45): ATUALIZADO COM A CONVOCAÇÃO REAL

Goleiros:
Júlio César — OK
Victor <— Gomes
Doni — OK

Laterais:
Maicon — OK
Daniel Alves — OK
Michel Bastos — OK
Gilberto — OK

Zagueiros:
Lúcio — OK
Juan — OK
Luisão — OK
Thiago Silva — OK

Volantes:
Gilberto Silva — OK
Felipe Melo — OK
Josué — OK
Elano — OK

Meias:
Ramires — OK
Kaká — OK
Ganso <— Kléberson
Julio Baptista — OK

Atacantes:
Robinho — OK
Luís Fabiano — OK
Nilmar — OK
Adriano <— Grafite

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E começa o Sul 21

Desde a semana passada, várias pessoas me perguntam sobre o Sul 21, então vamos lá.

Não sei exatamente bem onde nasceu, sei que fui convidado para uma reunião na Palavraria da qual participaria um grupo de blogueiros mais Alberto Kopittke, que logo depois fundou o Leitura Global. Pensando naquele dia, acho que a ideia inicial não mudou muito. Queríamos um portal com um assunto diário principal e vários blogs agregados. A inspiração óbvia era o Huffington Post e nosso principal problema era o de sempre: dinheiro. Afinal, a gente sempre pensa que não custa nada, mas vá somar tudo — provedor, espaço físico, jornalistas, fotógrafos, equipamentos, segurança contra hackers, etc. Dá bem mais que uma Kombi.

Ontem, durante a festa de lançamento, talvez influenciado pelo toró que caia lá fora e que não atrapalhou, tinha a ribeiriana sensação que costuma nublar meus momentos de alegria. Até quando, até onde vamos? O cenário indica que temos tudo para sobreviver: queda na venda e influência dos jornais, imprensa de qualidade rasante e claramente desonesta e crescimento dos meios alternativos de comunicação. O processo histórico indica que a internet  poderá provocar alterações de hábitos muito maiores do que provocaram o rádio em relação aos jornais (anos 30) e a TV em relação a ambos (segunda metade do século XX). Pergunto a quem pensa que os jornais e a TV estão na mesma posição de antes: o que explica que a Folha vendesse um milhão de exemplares e hoje apenas 300 mil? E cadê a penetração que o Jornal Nacional tinha nos anos 90?

Bem, mas tergiverso citando fatos conhecidos. Um veículo como o Sul 21 precisa de acessos, muitos, que justifiquem a venda de espaços. Não sou um dos financiadores do projeto, o dinheiro não é meu, mas estou preocupado. Minha posição pessoal — a qual, como indica a palavra, vale apenas para mim — é simples: qualquer coisa que não influencie a arejada linha editorial é válida.

E longa vida ao Sul 21!

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Entenda a crise financeira

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Lançamento hoje, às 21h

Às 21h, o Sul21 estará no ar. Às 19h, será a festa de lançamento no clube Veleiros do Sul (Av. Guaíba, 2941). Este que vos escreve faz parte do projeto desde os primórdios, o que não garante absolutamente nada. Mas se vocês soubessem a turma que me acompanha, concluiriam que sou muito bem relacionado.

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Dekassegui – The Final Cut

Eu acho impressionante que ele deu uma solução tão simples que eu não achei em 3 meses.

O “ele”, da frase acima, sou eu. Foi um comentário muito simples e despretensioso que fiz há um ano no blog de um amigo que nunca vi, Roberto Maxwell, a respeito de Dekassegui — um, mais um, de seus excelentes filmes. Eu gostei muito do que vi, mas achei que o final não estava à altura. O comentário deve ter causado ainda mais dor de cabeça ao cineasta. (Não fiz para incomodar, Roberto! Como é que eu iria adivinhar que tu estiveras três meses quebrando a cabeça sobre o final?) Resultado: ele alterou o filme e ganhei um agradecimento especial na nova versão. Agora é Dekassegui — The Final Cut. Fiquei bem feliz, honrado e coçando a barba, meio assustado sobre as conseqüências daquilo que escrevemos em comentários.

Depois de ver o filme, escrevi ao Roberto dizendo que seria legal se tomássemos um chope qualquer hora dessas, apesar de que é complicado acontecer um chope entre um carioca que mora no Japão e um gaúcho bastante sedentário em termos de viagens. Ademais, ele parece ter ficado com algum receio de mim:

Pois é, rapaz, um chope ia bem. Agora, você vê, um comentário pela net provocou aquilo. Imagino o estrago que você me faria em 1 hora de conversa na mesa de um bar? Hehehehehehehe

Pô, Roberto, minha média é de 50 besteiras por uma coisa que preste. Foste premiado.

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Dia das Mães e das Madrastas

Madrasta, na linguagem do preconceito, é uma mulher má. No dicionário, é como se chama o parentesco de uma mulher casada em relação aos filhos que o marido teve em um matrimônio anterior. Legalmente, é parente em 1º grau por afinidade, seja pela aparência social, seja pela convivência familiar duradoura. Os filhos do pai fazem parte da família da madrasta pelos parentescos socioafetivos e, hoje, tanto estes quanto os biológicos são reconhecidos. São conceitos diferentes, mas não se excluem, ainda mais aqui em casa.

Para os que se prendem a cânones arcaicos, a madrasta é uma figura que passa a existir apenas se a mãe biológica morre. Porém, no cotidiano, é quem conquista com paciência e afeto uma relação delicada, suporta as incompreensões, arca desapegadamente com responsabilidades sobre os enteados e ainda sente orgulho deles.

Creiam, os enteados podem gostar dela sem desgostar da mãe, não é uma competição.

É necessário aceitar que o mundo deu voltas e há novas acepções do conceito de família assim como novas formas de relações sociais. As pessoas se vinculam tanto pelo casamento quanto pela convivência, tanto pela filiação biológica quanto pela socioafetiva, e há que entender que o termo “família” não somente apresenta novas conceituações como são estruturas perfeitamente miscíveis no entendimento dos filhos, que ganham com isto.

Quando há insegurança emocional da mãe biológica, a madrasta deve suportar o desgaste e apoiar os enteados, às vezes repetidamente submetidos a lamúrias que transformam momentos de bom convívio num jogo de culpas desnecessário e destrutivo. E a madrasta, neste caso, faz o quê? Compensa tratando ainda melhor seus enteados e segue doando-se. Os enteados sabem.

A madrasta que mora conosco é assim e, por isso, seria uma violência esquecer dela no dia de hoje. Ela não precisa de um Dia da Madrasta, o das Mães lhe serve perfeitamente mesmo que ela não seja uma. Ou quem sabe é?

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Gustav Mahler – Sinfonia Nº 3 (Finale)

A Sinfonia Nº 3 de Mahler é a que mais gosto da série. Também é a mais longa, mas não a que usa maior efetivo orquestral. Mesmo assim a orquestra é imensa, exigindo, por exemplo, as 8 trompas que dão início à Sinfonia. Apresento aqui a parte final do Finale (6º movimento: “O que me diz o amor”) com o regente da moda, o venezuelano Gustavo Dudamel. A Dudamania é um fenômeno do YouTube, mas não é demérito nenhum para o maestro, que tem enorme carisma e é excelente. A orquestra é a do La Scala de Milão. Neste excerto, fica claro o estilo de Mahler de alternar grandes massas orquestrais com rarefeitos episódios solistas. É lindo.

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Porque Hoje é sábado, Especial Dia das Mães


A partir da foto acima, de Monica Bellucci e sua filha, vista por mim na última segunda-feira…


… pensei num post de Dia das Mães, todo feito com grandes atrizes e seus filhos. (Angelina Jolie em pose de estrela enquanto seu filho Maddox detona).


Teria de ser algo na linha da primeira imagem, mas não tive quase nenhum tempo durante a semana para procurar fotos. (Acima, Cindy Crawford e sua filha num Halloween)


Ou então talvez tenha me apaixonado pelas fotos desglamourizadas do dia a dia destas belas mulheres. (Ingrid Bergman trazendo gêmeas para casa, uma delas chamava-se Isabella Rossellini).


Agora, fico na dúvida se minha homenagem falhada em razão do pouco tempo… (Ingrid Bergman, Roberto Rossellini e família)


… disponível não acabou ficando maior do que o projeto inicial. (Até que Julia Roberts está elegante acima, levando suas gêmeas).


Mas o que dizer de Julianne Moore, voltando das compras com sua filha, vestindo, mãe e filha, modelitos que eu – que não
entendo nada – classificaria de lamentáveis. À exceção dos simpáticos tênis.


Ou Kate Winslet com cara de quem está atrasada e louca que o filho ande mais rápido — o garoto não lhe dá a mínima.


Quem vê o “Porque hoje é sábado” sabe que quase todas essas mulheres, incluindo a Rachel Weisz acima,…


… já figuraram aqui em fotos bem mais interessantes do que a da barrigudinha e linda Catherine Zeta-Jones acima.


E o que dizer de Naomi Watts? Mas assim, desajeitada e realista, é que acabou saindo minha homenagem.


Então, neste atípico PHES, só me resta desejar um Feliz Dia das Mães. (Acima, Maria Fernanda Cândido)

As fotos mais bonitas vieram diretamente do genial, espetacular e necessário blog português …

E Deus criou a Mulher (o melhor blog do mundo!). Olha só que beleza a Claudia Schiffer acima!

E  Gisele, a maior injustiçada do PHES…  Bem, Feliz Dia das Mães. (Amanhã, boa música e post alusivo).

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Poucos choram pelo Corinthians e Inter x Banfield

Peço desculpas a meus amigos corintianos, mas não dá para torcer para time deles. Ainda mais sendo colorado. Basta vê-lo em campo para eu me tornar torcedor do seu adversário, mesmo sendo ele o Flamengo. O Corinthians não foi feito para a Libertadores. O raciocínio mais simples é o de que, na competição continental, não há juízes interessados em agradar a “Maior torcida do Brasil-iu-iu”. Para piorar a coisa, o time da Fazendinha é o único Campeão do Mundo que, estranhamente, nunca venceu a Libertadores. Nossa, que várzea.

A Libertadores também não tem Zveiter fora do campo. Uma tragédia.

Ontem, não senti nenhuma pena. Preferia que tivesse sido nos pênaltis ou com um gol de mão, algo assim. O Renato K. escreveu:

O time do Curintia é igual ao Michael Jackson.
Marca o show, vende os ingressos caros, lota estádios.
Mas morre em casa.

E o Serbão:

Corinthians na Libertadores é que nem o Chaves no SBT: você já sabe o final, mas ri quando assiste…

O que o corinthiano faz depois de ganhar o título na Libertadores? Desliga o Winning Eleven no Playstation e vai dormir…

Corinthiano tem só dois dentes: um pra abrir garrafa e outro pra doer o dia inteiro…

Uma comparação com o Bangu…

É duro, Elias, sem juiz é duro.

E, daqui há pouco, irei ao estádio ver Inter x Banfield. O Inter é um time sem comando algum. Pode até surpreender, mas é claro que logo logo alguém o matará na Libertadores. Talvez seja hoje. Não sei como nosso técnico Jorge Fossati foi nascer no Uruguai. Um cara meio inculto e carola… No Uruguai quase não há religião. Deste ponto de vista, é o país perfeito. Do ponto de vista técnico, Fossati não consegue reacertar a bola alta defensiva, coisa que o Mário Sérgio acertara no final do ano passado. Não sei como chegou até aqui. A seleção do Equador quer contratá-lo. Deixa o cara ir, pô!

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Laerte

Todo bom autor gostaria de cumpri-la… (desde que houvesse internet na cela, visitação livre, privacidade, etc.) Não há como cumprir na Suíça?

Via Caminhante.

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Confins Meridionais, de Luís Augusto Farinatti

Lançamento HOJE, quinta-feira, 17h30, dentro da Feira do Livro de Santa Maria. Não há nada melhor para fazer antes de sofrer com Inter x Banfield, que é às 19h30!

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Carrossel de Emoções

Há períodos em que as notícias enlouquecem de vez. Essas aqui me chamaram a atenção ultimamente por sua loucura:

1. Dom Dadeus Grings, na abertura de assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou que a “sociedade atual é pedófila”.

OK, Dom Dadeus, concordo com o Sr. Infelizmente, milhares de crianças têm seus futuros irremediavelmente prejudicados por causa da pedofilia. Este existe em toda a sociedade — independente de classes sociais —  e temos de lutar contra ela. O que se deseja, sua besta, é que haja informação e que todos os pedófilos sejam punidos. Todos. E saiba que a pedofilia é o que ato mais próximo ao assassinato que conheço. Meça suas palavras, padreco.

2. Mano Menezes diz que uma nova eliminação do Corinthians na Libertadores não seria motivo para desespero no clube.

Absurdo autoexplicativo.

3. Promotores querem investigar peça em que garota de 16 anos mostra seio.

O musical O Despertar da Primavera está há um ano em cartaz e a menina tem carreira artística e autorização paterna para mostrar o que quiser. O Ministério Público suspeita que foi infringido o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).  No espetáculo, a protagonista, a adolescente Malu Rodrigues (ao lado), exibe um dos seios e simula uma relação sexual. O pai da atriz, o auditor fiscal Sérgio Rodrigues tem autorização judicial para a filha atuar no palco e é obrigado pelo Conselho Tutelar do Rio a assistir a todas as exibições.

Quem sabe o Ministério Público não se preocupa com os padres ou a corrupção?

4 e 5 e 6. Por cinco votos a um, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a patente do princípio ativo do Viagra vai valer apenas até o próximo dia 20 de junho.

Os velhinhos do STJ devem ter legislado em causa própria. A Pfizer recorrerá ao Supremo, outro tribunal cheio de velhinhos… Mas não é bem este o absurdo. O absurdo foi o STF ter ratificado a Lei da Anistia, não a revisando.

Mas o pior MESMO foi Dilma Rousseff ter afirmado que revisar a Lei seria uma atitude de revanchismo. Desde quando Justiça é igual à Revanchismo? Como escreveu Rodrigo Cardia, revanchismo seria torturar o torturador. Prender quem mandou torturar é Justiça. Não é possível alguém com seu passado dizer isso, candidata.

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Detalhes interessantes acerca da Corte de D. João VI

Eram pessoas cheias de personalidade, não era só Carlota Joaquina…

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