A Bamboletras recomenda…

A Bamboletras recomenda…

A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

A falta do objeto direto no título deste e-mail deve significar nossa falta de capacidade para encontrar algo em comum entre a obra-prima de Ernaux, a relação mãe e filha de Doshi e a filosofia com cachorrinha e Heidegger de Pessanha, Mas garantimos que só tem coisa boa aí!

Boa semana e boas leituras!

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O Lugar, de Annie Ernaux (Fósforo, 72 páginas, R$ 49,90)

Annie Ernaux era a favorita para receber o Nobel de 2021. As apostas davam-na como favorita. Não deu, mas ela é extraordinária. O Lugar é o livro que lançou Ernaux à fama. A obra estabelece as bases para o projeto literário da autora que seria levado adiante por três décadas de consagração crítica e sucesso de público. Nesta autossociobiografia, uma das mais importantes escritoras vivas da França se debruça sobre a vida do próprio pai para esmiuçar relações familiares e de classe, numa mistura entre história pessoal e sociologia que décadas mais tarde serviria de inspiração declarada a expoentes da autoficção mundial como Édouard Louis e Didier Eribon. O resultado é um clássico moderno profundamente humano e original.

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Açúcar Queimado, de Avni Doshi (Dublinense, 272 páginas, R$ 69,90)

Antara nunca escondeu o ressentimento que nutre pela mãe, que abandonou o marido para morar em uma comunidade místico-hippie e chegou a viver na rua, deixando a filha sempre à própria sorte. Agora que a mãe começa a sofrer de demência e ter episódios de esquecimento, Antara se vê diante da indesejada responsabilidade de cuidar de quem jamais cuidou dela. É nesse momento que ela refaz a trajetória de suas lembranças para contar a história de duas mulheres unidas por uma relação dolorosa, mas impossível de abandonar. Só como informação: Doshi escreve em inglês, é uma norte-americana filha de indianos.

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O Filósofo no Porta-Luvas, Juliano Garcia Pessanha (Todavia, 96 páginas, R$ 49,90)

Através de uma série de encontros, Frederico, o protagonista deste irônico romance filosófico moderno, narra seu choque e seus ajustes com a realidade, do amor ao conhecimento, do álcool ao pensamento ocidental. E, fundamentalmente, do mundo e de sua própria personalidade. Escrito com mão levíssima, alternando humor, melancolia e uma aguda meditação sobre os grandes temas que nos movem ao longo das fases da vida, O Filósofo no Porta-Luvas é um romance híbrido, em que a fabulação vem lado a lado com o ensaio, e a observação das paixões humanas está a par com um repertório vasto a respeito das maiores discussões da filosofia. E, de quebra, uma cachorrinha serve de inusitada plateia para discussões sobre Heidegger.

Annie Ernaux (1940)

A Bamboletras tem recomendações para o Dia da Criança

A Bamboletras tem recomendações para o Dia da Criança

A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

A próxima terça-feira, 12, é o Dia da Criança e nós achamos que esta é uma bela oportunidade de introduzir ou dar livros bem bons e divertidos para os os pequenos. Para a Bamboletras, este é um período muito especial. Vocês sabem que nossa fundadora, Lu Vilella, criou nosso bambolê de letras com a ideia de ser uma livraria infantil? Vocês sabem que foi só depois que nos tornamos a “Livraria de Todos os Gêneros”? Porém, mesmo com a ampliação de interesses, nunca deixamos de ser o paraíso dos livros infantis.

Abaixo, temos três boas sugestões para a data, mas nosso infantil está cheio de outras opções  aguardando você.

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Porto Alegre na Palma da Mão, de Ana Paula Alcantara, com ilustrações de Bia Dorfman (Ed. da autora, 102 páginas, R$ 79,00)

Porto Alegre na palma da mão mostra a evolução urbana da cidade. Trata-se de um livro infantil que pretende ajudar as crianças a conhecer a história da cidade e assim despertar o amor e o interesse pela cidade. Inspirado pela infinita curiosidade de um guri e pelos inúmeros passeios feitos com seu cão pelo centro histórico, o livro conta como nasceu e cresceu a cidade. Lindamente ilustrado, será um livro inesquecível para seu filho(a).

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A Alma Perdida, de Olga Tokarczuk e Joanna Concejo (Todavia, 48 páginas, R$ 54,90)

Olha, as ilustrações deste livro — feitas por Joanna Concejo —  são deslumbrantes. Era uma vez um homem que trabalhava muito e quase não prestava atenção no tempo que passava diante de seus olhos. Não que sua vida fosse ruim. Ele apenas sentia que tudo ao seu redor estava plano, como se estivesse se movendo sobre a folha de um caderno de matemática inteiramente coberta por quadradinhos iguais. Com texto da vencedora do Prêmio Nobel Olga Tokarczuk, A Alma Perdida é um livro que encanta, enternece e faz pensar. Uma história para todas as idades, que nos conduz a um desenlace maravilhoso e inesperado, como só os grandes contos de fadas são capazes de fazer.

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O Capital para Crianças, de Joan Riera e Liliana Fortuny (Boitatá, 32 páginas, R$ 42,00)

O livro ideal para evitar o surgimento de novos bolsomínions! O vovô Carlos é um barato! Sempre que vão visita-lo, seus netos pedem que ele conte uma história. Só que dessa vez ele vai contar uma história diferente. Nada de princesas ou dragões. A história de hoje aconteceu de verdade, não faz tanto tempo assim e continua se repetindo. Ele fala de um operário que produz meias em uma fábrica e compara seu salário ao preço do produto na loja.

Olga Tokarczuk e Joanna Concejo

Os livros mais vendidos de setembro na Bamboletras

Os livros mais vendidos de setembro na Bamboletras

E outubro já começou… Como sempre fazemos, segue a lista dos livros mais vendidos do mês anterior. Sem querermos parecer esnobes (não somos) ou arrogantes (nem pensar), podemos dizer que, em setembro, o mais vendido foi o de um de nossos livreiros. Te mete! E é uma bem lista diferente. Notem como há apenas dois livros estrangeiros e, mesmo assim, um deles é escrito em português.

1. Abra e leia, de Milton Ribeiro (Zouk)
2. Escaler, de Paulo César Teixeira (Ballejo)
3. Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior (Todavia)
4. Os Supridores, de José Falero (Todavia)
5. O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
6. O Mapeador de Ausências, de Mia Couto (Companhia das Letras)
7. Os filmes pensam o mundo, de Enéas de Souza (EdiPUCRS)
8. Como o racismo criou o Brasil, de Jessé Souza (Estação Brasil)
9. Correntes, de Olga Tokarczuk (Todavia)
10. Duas Formações, Uma História: Das ideias fora do lugar ao perspectivismo ameríndio, de Luís Augusto Fischer (Arquipélago)

Vem conferir estas obras aqui na Bambô!

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#livraria #livros #apoielocal #bamboletras #bamboleitor #literatura

Bamboletras recomenda três livros que passam pelo Sul

A newsletter desta quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Sim, todos os três livros recomendados passam pelo Sul. Um ensaio sobre o homem da campanha, um romance de uma argentina falando sobre o interior daquele país e um livro cuja ação ocorre na Europa, mas que foi escrito por um gaúcho, são as três excelentes sugestões da Bamboletras nesta semana. Confiram abaixo.,

Boa semana com boas leituras!

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Os Gaúchos, de Ondina Fachel Leal (Tomo Editorial, 368 páginas, R$ 65,00)

Esta obra, traduzida para o português a partir de uma tese de doutorado defendida em inglês, tardou trinta anos para vir à tona. A autora fez uma pesquisa de campo por dois anos cujo resultado é uma verdadeira caverna de Ali Babá aberta à visitação e reflexão, tantos são os tesouros que ali reluzem.  A riqueza do trabalho etnográfico conduzido na campanha gaúcha sobre os homens da região é notável, sobretudo se pensarmos o quanto envolveu de coragem a aventura de enfrentar e adentrar um mundo masculino de fronteiras rígidas, ciosamente defendidas por seus membros. O livro de Ondina Fachel Leal se deixa ler de modo agradável, envolvente e fluente, descrevendo a vida que ela encontrou na fronteira sul do Brasil, entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai pampeanos.

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Não é um rio, de Selva Amada (Todavia, 96 páginas, R$ 49,90)

Com sua prosa precisa e econômica, a argentina Selva Almada é uma das vozes mais originais da literatura de língua espanhola contemporânea. Seu universo também é peculiar: a autora não fala da cosmopolita Buenos Aires. Seu ambiente é o mundo interiorano, onde vilarejos quase esquecidos no mapa abundam em histórias em que a violência, os laços familiares e velhos costumes ainda são importantes. É o caso deste novo romance, um livro que trata da amizade e de seus segredos. Enero Rey e Negro levam Tilo, o filho adolescente de Eusébio — o amigo morto dos dois –, para pescar. Enquanto bebem vinho, cozinham, falam e dançam, eles lutam com os fantasmas do passado e do presente. Esse momento íntimo e peculiar que conecta a trajetória desses três homens também os liga à vida dos habitantes locais nesse ambiente cercado de água e regido por suas próprias leis. Há perdas e mortes prematuras. Mas há também a teimosa vitalidade da natureza. Este romance flui como uma conversa entre seres que se amam.

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Uma tristeza infinita, de Antônio Xerxenesky (Cia. das Letras, 256 páginas, R$ 64,90)

Em uma narrativa tanto introspectiva quanto brutal, Antônio Xerxenesky nos faz encarar os traumas do passado, mas, principalmente, o medo do futuro. Nicolas, um jovem psiquiatra francês, é convidado para trabalhar na Suíça logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Junto da esposa Anna, ele se muda para um pequeno vilarejo, próximo ao hospital psiquiátrico onde vai trabalhar. O lugar, conhecido por seus métodos humanizados de tratamento, recebe internos de toda a Europa. Resistindo a prescrever tratamentos como o eletrochoque, Nicolas conversa com seus pacientes até que algo seja descoberto — tanto no inconsciente do doente quanto no do próprio médico. Assim, diversas feridas de guerra vêm à tona, em um jogo delicado que mistura confiança e loucura. Tendo como pano de fundo o contexto de desenvolvimento das primeiras drogas contra a depressão e outras doenças psíquicas, Antônio Xerxenesky constrói um romance tocante sobre os traumas, o passado e a possibilidade de ser feliz apesar do sofrimento.

Lista dos mais vendidos na Livraria Bamboletras em agosto de 2021

Lista dos mais vendidos na Livraria Bamboletras em agosto de 2021

Todo começo de mês vem acompanhado da tradicional lista dos mais vendidos da Livraria Bamboletras! Nela você encontra as escolhas dos clientes de nossa livraria, ou seja, só excelentes livros. Ah, não acredita? Então, confira:

1. Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior (Todavia)
2. Duas Formações, Uma História: Das ideias fora do lugar ao perspectivismo ameríndio, de Luís Augusto Fischer (Arquipélago)
3. Os Supridores, de José Falero (Todavia)
4. Cartas para minha avó, de Djamila Ribeiro (Cia. das Letras)
5. O deus das avencas, de Daniel Galera (Cia. das Letras)
6. Doramar ou a Odisseia: Histórias, de Itamar Vieira Júnior (Todavia)
7. Correntes, de Olga Tokarczuk (Todavia)
8. Encaixotando minha biblioteca: Uma elegia e dez digressões, de Alberto Manguel (Cia. das Letras)
9. Vista Chinesa, de Tatiana Salem Levy (Todavia)
10. O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório (Cia. das Letras)

Um pouco melhor que outras listas, né? Pois é, nossos clientes são os melhores e isto não é apenas uma frase de efeito.

Bamboletras recomenda um ensaio, um romance e um livro de poemas

Bamboletras recomenda um ensaio, um romance e um livro de poemas

A newsletter de quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Um ensaio de Jessé Souza sobre racismo, um romance de Flavio Cafiero sobre uma separação e um livro de poesias de Roberto Bolaño. Vai ser complicado encontrar algo em comum os livros recomendados desta semana, até porque são de diferentes gêneros, comprovando que a Bamboletras é a “Livraria de Todos os Gêneros”…

Vamos lá. Abaixo, mais detalhes.

Boa semana com boas leituras!

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Como o racismo criou o Brasil, de Jessé Souza (Estação Brasil, 304 páginas, R$ 49,90) 

Jessé é autor de mais de 30 obras e de uma centena de artigos e ensaios em vários idiomas. Entre seus ensaios mais lidos estão A elite do atraso e A classe média no espelho. Neste livro, o tema do racismo é reconstruído desde o início da civilização ocidental até nossos dias, de modo a permitir uma compreensão fundamental: a de que todo processo de desumanização e animalização do outro assume as formas intercambiáveis de racismo cultural, de gênero, de classe e de raça. Perceber as diferentes facetas do racismo possibilita ver quando ele assume outras máscaras: guerra contra o crime, como se a vítima não fosse sempre negra, ou luta contra a corrupção, usada contra qualquer governo popular no Brasil que lute pela inclusão de negros e pobres. Apenas uma abordagem multidimensional permite efetivamente perceber como o racismo sempre esteve no comando da iniquidade da sociedade brasileira, da escravidão até hoje.

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Diga que não me conhece, de Flavio Cafiero (Todavia, 112 páginas, R$ 49,90)

Estudo contundente do ressentimento amoroso, o romance de Flavio Cafiero fascina e atordoa. Ferido pelo fim da relação com Fabiano, Tato se muda de bairro e vai viver num prédio no centro de São Paulo. Enquanto luta para superar a desilusão, ele trava amizade com vizinhos do edifício. Eles formam uma singular comédia humana. Tato não aceita o fim do relacionamento — e cenas tristes giram em sua memória, fustigando-o tanto quanto a exposição da nova e (aparentemente) luminosa vida de Fabiano nas redes sociais. Numa escrita lancinante, a um só tempo lírica e realista, este livro de ritmo forte deixa clara a perícia do autor.

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A Universidade Desconhecida, de Roberto Bolaño (Cia. das Letras, 832 páginas, R$ 99,90)

Importante começar dizendo que este é um livro bilíngue. Ao lado dos poemas traduzidos, há os originais em espanhol. Bem, pela primeira vez no Brasil, os leitores têm acesso à poesia de Roberto Bolaño. A Universidade Desconhecida traz poemas reunidos pelo autor pouco antes de sua morte e oferece um panorama completo e complexo de uma obra encantadora e radical. Roberto Bolaño se tornou um fenômeno mundial graças aos seus romances, em especial 2666 e Os detetives selvagens. No entanto, o autor chileno sempre se viu, em primeiro lugar, como um poeta. Escrevia versos desde cedo, em sua adolescência no México, onde se aliou a outros jovens sem rumo e formou o grupo “infrarrealista”. Aqui estão compilados poemas que ele criou — da juventude à maturidade. Mas só depois de sua morte é que esta coleção veio à público. “Na formação de todo escritor, existe uma universidade desconhecida que guia seus passos”, escreveu. “Ela não tem sede fixa, é uma universidade móvel, mas comum a todos.” A Universidade Desconhecida é muito mais do que o embrião de suas grandes obras. Os poemas aqui não apenas complementam a visão de mundo do autor, mas sobrevivem por conta própria pela sua dicção única, seu senso de melancolia, suas imagens apocalípticas e solidão.

Bamboletras recomenda uma viagem entre Buenos Aires e o sul do estado

Bamboletras recomenda uma viagem entre Buenos Aires e o sul do estado

A newsletter de quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Se você achou misterioso o nosso título, aqui vai a explicação. Nossa primeira sugestão é um livro da portenha María Gainza, que é uma tremenda escritora e crítica de arte. O segundo é de Céli Pinto, que fala de todas as mulheres, mas com foco nas de Bagé. Já o terceiro, de César Lascano, é um raro livro que gira sobre um time de futebol, o Brasil de Pelotas. E é tudo livro bom! Confira!

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O nervo óptico, de María Gainza (Todavia, 144 páginas, R$ 54,90)

Deve haver alguma coisa na água de Buenos Aires… O que sai de escritor bom de lá! María Gainza é escritora e crítica de arte. Em O nervo óptico, livro de contos, sentimos a fina linha que percorre as histórias, um tênue fio que confunde as delicadas fronteiras entre a arte e a vida, a beleza e o êxtase, as retinas e o mundo. E como é gostoso quando um escritor faz a ligação entre o cotidiano e a arte, entre o banal e o transcendente. A autora nos faz repensar, nestas onze narrativas sagazes que articulam memória e ensaio, as muitas formas de ver uma obra de arte; e, mais do que isso, nos ensina que também somos inadvertidamente vistos pelas imagens, somos atravessados — invadidos por elas. Com perspicácia ensaística, ironia e um lirismo incidental, María Gainza aguça a própria vocação da arte: “escrevemos algo para contar outra coisa”.

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Tempos e Memórias — Vidas de Mulheres, de Céli Pinto (Zouk, 156 páginas, R$ 49,00)

Vejam só que boa ideia a da Céli Pinto. Este livro reúne 16 relatos de pessoas comuns, situadas em diferentes lugares da constelação social: donas de casa, escriturárias, professoras, faxineiras, dentistas. Têm em comum a idade superior aos 70 anos, a localidade de Bagé e o sexo feminino. São pessoas invisíveis na cena pública, pessoas sem expressão, a quem é dada a oportunidade de se exprimir. Essas mulheres idosas, que acreditam não terem nada para contar, ficam gratas pelo reconhecimento, falam muito, narram seu passado privilegiando a juventude, os pais e a infância, relegando a um segundo plano maridos e filhos, como se o casamento representasse uma cisão em suas vidas. Vidas anódinas cerceadas de restrições, constrangimentos e sujeições em razão do sexo. Neste exercício de história da vida cotidiana feminina na campanha rio-grandense do início do século XX, Céli Pinto lança um olhar crítico e às vezes enternecido de pesquisadora experiente.

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Contos da arquibancada, de César Lascano (Edição do autor, 158 páginas, R$ 49,90)

Vocês conhecem as paixões que movem o Brasil de Pelotas, o Xavante? Se não conhecem, digo que é algo como um vendaval daqueles bem fortes, pra derrubar mesmo. Agora imaginem um livro de ficção que traga a voz do torcedor raiz e que misture personagens e histórias reais a invenções sobre o clube de futebol mais carismático do mundo. Sim, do mundo, ou vocês queriam um torcedor raiz equilibrado? Contos Da Arquibancada é o primeiro livro do músico, compositor, escritor e torcedor apaixonado César Lascano. É um livro escrito por quem conhece o cimento e o grito do Bento Freitas.  Mais do que isso, Lascano traz doses lirismo e drama à história do clube, vistos a partir de seu ângulo mais autêntico.

María Gainza

Bamboletras recomenda um verdadeiro suco de Brasil

Bamboletras recomenda um verdadeiro suco de Brasil

A newsletter de quarta-feira da Bamboletras.

Olá!

Nesta semana, sugerimos três livros encharcados de Brasil. O primeiro tem o foco em nossa cultura, o segundo no racismo e na pobreza e o terceiro no aniquilamento e destruição que estamos vivendo. Ah, pois é, não fácil, mas há que seguir. E com os pés bem firmes no chão e no conhecimento.

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Duas Formações, Uma História: das Ideias Fora do Lugar Ao Perspectivismo Ameríndio, de Luís Augusto Fischer (Arquipélago, 400 páginas, R$ 79,90)

Dedicado ao tema há quatro décadas, Luís Augusto Fischer oferece um novo jeito de contar a complexa história da literatura brasileira, criando um modelo que dê lugar aos autores contemporâneos, à canção, à tradução, às redes sociais, à voz indígena, ao feminismo, à diferença. Falando das virtudes e limitações dos modelos estabelecidos por nomes exemplares da crítica literária, recorrendo aos historiadores e antropólogos recentes, contando a história dos livros que até hoje tentaram abarcar a trajetória da literatura do Brasil, o autor mostra um caminho. Uma obra fundamental para quem conhece bem o jardim em que floresceram Machado e Rosa, e imperdível para quem quer conhecê-lo melhor.

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Casa de Alvenaria, Volume 1 (Osasco) e Volume 2 (Santana), de Carolina Maria de Jesus (Cia. das Letras, 224 e 512 páginas, R$ 39,90 e R$ 59,90)

Esta é a edição integral dos diários de Carolina Maria de Jesus e contém material inédito. O Volume 1 registra os meses em que a escritora morou em Osasco (SP), em 1960, após deixar a favela do Canindé. Através deste testemunho que borra as fronteiras dos gêneros literários, acompanhamos a recepção de Quarto de Despejo, as viagens de divulgação, o contato frequente com a imprensa e os políticos, o desenvolvimento de seu projeto literário e seu desejo de ser reconhecida como escritora. Dessa narrativa do cotidiano, entremeadas às contradições de seu tempo, emergem reflexões que permanecem atuais. O Volume 2 de Casa de Alvenaria inclui diários que se estendem até dezembro de 1963.  Através dele, acompanhamos a nova vida de Carolina, a movimentação em sua casa, as viagens e, sobretudo, a dificuldade de transpor as barreiras do racismo e a dificuldade para ser reconhecida como escritora. O livro inclui introdução de Conceição Evaristo e Vera Eunice de Jesus e pode ser lido independentemente do volume anterior.

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Discurso sobre a Metástase, de André Sant’Anna (Todavia, 216 páginas, R$ 64,90)

Uma coletânea de escritos que retrata a loucura e a tragédia da realidade brasileira, um país deixado em ruínas. Os aliados de Sant’Anna nessa missão são o humor absurdo e um trabalho de linguagem radical — as únicas ferramentas capazes de captar nossa grotesca realidade. No romance O paraíso é bem bacana (2006), vale lembrar, André parece ter dado o pontapé inicial na radicalização de sua linguagem literária — com muitas repetições, gírias, obsessões, ironia — ao contar a história do tímido jogador de futebol Mané, um menino que se explode feito homem-bomba e vai viver as mil e uma maravilhas que o título da obra sugere. Aqui, ele dobra a aposta, convencendo-nos de que somente a catarse gerada por uma comédia absurda, enfatizada por uma linguagem caricata e grotesca, será capaz de expressar o que sentimos em nosso país.

Luís Augusto Fischer | Foto: Tom Silveira

Os livros mais vendidos no mês de julho na Bamboletras

Os livros mais vendidos no mês de julho na Bamboletras

Confira os mais vendidos do mês de julho aqui da Bamboletras!

1. Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (Todavia)
2. O deus das avencas, de Daniel Galera (Companhia das Letras)
3. Escravidão Volume 2 – Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de dom João ao Brasil, de Laurentino Gomes (Globo Livros)
4. Doramar ou a Odisseia: Histórias, de Itamar Vieira Júnior (Todavia)
5. Notas sobre o Luto, de Chimamanda Ngozi Adichie (Companhia das Letras)
6. Correntes, de Olga Tokarczuk (Todavia)
7. Vista Chinesa, de Tatiana Salem Levy (Todavia)
8. O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
9. Tudo é Rio, de Carla Madeira (Record)
10. Baratas, de Scholastique Mukasonga (Nós)

Todo o Salinger com desconto na Bamboletras e mais Mariana Enriquez e Sapatas

Todo o Salinger com desconto na Bamboletras e mais Mariana Enriquez e Sapatas

A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá!

Nesta semana temos 3 sugestões matadoras, por assim dizer — pois matador é o nosso presidente, né? Imaginem: toda obra de Salinger com desconto, um romance premiado da fantástica (em todos os sentidos) Mariana Enriquez e mais o essencial de Alison Bechdel. Sim, exageramos, mas este é nosso papel. Fazer o quê?

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O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger (Todavia, 255 páginas, de R$ 59,90 por R$ 50,90)

Neste mês, este clássico do século XX completou 70 anos. E, bem, a Bamboletras está dando 15% de desconto em toda a obra de Salinger. O recluso autor escreveu apenas 4 pequenos livros, mas que livros! São eles O Apanhador, Nove Histórias (maravilhoso), Franny e Zooey e Erguei bem alto a viga, carpinteiros & Seymour — Uma introdução (igualmente imperdível!). Sobre O Apanhador: é Natal e Holden Caulfield conseguiu ser expulso de mais uma escola. Com uns trocados e seu indefectível boné vermelho de caçador, o jovem traça um plano incerto: vagar três dias por Nova York, adiando a volta à casa dos pais. Seus dias e noites serão marcados por encontros confusos, e ocasionalmente comoventes, brigas e dúvidas que irão consumi-lo. Acima de tudo, paira a inimitável voz de Holden, o adolescente raivoso e idealista que quer desbancar o mundo dos “fajutos”, num turbilhão de ressentimentos, humor, frases lapidares, insegurança, bravatas e rebelião juvenil. Esta edição brasileira tem tradução de Caetano W. Galindo e, pela primeira vez, traz a capa original de seu lançamento.

Nossa Parte de Noite, de Mariana Enriquez (Intrínseca, 544 páginas, R$ 79,90)

Quem leu o esplêndido As coisas que perdemos no fogo sabe da alta qualidade da prosa da argentina Mariana Enriquez. Nossa parte de noite ganhou na Espanha o Premio Herralde de Novela e o Premio de la Crítica 2019. Um pai e um filho cruzam a Argentina de carro, de Buenos Aires até as Cataratas do Iguaçu, na fronteira com o Brasil. São os anos da ditadura militar argentina, soldados armados estão no controle e o ambiente é de tensão. A mãe do garoto Gaspar morreu em circunstâncias obscuras, em um suposto acidente. O terror sobrenatural se mistura com terrores bem reais neste romance deslumbrante — em casas cujos interiores sofrem mutações, passagens que escondem monstros inimagináveis, rituais com sacrifícios humanos que envolvem êxtase e dor, andanças na Londres psicodélica dos anos 1960, fetiche por pálpebras humanas, liturgias sexuais enigmáticas e a repressão da ditadura, os desaparecidos, a chegada incerta da democracia e os primeiros casos de aids em Buenos Aires. Um romance que amedronta e envolve na mesma medida. Mariana Enriquez nasceu em 1973 em Buenos Aires. É jornalista, subeditora do jornal Página/12 e professora.

O Essencial de Perigosas Sapatas, de Alison Bechdel (Todavia, 395 páginas, R$ 109,90)

Ao longo de mais de duas décadas, Alison Bechdel, autora da premiada graphic novel Fun Home, levou a vida de Mo, Lois, Ginger, Sparrow e de suas amigas a dezenas de jornais. Narrada como uma novela ilustrada, a história se passa em tempo real: as personagens se conhecem, se apaixonam, atam e desatam relacionamentos, trocam de empregos, envelhecem, e suas vidas ao longo de vinte anos refletem as mudanças sociais, culturais e políticas contemporâneas. Selecionadas pela autora, as tiras de O Essencial de Perigosas Sapatas dão a medida do impressionante escopo do trabalho de Bechdel.

Bamboletras ensina a como remover um presidente e recomenda Tokarczuk e Schroeder

Bamboletras ensina a como remover um presidente e recomenda Tokarczuk e Schroeder

A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá!

Escrever este “Olá” é sempre um desafio. Como encontrar pontos em comum entre os livros sugeridos? Bem, desta vez a gente não conseguiu, mas leia as sinopses abaixo porque não há nada que não seja excelente em nossas sugestões!

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Como remover um presidente, de Rafael Mafei (Cia. das Letras, 450 páginas, R$ 64,90)

Este é um completo e aprofundado estudo das dimensões políticas e jurídicas do impeachment e sua aplicação na lei brasileira. Desde os anos 1990, raramente a América Latina viveu um ano sem um impeachment consumado, ou ao menos sem a ameaça de um. Só no Brasil, houve mais de 250 denúncias de crimes de responsabilidade e o afastamento de dois presidentes. Em Como remover um presidente , o jurista Rafael Mafei reconstitui o desenvolvimento histórico do impeachment — seu surgimento na Inglaterra, sua importância para a Constituição americana e utilização no Brasil —, para então examinar a fundo não apenas os casos de Collor e Dilma, que marcaram o país após a redemocratização, mas também as tentativas contra Vargas, FHC, Lula e Bolsonaro. Um assunto muito atual e que retorna a cada governo, infelizmente.

Correntes, de Olga Tokarczuk (Todavia, 400 páginas, R$ 74,90)

Quem leu Sobre os ossos dos mortos sabe da alta qualidade da ganhadora do Prêmio Nobel de 2018 Olga Tokarczuk. Em Correntes, ela mescla vida pessoal com ficção num livro cheio de surpresas, que inclui relatos vários, comentários e contos que formam um movimentado diário de viagem. Olga é uma das escritoras que melhor explora a autoficção, em que vivências pessoais e ficções se fundem. O livro é composto de 116 pequenos capítulos. O roteiro passa por diferentes museus de anatomia da Europa e nos Estados Unidos. A narrativa é intercalada de observações sobre o ato de viajar, pessoas que a autora encontra no caminho, perrengues, pequenas histórias e imprevistos. Quando ela enviou os originais para seu editor, o caráter fragmentário da narrativa suscitou dúvidas e ele pensou que se tratava de um rascunho vitimado por confusões de “Ctrl C” e “Ctrl V”. A leitura atenta, porém, revela a óbvia concatenação entre os textos. Este é um dos méritos de Tokarczuk: conseguir misturar temas aparentemente isolados (como filosofia, higiene pessoal e Borges, por exemplo) de uma maneira inventiva, inteligente e cativante. E ela recebeu o Nobel, né?

As partes nuas, de Claudia Schroeder (Francisco Alves, 128 páginas, R$ 35,00)

Claudia Schroeder reúne poemas produzidos ao longo dos últimos quatro anos no livro As partes nuas, lançado pela Francisco Alves. Para montar o conjunto, a poetisa contou com a curadoria do poeta Pedro Gonzaga. Dividida em sete partes, a obra traz uma voz que se expressa sem medo, entre a ironia e a ternura, em versos que exploram as facetas de ser mãe, mulher e ser humano — com todos seus sentimentos e pulsões. De acordo com o português José Luís Peixoto, trata-se de um “livro-corpo”. Publicitária há 28 anos, Claudia Schroeder estreou na poesia com Leia-me toda (2010), faz parte da coletânea portuguesa A poesia é para comer (2011) e publicou o infantil A menina que descobriu o sol (2018).

Exemplares autografados pela autora.

Bamboletras recomenda o último Bernardo Carvalho e duas boas biografias

Bamboletras recomenda o último Bernardo Carvalho e duas boas biografias

A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá!

Duas biografias de grandes intelectuais — Hannah Arendt e Euclides da Cunha — e mais o último romance de Bernardo Carvalho — O último gozo do mundo — fazem a alegria desta semana tiritante.

Mais detalhes abaixo. Boa semana com boas leituras!

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O último gozo do mundo, de Bernardo Carvalho (Cia. das Letras, 144 páginas, R$ 49,90)

A história de uma professora de sociologia que vê seu casamento desmoronar pouco antes do início de uma pandemia global. “O último gozo do mundo” é o décimo terceiro livro de Bernardo Carvalho. Presa de um tempo em que “a leitura do mundo tornou-se descontínua e episódica”, a protagonista desta novela parte, com o filho pequeno, numa jornada para um retiro no interior do Brasil. Lá, mora um homem que prevê o futuro depois de ter sobrevivido ao vírus ameaçador. Um rastro de perplexidade e de perguntas sem respostas vai sendo deixado para trás, numa narrativa enigmática, eletrizante e que se torna mais e mais perturbadora. Podemos distinguir as causas dos efeitos? Como damos sentido a uma narrativa? O que restou de humanidade num Brasil dominado pela morte?

Arendt, entre o amor e o mal: uma biografia, de Ann Heberlein (Cia. das Letras, 256 páginas, R$ 64,90)

Este perfil biográfico entrelaça a vida e a obra de Hannah Arendt, autora de obras fundamentais como Origens do totalitarismo e Eichmann em Jerusalém. Inclui posfácio de Heloisa Starling. A vida de Hannah Arendt se estende por um período imprescindível na história do mundo ocidental, que abrange não apenas a ascensão do regime nazista e as crises da Guerra Fria, mas a formulação de reflexões fundamentais sobre o valor e a culpa da humanidade diante desses episódios. Nesse sentido, suas contribuições intelectuais estão diretamente relacionadas à sua vida, marcada por experiências terríveis, mas também por amor, exílio e saudade.

Euclides da Cunha, uma biografia, de Luís Cláudio Villafañe G. Santos (Todavia, 432 páginas, R$ 89,90)

Euclides da Cunha viveu apenas 43 anos e foi militar, engenheiro, jornalista, cientista, literato e cartógrafo. A despeito da abundância de fontes, alguns episódios de sua vida continuam pouco conhecidos, como a expedição à Amazônia e a passagem pelo Itamaraty. Esta biografia traz ainda novas interpretações para eventos conhecidos, sublinhando contradições entre o discurso e os fatos, o que realça sua profunda humanidade.

Os livros mais vendidos em junho na Bamboletras

Os livros mais vendidos em junho na Bamboletras

E vamos aos mais vendidos de junho! Itamar Vieira Júnior, que já ocupava o topo de nossa lista há um bom tempo, agora ocupa a primeira e a segunda colocações. E, como de costume, só temos ótimos livros em nossa lista! Os leitores da Bambô só levam coisa boa. Apareça, aqui há qualidade e curadoria!

1. Torto Arado, de Itamar Vieira Junior (Todavia)
2. Doramar ou a Odisseia: Histórias, de Itamar Vieira Júnior (Todavia)
3. Os Supridores, de José Falero (Todavia)
4. Notas sobre o Luto, de Chimamanda Ngozi Adichie (Companhia das Letras)
5. Pequena Coreografia do Adeus, de Aline Bei (Companhia das Letras)
6. E se as cidades fossem pensadas por mulheres, de Laura Sito e Mariana Félix (Zouk)
7. João aos pedaços, de Flávio Ilha (Diadorim)
8. Porto Alegre, Cidade Baixa: Um bairro que contém seu passado, de Renato Menegotto (Marcavisual)
9. O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
10. Diários: 1909-1923, de Franz Kafka (Todavia)

Você confere todos estes sucessos aqui na Bambô!
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Bamboletras recomenda o novo livro de Daniel Galera e mais

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A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá!

Pois é. Recebemos o novo livro de Daniel Galera, O deus das avencas. Ele é composto de três novelas e quem já leu voltou falando muito bem dele. Não muito longe, mas com um viés mais realista, recomendamos Uma vontade inadiável de acabar com este mundo, coletânea de dez narrativas de outro Daniel, o Ricci Araújo. Para finalizar, Afropessimismo, um esplêndido estudo sobre o circuito permanente de escravidão que insiste em definir a experiência da negritude.

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O Deus das Avencas, de Daniel Galera (Cia. das Letras, 248 páginas, R$ 54, 90) 

O deus das avencas traz três novelas reunidas neste livro. Na primeira novela, a que dá título ao livro, um casal se fecha em casa à espera do nascimento do primeiro filho, e mergulha numa incerteza crescente, tanto pelo destino deles quanto pelos rumos do país. Em Tóquio, Galera abandona a narrativa mais realista ao retratar a vida de um homem solitário, obrigado a enfrentar o passado em um mundo que atravessou um desastre ambiental e tecnológico. E, por fim, em Bugônia, ele dá um passo além ao recriar a história de uma comunidade pós-apocalíptica em simbiose com a natureza, que, pressionada pelas ameaças externas de um planeta devastado, precisa se transformar de forma radical. O deus das avencas é um livro especulativo e por vezes sombrio, mas extremamente humano.

Uma vontade inadiável de acabar com este mundo, de Daniel Ricci Araújo (Quatorze Vinte Um, 172 páginas, R$ 40,00)

Uma vontade inadiável de acabar com este mundo é uma coletânea com dez narrativas curtas na qual ficção e realidade criam uma trama que envolve e revolta. A tônica das histórias é a crítica à sociedade contemporânea, com seu deslustre e sua virtude. Como uma moeda, que sempre tem duas faces, Daniel Ricci Araújo nos confronta com temas que estão no dia a dia dos noticiários como xenofobia, racismo, relações familiares, drogadição, a violência urbana. Ele também nos apresenta o outro lado, ao falar de solidariedade, compaixão e cumplicidade. Em alguns dos contos, Daniel se afasta da nossa realidade para mergulhar em um cenário distópico, por meio da ficção científica, e nos apresentar situações nas quais a ética e o bom senso parecem não mais existir. A obra é um convite à reflexão sobre o papel e a responsabilidade de cada um com o hoje e o amanhã.

Afropessimismo, de Frank B. Wilderson III (Todavia, 400 páginas, R$ 84,90)

Por que a questão da raça permeia grande parte do nosso universo moral e político? Por que um ciclo perpétuo de escravidão — em todas as suas formas: política, intelectual e cultural — continua a definir a experiência da negritude? E por que a violência contra os negros é um traço predominante em todo o mundo? Essas são apenas algumas das questões que este livro levanta. Wilderson apresenta, nesta obra, as bases de um movimento intelectual — o afropessimismo — que vê a negritude pelo prisma da escravidão perpétua. A partir de clássicos da literatura, do cinema, da filosofia e da teoria crítica, ele mostra que a construção social da escravidão, vista pelas lentes da subjugação dos negros, não é uma relíquia do passado, mas um mecanismo que alimenta nossa civilização. Sem a dinâmica senhor-negro escravizado, sustenta o autor, um dos pilares da civilização mundial iria a colapso. Mais do que qualquer outro grupo, os negros serão sempre vistos como escravos em relação à humanidade. Afropessimismo fala ainda da infância do autor em Minneapolis e do racismo que ele sofre — seja na Califórnia dos anos 1960 ou durante o apartheid na África do Sul, onde ele se junta às fileiras do Congresso Nacional Africano. Este livro não apresenta solução para o ódio que está por toda parte, mas Wilderson acredita que reconhecer essas condições históricas é um gesto de autonomia em face de um mundo social essencialmente racializado.

A Bamboletras sugere três livros muito diferentes entre si

A Bamboletras sugere três livros muito diferentes entre si

A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá!

Desta vez será complicado encontrar pontos em  comum sobre os livros sugeridos. Eles só têm em comum a alta qualidade.

O primeiro é um livro de crônicas saborosas de Humberto Werneck. Livro profundamente brasileiro e dentro de nossa gloriosa tradição cronística.

O segundo é o terceiro e último volume de uma obra-prima. Os diários de Emilio Renzi, de Ricardo Piglia, deveria ser livro de cabeceira de qualquer candidato a escritor ou artista.

O último é um mosaico enganador de fatos que envolvem uma visita à Alemanha Oriental e uma foto sobre a faixa de segurança de Abbey Road, como a célebre foto da capa do disco homônimo dos Beatles.

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O Espalhador de Passarinhos, de Humberto Werneck (Arquipélago, 176 páginas, R$ 45,00)

Espalhador de boas histórias, Humberto Werneck senta conosco na calçada para uma conversa saborosa. Na memória do menino, a educação sexual na Idade Média dos anos 50 e o pequeno defunto que leva os óculos consigo para ver o nada no fundo da terra. Na pele do jornalista, os espinhos de uma entrevista petrificante com Clarice Lispector e o ensinamento de um jovem Gilberto Gil (“Minha ambição é a boa morte”). Na coleção do catador de palavras, a festimana e o balandrau. Nas retinas infatigáveis do observador da vida, as separações que não dão certo e os santos de um lugar esquecido por Deus. Um livro que preserva o canto inimitável da crônica brasileira.

Um dia na vida: Os diários de Emilio Renzi, de Ricardo Piglia (Todavia, 334 páginas, R$ 89,90)

Como nos dois volumes anteriores dos diários de Emilio Renzi, alter ego do autor, é possível montar uma cartografia pessoal de Piglia por meio das aventuras da vida íntima (casos amorosos, família, amigos), cafés, pequenos quartos alugados, quartos de hotel e jornadas pelas freeways dos Estados Unidos. Um dia na vida é o terceiro e último volume dos diários — ponto alto da produção literária de um dos escritores fundamentais da literatura latino-americana. O pânico de viver sob uma ditadura. As dúvidas sobre ser ou não um intelectual público. As amizades literárias e os amores. O triunfo com a publicação de Respiração artificial. O envelhecimento e a doença. Aqui, como nos dois volumes anteriores dos diários, é possível montar uma cartografia pessoal de Piglia por meio das aventuras da vida íntima, cafés, quartos de hotel. E, sempre, o chamado da escrita.

O homem que viu tudo, de Deborah Levy (Todavia, 232 páginas, R$ 64,90)

No mosaico montado por Deborah Levy, as peças do mistério se sucedem e se combinam, num caleidoscópio de pistas, indícios e sugestões. Em 1988, o jovem historiador Saul Adler é convidado a viajar à Alemanha Oriental para realizar uma pesquisa. Em troca, Saul deve escrever um ensaio elogiando a vida na RDA e o regime comunista. Ele ficará hospedado na casa de seu tradutor, e pretende dar à irmã dele — fã incondicional dos Beatles — uma foto atravessando a famosa Abbey Road. Enquanto aguarda sua namorada, que irá retratar a cena, Saul é atropelado. Embora sofra apenas ferimentos leves, o acidente mudará o rumo de sua vida.

Bamboletras recomenda Doramar, o novo livro de Itamar Vieira Junior, e mais

Bamboletras recomenda Doramar, o novo livro de Itamar Vieira Junior, e mais

A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá!

Torto Arado vendeu mais de 100 mil exemplares. Para o Brasil, isto é um fenômeno muito significativo, ainda mais se considerarmos a alta qualidade e a poesia da prosa do baiano Itamar Vieira Junior. Agora, ele retorna com seu segundo livro, Doramar ou A Odisseia: Histórias que recomendamos sem medo de errar e por já termos lido uma das histórias.

Coincidentemente, Pequena Coreografia do Adeus é também o segundo livro da paulista Aline Bei, que fez uma linda estreia com o esplêndido O Peso do Pássaro Morto. A história do livro é muito boa, importante e comum a muitos de nós. Leia a sinopse!

De quebra, recomendamos outro livro notável: Nomadland.

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Doramar ou A Odisseia: Histórias, de Itamar Vieira Junior (Todavia, 160 páginas, R$ 49,90)

Quem se deslumbrou — isto é, quase todo mundo — com a maestria narrativa de Torto Arado, romance que converteu Itamar Vieira Junior em um dos nomes centrais da nossa literatura contemporânea, vai encontrar neste Doramar ou a Odisseia ainda mais motivos para celebrar a ficção do autor. Num diálogo permanente com nossas questões sociais e a tradição literária brasileira, Itamar enfeixa um conjunto de histórias a um só tempo atuais e calcadas na multiplicidade de culturas que formam o país. Lidas na sequência, atestam a vitalidade de um escritor que encontra uma boa parcela de inspiração em personagens que desafiam os limites que lhes foram impostos e abraçam a existência em toda a sua plenitude.

Nomadland, de Jessica Bruder (Rocco, 304 páginas, R$ 59,90)

No interior dos EUA, empregadores descobriram uma nova força de trabalho educada, disposta e de baixo custo, composta em sua maioria por pessoas mais velhas e sem endereço fixo. Muitos deles estão afundados em dívidas, sem poder pagar um aluguel ou uma hipoteca, e com uma aposentadoria que mal dá para o básico. Resultado da recessão econômica de 2008, essa parcela invisível da sociedade ganhou as estradas em trailers, ônibus e vans, formando uma crescente comunidade de nômades, que não aceitam o rótulo de “sem-teto”, são simplesmente “sem-casa”. Eles têm um lar e este está sobre quatro rodas, acompanhando-os para onde forem (geralmente o próximo trabalho mal remunerado, sem direitos trabalhistas e em condições duvidosas). Nesta reportagem sensível e impressionante, Jessica Bruder segue as rotas mais usadas dos que trabalham em empregos temporários e conhece gente de todo tipo: um ex-professor, um ex-executivo do McDonald’s, um ministro de igreja, um policial aposentado e veteranos de guerra, entre muitos outros. E a protagonista — a garçonete-caixa-empreiteira-avó Linda May.

Pequena Coreografia do Adeus, de Aline Bei (Cia. das Letras, 264 páginas, R$ 49,90)

Julia é filha de pais separados: sua mãe não suporta a ideia de ter sido abandonada pelo marido, enquanto seu pai não suporta a ideia de ter sido casado. Sufocada por uma atmosfera de brigas constantes e falta de afeto, a jovem tenta reconhecer sua individualidade e dar sentido à sua história, tentando se desvencilhar dos traumas familiares. Entre lembranças da infância e da adolescência, e sonhos para o futuro, Julia encontra personagens essenciais para enfrentar a solidão ao mesmo tempo que ensaia sua própria coreografia, numa sequência de movimentos de aproximação e afastamento de seus pais que lhe traz marcas. Escrito com a prosa original que fez de Aline Bei uma das grandes revelações da literatura brasileira contemporânea, Pequena Coreografia do Adeus é um romance emocionante que mostra como nossas relações moldam quem somos.

Os livros mais vendidos em maio na Bamboletras

Os livros mais vendidos em maio na Bamboletras

Nossa lista de mais vendidos de maio! Nossos best sellers são sempre ótimos livros! 🥰

1. Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior (Todavia)
2. Os Supridores, de José Falero (Todavia)
3. O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
4. A República das Milícias, de Bruno Paes Manso (Todavia)
5. Pequena Coreografia do Adeus, de Aline Bei (Companhia das Letras)
6. Atos Humanos, de Han Kang (Todavia)
7. Fada, de Dyonelio Machado (Zouk)
8. Mulheres de Minha Alma, de Isabel Allende (Bertrand Brasil)
9. As Inseparáveis, de Simone de Beauvoir (Record)
10. Diários 1909-1923, de Franz Kafka (Todavia)

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O fazer literário de dois gênios e um romance gaúcho para aquecer o clima

O fazer literário de dois gênios e um romance gaúcho para aquecer o clima

A newsletter de amanhã da Bamboletras.

Olá.

Esta é uma semana de grandes lançamentos: a biografia de João Gilberto Noll escrita por Flavio Ilha, os extraordinários Diários de Franz Kafka e um originalíssimo romance que se passa aqui ao lado da Cidade Baixa, no Menino Deus, são três excelentes dicas da Bamboletras para esta semana fria e de algum temor sobre uma terceira onda que esperamos que não ocorra.

Poderíamos mostrar outros ótimos livros, mas mantenhamos nosso número tradicional de três, que está nos três poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo), nos Três Mosqueteiros, nos Três Porquinhos, nos três sobrinhos do Pato Donald (Huguinho, Zézinho e Luizinho), na Santíssima Trindade, etc.

Boa semana com boas leituras!

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João aos Pedaços, de Flávio Ilha (Diadorim, 248 páginas, R$ 60,00)

Biografia do escritor João Gilberto Noll, resultado de quatro anos de pesquisa do jornalista e escritor Flávio Ilha. A obra traz também quatro contos inéditos e dezenas de fotos de Noll, além de cartas e trechos do romance inacabado que o escritor deixou. Ilha teve acesso a cartas e documentos pessoais de Noll cedidos pela família e amigos. O jornalista e escritor é leitor de Noll desde seu primeiro livro, ‘O cego e a dançarina’, de 1980. Em menor ou maior intensidade, acompanhou de perto seu trabalho, mas só foi conhecê-lo pessoalmente em 2016, ao cursar uma de suas oficinas literárias. Nesta ocasião os dois iniciaram um processo juntos: Flavio propôs a produção de um documentário sobre sua história literária, que seria feito a partir das tradicionais caminhadas do escritor no centro da cidade de Porto Alegre, e também de leituras de trechos de seus livros por pessoas convidadas. “Noll inclusive já havia selecionado alguns trechos para ler, estava empolgado, mas morreu antes de conseguirmos dar início ao projeto. Como não seria possível fazer o trabalho sem ele, decidi transformar em uma biografia. Comecei aos poucos, tateando, procurando pessoas. Só engrenou mesmo em 2019” afirma Flávio Ilha.

Diários, de Franz Kafka (Todavia, 572 páginas, R$ 99,90)

“Tudo que não é literatura me entedia”, anota Franz Kafka em certo dia de 1913. A essa altura, Kafka, um advogado judeu de Praga, era funcionário de um instituto de seguros trabalhistas e começava a receber uma modesta atenção como o autor da novela ‘O veredicto’. Sua glória seria póstuma e por obra do amigo Max Brod, que não destruiu sua obra como lhe fora pedido e fez o contrário, divulgou-a. Uma prova disso são estes ‘Diários’, verdadeiro monumento literário do século XX traduzido integralmente pela primeira vez no Brasil por Sergio Tellaroli. São páginas assombrosas. Constituem aquilo que o escritor argentino Ricardo Piglia qualificou como o “laboratório do escritor”: o espaço em que o autor de ‘A metamorfose’ experimentava e afiava a sua escrita em meio a comentários sobre sua época, suas leituras, suas decepções amorosas, rascunhos de cartas, relatos de sonhos, começos de obras literárias jamais concluídas, bem como diversas de histórias acabadas.

Olivetti Lettera 32, de Carolina Panta (Zouk, 178 páginas, R$ 46,90)

Olivetti Lettera 32 é um romance de 37032 palavras. Um narrador incomum. Três personagens expostas a páginas escritas. Uma máquina de escrever. O romance estrutura-se a partir de um livro recebido. Cada uma das mulheres residentes no prédio do bairro Menino Deus acaba por, em algum momento de um mesmo dia, receber um tomo. Os volumes estampam seus nomes nas capas. O que se cria, a partir da chegada dos exemplares, é um resgate de suas vidas. Um narrador misterioso, aparentemente onisciente, busca métodos de escrita e recursos linguísticos para contar essas mulheres. Descobre-se, assim, durante a leitura das narrativas, um sentimento de culpa transversal ao feminino das personagens. Muito disso é apresentado pelo narrador a partir de bilhetes anexados às obras. Ele conversa, expõe-se também às personagens trazendo os dramas das mulheres aos olhos da leitura, assim como os seus próprios. Diva, Eleonora, Maria Luíza. Três personagens de tempos diferentes, vivenciando a dor e o prazer de se constituir como mulher.

Três excelentes livros brasileiros são as sugestões da Bamboletras

Newsletter de 19 de maio de 2021

Olá.

As sugestões da semana são bem diferentes entre si. A biografia da arquiteta modernista e Lina Bo Bardi é luminosa e guarda um imenso leque de surpresas. Andarilhos é uma reinvenção do pampa, quase um faroeste tardio. E uma nova biografia, desta vez da filósofa, escritora e ativista antirracismo Sueli Carneiro. Ela é fundadora e diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra e considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil.

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Lina – Uma Biografia, de Francesco Perrotta-Bosch (Todavia, 575 páginas, R$ 89,90)

Poucas figuras públicas foram mais brasileiras do que a arquiteta italiana Lina Bo Bardi. Chegando ao Brasil logo após a Segunda Guerra, ela se afeiçoou à cultura brasileira de tal maneira que se tornou uma de suas principais intérpretes, capaz de uma leitura das tradições locais ao mesmo tempo rigorosa e abrangente. Crítico de arquitetura e ensaísta de mão-cheia, Francesco Perrotta-Bosch examina a trajetória dessa artista brilhante à luz da seguinte questão: para além de sua participação política, como uma estrangeira foi capaz de enxergar tanto de um país que não era o seu, a ponto de traduzi-lo para os próprios brasileiros?

Andarilhos, de R. Tavares (Zouk, 200, páginas, R$ 46,00)

Andarilhos já pode ser considerado um novo clássico da literatura regional brasileira. Tavares traz frescor e contemporaneidade a um dos gêneros mais amados pelos brasileiros – mostrando a força e a representatividade das pessoas que moram no vasto território campesino da América Latina.

 

 

 

Continuo Preta, de Bianca Santana (Cia. das Letras, 286 páginas, R$ 59,90)

Sueli Carneiro é uma das maiores intelectuais públicas do Brasil, referência histórica do movimento negro, biografada por uma das mais promissoras vozes da nova geração. Em mais de quarenta anos de ativismo, ela vem combinando escrita, academia e intelectualidade para qualificar uma luta política que enegreceu o feminismo no Brasil e, ao mesmo tempo, colocou as mulheres como protagonistas do movimento negro.

A volta de Han Kang e dois autores brasileiros são as dicas da semana da Bamboletras

Newsletter de 12 de maio de 2021

Olá.

Três livros muito sérios neste começo de maio. Todos eles tratam de violência. Aquela mesma que, infelizmente, parece ser nosso dia a dia. Um é coreano e tem muito em comum com nosso passado recente, os outros dois são brasileiros e falam a nossa língua de perplexidades e impotência. É a literatura nos ajudando a vermos a nós mesmos.

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Atos Humanos, de Hang Kang (Todavia, 192 páginas, R$ 59,90)

Em maio de 1980, na cidade sul-coreana Gwangju, o exército reprimiu um levante estudantil, causando milhares de mortes. O evento de trágicas consequências foi transfigurado nesta ficção extraordinária, poética, violenta e repleta de humanidade. Construindo um mosaico de vozes e pontos de vista daqueles que foram afetados, Atos humanos é a demonstração dos enormes recursos literários de Han Kang, uma das autoras mais importantes da cena contemporânea. Lembram do excepcional “A Vegetariana”? Pois é. Este é segundo livro de Kang a chegar ao Brasil.

 

Ensaio Sobre o Grito, de Rafael Valles (Metamorfose, 92 páginas, R$ 40,00)

O escritor, pesquisador e documentarista Rafael Valles lança seu livro de contos “Ensaio sobre o grito”. A obra traz histórias com personagens que se deparam com ânsias de mudarem suas vidas para não ficarem condenadas ao silêncio. Só que, para tanto, precisam encarar a realidade, as perdas e as escolhas pessoais. Entre as personagens, uma dona de casa que resolve aceitar ser dublê, um professor… Sem spoilers, né?

 

 

O Riso dos Ratos, de Joca Reiners Terron (Todavia, 208, páginas, R$ 62,90)

Nesta epopeia sobre a obsessão, um homem acometido por uma doença fatal promete vingar a filha da brutalidade de que foi alvo. No entanto, o agressor está fora de alcance, assim como a própria filha desaparecida, e o mundo que o homem conhecia não existe mais. Desse modo, ele mergulhará num inferno de violência, no qual as lembranças e o absurdo vão se sobrepor aos horrores da realidade e da existência. Um romance original e surpreendente.