Excelente concerto da Ospa, sobrevivendo à acústica e aos câmeras

Excelente concerto da Ospa, sobrevivendo à acústica e aos câmeras
Se eu tocasse como ee toca, não pararia de rir | Foto: Antonieta Pinheiro
Emmanuele Baldini: se eu tocasse como ele toca, não pararia de rir | Foto: Antonieta Pinheiro

A Ospa saiu vencedora no tremendo duelo travado contra a acústica do Auditório Dante Barone na noite de ontem. Cheguei ao local no momento do início do concerto e os lugares mais à frente já tinham sido ocupados. Então, sentei lá atrás. Digamos que ouvi mais do que vi, pois onde eu estava tinha uma dificuldade extra: a necessidade de driblar os dois câmeras que ficaram em pé, fazendo seu trabalho no meio do auditório, mas também atrapalhando o público. Então, sob o meu ponto de vista, o concerto foi mais espreitado do que assistido.

A primeira obra do programa foi o divertido Concerto para violino e cordas – Série Brasil 2010, nº 6, de Dimitri Cervo. Melodioso, cheio de ecos brasileiros e de citações barrocas, o concerto recebeu luxuoso tratamento do solista Emmanuele Baldini, spalla da Osesp e primeiro violino do quarteto de cordas da mesma orquestra. Ontem, Baldini solou e regeu a Ospa. Os aplausos para o santa-mariense Cervo foram inteiramente justos. O pós-modernismo e o poliestilismo é um guarda-chuva que permite grande liberdade aos compositores – uma liberdade que é perigosa, porque deve ser exercida com bom gosto. Cervo passa longe da vulgaridade com sua música bela e acessível, pois igualmente afastada das incomunicabilidades de algumas vanguardas do século XX. Gostei de tudo, das melodias do primeiro e segundo movimentos, assim como da brincadeira com as  citações no terceiro. Read More

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A água do Báltico afeta severamente poloneses, estonianos, finlandeses…

A água do Báltico afeta severamente poloneses, estonianos, finlandeses…
Helena Tulve dentro d`água
Helena Tulve dentro d`água

Há talento de sobra em torno do Mar Báltico. Deve haver alguma coisa na água que corre dos rios da Polônia, Finlândia, Letônia, Lituânia e Estônia — estes três últimos chamados de Países Bálticos — para o mar, que faz com que nasçam compositores extraordinários na região. Quem contar a história da música erudita do século XX tem que passar por ali. Mais ainda se a história for dedicada ao final do século e ao início do nosso. Não consultei os anos de nascimento de cada um deles, mas quem pode ostentar um time com Witold Lutosławski, Karol Szymanowski, Krzysztof Penderecki, Henryk Górecki, Wojciech Kilar e Bogusław Schaeffer como pode a Polônia? E, se quiserem mulheres, o país ainda tem Grażyna Bacewicz, que é uma excepcional compositora. Claro que o motivo do surgimento de tantos compositores é educacional e cultural, mas não deixa de ser curioso. Read More

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O uso das fotos de Aécio Neves bêbado

O uso das fotos de Aécio Neves bêbado
Marcelo Camargo / ABr
Marcelo Camargo / ABr

Eu também detesto o Aécio Neves, mas acho um saco esse negócio dos sites e blogs de esquerda mostrarem-no sempre naquela série de fotos e vídeo em que ele aparece bêbado, com amigos. A insistente exposição das imagens equivale a utilizar um argumento moralista da pior espécie. Aécio é alcoolista? Claro que não. Eu sei que, se alguém pegar o Lula bêbado — e pode pegar — vai ser a maior baixaria. Mas este tipo de instrumento deve ser riscado da política. E gostaria que tomássemos um passo contra a baixaria. Temos fotos de Aécio bêbado? Temos. São informativas? Não. São criminosas ou reveladoras de algum ilícito? Não. Então têm tudo para ser intimidade, vida pessoal. Read More

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¡Hay que endurecer pero sin perder la ternura jamás!

Comandante Milton Ribeiro ao final de um festim aqui em casa ontem…

Foto: Lia Zanini
Foto: Lia Zanini

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Quantas copas por uma Copa?

Quantas copas por uma Copa? from Aura on Vimeo.

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O Último Minuto, de Marcelo Backes (Fim)

o-ultimo-minuto_marcelo-backesComo escrevi na primeira parte deste texto, a voz de Yannick Nasyniak ou João, O Vermelho, não é única no livro de Backes. Concordo, é ele quem fala por quase todo o romance através de um copioso discurso livre indireto, mas há importantes interrupções de parte do narrador-interlocutor. Ou seja, o livro não é um longo monólogo que se estende por 224 páginas, como li em algum lugar. Uma das qualidades do livro está no contraponto, no diálogo, no reflexo das palavras de João-Yannick sobre o seminarista. Como já escrevi, o livro chega a apresentar uma inversão de posições, dando espaço ao monólogo do seminarista! Outro fato que me causou contrariedade foi a redução feita por alguns jornais, como se o livro apenas argumentasse sobre o futebol como metáfora da vida. Ok, é uma das teses presentes no livro, mas é apenas uma delas. O Último Minuto é bem mais rico. Fiquei feliz ao ler meu amigo Carlos André Moreira na ZH de hoje. Ele caracterizou bem o livro de Backes, passando o centro do romance para a paternidade de Yannick.

De forma muito curiosa, o evento de hoje no StudioClio propõe o tema “A Voz da Prisão” em autores como Nabokov, Sabato, Dostoiévski e Graciliano. É uma boa ideia estabelecer diferenças entre estes ícones e o livro que estaremos comentando. Nestes livros e em O Último Minuto, a posição que cada narrador ocupa é diferente. É lamentável que eu tenha estudado tão pouco o assunto. Vamos, um tanto esquematicamente, ao que lembro destes livros narrados por prisioneiros. Read More

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Réquiem para 115 árvores

Este texto foi escrito sexta-feira logo após o evento documentado na reportagem abaixo. Mas estava faltando o vídeo, que só consegui ontem… Vai atrasado mesmo!

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Por Ramiro Furquim/Sul21Esta Lacrimosa do Réquiem de Mozart – executada em frente à Prefeitura de Porto Alegre na última sexta-feira – serve como lamento para uma grande derrota. Ou para celebrar a vitória da irreflexão e da morte.

Enquanto se consolida a ideia de que não é aceitável nenhuma árvore a menos, em nossa cidade vemos 115 árvores serem cortadas para que uma via fique mais larga, dando lugar a mais automóveis que certamente não podem esperar.

Esta Lacrimosa serve como reclamação culta e impotente de quem pensa que uma boa sociedade seria aquela em que todos, até os ricos, pudessem andar a pé, de bicicleta ou de transporte público – deixando o carro para as ocasiões em que seja razoável seu uso.

Reportagem da TVE-RS abaixo:

Esta Lacrimosa é porque Porto Alegre prioriza o carro em lugar do transporte público.

Aqui, muitas pessoas que gostariam de se deslocar de bicicleta têm receio de fazê-lo por medo dos carros.

Aqui, em vez da educação dos motoristas, dá-se ainda maior espaço à má educação, maior espaço ao asfalto que substitui árvores e grama, à revelia do Plano Diretor da cidade.

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Ospa: a trombonada que salva e liberta

Durante o ensaio, o trompista Israel Oliveira testa seu volume pulmonar. | Foto: Augusto Maurer
Durante os ensaios, o trompista Israel Oliveira testa sua capacidade pulmonar. | Foto: Augusto Maurer

Libertos da ditadura das cordas, derrubado o muro que separa madeiras e metais da plateia, os sopros utilizaram muito bem a liberdade de expressão que lhes foi concedida após anos de lutas. Eles deram um belíssimo concerto ontem no Salão de Atos da Ufrgs. É claro que o repertório ajudou muito. A fórmula Bernstein + Strauss + Stravinsky + o ainda desconhecido Ewazen demonstrou o quanto é saudável a expansão dos programas em direção ao ineditismo. Os aplausos após o concerto foram merecidíssimos. Afinal, foi um trabalho árduo enfrentado com brilhantismo pelo pessoal do barulho. Read More

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Chope e livros e riscos descontrolados

Após a entrevista que fiz com Ernani Ssó sobre sua tradução do Quixote, realizada sob os chopes do aprazibilíssimo Tuim, pegamos a mania de nos encontrarmos no mesmo local para falar de literatura e qualquer coisa. Não precisamos mais de pretextos, porém desta vez ele me pediu que, amanhã, eu levasse comigo meu exemplar de O mestre e Margarida, para lhe emprestar. Não há problema, costumo emprestar livros. Ou melhor, há um problema sim. É que, cada vez mais, faço anotações a caneta nos livros e não gosto que os outros as leiam, por serem feitas ao ritmo de meus imbecis pensamentos pessoais durante a leitura.

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O Último Minuto, de Marcelo Backes (I)

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Farei dois ou três comentários acerca de O Último Minuto, de Marcelo Backes, em razão de minha participação no lançamento do livro em Porto Alegre, lá no StudioClio, na próxima quinta-feira, às 19h30. Serve como anotação, certamente desorganizada. 

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A pedido do Backes, li O Último Minuto quando era ainda um arquivo do Word e tinha o nome de Morte Súbita. Demorei a me resolver a ler, demorei a responder ao Marcelo. Quando o fiz, ele disse: “Olha, já é outro livro. Certamente, tu vais comentar coisas que foram alteradas”. Tudo inútil, portanto, e tudo muito curioso, pois a releitura, feita agora já sob um novo nome e no formato de livro (Companhia das Letras, 221 páginas), é realmente desconcertante. Jamais manteria a sinopse que catalogara em minha memória no ano passado e que vou tentar recriar sem spoilers. Fico pensando na extensão das reformas empreendidas pelo Backes e que agora nem posso conferir porque tenho o hábito de deletar originais. Já imaginaram se aparecem em outro lugar? Read More

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Balzac revisava seus textos… E como!

Via Éder Silveira.

Balzac

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Chaplin e a multidão

Chaplin e a multidão

Copiado do blog português O homem que sabia demasiado.

Quando pensamos que hoje existem celebridades no mundo do espetáculo e do cinema, nem sempre nos lembramos que este não é um fenômeno recente. Desde o período do cinema mudo que grandes estrelas do cinema arrastavam multidões de fãs e seguidores.

Foi assim, por exemplo, com o gênio de Charlie Chaplin. Depois da primeira década de trabalho ter sido de pouco reconhecimento (1910), a fama chegou em força a partir do final da mesma década e no início dos anos 1920.

Esta fotografia é espantosa pela forma como se revela aos nossos olhos: nela vemos Chaplin em trajes “civis” aos ombros de um homem para que toda uma incrível multidão de pessoas o possa admirar. Foi tirada em Londres em 1921, uma cena em total apoteose popular, quase parecendo que foi encenada de tão perfeita ser.

Uma imagem como hoje não há mais (clique na imagem para ampliar).

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Porque hoje é sábado e estou de plantão, um PHES rapidinho, mas interessante

Porque hoje é sábado e estou de plantão, um PHES rapidinho, mas interessante

Fazer o quê? Às vezes não dá tempo.

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Por maior que seja a fome, …

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dizia eu: por maior que seja a fome… Read More

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Bram Stoker vive!

Publicado em 9 de dezembro de 2012 no Sul21

Por Nikelen Witter
Especial para o Sul21

Não, ele não morreu. Acima, Christopher Lee como Drácula.

O título dramático pode parecer exagerado. Afinal, Bram Stoker jamais foi conhecido como um autor genial. Nem em sua época, nem passados 100 anos de sua morte. Sua criação, porém, assentou seu pé na imortalidade. Drácula, a obra-prima de Stoker, ganhou vida própria (com o perdão da ironia) e superou em muito seu criador. Se levarmos em conta, especialmente, a primeira metade do século XX, perceberemos, inclusive, que o autor praticamente sumiu das referências feitas a seu personagem mais famoso. Resgatado no título de uma adaptação de sua obra num filme dos anos 90, assinado pelo oscarizado Francis Ford Coppola, Stoker assumiu notoriedade como um dos principais autores no estilo do romance gótico vitoriano. Read More

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Debbie, you see how boring it is

Quase dormindo, Claude Debussy com seu grande amor, Emma Bardac
Quase dormindo, Debbie diz a seu grande amor, Emma Bardac: “Acho que vou compor uma peça para piano” (clique para ampliar)

É claro que se trata de gosto pessoal. Por exemplo, jamais colocaria Debussy no mesmo ofurô de vulgaridade onde sufoca Rachmaninov. Reconheço os méritos do francês apesar de seus efeitos sobre mim, pois, se há trabalho e suor para criar aquelas coisas, elas têm igualmente o condão de me fazer viajar. Pode acontecer de eu pensar em  coisas que podem ser boas como os planos para escrever uma resenha leve, informativa e agradável sobre a Sagração da Primavera. Mas pode me ocorrer fazer uma prosaica revisão dos compromissos de amanhã. Debbie, you see, convida ao sonho, convida a divagações bem longe dele. O concerto da última terça-feira da Ospa, continha um bonito concerto de Mozart (Concerto para Flauta, Harpa e Orquestra,  K. 299), um Ravel (Le Tombeau de Couperin), porém dois dramins debussyanos: os Noturnos, para orquestra e coro feminino, e as Danças Sacra e Profana, para harpa e orquestra. Read More

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Árvores abatidas: tudo foi planejado como num crime

Enquanto as cabeças da população estavam afundadas nos travesseiros...
Enquanto as cabeças da população estavam afundadas nos travesseiros… | Foto: Ramiro Furquim / Sul21

Há dois pontos que demonstram a péssima condução que a prefeitura deu para os cortes das árvores nas proximidades do Gasômetro. O primeiro foi ocorreu em 6 de fevereiro, quando aconteceram os primeiros cortes de árvores e foram ouvidos os primeiros protestos. Estes surpreenderam tanto o prefeito Fortunati que ele soltou uma das suas mais mal ensaiadas e infelizes declarações: “As pessoas não utilizam as árvores no Gasômetro”. Outro ponto pode ser escolhido dentre as fotografias das árvores abatidas em plena noite — pois, de forma absolutamente sorrateira, escondida da população, o horário escolhido para os cortes foi as 3 da madrugada — , mas coloco-o em outra declaração, a do procurador-geral do Município, João Batista Linck Figueira (PSDB), que disse: ”A decisão pelo corte foi conjunta. Partiu da prefeitura, mas quem encaminhou o momento mais adequado e as questões de segurança é a Brigada Militar”.

Sim, meu caro, a decisão foi conjunta entre a Prefeitura e a Brigada. Ou seja, foi totalmente desconjunta. Desde o início, houve uma total desconsideração pelos movimentos sociais. Há 40 dias existia um acampamento protegendo as árvores e o prefeito jamais tentou um diálogo decente com eles. Foi lá e saiu dizendo chorosamente que “eles têm uma posição radical”. Isto é política? Com efeito, uns vão dizer que o acampamento era habitado por ecochatos radicais. Outros dirão que a prefeitura tinha planos que nunca conjeturou alterar. Logicamente, cada um dos lados ganhou força em função da existência do outro, mas não podemos esquecer que quem tomou o primeiro passo foi a prefeitura. Read More

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Decidiram! Vou para o inferno!

Tu és muito querido, mas não quero tua salvação, tá?
Tu é muito querido, mas eu vou pro inferno, tá?

Horas depois do papa anunciar aos céus que mesmo os ateus podem ir para o paraíso após suas mortes, o Vaticano divulgou um comunicado fazendo uma importante retificação: nada disso, crianças, ateus vão para o inferno. Eu aceito numa boa o veredito.

Em adendo, o Vaticano emitiu uma “nota explicativa sobre significado de salvação”, explicando melhor essa coisa falsa de Bergoglio prometer o céu àqueles que estão engajados em boas ações (meu caso), incluindo os ateus. O Rev. Rosica, porta-voz do Vaticano, deixou bem claro: todos aqueles que conhecem a Igreja Católica, mas recusam-se a entrar nela ou dela fazer parte não poderão ser salvos. Estou aliviado, garantido no inferno, em desgraça metafísica irreversível.

Todo esse papo não saiu de minha imaginação ou de textos da Idade Média, são atuais. Então, em resumo, nós, ateus, vamos para o inferno. Parece uma conversa infantil, mas há adultos discutindo essas coisas. Depois me chamam de fútil por gostar de futebol, que não salva ninguém, mas diverte.

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O Resto é Ruído, de Alex Ross

o-resto-e-ruidoEu já tinha comprado este livro, mas ainda não o tinha lido. Surpreendi-me quando, em fevereiro, cheguei a Londres e descobri que o complexo de salas de concerto do Southbank Center estava apresentando uma série de espetáculos que teria a duração de um ano (é isso mesmo) e que era inteiramente baseada no livro de Ross. Ou seja, eles tinham lido O Resto é Ruído e já estavam escutando o século XX, como diz o complemento do título do autor norte-americano. Depois de comprar alguns ingressos com os quais pude assistir a um fantástico concerto com a Sagração da Primavera e outro sobre a obsessão de Ravel pela Espanha, não apenas me senti menos infeliz ao comparar Londres a Porto Alegre como decidi que leria imediatamente o livro. Quando voltei para casa, não precisei avançar muitas páginas para saber porque o ensaio, — que é recente, de 2007 — é objeto de tantos elogios, quase objeto de culto. Read More

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Sim, orgulho: meus filhos na Marcha das Vadias

Também é uma festa, também é uma piada, mas as piadas e as brincadeiras podem envolver fatos muito sérios. Uma explicação para marcianos — pois notei, através de sites, que há muitos recém chegados daquela planeta: a Marcha das Vadias (em inglês SlutWalk) é um movimento que surgiu a partir de um protesto realizado no dia 3 de abril de 2011 em Toronto, no Canadá, quando um delegado culpou uma mulher por ter sofrido abuso… Afinal, ela estava vestida de forma provocante… Desde então esta Marcha se internacionalizou como um protesto contra a crença de que as mulheres que são vítimas de estupro porque “pedem” para ser estupradas com base em sua forma de vestir. Durante a marcha, algumas mulheres usam roupas cotidianas, mas a maioria vão seminuas com roupas transparentes, lingerie, saias, salto alto ou apenas sutiã. Em Porto Alegre, a Marcha teve também presença masculina. Em solidariedade a elas, eles vestiram saias ou outros itens do “provocante” vestuário feminino.

A Marcha das Vadias é um movimento indiscutível, cheio de razões de ser. Meus filhos Bárbara e Bernardo participaram da Marcha. Ele é fotógrafo, mas como aparece em duas, acho que a única de sua autoria é a da Bárbara, as outras devem ser da Natália Karam e da Bárbara Ribeiro, quando ausentes das fotos.

Bárbara já esta paramentada, o Bernardo ainda não tinha encontrado a Natália, da qual receberia a saia para participar.
Bárbara já esta paramentada, para o Bernardo só faltava desamarrar a saia que recebera da Natália.

Mais fotos:

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Gary Oldman e Marion Cotillard no clipe The Next Day, de David Bowie

Thank you, Gary; thank you, Marion; thank you, Bowie.

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